(O Desbravador - Novembro de 1983)
segunda-feira, 17 de maio de 2021
domingo, 16 de maio de 2021
EVANGELHO DO DOMINGO
'Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta' (Sl 46)
16/05/2021 - Festa da Ascensão do Senhor
25. 'IDE E ANUNCIAI O EVANGELHO!'
Antes de subir aos Céus, Jesus manifesta aos seus discípulos (de ontem e de sempre) as bases do verdadeiro apostolado cristão, a ser levado a todos os povos e nações: 'Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado'. (Mc 16, 15 - 16). Ratificando as mensagens proféticas do Antigo Testamento, Nosso Senhor imprime diretamente no coração humano os sinais da fé sobrenatural e da esperança definitiva na Boa Nova do Evangelho, que nasce, se transcende e se propaga com a Igreja de Cristo na terra.
Antes de subir aos Céus, Jesus nos fez testemunhas da esperança. Pela ação de Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, pela manifestação da 'Força do Alto', os apóstolos tornar-se-iam instrumentos da graça e da conversão de muitos povos e nações: 'recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra' (At 1,8). E os apóstolos assumiram de pronto a imensa tarefa a fazer, na missão a eles confiada por Jesus: 'Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam' (Mc 16, 20).
Na mesma certeza, somos continuadores dessa aliança de Deus com os homens, na missão de semear a Boa Nova do Evangelho nos terrenos áridos da humanidade pecadora para depois colher, a cem por um, os frutos da redenção nos campos eternos da glória. Como missionários da graça, 'Que ele abra o vosso coração à sua luz, para que saibais qual a esperança que o seu chamamento vos dá, qual a riqueza da glória que está na vossa herança com os santos' (Ef 1, 18). Neste propósito, nos anima e fortalece as divinas promessas da vitória antecipada da graça, na feliz espera de sermos partícipes de sua glória eterna.
Jesus se eleva diante dos seus discípulos e sobe para os Céus. Jesus vai primeiro porque é o Caminho que vai preparar, para cada um de nós, 'as muitas moradas da casa do Pai'. Na solenidade da Ascensão do Senhor, a Igreja comemora a glorificação final de Jesus Cristo na terra, como o Filho de Deus Vivo e, ao mesmo tempo, imprime na nossa alma o legado cristão que nos tornou, neste dia, testemunhas da esperança em Cristo e herdeiros da eternidade junto de Deus.
sábado, 15 de maio de 2021
10 QUESTÕES SOBRE UMA CERTA MISSA...
1. A Igreja Católica deve conceder exéquias eclesiásticas a pecadores públicos e manifestos, que assumiram uma vida notoriamente contrária aos princípios da autêntica fé cristã?
Não. Com uma exceção: a não ser em caso de um sinal ou manifestação explícita de arrependimento do pecador à sua condição de vida anterior.
2. Não existindo tal manifestação de arrependimento, essa concessão pode ser dada mediante atribuição específica de algum sacerdote ou de alguma diocese da Santa Igreja?
Não. Não, sem exceções.
3. Por que não?
Porque este impedimento está explícito no texto do Direito Canônico, por meio do Cân. 1184, que estabelece:
Cân. 1184 — § 1. Devem ser privados de exéquias eclesiásticas, a não ser que antes da morte tenham dado algum sinal de arrependimento: 1.° os apóstatas notórios, os hereges e os cismáticos; 2.° os que escolheram a cremação do corpo próprio, por razões contrárias à fé cristã; 3.° os outros pecadores manifestos, aos quais não se possam conceder exéquias eclesiásticas sem escândalo público dos fiéis.
4. Esses princípios se aplicariam também a uma possível concessão a tais pecadores da chamada missa de sétimo dia?
A não concessão de exéquias eclesiásticas privilegia particularmente a negação das missas exequiais, conforme claramente exposto no Cân. 1185:
Cân. 1185 — Àquele a quem foram recusadas exéquias eclesiásticas, deve também ser-lhe negada qualquer Missa exequial.
