sábado, 30 de maio de 2020

IN SINU JESU: 'O MEU CAMINHO PARA A SUA SANTIFICAÇÃO'


O meu caminho é o da gentileza, da misericórdia e da compaixão. Eu ofereço a Minha Cruz às almas, mas nunca a imponho e quando uma alma começa a dizer 'Sim' às doces e enormes exigências do Meu amor, encaixo a minha Cruz nos seus ombros e a ajudo, então, a caminhar passo a passo, aumentando o seu peso somente à medida que a alma cresce no amor e na fortaleza que procede do Espírito Santo.

Conversões repentinas e definitivas não são o meu modo habitual de conduzir as almas no caminho da santidade. Eu prefiro deixar as almas avançarem em pequenos passos ao longo de um caminho de infância espiritual, confiando em Mim para trazê-las ao Calvário e à plenitude da alegria em Minha presença e na presença do Meu Pai.

Este caminho não é menos exigente do que a estrada principal pela qual, por razões que são conhecidas apenas por Mim, conduzo certas outras almas. O pequeno caminho, marcado por pequenos passos, é, no entanto, o que eu prefiro, porque aperfeiçoa as almas rapidamente à imagem da Minha própria pequenez, da Minha pobreza e do Meu abandono à vontade do Pai.

Ensine este pequeno caminho às almas e muitas haverão de se  beneficiar destes ensinamentos. Mas antes de tudo, pratique você mesmo, obedecendo as Minhas inspirações mesmo nas pequenas coisas, e fazendo tudo por amor a Mim, que deseja aperfeiçoá-lo em apenas uma coisa: no amor. Este pequeno caminho convém melhor àqueles a quem chamo de Meus adoradores e consoladores do Meu Coração Eucarístico. Ele leva uma alma no caminho das Minhas virtudes eucarísticas, aquelas que você vê quando olha para o Meu Rosto Eucarístico: escondimento, pequenez, quietude, silêncio, pobreza, paz, constância e um amor inebriante que faz regozijar os corações daqueles que estão no domínio de sua influência.

É isso que Eu desejo para os Meus sacerdotes, não uma santidade que seja excessiva em suas demandas e severa em suas exigências, mas que seja inteiramente infantil, pacífica e humilde. Esta é a imitação da Minha vida eucarística, e é isso que Eu desejo para você e de você.

Assim falo com você, meu amado sacerdote e amigo do meu coração. Entre na imitação do que você vê quando contempla o Meu Rosto Eucarístico: silêncio, recolhimento, paz, quietude, pobreza e um amor inebriante, mas sem grandes lampejos que cegariam a alma. Comece a praticar todas essas coisas e eu as aperfeiçoarei em você até que você se torne como Eu sou no Sacramento do Meu amor, uma hóstia irradiante escondida no tabernáculo para salvar as almas e para glorificar o Meu Pai aqui na terra até os finais dos tempos.

(Excertos da obra 'In Sinu Jesu - Quando o Coração fala ao coração: Diário de um Sacerdote em Oração', por um monge beneditino, tradução pelo autor do blog)

sexta-feira, 29 de maio de 2020

BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE DORÉ (XIII)

PARTE XIII (Jó 1 - Ez 37)

 
[Jó aceita todos os seus infortúnios (Jó 1, 21)]

[Jó fala aos seus três amigos que o vieram consolar (Jó 3,1-)]


 [Isaías ouve a voz do Senhor (Is 6,8)]

[Isaías tem a revelação da destruição de Babilônia (Is 13,19)]

 [A morte do Leviatã do mar pelo Senhor (Is 27,1)]


 [Oráculo do Senhor a Jeremias (Jr 1, 9-10)]


 [Baruc escreve todos os oráculos do Senhor a Jeremias (Jr 36,4)]

  [Lamentações de Jeremias sobre Jerusalém destruída (Lm 1, 1-)]


