quarta-feira, 20 de junho de 2018

O PENSAMENTO VIVO DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


1. Não digas: 'essa pessoa me aborrece'; pense: 'essa pessoa me santifica'.

2. Busque mortificações que não mortifiquem os outros.

3. Não acredito na tua mortificação interior, se vejo que desprezas, que não praticas a mortificação dos sentidos.

4. O mundo só admira o sacrifício com espetáculo, porque ignora o valor do sacrifício escondido e silencioso.

5. Tudo o que não te leva a Deus é um estorvo. Arranca-o e atira-o para longe.

6. Não sejas frouxo, mole; já é tempo de repelires essa estranha compaixão que sentes por ti mesmo.

7. Acertou quem disse que a alma e o corpo são dois inimigos que não se podem separar, e dois amigos que não se podem ver.

8. Estes são os saborosos frutos da alma mortificada: compreensão e transigência para as misérias alheias; e intransigência para as próprias.

9. Quantos, que se deixariam cravar numa cruz, perante o olhar atônito de milhares de espectadores, não sabem sofrer cristãmente as alfinetadas de cada dia! 

10. Não repreendas quando sentes a indignação pela falta cometida. Espera pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda; e, depois, tranquilo e com a intenção purificada, não deixes de repreender.

terça-feira, 19 de junho de 2018

7 ORAÇÕES PARA REZAR EM LATIM

1. Sinal da Cruz

In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen.



2. Glória ao Pai

Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in saecula saeculorum. Amen.


3. Ave Maria

Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostrae. Amen.



4. Pai Nosso

Pater noster, qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.


5. Salve Regina

Salve Regina, Mater misericordiae. Vita, dulcedo, et spes nostra, salve. Ad te clamamus exsules filii Hevae. Ad te Suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eia ergo, Advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte. Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria.
V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genitrix. R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.


6. Angelus

V. Angelus Domini nuntiavit Mariae. R. Et concepit de Spiritu Sancto.
Ave Maria...
V. Ecce ancilla Domini, R. Fiat mihi secundum verbum tuum.
Ave Maria...
V. Et Verbum caro factum est, R. Et habitavit in nobis.
Ave Maria...
V. Ora pro nobis, sancta Dei Genetrix, R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.

Oremus. Gratiam tuam, quaesumus, Domine, mentibus nostris infunde; ut qui, Angelo nuntiante, Christi Filii tui incarnationem cognovimus, per passionem eius et crucem ad resurrectionis gloriam perducamur. Per eumdem Christum Dominum nostrum. R. Amen.



7. Credo

Credo in unum Deum, 
Patrem omnipoténtem, 
Factórem cæli et terræ, 
Visibílium ómnium et invisibílium. 
Et in unum Dóminum Iesum Christum, 
Fílium Dei Unigénitum, 
Et ex Patre natum ante ómnia sæcula. 
Deum de Deo, lumen de lúmine, Deum verum de Deo vero, 
Génitum, non factum, consubstantiálem Patri: 
Per quem ómnia facta sunt. 
Qui propter nos hómines et propter nostram salútem 
Descéndit de cælis. 
Et incarnátus est de Spíritu Sancto 
Ex María Vírgine, et homo factus est. 
Crucifíxus étiam pro nobis sub Póntio Piláto; 
Passus, et sepúltus est, 
Et resurréxit tértia die, secúndum Scriptúras, 
Et ascéndit in cælum, sedet ad déxteram Patris. 
Et íterum ventúrus est cum glória, 
Iudicáre vivos et mórtuos, 
Cuius regni non erit finis. 
Et in Spíritum Sanctum, 
Dóminum et vivificántem: 
Qui ex Patre Filióque procédit. 
Qui cum Patre et Fílio simul adorátur et conglorificátur: 
Qui locútus est per prophétas. 
Et unam, sanctam, cathólicam et apostólicam Ecclésiam. 
Confíteor unum baptísma in remissiónem peccatorum. 
Et expecto resurrectionem mortuorum, 
Et vitam ventúri sæculi. Amen.


Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, Luz da luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, da mesma substância do Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus: Se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou dos mortos ao terceiro dia, conforme as Escrituras; E subiu aos céus, onde está assentado à direita de Deus Pai. Donde há de vir, em glória, para julgar os vivos e os mortos; e o Seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele falou pelos profetas. Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Confesso um só batismo para remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos; E a vida do mundo vindouro. Amém.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

SANTINHOS (VI)

'Santinhos' são pequenos cartões impressos que retratam santos, cenas ou pinturas religiosas, produzidos desde época remota e comumente em grandes quantidades, para disseminação da cultura religiosa entre os católicos. São especialmente confeccionados e distribuídos nas festas de devoção de um santo, como pagamento de promessas ou como lembrança da realização de datas festivas e/ou eventos religiosos públicos ou particulares (batismo, primeira comunhão, crisma, etc). As fotos abaixo apresentam alguns exemplos destes 'santinhos' dedicados ao Sagrado Coração de Jesus, devoção tradicionalmente celebrada pela Igreja no mês de junho.

A fonte da devoção ao Sagrado Coração é o amor - isto é, o Coração de Jesus nos deu essa devoção como um último esforço do seu amor e o mais perfeito presente que Ele pode nos conceder. É o amor que deseja se doar sem reservas, até o fim dos tempos, até os confins da terra, até os extremos limites de sua afeição; amor que procura aquecer o mundo, onde a caridade é agora tão fria; amor que veio trazer fogo à terra e que deseja, no final dos tempos, consumi-lo inteiramente em suas chamas; amor que visa mais amar do que ser amado, pois essa é a lei do amor.












domingo, 17 de junho de 2018

O REINO DE DEUS

Páginas do Evangelho - Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum


No Evangelho deste Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum, Jesus utiliza-se de duas parábolas para explicitar às multidões o sentido maior do Reino de Deus no mundo, consubstanciadas na mesma ideia central do trabalho fecundo e silencioso das boas sementes lançadas em terra fértil que se desenvolvem para produzir muitos frutos. A semente do Evangelho deve ser convertida em apostolado e no reino militante da Santa Igreja Católica pelos caminhos do mundo.

A primeira parábola compara o Reino dos Céus à boa semente lançada em terra fértil: 'O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra' (Mc 4, 26). Na terra que é o campo do Senhor, ou seja, o mundo, Deus planta sempre a boa semente, plena de fertilidade e capaz de produzir muitos frutos. E, enquanto todos dormem e se entregam aos seus afazeres cotidianos, a boa semente 'vai germinando e crescendo', produzindo folhas e grãos, e frutos que amadurecem e que geram outras muitas sementes. E eis que a terra boa de plantar torna-se então farta na colheita: pelas mãos dos homens e pela graça divina escondida no ventre da terra. 

A segunda parábola compara o Reino dos Céus a uma minúscula semente de mostarda: 'O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra' (Mc 4, 31). De fertilidade ímpar, a pequena semente produz um vigoroso arbusto, tão alto que as aves podem fazer ninhos em seus ramos: 'Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra' (Mc 4, 32). O Reino de Deus se desenvolve tal como a pequena semente: no escondimento, quase imperceptível na sua evolução, mas vigoroso e extraordinário na grandeza e dimensão dos seus frutos! O caminho da santificação é essencialmente simples e tranquilo, mas sempre impelido por uma torrente de bênçãos e graças.

O Reino de Deus é obra única e exclusiva do Pai. Nos mistérios insondáveis dos seus divinos desígnios, Deus arma a teia da vida e da propagação da civilização cristã através de um mundo conturbado que parece, por muitas vezes, querer abortar a semente lançada e conspurcar os seus frutos. Mas Deus utiliza de suas graças abundantes para fazer jorrar a água viva do Evangelho do chão rude e pedregoso talhado por uma humanidade pecadora e licenciosa das verdades eternas. Que o nosso propósito seja o de mostrar-nos ao Pai, não escondidos atrás das muralhas do nosso orgulho e das nossas vaidades, mas como frágeis vasos de argila, expostos como instrumentos dóceis à ação da graça divina para praticarmos sempre o bem, de forma generosa e perseverante. Supliquemos a Deus a graça de sermos fecundos nesta semeadura, deixando a Ele, e somente a Ele, a tarefa de colher os frutos dos nossos pequenos trabalhos e obras, de acordo com a sua Santa Vontade.  