5. Assim, um pecador público não pode ser objeto de amparo espiritual pela Igreja Católica?
Podem e devem ser feitas orações e/ou outras intenções privadas em relação à vida de qualquer pessoa, em função do fato de que o julgamento final de cada alma é atributo exclusivamente da infinita justiça e misericórdia de Deus. E porque também são destinadas ao conforto espiritual dos parentes e amigos daquela pessoa. Mas, estas orações e intenções, não podem ser nunca expressas na intenção da alma de um pecador manifesto ou de um herege público na forma de uma missa exequial.
6. É, portanto, inválida a missa exequial nestas condições?
Absolutamente inválida porque as exéquias eclesiásticas, com as quais a Igreja implora o auxílio espiritual
para os defuntos e honra os seus corpos e, ao mesmo tempo, leva aos vivos a consolação da esperança, devem celebrar-se em conformidade com as leis litúrgicas vigentes.
7. A missa exequial realizada nestas condições é apenas inválida?
Não, é muito mais grave do que isso, porque estabelece simultaneamente uma ruptura com a liturgia da Igreja e um espetáculo de escândalo público, além da possibilidade de incorporar um sem número de outros sacrilégios, incluindo manifestações e pronunciamentos totalmente antagônicos à sacralidade da liturgia, bem como comunhões sacrílegas, por exemplo. E, além disso, há todo um potencial ciclo de consequências dos que tendem a explorar o fato de forma a atacar a Santa Igreja, o que potencializa tremendamente a gravidade dessa situação.
8. Mas o pecador impenitente não poderia se salvar no extremo momento da morte?
Possível é porque Deus é Deus. Mas a Igreja é extremamente prudente aos ditames da autêntica fé cristã: quem viveu por livre arbítrio de forma impenitente não pode contestar que a Santa Igreja tome por princípio que se morre como se vive e que, assim, quem vive impenitente morre também de forma impenitente. Os ritos da Santa Igreja não são ecumênicos e são expressamente destinados aos que creem e praticam in totum a doutrina ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
9. Mas a percepção geral atualmente...
Nos tempos atuais, há uma percepção absolutamente falsa e ecumênica de que a salvação é uma coisa fácil e Deus, sendo um abismo de misericórdia, há de salvar todos os homens. A salvação de uma alma é uma luta difícil e obra de uma vida inteira de renúncia ao pecado e de perseverança na graça. Deus é um abismo de misericórdia e um abismo de justiça. A Igreja Católica, ciente disso, tem reiteradamente defendido, seja pela tradição, seja pelos ensinamentos dos Padres da Igreja, que o número dos que se salvam é pequeno, como explicitado cristalinamente pelo próprio Jesus: 'Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita' (Lc 13, 22).
10. O que se pode constatar destes fatos recentes então?
Que o verdadeiro abismo é o pecado. Os que dele se usufruem, nele se refestelam e nele querem aplicar livre e generalizadamente todos os seus arbítrios. E ai daqueles que devendo ser os pastores do rebanho do Senhor e luz do mundo, aliam-se aos lobos por respeito humano, falta de prudência ou simplesmente pelas comezinhas retribuições mundanas. Tornam-se, como outros tantos, iguais pedras de escândalo.
sexta-feira, 14 de maio de 2021
PARA VIVER A DIVINA MISERICÓRDIA UM DIA POR SEMANA¹
Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós,
eu confio em Vós!
'Fala ao mundo da Minha Misericórdia, que toda a humanidade conheça a Minha insondável misericórdia. Este é o sinal para os últimos tempos; depois dele virá o dia da justiça. Enquanto é tempo, recorram à fonte da Minha Misericórdia'
Intenção do Dia - Primeira Semana
consagração à confiança e à misericórdia infinita de Deus
como pecador que sou / seria réu da justiça divina / mas pela graça do Senhor / quero ser obra da sua infinita misericórdia
quinta-feira, 13 de maio de 2021
104 ANOS DE FÁTIMA
Fátima é o acontecimento sobrenatural mais extraordinário de Nossa Senhora e a mais profética das aparições modernas (que incluíram a visão do inferno, 'terceiro segredo', consagração aos Primeiros Cinco Sábados, orações ensinadas por Nossa Senhora às crianças, consagração da Rússia, milagre do sol e as aparições do Anjo de Portugal), constituindo a proclamação definitiva das mensagens prévias dadas pela Mãe de Deus em Lourdes e La Salette. Por Fátima, o mundo poderá chegar à plena restauração da fé e da vida em Deus, conformando o paraíso na terra. Por Fátima, a humanidade será redimida e salva, pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria. Se os homens esquecerem as glórias de Maria em Fátima e os tesouros da graça, serão também esquecidos por Deus.
