quarta-feira, 12 de novembro de 2014

TIPOS DE CRUZES (II)

16. CRUZ ALÇADA OU EGÍPCIA


De interpretação variada, esta cruz seria um símbolo da imortalidade e da vida eterna. O laço superior seria o símbolo da divindade governando a humanidade e tudo que é terreno, simbolizado pelo T inferior. O laço, o braço horizontal e o braço vertical inferior são interpretados também como símbolos do sol, do céu e da terra, respectivamente, ou ainda, da razão, da vontade e da ação, respectivamente.

17. CRUZ DE SANTO ANTÔNIO


Variante da anterior, na forma de uma cruz latina e a mesma simbologia da vida eterna (laço superior), comumente adotada pelos cristãos primitivos.




18. CRUZ DA EVANGELIZAÇÃO




Representada por uma cruz latina encimando um círculo preenchido que simboliza o globo terrestre (o mundo).







19. CRUZ TRIUNFANTE




Constitui uma variante do símbolo da evangelização mundial, representando o reinado trinfante de Jesus Cristo sobre o mundo. 



20. CRUZ DOS APÓSTOLOS



Representada por uma cruz latina com 12 círculos menores (os doze apóstolos) ladeando um círculo maior (Jesus Cristo) situado na junção dos dois braços da cruz.




21. CRUZ DOS EVANGELISTAS



Representada por uma cruz latina encimando uma plataforma constituída por quatro bases, simbolizando os quatro evangelistas.


22. CRUZ DO CALVÁRIO


Representada por três cruzes latinas (três escalas diferentes da subida do Senhor ao Calvário) apoiadas sobre o símbolo do Gólgota.




23. CRUZ PATRIARCAL


É uma cruz eclesiástica, adotada por cardeais e arcebispos como símbolo de distinção hierárquica. Apresenta como feição particular um segundo braço superior, menor, que representa a inscrição que Pilatos ordenou colocar na cruz de Jesus. 


24. CRUZ DOS ARCANJOS




Representada por uma cruz latina encimando uma plataforma constituída por três bases, simbolizando os três arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.



25. CRUZ TRIPLA OU PAPAL




É uma cruz encimada por três braços horizontais de diferentes dimensões, simbolizando a divindade, a Igreja e a humanidade, constituindo o emblema do papado.



26. CRUZ ORTODOXA

O braço superior representa a inscrição que Pilatos ordenou colocar na cruz de Jesus. Os braços intermediário e inferior representam os travessões da crucificação das mãos e para apoio dos pés de Jesus, respectivamente. 



27. CRUZ ORTODOXA ESLAVA

O braço superior representa a inscrição que Pilatos ordenou colocar na cruz de Jesus. O braço inclinado inferior está provavelmente associado à cruz de Santo André (em forma de X), uma vez que foi, por meio deste apóstolo, que o cristianismo foi introduzido nos países eslavos.


28. CRUZ DAS CATACUMBAS

Constituída por duas cruzes latinas, simétricas em relação ao travessão horizontal maior. Representa a cruz de Cristo (superior) se impondo à cruz do mal (invertida e inferior). Nesta simbologia de opostos, representa o bem e o mal, o céu e a terra ou ainda o céu e o inferno.


29. CRUZ NATALINA

Cruz em forma de estrela que simboliza o nascimento de Jesus.





30. CRUZ ESTRELA DO ORIENTE


Variante da cruz natalina, possui também forma de estrela que simboliza o nascimento de Jesus.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

NOSSA SENHORA DE TODOS OS NOMES (2)

2. NOSSA SENHORA DA ESCADA


Este estranho título outorgado a Nossa Senhora nasceu da devoção dos marinheiros portugueses, particularmente durante a época das grandes navegações e descobrimentos realizados por Portugal durante os séculos XV e XVI. Para a proteção dos navegantes em face dos perigos do mar, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, provavelmente do século XII, foi encerrada em uma antiga ermida de Nossa Senhora da Corredoura, situada em Lisboa, junto ao Convento de São Domingos de Lisboa, às margens do Rio Tejo. Como a capela estava localizada a uma certa elevação em relação à margem do rio, o acesso a ela era feito por meio de uma pequena escada com 31 degraus.