  [A súplica de Baruc ao Senhor (Br 2, 14)]


 [Visões proféticas de Ezequiel (Ez 1,4-)]

 [Visão de Ezequiel sobre o vale de ossos (Ez 37,1)]

CATECISMO MAIOR DE PIO X (XIV/Final)

Advertências e orientações para o estudo da religião na História da Igreja

137. Aqui termina este nosso resumo, pois não é possível seguir passo a passo os vários eventos da Igreja, complicados com os acontecimentos políticos, sem dizer coisas que sejam facilmente compreendidas ao entendimento comum, e sem se desviar do fim e do objetivo destas páginas. O cristão de boa vontade provê a si mesmo um bom Compêndio de História da Igreja de autor católico, e para escolhê-lo vale-se do conselho de seu pároco ou de seu douto confessor. Leia com espírito de simplicidade e humildade cristã, e verá resplandecer em sua mãe, a Igreja, os caracteres com que Nosso Senhor Jesus Cristo tem distinguido a única verdadeira Igreja que Ele mesmo fundou, a saber: Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana.

138 UNA – Verá resplandecer a unidade da Igreja em exercício ininterrupto de fé, de esperança e de caridade. Verá, em vinte séculos de vida, sempre jovem e florescente, contando com tantas gerações, tantas multidões de homens de natureza diversa, nacionalidades e línguas, unidas em uma sociedade governada sempre por uma mesma e perpétua hierarquia, professar as mesmas crenças, confortar-se com as mesmas esperanças, participar de orações comuns e dos mesmos sacramentos, sob a direção dos legítimos pastores. Verá a hierarquia eclesiástica, formada de milhares de bispos e sacerdotes, conservar-se estreitamente unida em comunhão e obediência ao Pontífice Romano, que é o chefe divinamente estabelecido, e receber dele os divinos ensinamentos para comunicá-los ao povo com perfeita unidade de doutrina. De onde vem tão maravilhosa união? Da presença e assistência de Jesus Cristo, que disse aos seus Apóstolos: 'Eis que estou convosco até a consumação dos séculos'.

139. O fiel que ler com retidão de coração a História da Igreja, verá resplandecer a santidade da Igreja, não apenas na santidade essencial de sua cabeça invisível Jesus Cristo, na santidade dos sacramentos, da doutrina, das Corporações religiosas, dos muitos de seus membros, mas também na abundância dos dons celestiais, dos sagrados carismas, das profecias e milagres com que o Senhor (negando-os às demais sociedades religiosas) faz resplandecer no rosto do mundo o dom da santidade, de que está exclusivamente adornada sua única Igreja.

Quem lê com ânimo desapaixonado a História da Igreja, sente-se atônito ao contemplar a ação visível da divina Providência, que comunicou à Igreja a santidade e a vida, e vela por sua conservação. Ela foi a única que, desde os primeiros séculos, suscitou os grandes homens, glória imortal do Cristianismo que, cheios de sabedoria e virtude sobre-humana, combateram vigorosamente as heresias e erros que foram aparecendo: Santos Padres e Doutores que brilharam como estrelas por perpétuas eternidades, na frase bíblica; de cujo unânime consentimento podemos deduzir e reconhecer a Tradição e o sentido das Sagradas Escrituras.

É impressionante ver providencialmente levantar-se, em tempo e lugar oportuno, aquelas Ordens regulares, aquelas famílias religiosas, aprovadas e abençoadas pela Igreja, nas quais, já no século IV, florescia a vida cristã e aspirava-se à perfeição evangélica, praticando os divinos conselhos pelos santos votos de castidade, pobreza e obediência. Veja-se pela história que essas famílias religiosas, no transcurso dos séculos, têm sempre surgido e ainda agora continuam sucedendo-se e renovando-se com um fim sempre santo, servindo-se dos meios acomodados às épocas; ora a oração, ora a educação, ora o exercício do ministério apostólico, ora ao cumprimento múltiplo e variado das obras de caridade. Como sua Santa Madre Igreja, estão sujeitas a grandes perseguições, que frequentemente e por algum tempo as oprimem. Mas, à medida que tais institutos pertencem à essência da Igreja, pela adequação dos conselhos evangélicos, por isso não podem perecer completamente. E é coisa comprovada pela experiência, que atribulação as purifica e rejuvenesce, e renascendo em toda parte, multiplicam-se e produzem copiosos frutos, permanecendo sempre como uma fonte inesgotável de santidade da Igreja.