Ver Postagem Especial na Biblioteca Digital do Blog
(a história completa de Fátima resumida em 100 questões):
FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS
(a história completa de Fátima resumida em 100 questões):
FÁTIMA EM 100 FATOS E FOTOS
quarta-feira, 12 de maio de 2021
O DOGMA DO PURGATÓRIO (VII)
Capítulo VII
Localização do Purgatório - Santa Liduína de Schiedam
Vamos narrar uma terceira visão relativa ao interior do Purgatório, a de Santa Liduína de Schiedam, falecida em 11 de abril de 1433, e cuja história, escrita por um sacerdote contemporâneo, tem a mais perfeita autenticidade. Esta admirável virgem, verdadeiro prodígio da paciência cristã, foi presa de todas as dores das mais cruéis doenças durante o período de trinta e oito anos. Seus sofrimentos tornaram o sono impossível para ela e, assim, passou longas noites em oração, e então, frequentemente envolta em êxtases, foi conduzida por seu anjo da guarda às misteriosas regiões do Purgatório. Lá ela viu moradias, prisões, masmorras diversas, uma mais sombria que a outra; ela conheceu, também, almas que ela conhecia, e ainda vislumbrou os seus diversos castigos.
Pode-se perguntar: 'qual foi a natureza dessas viagens de êxtase?' o que é difícil de explicar, mas podemos concluir de certas outras circunstâncias que havia mais realidade nelas do que podemos ser levados a acreditar. A santa prostrada e doente fazia viagens e peregrinações semelhantes na terra, aos lugares sagrados da Palestina, às igrejas de Roma e aos mosteiros das redondezas. Ela tinha um conhecimento exato dos lugares onde teria percorrido. Certa ocasião, um religioso do mosteiro de Santa Elisabeth, conversando com a santa, recebeu dela informações das celas, do oratório, do refeitório e da sua comunidade, com uma descrição tão exata e detalhada como se ela tivesse vivido a sua vida inteira ali. Tendo o religioso expressado a sua surpresa diante estes fatos, ela respondeu: 'Saiba, padre que eu que já visitei o seu mosteiro'.
Um infeliz pecador, enredado pelas corrupções do mundo, foi finalmente convertido. Graças às orações e exortações constantes de Liduína, fizera uma sincera confissão de todos os seus pecados e recebera a absolvição, mas teve pouco tempo para praticar a penitência, pois pouco depois morreu de peste. A santa ofereceu muitas orações e sofrimentos por sua alma; algum tempo depois, tendo sido levada por seu anjo da guarda ao Purgatório, ela desejou saber se ele ainda estava lá e em que condições. 'Ele está lá', disse o anjo, 'e sofre muito. Você estaria disposta a suportar um pouco de dor para diminuir a dele?' 'Certamente', respondeu ela, 'estou pronta para sofrer qualquer coisa para ajudá-lo'.
Instantaneamente, o seu anjo da guarda a conduziu a um lugar de terrível tortura. 'É esse, então o inferno, meu irmão?' perguntou a santa, tomada de grande horror. 'Não, irmã', respondeu o anjo, 'mas esta parte do Purgatório faz fronteira com o Inferno'. Olhando em volta por todos os lados, ela viu o que parecia ser uma imensa prisão, cercada por paredes de uma altura prodigiosa, cuja escuridão, associada às pedras monstruosas, lhe inspirou enorme horror.
Aproximando-se deste recinto sombrio, ela ouviu um barulho ensurdecedor de vozes de desespero, gritos de fúria, de correntes e de instrumentos de tortura, e golpes violentos que os algozes desferiram sobre suas vítimas. Esse barulho era tal que todo o tumulto do mundo, de tempestades ou batalhas, não podia ser comparado a ele. 'O que seria então aquele lugar horrível?' perguntou Santa Liduína ao seu anjo protetor. 'Você deseja que eu lhe mostre para você?' 'Não, eu te imploro', disse ela, recuando de terror, 'o barulho que ouço é tão terrível que não posso mais suportá-lo; como, então, eu poderia suportar a visão daqueles horrores?'
