quinta-feira, 16 de abril de 2020

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (III)


APOSTASIA

É o afastamento total da fé cristã. Constitui pecado gravíssimo, filho da soberba. As principais causas da apostasia dos jovens são: adesão às seitas maçônicas, más leituras, más companhias eo as paixões. Apóstata é aquele cristão que renegou a fé e caiu no pecado da apostasia. O apóstata notoriamente reconhecido, morrendo na apostasia, não pode ter sepultura eclesiástica e nem missa exequial, mesmo de aniversário, nem quaisquer outros ofícios fúnebres públicos. 

APOSTOLADO

É o trabalho para a salvação das almas. É a grande necessidade de todos os tempos. Sem apostolado não se salvam as almas, porque não conhecem Jesus Salvador, não O amam, não praticam a Sua Lei, não participam dos Seus méritos. Foi essa a missão que Jesus confiou aos Seus Apóstolos, e que estes transmitiram aos seus sucessores — os bispos — e de que estes encarregaram os seus auxiliares — os padres. O apostolado dos bispos e dos padres, atualmente, é insuficiente para chegar a todas as almas; os leigos são, por isso, chamados à obra do apostolado. Não devem recusar a sua cooperação; pelo contrário, devem acudir, pressurosos, a receber a honra que lhes é oferecida, e desempenhar-se com a máxima dedicação e diligência da sua missão. São meios fáceis de fazer apostolado: a oração pelos pecadores e pelo bom êxito do apostolado; a expiação, aceitando os sofrimentos, o trabalho e as renúncias que a sua ação exigir; a palavra instrutiva, educativa, sempre que haja oportunidade; o bom exemplo, com uma conduta sempre edificante; a bondade, mostrando interesse pelas almas e desculpando as faltas de consideração, de gratidão, de delicadeza daqueles a quem se quer fazer bem.

ASCENSÃO DE JESUS CRISTO

É comemorada festivamente quarenta dias após a festa da Ressurreição. Jesus subiu ao Céu por sua própria virtude com as suas duas naturezas, divina e humana. Após a Ressurreição, apareceu doze vezes aos seus Apóstolos para os confirmar na fé. Não se sabe onde permaneceu antes de subir ao Céu. Quinta-feira da Ascensão é dia santo de guarda. Assiste-se à missa e não se trabalha. A Ascensão de Jesus ao Céu é um dogma da nossa fé, expresso no Santo Evangelho (Mc 16, 19). Como Jesus subiu ao Céu com a sua natureza humana, também nós podemos subir ao Céu após a nossa ressurreição. E esta uma verdade que nos conforta durante a passagem por este mundo.

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

É doutrina da Igreja que a Virgem foi elevada ao Céu em alma e corpo após a sua morte. Em memória deste fato celebra-se a festa da Assunção no dia 15 de agosto. Os portugueses têm um motivo especial para solenizar a festa da Assunção de Nossa Senhora: foi na véspera desse dia, em 14 de agosto de 1385, que Dom Nuno Álvares Pereira firmou a independência de Portugal, derrotando os castelhanos na batalha de Aljubarrota. É dia santo de guarda. 

ATEU

É todo aquele que não crê na existência de Deus. O ateu é néscio e insensato porque, conhecendo o mundo e a sua grandeza, ignora o seu Autor e, observando as leis admiráveis do Universo, nega o seu Ordenador.