sábado, 16 de junho de 2018

UM PADRE CATÓLICO E A EXPANSÃO DO UNIVERSO

O reconhecimento de que o universo está expandindo é uma das maiores descobertas da cosmologia  e tem sido comumente descrito pela chamada Lei de Hubble [Edwin Hubble (1889 - 1953)]. Em 1929, analisando as velocidades radiais de algumas galáxias, localizadas a menos de 6 milhões de anos-luz, Hubble descobriu que a relação velocidade-distância das galáxias era aproximadamente linear. Em seguida, extrapolando os estudos a galáxias ainda mais distantes (até 100 milhões de anos-luz) descobriu, em parceria com Milton Humason (1891-1972), que a relação se mantinha relativamente linear. A lei de Hubble (que já foi chamada Lei de Hubble-Humason) é expressa nos seguintes termos: 'As galáxias se afastam umas das outras a uma velocidade proporcional à sua distância'. 


A taxa de expansão dessas galáxias entre si corresponde à chamada constante de Hubble. Assim, quando mais afastada de nós estiver uma galáxia, mais rapidamente ele tende a se afastar de nós.  Esse, entretanto, não é um verdadeiro movimento das galáxias, mas uma prova de que o universo se expande por inteiro, o que resulta em uma velocidade aparente entre as galáxias. Estas informações estão presentes quase como uma unanimidade em qualquer curso básico de astronomia. Mas a descoberta de que o nosso universo encontra-se em um processo de expansão permanente tem sido atribuída também a outros cientistas, como Friedman, Lemaître, de Sitter, Robertson, Tolman e Eddington. E, com cada vez mais assertividade, a um sacerdote católico, o cientista belga Georges Lemaître (1894 - 1966).


O Pe. Lemaître nasceu em Charleroi (Bélgica), em 1894 e, desde tenra idade, manifestou tanto a vocação do cientista como a sacerdotal. Enquanto estava no seminário, a física moderna vivia a sua fase de ouro, com as descobertas da Mecânica Quântica e da Teoria da Relatividade. Antes e depois da ordenação, Lemaître se especializou e se doutorou em Física, estudando e pesquisando em renomadas universidades como a Universidade de Cambridge na Inglaterra, e o MIT e o Observatório Astronômico de Harvard, nos Estados Unidos.

(Millikan, Pe. Lemaître e Einstein) 

Em 1927, portanto, dois anos antes que Hubble, por meio de um desdobramento das equações de Einstein que descreviam o universo em termos de escalas cosmológicas, Lemaître concluiu que o universo estava em processo de expansão. O artigo original infelizmente foi publicado em francês no pouco conhecido 'Anais da Sociedade Científica de Bruxelas', comprovando a linearidade da relação velocidade-distância das galáxias e fornecendo o valor da taxa de expansão dessas galáxias*. A tradução do artigo para o inglês, na renomada revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, não continha algumas equações originais e nem a referência a um universo em expansão no texto. O próprio Lemaître cuidara da tradução e teria feito essas alterações porque pretendia apresentar a proposição da expansão do universo separadamente, em um outro artigo mais detalhado. Neste meio tempo, Hubble publicou primeiro em inglês e as honras do pioneirismo da descoberta foram dadas a ele.

* o valor da taxa de expansão seria da ordem de 675 km/s/Mpc, ao passo que Hubble chegaria a um valor um pouco menor, da ordem de 500 km/s/Mpc. Com os dados atuais, o valor assumido para este parâmetro é da ordem de 68 km/s/Mpc (sendo 1Mpc = 3,26 anos-luz). Isso significa que uma esfera imaginária de raio igual a 1Mpc, expande seu volume a uma velocidade igual a 68km por segundo; outra com raio 10 Mpc, expandiria a uma taxa de 680km por segundo, etc.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

'ONDE ERREI, SENHOR?'

