quinta-feira, 23 de junho de 2022

'COM MINHA MÃE ESTAREI...'

'Com Minha Mãe Estarei...' é um hino religioso bastante antigo e de autoria desconhecida. A versão original mais completa constava aparentemente de treze estrofes, sempre seguidas pelo refrão - 'No céu, no céu, com minha Mãe estarei!' - repetido duas vezes. Em versões mais recentes, o hino foi restruturado com a inserção de outras e novas estrofes, pela facilidade da composição ditada pelo padrão rítmico bastante simples das estrofes originais.

01. Com minha mãe estarei / na santa glória um dia / junto a Virgem Maria / no céu triunfarei!
 
No céu, no céu, com minha Mãe estarei! (2x)

02. Com minha Mãe estarei / mas já que hei ofendido / a seu Jesus querido / as culpas chorarei.

03. Com minha Mãe estarei / é a fé viva ardente / com que firme, valente  / o mal evitarei.

04. Com minha mãe estarei / longe falsas carícias / prazer, torpes delícias / sempre vos fugirei.

05. Com minha Mãe estarei / firme nesta certeza / à falsa e vã riqueza / nunca me apegarei.

06. Com minha Mãe estarei / desta vida a mor pena / em minha alma serena / constante sofrerei.

07. Com minha Mãe estarei / é segura esperança  / com que larga tardança / forte suportarei.

08. Com minha Mãe estarei / palavras deliciosas / que em horas trabalhosas / fiel recordarei.

09. Com minha Mãe estarei / enquanto neste exílio / do seu piedoso auxílio / com fé me valerei.

10. Com minha Mãe estarei / e sempre nesta vida / de mestra tão querida / as lições ouvirei.

11. Com minha Mãe estarei / mãe de toda pureza / nesta vida inteireza / fiel lhe guardarei.

12. Com minha Mãe estarei / pois sei que assim vivendo / fiel permanecendo / em graça morrerei.

13. Com minha Mãe estarei / ó viver deleitoso / ó sempiterno gozo / em que me embeberei.

Algumas das inserções complementares envolvem alterações de termos originais ou mesmo a inclusão de novas estrofes como as seguintes:

14. Com minha Mãe estarei / aos anjos me ajuntando / e hinos entoando / louvores lhe darei.

15. Com minha mãe estarei / aos anjos me ajuntando / do Onipotente ao mando / hosanas lhe darei.

16. Com minha Mãe estarei / então coroa digna / de sua mão benigna / feliz receberei.

17. Com minha mãe estarei / e que bela coroa / de mãe tão terna e boa / feliz receberei.

18. Com minha mãe estarei / em seu coração terno / em seu colo materno / sem fim descansarei.

E, como intervenções adicionais possíveis, aqui estão mais duas outras, propostas pelo autor do blog:

19. Com minha mãe estarei / Maria cheia de graça / da vida que não passa / eternamente viverei.

20. Com minha mãe estarei / entre doces encantos / e santo entre santos / me santificarei.

No vídeo a seguir, o hino é cantado com algumas poucas estrofes, incluindo estrofes do texto original e outras de proposições mais recentes.

terça-feira, 21 de junho de 2022

OS 5 PASSOS DA APOSTASIA UNIVERSAL

1. O nascimento da apostasia universal: cisma protestante de Lutero em detrimento à unidade da Igreja. 
Frutos da apostasia de Lutero: centenas ou milhares de denominações e seitas protestantes atuais.

2. A confrontação inicial à apostasia universal: a iniquidade exposta até a raiz, quando o Papa São Pio X definiu o modernismo, no final do século XIX, como a síntese de todas as heresias (Encíclica Pascendi Dominici Gregis).
Fruto da oposição à apostasia: promulgação do Manifesto Antimodernista (que deveria ser proferido e comungado por todos os padres e bispos da Igreja).

3. O renascimento da apostasia universal: Concílio Vaticano II (mudança de rota da Igreja, confrontação à Igreja Tradicional, renovação do modernismo)
Frutos da renovação modernista: Teologia da Libertação, culto ao ecumenismo, busca da adaptação da doutrina da Igreja às coisas e humores do mundo.