AVAREZA

É um dos sete pecados capitais. É o amor desordenado aos bens do mundo, principalmente ao dinheiro. A avareza manifesta-se se nos alegramos desordenadamente pela posse da riqueza ou nos afligimos desordenadamente pela sua perda; se usamos meios injustos e criminosos em a procurar; se a procuramos com demasiada cobiça; se não socorremos os pobres conforme podemos. São efeitos da avareza: a dureza do coração, a inquietação do espírito, a fraude, a traição, a indiferença pelos bens do Céu. São remédios contra a avareza: a oração, a esmola, a meditação da morte, a recordação das palavras de Jesus Cristo, que disse: 'Guardai-vos de toda a avareza, porque a vida de cada um não está na abundância das coisas que possui' (Lc 12, 15). O Apóstolo São Paulo adverte-nos, dizendo: 'Sejam os vossos costumes isentos de avareza, contentando-vos com o que tendes, porque Deus mesmo disse: não te deixarei nem te desampararei; de maneira que possamos dizer com confiança: o Senhor é quem me ajuda, não temerei o que me possa fazer o homem' (Hb 13, 5-6). É insensatez pôr o homem as suas esperanças na riqueza para a conservação e gozo da vida. A vida dos ricos não é mais nem menos crucificada que a dos pobres, se for da vontade de Deus enviar-lhes o sofrimento ou encurtar-lhes a existência.

ÁZIMO

É o pão fabricado sem fermento, do qual se fazem as hóstias que hão-de ser consagradas na Missa, conforme o uso na Igreja Latina, a qual tem por certo que Jesus Cristo, na Última Ceia, consagrou o pão ázimo. Todavia, a Igreja ensina que não é inválida a consagração eucarística com o pão fermentado, como aplicado pela Igreja Grega.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)

quarta-feira, 15 de abril de 2020

BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (XI)

PARTE XI (Ne 2 - Est 15)

 [Neemias observa as ruínas das muralhas de Jerusalém (Ne 2,13)]

  [Esdras faz a leitura do Livro da Lei (Ne 8,3)]

  [Tobias arranca um grande peixe do rio a mando do Anjo (Tb 6,4)]

  [O Anjo Rafael retorna ao Céu depois de prestar auxílio à família de Tobit [Tb 12, 20-21)]

 [Judite se prepara para matar Holofernes (Juf 13, 8-9)]

  [Judite mostra ao povo de Israel a cabeça de Holofernes (Jud 13,19)]

  [A rainha Vasti recusa a ordem de se apresentar diante do rei Assuero (Est 1, 12)]

 [Amã conduz Mardoqueu a cavalo pela praça da cidade (Est 6, 11)]

 [Ester acusa Amã diante do rei Assuero (Est 7,6)]

[Ester se desfalece diante do rei Assuero (Est 15, 10)]

terça-feira, 14 de abril de 2020

A VIDA OCULTA EM DEUS: RENÚNCIA À PRÓPRIA VONTADE



Provamos a Deus que o amamos quando fazemos a sua vontade de manhã à noite, quando a fazemos bem, quando a fazemos com todo o coração, não apenas em termos gerais, mas também nos menores detalhes.

A verdadeira amizade consiste na união de duas naturezas e de duas pessoas em uma única vontade. Caminhe com o seu olhar fixo no alto. Obedeça de forma simples e inteligente. De outra forma, quando não houver pecado, é melhor fazer a vontade dos outros do que a sua. O que custa mais não é a mortificação, é a obediência, essa submissão da nossa vontade à vontade de outro. Com que luz diferente veríamos a obediência, se víssemos na vontade do outro a própria vontade de Deus!

Às vezes, diante de um pequeno sacrifício que temos que fazer, não queremos ver a vontade de Deus, porque, se a víssemos, seríamos forçados a segui-la. Então, desviamos os olhos para evitar considerar o elo que une inerentemente esse pequeno sacrifício à perfeição.

Temos que nos recriminar todas as noites por nossa resistência à vontade de Deus por falta de generosidade, por falta de amor e, ainda assim, um sacrifício frustrado é eternamente frustrado... e talvez isso tenha sido o começo de uma cadeia de graças que foi abortada porque não soubemos construir o primeiro elo. A fidelidade nas pequenas coisas para com um Deus tão grande seria para nós o começo dos maiores favores. Santa Teresa do Menino Jesus dizia que não se lembrava de ter negado nada a Deus desde os três anos de idade.