Onde errei, Senhor?
se falei o Vosso nome e, em Vosso nome, falei aos homens,
se me alegrei de falar por Vós,
se me ufanei de gritar por Vós,
se me vangloriei de usar o Vosso Santo Nome.

Onde errei, Senhor?
quando me ouviram, não foi por falar de Vós?
quando me temeram, não foi por gritar por Vós?
quando me louvaram, não foi por cantar por Vós?
quando me seguiram, não foi por Vossa causa?

Onde errei, Senhor?
quando empunhei a minha bíblia, não foi por Vós?
quando dominei os evangelhos, não fui outro evangelista?
quando decorei cada versículo da bíblia, não fui outro Jesus?
quando persegui os ímpios não estavas comigo?

Onde errei, Senhor?
não pratiquei a caridade como ensinastes?
não ataquei com rigor Vossos inimigos?
não admoestei tantos a abandonar os vícios?
não prometi o inferno a tantos que não Vos seguissem?

Onde errei, Senhor?
não prometi riqueza aos que Vos servissem?
não profetizei tantas coisas em Vosso Nome?
não pratiquei curas e milagres nas minhas pregações?
não expulsei demônios no meu templo?

Onde errei, Senhor?
se tomei a Vossa Palavra como única medida,
se naveguei toda a minha vida como pastor e guia,
se Vos tomei como única mediação e salvação,
se combati com rigor a igreja que ousava ser a Vossa,
se neguei as heresias dos que Vos chamavam Senhor, Senhor!

Onde errei, Senhor?
se não pratiquei o culto blasfemo de imagens,
se não rezei para santos e santas de altares,
se não me apeguei a sacramentos inventados,
se nunca ousei chamar Nossa Senhora de Mãe de Deus...

Por que, Senhor, Vós me condenastes?

(Um trovão terrível irrompeu e fez calar o ímpio desgraçado)

'Maldito! Nunca fizestes nada que fosse da Vontade do Meu Pai, que está nos Céus; tudo isso que fizestes serviu para a vossa vanglória humana e não para a Minha Glória. Não servistes à Minha Igreja, Santa e Católica, mas a denegristes com a vossa torpe heresia. Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticastes a iniquidade!'

quinta-feira, 14 de junho de 2018

O QUE É A FÉ?


A Fé não é um sentimento, a Fé não é da ordem natural.

A Fé é um assentimento de nosso espírito à verdade revelada por Deus; é um bem que não deriva de nossa natureza, mas lhe é dado para curá-la.

A Fé é essencialmente purificante – Fide purificans corda – Purificando pela Fé os corações (At 15,9).

A Fé esclarece o espírito e o despoja do erro; levanta o homem caído, recoloca-o no caminho de Deus: a Fé põe as bases da obra da salvação, encaminha o homem para o bem.

A Fé é essencialmente fortificante. Confortus fide, diz São Paulo (Rm 4,20); e ainda, Fide stas – se estás em pé, é pela Fé (id. 11,20).

A Fé é vivificante: 'o justo vive da Fé', diz São Paulo (Gl 3,11).

A Fé é o princípio de um mundo novo, regenerado em Jesus Cristo Nosso Senhor; a Fé é a luz que anuncia os esplendores da eternidade onde veremos Deus; a Fé é a mãe da santa Esperança e da divina Caridade.

A Fé é sobre a terra, a fonte pura de todas as verdadeiras consolações. É ainda São Paulo quem nos diz: Simul consolari per eam quae invicem est, fidem vestram atque meam –Consolemo-nos juntos na Fé que nos é comum, a vós e a mim (Rm 1,12)... e ainda: Saluta eos qui nos amant in fide – Saudai os que nos amam na Fé.

(Excertos da obra 'Cartas Sobre a Fé', do Pe. Emmanuel - André)