4. A imposição da apostasia universal: a infiltração demoníaca da Igreja pelo topo (a Igreja combatida e combalida por dentro)
Frutos da imposição da apostasia universal: perda da unidade doutrinária, abusos da liturgia, escândalos da Igreja, indiferentismo religioso, clérigos e leigos vistos como homens iguais e comuns.

5. O triunfo da apostasia universal: a consumação de uma falsa Igreja - a Igreja do Anticristo (abominação da desolação, negação de Deus, nulidade dos dogmas, triunfo das heresias, domínio e reinado absoluto da iniquidade).

Este triunfo (efêmero) da iniquidade, que abarca um período de provação singular para a Igreja de Cristo, como fruto dantesco de uma apostasia universal, tem sido confirmado reiteradamente em muitos acontecimentos da história recente da Igreja, particularmente pelas revelações da Santíssima Virgem em Fátima:

1. A Visão do Papa Leão XIII sobre um diálogo entre Jesus Cristo e Satanás, no qual o diabo alegou que poderia destruir a Igreja Católica, se tivesse mais poder e mais tempo, o que lhe teria sido concedido por um tempo de 100 anos. 

2. 'Seu conteúdo diz respeito à fé. Caracterizar o [Terceiro] Segredo com anúncios catastróficos ou com um holocausto nuclear é distorcer o significado da mensagem. A perda da fé de um continente é pior que a aniquilação de uma nação; e é verdade que a fé está diminuindo continuamente na Europa'
(Dom Alberto Amaral, terceiro bispo de Fátima, numa conferência em Viena, Áustria, a 10 de setembro de 1984).

3. 'No Terceiro Segredo está previsto, entre outras coisas, que a grande apostasia na Igreja começa no topo' (Luigi Ciappi, teólogo pessoal de quatro papas).

4. 'Sabe, Gabriele? Satanás entrou no seio da Igreja e em muito pouco tempo governará uma falsa Igreja'
(Palavras do Santo Padre Pio de Pietrelcina à Gabriele Amorth, famoso exorcista do Vaticano, como reveladas por ele).

5. 'Através de alguma rachadura a fumaça de Satanás entrou no Templo de Deus' (Paulo VI, pouco tempo depois do fim do Concílio Vaticano II).

Quando tudo parecer perdido, quem ficará de pé? 'O Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?' (Lc 18,8).

segunda-feira, 20 de junho de 2022

A ROSA DE OURO


A 'Rosa de Ouro' constitui uma honraria papal concedida a pessoas ou lugares, particularmente notáveis pela sua nobreza, carisma ou referências da autêntica fé cristã. Trata-se de uma tradição católica de mais de 1000 anos, cujo simbolismo perpassa os séculos como expressão da presença viva de Jesus Cristo no mundo.

A rosa representa a caridade pela fragrância, a alegria pela cor e a substância espiritual pelo sabor, essências da pessoa do próprio Cristo. É o símbolo vivo da eterna primavera, fruto da Paixão e Ressurreição do Senhor, após a penumbra e os sofrimentos da vida terrena. Tradicionalmente, a Rosa de Ouro é abençoada no Quarto domingo da Quaresma - Domingo Lætare - quando as vestes litúrgicas cor-de-rosa substituem a púrpura penitencial, como símbolos da esperança e da alegria em meio ao tempo quaresmal. Bálsamo, misturado com almíscar, é derramado sobre a Rosa de Ouro para explicitar o caráter do santo odor das virtudes, como curativo de todos os pecados e fortaleza contra todos os males.

A concessão do presente tem sido uma prerrogativa dos papas ao longo de séculos, especialmente distribuído a rainhas, princesas e damas de requintada nobreza (o símbolo correspondente concedido a imperadores, reis e príncipes tem sido mais comumente uma espada). Muito mais comum tem sido a concessão da honraria a Igrejas ou Santuários Marianos: a Basílica de São Pedro, por exemplo, já foi contemplada com cinco Rosas de Ouro e a Basílica de Latrão com outras quatro - duas para a basílica propriamente dita e duas para a Capela Sancta Sanctorum anexa à mesma.