Suspeite muito dos raciocínios aos quais se sente muito apegado. Eles não são o fruto normal da sua inteligência, mas da sua vontade. Você nem sempre vê as coisas como elas realmente são, pois existem imponderáveis minúsculos que nos escapam à observação. E compensamos comumente essa deficiência com um ato de vontade: sic volo, sic jubeo, sic pro ratione; voluntas [quero assim, assim postulo: que a vontade seja minha razão (Juvenal, em Sátiras 6, 223)]. Isto é algo que deve ser corrigido.

Não deixe o Bom Deus fazer o que você pode fazer, lembre-se que é sempre dEle a parte maior do fruto de suas ações. 

Não deves agir fora das prescrições do Bom Deus. Toda vez que se permanece nos estritos domínios dos planos traçados pela Providência, sempre se faz um pouco de bem. Toda vez que se busca mudar estes preceitos, ainda que em algum pormenor ou pelos melhores pretextos, tudo se perturba e o bem não se faz.

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte I -  O Esforço da Alma; tradução do autor do blog)

segunda-feira, 13 de abril de 2020

CRISTO É O DIA

A ressurreição de Cristo abre a mansão dos mortos, os neófitos da Igreja renovam a terra e o Espírito Santo abre as portas do céu. A mansão dos mortos aberta devolve seus habitantes, a terra renovada germina os ressuscitados, o céu reaberto recebe os que para ele sobem. O ladrão sobe ao paraíso, os corpos dos santos entram na cidade santa, os mortos retornam à região dos vivos. E de certo modo, pela ressurreição de Cristo, todos os elementos são elevados a uma dignidade mais alta.

A habitação dos mortos restitui ao paraíso os que nela estavam detidos, a terra envia ao céu os que foram nela sepultados, o céu apresenta ao Senhor os que recebe em suas moradas. E por um único e mesmo ato, a paixão do Salvador retira o ser humano das profundezas, eleva-o da terra e o coloca no alto dos céus. A ressurreição de Cristo é vida para os mortos, perdão para os pecadores, glória para os santos. Por isso, o santo profeta convida todas as criaturas para a festa da ressurreição de Cristo, exultando e se alegrando neste dia que o Senhor fez.

A luz de Cristo é um dia sem noite, um dia sem fim. O Apóstolo nos ensina que este dia é o próprio Cristo, quando afirma: 'a noite já vai adiantada, o dia vem chegando' (Rm 13,12). Ele diz que a noite já vai adiantada e não que ela ainda virá, a fim de compreendermos que a chegada da luz de Cristo afasta as trevas do demônio e dissipa a escuridão do pecado; com seu esplendor eterno, ela vence as sombras tenebrosas do passado e impede toda a infiltração dos estímulos pecaminosos.

Este dia é o próprio Cristo. Sobre ele, o Pai, que é o dia sem princípio, faz resplandecer o sol da sua divindade. Ele mesmo é o dia que assim fala pela boca de Salomão: 'fiz brilhar no céu uma luz que não se apaga' (Eclo 24,6). Assim como a noite não pode absolutamente suceder ao dia celeste, também as trevas dos pecados não podem suceder à justiça de Cristo. O dia celeste brilha eternamente e nenhuma obscuridade pode ofuscar o fulgor da sua luz. Do mesmo modo, a luz de Cristo resplandece e irradia a sua claridade e sombra alguma de pecado poderá ofuscá-la, como diz o evangelista João: 'E a luz brilha nas trevas e as trevas não conseguiram dominá-la' (Jo 1,5).

Portanto, irmãos, todos nós devemos alegrar-nos neste santo dia. Ninguém se exclua desta alegria universal, apesar da consciência de seus pecados; ninguém se afaste das orações comuns, embora sinta o peso de suas culpas. Por mais pecador que seja, ninguém deve neste dia desesperar do perdão. Temos a nosso favor um valioso testemunho: se o ladrão arrependido alcançou o paraíso, por que não alcançaria o cristão a graça de ser perdoado?