Continuando a sua misteriosa jornada, ela viu um anjo, envolto em tristeza, sentado na beira de um poço. 'Quem é aquele anjo?' perguntou ao seu guia. Ele respondeu: 'É o anjo da guarda do pecador em cujo destino você está interessado; a sua alma encontra-se neste poço, onde há um Purgatório especial'. Diante essas palavras, Liduína lançou um olhar inquiridor para o seu anjo; ela desejava ver aquela alma que lhe era tão querida e se dedicar a libertá-la daquele terrível calabouço. O anjo, compreendendo o seu empenho pessoal, removeu a tampa do poço pelo seu poder e imediatamente um redemoinho de fogo escapou para fora, acompanhado de terríveis gritos de desespero.
'Você reconhece essa voz?' disse o anjo para ela. 'Ai de mim, sim!', respondeu a serva de Deus. 'Você deseja ver essa alma?' retrucou o anjo. Quando ela respondeu afirmativamente, o anjo chamou a alma pelo seu nome e, imediatamente, a santa viu elevar-se sobre a abertura do poço um espírito todo envolto em chamas, à forma de um metal incandescente, que disse a ela em voz quase inaudível: 'Ó Liduína, serva de Deus, o que me darás em meu favor para que eu possa contemplar a face do Altíssimo?' A visão desta alma, encarcerada num abismo de fogo, deu à nossa santa um tal choque que o cinto que ela usava ao redor do corpo partiu-se em dois e, não sendo mais capaz de suportar a visão, ela despertou repentinamente do seu êxtase.
As pessoas presentes, percebendo o seu estado, perguntaram-lhe a causa. 'Ai de mim!' ela respondeu, 'quão terríveis são as prisões do Purgatório! Foi para ajudar as almas que consenti em descer até lá. Sem esse motivo, ainda que o mundo inteiro fosse dado a mim, eu não sofreria o terror que aquele horrível espetáculo me inspirou'. Alguns dias depois, o mesmo anjo que ela vira tão abatido apareceu-lhe com um semblante alegre; ele disse a ela que a alma de seu protegido havia deixado o poço e passado para o purgatório comum. Esse alívio parcial não bastou à caridade de Liduína; ela continuou a rezar em intenção daquela pobre alma e a aplicar a ela os méritos dos seus sofrimentos, até o dia em que viu as portas do céu finalmente abertas para ela.
Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)
terça-feira, 11 de maio de 2021
TESOURO DE EXEMPLOS (70/72)
70. SÃO JOSÉ CHAMA O PADRE PARA UM DOENTE
Certo dia, apresentou-se na casa paroquial um ancião desconhecido, pedindo ao padre que fosse socorrer uma agonizante. Ele mesmo o acompanharia até à casa. Como a rua era de má fama e a noite se aproximava, o padre desconfiou de alguma cilada, mas o ancião insistiu:
- É preciso que o senhor vá logo, porque se trata de administrar os sacramentos a uma velha senhora que está nas últimas.
Partiu o padre levando o Santíssimo e os Santos Óleos. A noite era glacial, mas o velho parecia não senti-lo; ia adiante até chegar a uma casa de péssima reputação; teve o padre um momento de vacilação e temor, mas o ancião animou-o dizendo:
➖ Eu o esperarei aqui.
Bateu o padre à porta repetidas vezes e, como não abrissem, o ancião deu umas pancadas esquisitas e a porta abriu-se imediatamente.
➖ O senhor entre, suba a escada, abra a porta do fundo do corredor e encontrará a agonizante.
Disse essas palavras com tal força e autoridade que o padre não vacilou mais. Encontrou estendida numa cama miserável uma mulher abandonada que repetia aos gritos:
➖ Um padre! um padre! Deixar-me-eis morrer sem um padre?
➖ Filha, aqui estou, sou o padre que a senhora chama. Um ancião foi buscar-me...
Ela não queria acreditar.
➖ Não, nesta casa não há ninguém que queira ir em busca de padre e não conheço tal ancião.