Esta natureza da honraria a santuários marianos, em homenagem à Santíssima Virgem, tornou-se a prática corrente na segunda metade do século XX, com poucas concessões. O Papa Paulo VI, por exemplo, concedeu apenas cinco Rosas de Ouro durante o seu pontificado, todos dados a igrejas ou santuários. A Rosa de Ouro foi concedida no Pontificado de João Paulo II apenas duas vezes, ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes (França) e ao Oratório de São José (Canadá). No pontificado do Papa Francisco, foram concedidas quatro Rosas de Ouro até agora, todos distribuídos a santuários marianos, entre os quais o de Nossa Senhora de Fátima e o de Nossa Senhora de Guadalupe. O Santuário de Aparecida no Brasil foi agraciado três vezes com a Rosa de Ouro: a primeira em 1967, pelo Papa Paulo VI, na celebração dos 250 anos do encontro da imagem; a segunda, em 2007, durante a visita do papa Bento XVI à cidade de Aparecida e a terceira, em 2017, pelo Papa Francisco, em homenagem aos 300 anos do encontro da imagem da santa no Rio Paraíba.

BREVIÁRIO DIGITAL - LADAINHA DE NOSSA SENHORA (XVII)

MÃE SEMPRE VIRGEM, rogai por nós.

(Ilustração da obra 'Litanies de la Très-Sainte Vierge', por M. L'Abbé Édouard Barthe, Paris, 1801)

domingo, 19 de junho de 2022

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'A minha alma tem sede de Vós, como a terra sedenta, ó meu Deus!' 
(Sl 62)

 19/06/2022 - Décimo Segundo Domingo do Tempo Comum 

30. 'E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?'


Jesus encontra-se em oração em um lugar retirado. O Filho de Deus, em sua condição humana, suplicando graças à Trindade Santa, da qual constitui a Segunda Pessoa, constitui um mistério insondável. E Jesus reza sozinho, em profunda meditação, como a indicar, com soberana clareza, que a revelação extraordinária que será dada a seguir - a identidade do Cristo - perpassa pela oração profunda e pelos mistérios da graça. E, neste espírito de profundo recolhimento interior, que antecede grandes revelações, Jesus indaga aos seus discípulos: 'Quem diz o povo que eu sou?' (Lc 9, 18).

Neste 'certo dia', as mensagens e as pregações públicas de Jesus estavam consolidadas; os milagres e os poderes sobrenaturais do Senhor eram de conhecimento generalizado no mundo hebraico; multidões acorriam para ver e ouvir o Mestre, dominados pela falsa expectativa de encontrar um personagem mítico e um Messias dominador do mundo. Na oração profunda, Jesus afasta-se do júbilo fácil do mundo e das multidões errantes, que o tomam por João Batista, por Elias, por um dos antigos profetas. E se aproxima intimamente daqueles que haverão de ser os primeiros apóstolos da Igreja nascente, compartilhando-lhes na pergunta do juízo de fé: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' (Lc 9, 20), a resposta à sua identidade salvífica, saída da boca de Pedro: 'O Cristo de Deus' (Lc 9, 20).

Sim, Jesus é o Cristo de Deus e o seu reino não é deste mundo. Ante a confissão de Pedro, Jesus revela a sua origem e a sua missão e faz o primeiro anúncio de sua Paixão, Morte e Ressurreição: 'O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia' (Lc 9, 22). E, um passo além, faz o testemunho da cruz, pela privação do mundo: 'Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará (Lc 9, 33-24).

Eis aí o legado definitivo de Jesus aos homens de sempre: a Cruz de Cristo é o caminho da salvação e da vida eterna. Tomar esta cruz, não apenas hoje ou em momentos específicos de grandes sofrimentos em nossas vidas, mas sim, todos os dias, a cada passo, em cada caminho, é a certeza de encontrá-lo na glória e na plenitude das bem-aventuranças. A Cruz de Cristo é a Porta do Céu.