quarta-feira, 25 de maio de 2016

GALERIA DE ARTE SACRA (XXI)

A ÚLTIMA CEIA E A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA

Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: 'Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória'. Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: 'Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória'. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha (1Cor 11,23-26).















terça-feira, 24 de maio de 2016

INDULGÊNCIAS DO DIA DA SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI


Na quinta-feira próxima, dia da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, o católico pode ser contemplado com as seguintes indulgências:

(i) Indulgência parcial: rezar, com piedosa devoção, a oração 'Alma de Cristo':

Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de vossa chagas, escondei-me.
Não permitais que eu me separe de vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da morte chamai-me e
mandai-me ir para vós,
para que com vossos Santos vos louve
por todos os séculos dos séculos.
Amém. 

(ii) Indulgência plenária: rezar, com piedosa devoção, a oração 'Tantum Ergo' ou 'Tão sublime Sacramento':

Tão sublime sacramento
vamos todos adorar,
pois um Novo testamento
vem o antigo suplantar!
Seja a fé nosso argumento
se o sentido nos faltar.
Ao eterno Pai cantemos
e a Jesus, o Salvador,
igual honra tributemos,
ao Espírito de amor.
Nossos hinos cantaremos,
chegue aos céus nosso louvor.
Amém.

Do céu lhes deste o pão,
Que contém todo o sabor.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, neste admirável Sacramento, nos deixastes o memorial da vossa Paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso corpo e do vosso sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que viveis e reinais para sempre. Amém.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

A PACIÊNCIA DE DEUS

I. A paciência de que Deus usa para com os pecadores é tão grande, que uma alma santa desejava que se construísse uma igreja e se lhe desse por título: 'Paciência de Deus'. Meu irmão, quando ofendias a Deus, podia fazer-te morrer; mas Deus esperava, conservava-te a vida e acudia-te em todas as necessidades. Fingia não ver os teus pecados, a fim de que viesses à resipiscência: Dissimulas peccata hominum propter poenitentiam — Dissimulas os pecados dos homens, para que façam penitência.

'Mas como é isto, Senhor', exclama o profeta Habacuc: 'os vossos olhos são puros, não podeis sofrer a vista de um só pecado, e tantos vedes e Vos calais? Vedes o impudico, o vingativo, o blasfemador, que dia a dia amontoam os pecados, e não os punis? Porque usais de tamanha paciência?' Propterea expectat Dominus, ut misereatur vestri — Deus espera pelo pecador, para que se corrija, a fim de assim lhe poder perdoar e salvá-lo.

Diz Santo Tomás que todas as criaturas, o fogo, a terra, o ar ou a água, por natural instinto, quiseram castigar o pecador e vingar as injúrias feitas ao seu Criador. Deus, porém, pela sua misericórdia os impede. Mas, Senhor, Vós esperais pelos ímpios a ver se se convertem, e não vedes que esses ingratos se servem da vossa misericórdia para mais Vos ofenderem? 'Vós, ó Senhor', diz Isaías, 'favorecestes este povo, e usastes para com ele de misericórdia; porventura fostes glorificado?' Para que então tamanha paciência? Porque Deus não quer a morte do pecador, mas, sim, que se converta e se salve: Nolo mortem impii, sed ut convertatur et vivat . Ó paciência infinita de Deus!

II. Santo Agostinho chega a dizer que Deus, se não fosse Deus, pareceria injusto pela demasiada paciência para com os pecadores. Sim, porque esperar assim por quem abusa desta paciência até tornar-se insolente, parece que é faltar à honra que Deus a si próprio se deve. 'Nós pecamos', prossegue o santo, 'ficamos fixos no pecado'. Alguns há que se familiarizam com o pecado, vivem em paz com ele e dormem no pecado meses e anos. 'Nós nos alegramos pelo pecado'. Outros há que até chegam a gabar-se dos seus crimes. 'E Vós permaneceis quieto. Nós provocamos a vossa indignação, e Vós nos provocais a que peçamos misericórdia'. Numa palavra, parece que teimosamente lutamos com Deus, provocando os seus castigos, Deus oferecendo-nos o perdão. Mas há de ser sempre assim? A paciência irritada afinal torna-se furor.