Afinal, convencida, acusou os pecados de sua longa vida de pecadora e, com tanta dor e arrependimento o fez, que o padre se admirou de encontrar tais sentimentos numa pessoa há tantos anos afastada de Deus.
Arrumou o padre a mesinha e acendeu as velas para o viático e a extrema unção. Nesse ínterim, várias pessoas entraram e saíram, parecendo não notar a presença do padre. Depois de administrar-lhe todos os sacramentos, perguntou-lhe o padre se havia conservado alguma prática religiosa que lhe mereceu tal benefício em tão grande necessidade.
➖Nenhuma, disse; a não ser uma oraçãozinha que rezava todos os dias a São José para que me concedesse uma boa morte.
Consolado, o padre assistiu ao último suspiro da convertida. Nem à porta nem no caminho encontrou o ancião, e ficou convencido de que este não era outro senão o misericordioso patrono da boa morte, o glorioso São José.
71. SÃO JOSÉ E AS CRIANÇAS
A. Nas horas em que não havia ninguém na igreja, notou o irmão sacristão que um menino de cinco anos vinha passar longo tempo diante do altar de São José. Ora encostado à grade, ora de joelhos e ora assentado, ali permanecia horas olhando para o santo. O bom irmão sentiu-se impelido a fazer esta breve invocação:
➖ Ó bom São José, ouvi a oração desse pequenino, não lhe recuseis a graça que vos pede com tanta piedade e inocência!
O pobrezinho rezava pela conversão do pai...
➖ Amiguinho, disse-lhe o sacristão, se você quer dirigir a São José uma bela oração, diga: 'São José, rogai por nós'.
Tomou o conselho ao pé da letra o menino e, trocando de oração, começou a ir e vir diante do santo e, ajoelhando-se, dizia: 'São José, rogai por nós; São José, rogai por nós!'. Nisso se ocupava quando chegou sua mãe para buscá-lo. Teve que sair. Duas horas depois, o papai, que havia doze anos não se confessava, entrou na igreja para reconciliar-se com Deus.
B. Um menino da diocese de Montpellier contava assim um favor que alcançara de São José: 'Quando brincava na esquina de uma rua, fui atropelado por um carro que me esmagou contra uma parede; meu corpo tornou-se uma massa informe. O médico não dava nenhuma esperança. Meus pais apressaram-se a chamar um padre para me dar a extrema-unção.
Uma religiosa amiga, muito devota de São José, enviou-me um cordão bento do santo. Pedia-me que me encomendasse a ele com fé e confiança. Assim o fiz. Dormi logo depois e tive um sonho muito esquisito. Parecia-me estar vendo São José, que garantia a minha cura. Anunciou-me, além disso, que eu seria padre. Despertei alegre e contente a visão à minha mãe. O sonho realizou-se. Até esta data estou bom e são... e não penso senão em ser um sacerdote...'
72. PADROEIRO DA BOA MORTE
São José teve a felicidade de morrer nos braços de Jesus e de Maria, e não pode deixar de vir com eles, visível ou invisivelmente, para receber os seus devotos. Numa paróquia de Lyon (França), vivia um piedoso ancião, muito devoto de São José, que não cessou durante cinquenta anos de pedir-lhe a graça de uma boa morte. Para isso rezava, pela manhã e à noite, fervorosas orações, jejuava e fazia alguma esmola todas as quartas-feiras. Para ele, o dia da festa de São José (19 de março) era o mais belo do ano.
A 15 de março de 1859, com a idade de 86 anos, caiu doente. Pediu imediatamente os santos sacramentos e recebeu-os com uma fé que comoveu a todos os assistentes. A 19 de março, mandou celebrar uma santa missa e pediu que lhe rezassem as orações dos agonizantes. O sacerdote estava a terminar a consagração, quando o doente, erguendo os olhos ao céu, cruzando os braços, pronunciou distintamente os santíssimos nomes de Jesus, Maria e José, e exalou suavemente o último suspiro. Sua alma voou para o céu precisamente no momento em que o sacerdote, no memento, ia pedir a Deus que recebesse as almas dos fiéis no lugar do refrigério, da luz e da paz eterna.
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)
ver PÁGINA: TESOURO DE EXEMPLOS
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