(Dos Sermões de São Máximo de Turim)

domingo, 12 de abril de 2020

BÊNÇÃO URBI ET ORBI - PÁSCOA 2020

Basílica de São Pedro com as portas fechadas
Domingo, 12 de abril de 2020

Mensagem do Santo Padre:

Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa! Hoje ecoa em todo o mundo o anúncio da Igreja: 'Jesus Cristo ressuscitou; ressuscitou verdadeiramente'! Como uma nova chama, se acendeu esta Boa Nova na noite: a noite dum mundo já a braços com desafios epocais e agora oprimido pela pandemia, que coloca a dura prova a nossa grande família humana. Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: 'Cristo, minha esperança, ressuscitou!' (Sequência da Páscoa).

É um 'contágio' diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança: «Cristo, minha esperança, ressuscitou!» Não se trata duma fórmula mágica, que faça desvanecerem-se os problemas. Não! A ressurreição de Cristo não é isso. Mas é a vitória do amor sobre a raiz do mal, uma vitória que não 'salta' por cima do sofrimento e da morte, mas atravessa-os abrindo uma estrada no abismo, transformando o mal em bem: marca exclusiva do poder de Deus.

O Ressuscitado é o Crucificado; e não outra pessoa. Indeléveis no seu corpo glorioso, traz as chagas: feridas que se tornaram frestas de esperança. Para Ele, voltamos o nosso olhar para que sare as feridas da humanidade atribulada. Hoje penso sobretudo em quantos foram atingidos diretamente pelo coronavírus: os doentes, os que morreram e os familiares que choram a partida dos seus queridos e por vezes sem conseguir sequer dizer-lhes o último adeus.

O Senhor da vida acolha junto de Si no seu Reino os falecidos e dê conforto e esperança a quem ainda está na prova, especialmente aos idosos e às pessoas sem ninguém. Não deixe faltar a sua consolação e os auxílios necessários a quem se encontra em condições de particular vulnerabilidade, como aqueles que trabalham nas casas de cura ou vivem nos quartéis e nas prisões. Para muitos, é uma Páscoa de solidão, vivida entre lutos e tantos incômodos que a pandemia está a causar, desde os sofrimentos físicos até aos problemas econômicos.

Esta epidemia não nos privou apenas dos afetos, mas também da possibilidade de recorrer pessoalmente à consolação que brota dos Sacramentos, especialmente da Eucaristia e da Reconciliação. Em muitos países, não foi possível aceder a eles, mas o Senhor não nos deixou sozinhos! Permanecendo unidos na oração, temos a certeza de que Ele colocou sobre nós a sua mão (cf. Sal 139/138, 5), repetindo a cada um com veemência: Não tenhas medo! 'Ressuscitei e estou contigo para sempre' (cf. Missal Romano).

Jesus, nossa Páscoa, dê força e esperança aos médicos e enfermeiros, que por todo o lado oferecem um testemunho de solicitude e amor ao próximo até ao extremo das forças e, por vezes, até ao sacrifício da própria saúde. Para eles, bem como para quantos trabalham assiduamente para garantir os serviços essenciais necessários à convivência civil, para as forças da ordem e os militares que em muitos países contribuíram para aliviar as dificuldades e tribulações da população, vai a nossa saudação afetuosa juntamente com a nossa gratidão.

Nestas semanas, alterou-se improvisadamente a vida de milhões de pessoas. Para muitos, ficar em casa foi uma ocasião para refletir, parar os ritmos frenéticos da vida, permanecer com os próprios familiares e desfrutar da sua companhia. Mas, para muitos outros, é também um momento de preocupação pelo futuro que se apresenta incerto, pelo emprego que se corre o risco de perder e pelas outras consequências que acarreta a atual crise. Encorajo todas as pessoas que detêm responsabilidades políticas a trabalhar ativamente em prol do bem comum dos cidadãos, fornecendo os meios e instrumentos necessários para permitir a todos que levem uma vida digna e favorecer – logo que as circunstâncias o permitam – a retoma das atividades diárias habituais.

Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está a sofrer e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia. Jesus ressuscitado dê esperança a todos os pobres, a quantos vivem nas periferias, aos refugiados e aos sem abrigo. Não sejam deixados sozinhos estes irmãos e irmãs mais frágeis, que povoam as cidades e as periferias de todas as partes do mundo. Não lhes deixemos faltar os bens de primeira necessidade, mais difíceis de encontrar agora que muitas atividades estão encerradas, bem como os medicamentos e sobretudo a possibilidade duma assistência sanitária adequada. Em consideração das presentes circunstâncias, sejam abrandadas também as sanções internacionais que impedem os países visados de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos e seja permitido a todos os Estados acudir às maiores necessidades do momento atual, reduzindo – se não mesmo perdoando – a dívida que pesa sobre os orçamentos dos mais pobres.

Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas. Dentre as muitas áreas do mundo afetadas pelo coronavírus, penso de modo especial na Europa. Depois da II Guerra Mundial, este Continente pôde ressurgir graças a um espírito concreto de solidariedade, que lhe permitiu superar as rivalidades do passado. É muito urgente, sobretudo nas circunstâncias presentes, que tais rivalidades não retomem vigor; antes, pelo contrário, todos se reconheçam como parte duma única família e se apoiem mutuamente. Hoje, à sua frente, a União Europeia tem um desafio epocal, de que dependerá não apenas o futuro dela, mas também o do mundo inteiro. Não se perca esta ocasião para dar nova prova de solidariedade, inclusive recorrendo a soluções inovadoras. Como alternativa, resta apenas o egoísmo dos interesses particulares e a tentação dum regresso ao passado, com o risco de colocar a dura prova a convivência pacífica e o progresso das próximas gerações.

Este não é tempo para divisões. Cristo, nossa paz, ilumine a quantos têm responsabilidades nos conflitos, para que tenham a coragem de aderir ao apelo a um cessar-fogo global e imediato em todos os cantos do mundo. Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas. Ao contrário, seja o tempo em que finalmente se ponha termo à longa guerra que ensanguentou a amada Síria, ao conflito no Iêmen e às tensões no Iraque, bem como no Líbano. Seja este o tempo em que retomem o diálogo israelitas e palestinenses para encontrar uma solução estável e duradoura que permita a ambos os povos viverem em paz. Cessem os sofrimentos da população que vive nas regiões orientais da Ucrânia. Ponha-se termo aos ataques terroristas perpetrados contra tantas pessoas inocentes em vários países da África.

Este não é tempo para o esquecimento. A crise que estamos a enfrentar não nos faça esquecer muitas outras emergências que acarretam sofrimentos a tantas pessoas. Que o Senhor da vida Se mostre próximo das populações da Ásia e da África que estão a atravessar graves crises humanitárias, como na Região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Acalente o coração das inúmeras pessoas refugiadas e deslocadas por causa de guerras, seca e carestia. Proteja os inúmeros migrantes e refugiados, muitos deles crianças, que vivem em condições insuportáveis, especialmente na Líbia e na fronteira entre a Grécia e a Turquia. E não quero esquecer a ilha de Lesbos. Faça com que na Venezuela se chegue a soluções concretas e imediatas, destinadas a permitir a ajuda internacional à população que sofre por causa da grave conjuntura política, sócio-econômica e sanitária.

Queridos irmãos e irmãs, verdadeiramente palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo. Mais, queremos bani-las de todos os tempos! Aquelas parecem prevalecer quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.

Com estas reflexões, gostaria de vos desejar a todos uma Páscoa feliz.

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO

SOLENIDADE DA RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR

'Haec est dies quam fecit Dominus. Exultemus et laetemur in ea
— 
'Esse é o dia que o Senhor fez. Seja para nós dia de alegria e felicidade'
 (Sl 117, 24)

Cristo ressuscitou! Eis a Festa da Páscoa da Ressurreição, a data magna da cristandade. Por causa da ressurreição de Jesus, podemos ter fé e esperança, obter o perdão dos nossos pecados e a salvação de nossas almas. Com a ressurreição de Jesus, a morte foi vencida. E as Portas do Céu foram abertas para toda a eternidade.

'Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?'