Com o tempo, a capela passou a ficar conhecida como sendo de Nossa Senhora da Conceição da Escada, para distingui-la de muitas outras igrejas e capelas existentes de mesmo nome, por se tratar de devoção muito difundida em Portugal. Mais tarde, a expressão de fé daquela gente resumiu a devoção à Nossa Senhora da Escada. A capela tornou-se se rapidamente um grande centro de devoção mariana, com festas anuais e procissões náuticas de diferentes naturezas.

Em 1531, um terremoto destruiu a capela, preservando o altar e a imagem da Virgem. A capela foi reedificada e retomado o culto mariano local, que se perdeu muito, no entanto, no século seguinte, com o declínio dos grandes eventos das navegações portuguesas. Em 1755, um novo terremoto ocorreu em Lisboa, muito mais terrível que o anterior, destruindo completamente o pequeno templo sem, contudo, mais uma vez, destruir a imagem da Virgem. Nunca mais a capela foi reconstruída e a imagem preservada foi transferida primeiro para o Convento dos Cardais e depois, a partir de 1835, para o Convento de Jesus, sede da Paróquia de Nossa Senhora das Mercês, onde se encontra até hoje. 

O culto de Nossa Senhora da Escada foi trazido de Portugal para o Brasil e difundiu-se principalmente em São Paulo (há igrejas com esse culto à Nossa Senhora em Barueri e Guararema), Bahia e Pernambuco. Uma variante da devoção muito difundida refere-se ao culto à Nossa Senhora como 'escada' para se alcançar a santidade e o Céu. Em termos iconográficos, Nossa Senhora da Escada é representada segurando uma escada com a mão ou a tendo sob as mãos juntadas ou ainda pela imagem da Virgem encimando um altar em forma de escada com degraus, ladeados por anjos, conhecido como Scala Coeli (Escada do Céu) ou como Ara Coeli (Altar no Céu).

(igreja de Nossa Senhora das Mercês em Lisboa)

(imagem de Nossa Senhora da Escada, Escada/PE)

(imagem de Nossa Senhora da Escada, Guararema/SP)

domingo, 9 de novembro de 2014

TEMPLOS VIVOS DO ESPÍRITO SANTO

Páginas do Evangelho - Festa da Dedicação da Basílica de Latrão


Neste domingo, a Igreja celebra a  a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão, primeira basílica da cristandade (proclamada pelo papa São Silvestre em 324), a catedral do papa até o exílio dos papas em Avignon, no século XIV. Ao dedicar uma festa solene ao primeiro santuário da cristandade, a Igreja nos confirma a sua unidade eclesial e nos lembra que todos nós, que somos a Igreja, em Cristo e por meio de Cristo, também somos santuários de Deus e templos vivos do Espírito Santo.

As leituras do Evangelho deste domingo são profundamente simbólicas da harmonia da construção da graça divina entre estes templos físicos e espirituais. A primeira leitura, tirada da profecia de Ezequiel (Ez 47, 1-2.8-9.12), mostra a sua visão diante o Templo de Jerusalém, de onde vê emanar um rio de águas puras que, derramadas sobre o mundo, fecunda as suas margens e produz fartura em abundância. Eis aí a imagem da fundação da Igreja Católica e da ação do Espírito Santo sobre o mundo: um rio de graças e mais graças capazes de santificar a humanidade inteira e produzir frutos de salvação eterna porque, em suas margens, 'crescerá toda espécie de árvores frutíferas; suas folhas não murcharão e seus frutos jamais se acabarão' (Ez 47, 12).

Na primeira carta aos coríntios (I Cor 3,9c-11.16-17), São Paulo ratifica que nós somos as pedras vivas da construção do templo espiritual do Santuário de Deus, que tem por pedra angular e por alicerce o próprio Cristo. Ai daqueles que, usurpando da graça do livre arbítrio, negam a sua realidade espiritual e convertem as suas vidas em construir templos de barro e produzir frutos sazonais, ditados apenas pelos interesses humanos. Serão réus e depositários da santa ira de Deus, porque 'se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário' (1 Cor 3, 17).