Ah! Meu Senhor, reconheço que deveria agora estar no inferno: Infernus domus mea est — O inferno é a minha morada. Graças, porém, à vossa misericórdia, eis-me, não no inferno, mas neste lugar aos vossos pés, e ouço que me dais a suave ordem que quereis ser amado por mim: Diliges Dominum Deum tuum — Amarás ao Senhor teu Deus. Dizeis que me quereis perdoar, se detestar as ofensas que Vos fiz. Sim, meu Deus, pois que ainda quereis ser amado por mim, miserável rebelde de vossa majestade, de todo o coração Vos amo. Estou arrependido de Vos ter ultrajado, e isso mais me aflige que todos os males que pudera ter merecido. Iluminai-me, ó Bondade infinita, fazei-me conhecer o mal que Vos fiz.

Não, não quero outra vez resistir aos vossos chamamentos. Não quero mais desagradar a um Deus que tanto me amou e tantas vezes me perdoou com tamanho amor. Nunca Vos tivesse ofendido, ó meu Jesus! Perdoai-me e fazei que no futuro só Vos ame; que só viva para quem morreu por mim; que sofra por Vosso amor, já que pelo meu tanto sofrestes. Vós me haveis amado em toda a eternidade: fazei que durante toda a eternidade arda no Vosso amor. Pelos Vossos merecimentos espero tudo, meu Salvador. Em vós também, ó Maria, confio; com a vossa intercessão haveis de salvar-me. 

(Meditações para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I, de Santo Afonso Maria de Ligório)

domingo, 22 de maio de 2016

GLÓRIA À TRINDADE SANTA!

Páginas do Evangelho - Festa da Santíssima Trindade


O mistério da Santíssima Trindade é um mistério de conhecimento e de amor. Pois, desde toda a eternidade, o Pai, conhecendo-se a Si mesmo com conhecimento infinito de sua essência divina, por amor gera o Filho, Segunda Pessoa da Trindade Santa. E esse elo de amor infinito que une Pai e Filho num mistério insondável à natureza humana se manifesta pela ação do Espírito Santo, que é o amor de Deus por si mesmo. Trindade Una, Três Pessoas em um só Deus.

Mistério dado ao homem pelas revelações do próprio Jesus, posto que não seria capaz de percepção e compreensão apenas pela razão natural, uma vez inacessível à inteligência humana:  'Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele (o Espírito Santo) receberá e vos anunciará, é meu' (Jo 16, 15). Mistério revelado em sua extraordinária natureza em outras palavras de Cristo nos Evangelhos: 'Em verdade, em verdade vos digo: O Filho não pode de si mesmo fazer coisa alguma, mas somente o que vir fazer o Pai; porque tudo o que fizer o Pai, o faz igualmente o Filho. Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que ele faz (Jo 5, 19-20) ou ainda 'Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem alguém conhece o Pai senão o Filho (Mt 11, 27). 

Nosso Senhor Jesus Cristo é o Verbo de Deus feito homem, sob duas naturezas: a natureza divina e a natureza humana: 'Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele' (Jo 3, 16 - 17). Enquanto homem, Jesus teve as três potências da alma humana: inteligência, vontade e sensibilidade; enquanto Deus, Jesus foi consubstancial ao Pai, possuindo inteligência e vontade divinas.

'Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo'. Glórias sejam dadas à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Neste domingo da Santíssima Trindade, a Igreja exalta e ratifica aos cristãos o  maior dos mistérios de Deus, proclamado e revelado aos homens: O Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo; o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho (Conselho de Florença, 1442).