140. CATÓLICA – Verá com amargura o fiel que, fartas vezes, no curso dos séculos, grande multidão de cristãos, mesmo nações inteiras, são miseravelmente separadas da unidade da Igreja, mas verá também que Deus enviava sucessivamente a outros povos e a outras nações a luz do Evangelho por meio de homens apostólicos, encarregados por Ele, como foram os Apóstolos, de guiar as almas à salvação eterna. E se consolará ao reconhecer que o Senhor se digna confiar em nosso século este apostolado a centenas e milhares de sacerdotes, de religiosos de todas as ordens, de virgens consagradas, os quais correm as terras e os mares do velho e do novo mundo, para expandir o reino de Jesus Cristo. De onde seria um erro dar crédito às bravatas dos incrédulos: que o Catolicismo está se extinguindo no mundo, como se os homens já não atendessem a outra coisa senão ao progresso das ciências e das artes. 

Pelo contrário, é evidente a partir das estatísticas que o número total de católicos nas cinco partes do mundo, apesar das perseguições e dificuldades de todos os tipos, cresce a cada ano, e espera-se que se tornando cada dia mais fáceis os meios de comunicação, e com o favor divino, não haverá então terra acessível onde em uma modesta igreja e ao redor de um pobre missionário não haja um grupo de cristãos unidos em pensamento e coração com seus irmãos de todo o mundo e, por meio dos Bispos e Vigários apostólicos legitimamente enviados pela Sé Romana, ligados à mesma em unidade de fé e comunhão. E é isto que é chamado de catolicidade da Igreja. Ela só pode ser chamada de católica universal, isto é, de todos os tempos e de todos os lugares.

141. APOSTÓLICA – Ao contemplar a História da Igreja, verá o fiel suceder-se, entre incríveis dificuldades, tantos Romanos Pontífices que, revestidos na pessoa de Pedro das mesmas prerrogativas que a ele concedeu Jesus Cristo, vão comunicando também a jurisdição aos sucessores dos outros Apóstolos, dos quais nenhum jamais se separou de Pedro, como ninguém poderá separar-se da Sé Romana sem deixar de pertencer à Igreja, que por isto se diz e realmente é Apostólica.

142. Na História da Igreja, o fiel aprenderá a conhecer e evitar os inimigos da Igreja e de sua fé. No transcurso dos séculos se encontrará associações ou sociedades tenebrosas e secretas que, com vários homens, foram se organizando, não para glorificar o Deus eterno, onipotente e bom, mas para derrubar seu culto e substituir (coisa incrível, mas verdadeira) pelo culto do demônio. Não se admirará de que os legítimos sucessores de São Pedro, sobre quem Jesus Cristo fundou sua Igreja, foram e ainda são atualmente objeto de ódio, escárnio e aversão por parte dos hereges incrédulos, devendo tornar-se mais semelhantes ao divino Mestre, que disse: 'Se perseguiram a Mim, também a vós perseguirão'. 

Mas a verdade a ser inferida a partir da história é esta, que os primeiros Papas por vários séculos foram justamente exaltados às honras dos altares, havendo muitos entre eles que derramaram o seu sangue pela fé, que quase todos os demais brilharam por seus egrégios dons de sabedoria e virtude, sempre atentos para ensinar, defender e santificar o povo cristão, sempre prontos, como seus predecessores, a perder a vida para dar testemunho da palavra de Deus. Que importa (desgraçadamente também entre os doze houve um Apóstolo do mal), que importa que entre tantos tenha havido muitos poucos menos dignos de ascender à Suprema Sé, onde todo pequeno defeito parece muito grave? Deus o permitiu para dar a conhecer seu poderio para sustentar a Igreja, conservando um homem infalível no ensino, embora falível em sua conduta pessoal.