Esta santa ira de Deus foi concretamente manifestada por Jesus em relação ao episódio dos vendilhões do templo (Jo 2, 13 - 22). Tomado de santo furor, diante a balbúrdia e o tumulto dos homens que profanavam o santuário de Deus, Jesus faz um chicote de cordas e os expulsa com peremptória indignação: 'Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!' (Jo 2, 16). Paralisados e tomados de pavor, aqueles homens que se atropelam para fugir diante de Jesus e da profanação revelada, ainda ousam pedir um sinal ao Senhor por tais ações. E Jesus lhes dá a resposta pela revelação do mistério da ressurreição do seu corpo, templo perfeitíssimo de Deus: 'Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19). Jesus não falava do templo físico, mas do templo espiritual que habita em nós, e que contém em plenitude o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor. O primeiro será destruído, porque não era santo. O segundo, por méritos e graças do Salvador, nos abriu as portas da redenção e da eternidade com Deus. 

sábado, 8 de novembro de 2014

BREVIÁRIO DIGITAL - CATECISMO ILUSTRADO DE 1910 (V)



(Catecismo Ilustrado de 1910, parte V)

DAS VISÕES DO PADRE PIO

Meu caríssimo Padre*:

'Na sexta-feira pela manhã, eu ainda estava na cama quando Jesus me apareceu. Estava todo maltratado e desfigurado. Ele me mostrou uma grande multidão de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais vários dignitários eclesiásticos; destes, uns estavam celebrando, outros falando, e outros se despindo das vestes sagradas.

A visão de Jesus angustiado causava-me muita pena, por isso quis Lhe perguntar por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta. Contudo, seu olhar se dirigiu para aqueles sacerdotes; mas pouco depois, quase horrorizado e como se fosse parar de fitar, retirou o olhar e, quando o voltou para mim, observei com grande horror duas lágrimas que Lhe sulcavam o rosto. Distanciou-se daquela turba de sacerdotes com uma grande expressão de desgosto na face, gritando: ‘Açougueiros!’

E voltando-se para mim, disse: ‘Meu filho, não acredites que minha agonia foi de três horas, não; Eu estarei, por causa das almas mais beneficiadas por Mim, em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo da minha agonia, meu filho, não se deve dormir. Minha alma vai em busca de qualquer gota de compaixão humana, mas ai daqueles que me deixam sozinho sob o peso da indiferença. 

A ingratidão e o sono de meus ministros tornam minha agonia mais pesada. Oh, como correspondem mal ao meu amor! O que mais me aflige é que, à indiferença, essas pessoas juntam o desprezo e a incredulidade. Quantas vezes Eu estive para fulminá-los, se não tivesse sido contido pelos anjos e pelas almas enamoradas de Mim. Escreve ao teu confessor e narra-lhe o que viste e ouviste de Mim esta manhã. Diga a ele que mostre a tua carta ao Provincial...' 

Jesus ainda continuou, mas o que Ele me disse não posso jamais revelar a criatura alguma neste mundo. Essa aparição me causou uma tal dor no corpo, mas ainda mais na alma que, durante todo o dia, fiquei prostrado e julguei que fosse morrer, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado. Jesus infelizmente tem razão para lamentar de nossa ingratidão! Quantos desgraçados de nossos irmãos correspondem ao amor de Jesus lançando-se de braços abertos na seita infame da maçonaria!

(Padre Pio da Pietrelcina, carta ao seu diretor espiritual, *Pe. Agostino, em 7 de abril de 1913)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

UM ENCONTRO PARA A ETERNIDADE


29 de agosto de 1914: em Taintrux (Vosges, Lorraine), um soldado católico francês agoniza em uma enfermaria improvisada no front de guerra, sob intenso bombardeio alemão. Angustiado, implora pela assistência espiritual de um sacerdote que passa por um momento por ele. Mas não se trata de um padre católico, e sim, do rabino-chefe de Lyon no final do século XIX e início do XX, Abraham Bloch, que servia, então, como capelão militar dos soldados franceses na guerra e que, a exemplo, dos padres católicos, usava também uma longa batina preta. 

Na sua extrema agonia, o soldado pede ao 'padre' um crucifixo, símbolo de sua fidelidade à fé cristã. O rabino, longe de se desconsertar diante do pedido de cuja fé não compartilha e que em princípio renega, apressa-se em buscar e oferecer ao soldado agonizante a imagem do Senhor Crucificado. No momento seguinte, uma grande explosão atinge em cheio a enfermaria improvisada, matando instantaneamente o soldado e o rabino. A pintura acima, famosa por retratar o singular encontro derradeiro, é de autoria de Lucien Lévy-Dhurmer.

(Cf. Maurice Barrès, em 'Les diverses familles spirituelles de la France')

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.