MAIO COM MARIA: AVE MATER


Ave Mater


Ave Mater qua natus est orbis Pater, o Maria.
Nato nata, semper grata, illibata, o Maria.
Ave mundi domina, Evae solvens crimina, o Maria.
Ave sidus regium, gignens Dei Filium, o Maria.
Ave caeli regia, plena Dei gratia, o Maria.
Ave porta caelica, tibi laus angelica, o Maria.
Ave Dei thalamus, myrrha, thus et balsamus, o Maria.
Ave sponsa sophiae, nos reformans gratiae, o Maria.
Ave fons justitiae, origo munditiae, cella pudicitiae, o Maria.
Ave virgo virginum, mediatrix hominum, munda culpas criminum, o Maria.
Ave puerpera, lapsos de vipera reduc ad aethera, o Maria.
Candens flos lilii, loca nos ad pii dexteram Filii, o Maria.

*********

Salve, Mãe da qual nasceu o Pai do Universo, ó Maria.
Pois que sois Imaculada, Àquele de Vós nascido sempre fostes grata, ó Maria.
Ave, ó Senhora do Mundo, que reparas as faltas de Eva, ó Maria.
Ave, Estrela Régia, que dá ao mundo o Filho de Deus, ó Maria.
Ave, Palácio Celeste, cheia de graça divina, ó Maria.
Ave, Porta do Céu, Vós que recebestes o angélico louvor, ó Maria.
Ave, Templo de Deus, mirra, bálsamo, incenso, ó Maria.
Ave, Esposa da Sabedoria, que nos conduz à graça, ó Maria.
Ave, Fonte de Justiça, nascedouro da pureza, arca da castidade, ó Maria.
Ave, Virgem das Virgens, medianeira dos homens, apagai as marcas de nossos crimes, ó Maria.
Ave, Virgem Mãe, reconduzi ao Céu aqueles que foram ludibriados pela serpente, ó Maria.
Luminosa flor de lírio, colocai-nos à destra de vosso misericordioso Filho, ó Maria.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

quinta-feira, 19 de maio de 2016

POEMAS PARA REZAR (XX)


O QUE QUEREIS DE MIM, SENHOR?

(Santa Teresa de Ávila)

Sou Vossa, Senhor, para Vós nasci:
O que quereis de mim?

Ó Majestade soberana,
Sabedoria eterna,
Bondade infinita de minha alma;
Ó Deus Altíssimo, Ser de bondade absoluta,
Tomai para Vós a minha extrema pequenez,
pela qual Vos louvo com todo o meu amor.
O que quereis de mim?

Sou Vossa, pois Vossa é toda a criação,
Sou Vossa, pois me resgatastes,
Sou Vossa, pois me sustentais,
Sou Vossa, pois me chamastes,
Sou Vossa, pois me tendes esperado,
Sou Vossa, pois não me deixastes perder:
O que quereis de mim?

Que quereis, pois, Senhor de Bondade,
Que se faça em mim, tão pobre serva?
Que missão devereis impor, então,
A esta pobre e infeliz pecadora?
Pois eis-me aqui, Senhor de todos as dores,
eis-me aqui, por inteiro, Amor de todos os amores,
O que quereis de mim?

Eis que Vos dou o meu coração,
Tomai-o em Vossas mãos, Senhor, 
e, com ele, o meu corpo, a minha vida, a minha alma,
o mais íntimo do meu ser, o meu inteiro amor.
Tomai-o para Vós, Senhor meu Deus e Redentor,
eu Vos ofereço tudo o que sou:
O que quereis de mim?

Dai-me que seja a morte, ou porventura a vida,
quem sabe a saúde ou talvez doença;
dai-me as honrarias ou as humilhações humanas,
a guerra dos sentidos ou a mais profunda paz;
a debilidade extrema ou a força absoluta;
nada importa, a tudo sabeis que Vos direi 'sim':
O que quereis de mim? [...]

Sou Vossa, Senhor, para Vós nasci:
O que quereis de mim?