(Do Catecismo Maior de Pio X)

Ver página BREVE HISTÓRIA DA RELIGIÃO na BIBLIOTECA DIGITAL do blog
(do Catecismo Maior de Pio X)

quinta-feira, 28 de maio de 2020

IMAGEM DA SEMANA

'A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, é força divina' (I Co 1, 18)

A VIRTUDE ESTÁ NO AMOR AO PRÓXIMO

'Todos os pecados são cometidos através do próximo, no sentido de que eles são a ausência da caridade, que é a forma de todas as virtudes. No mesmo sentido, o egoísmo, que é a negação do amor pelo próximo, constitui-se razão e fundamento do todo mal. Ele é a raiz dos escândalos, do ódio, da maldade, dos prejuízos causados aos outros.

Diante disto, o cristão luta e se opõe à sensualidade, com empenho a submete à razão e procura descobrir em si mesmo a grandeza da minha bondade. Inúmeros são os favores que lhe faço. Ao reconhecer que gratuitamente o retirei das trevas e o transferi para a verdadeira sabedoria, no autoconhecimento ele se humilha. Assim consciente da minha benevolência, o homem me ama direta e indiretamente. Diretamente, não pensando em si mesmo ou em interesses pessoais; indiretamente através da prática da virtude.

Toda virtude é concebida no íntimo do homem por amor a mim; fora do ódio ao pecado e do amor à virtude, não existe maneira de me agradar e de se chegar até mim. Depois de ter concebido interiormente a virtude, a pessoa a pratica no próximo.

Aliás, tal modo de agir é a única prova de que alguém possui realmente uma virtude. Quem me ama, procura ser útil ao próximo. Nem poderia ser de outra maneira, dado que o amor por mim e pelo próximo são uma só coisa. Tanto alguém ama o próximo, quanto me ama, pois de mim se origina o amor ao outro. O próximo, eis o meio que vos dei, para praticardes e manifestardes a virtude que existe em vós. Como nada podeis fazer de útil para mim, deveis ser de utilidade ao homem'.

(Das Revelações de Santa Catarina de Sena)

quarta-feira, 27 de maio de 2020

O ANTICRISTO VIRÁ QUANDO...


... os velhos não tiverem nem bom senso nem prudência;

... os cristãos estiverem sem fé;

... o povo estiver sem amor;

... os ricos forem sem misericórdia;

... os jovens não tiverem respeito;

... os pobres forem sem humildade;

... as mulheres tiverem perdido o pudor;

... no casamento, não houver mais continência;

... os clérigos forem sem honra e sem santidade;

... os religiosos não tiverem verdade nem austeridade;

... os prelados não se inquietarem de sua administração e não tiverem piedade;

... os mestres da terra não tiverem misericórdia nem liberdade.

(São Boaventura)

terça-feira, 26 de maio de 2020

DAI-NOS SER LÂMPADAS DA LUZ PERENE!

Que felizes, que ditosos aqueles servos que o Senhor ao voltar encontrar vigilantes! (Lc 12,37). Preciosa vigília pela qual se mantém alerta para Deus, criador do universo, que tudo penetra e tudo supera! Oxalá também a mim, embora vil, mas seu mínimo servo, se digne de tal forma sacudir-me do sono da inércia, acender o fogo da caridade divina. Que a chama de seu amor, o desejo de união com Ele cintilem mais que os astros e sempre arda dentro de mim o fogo divino!

Quem me dera serem tais os méritos, que minha lâmpada estivesse sempre acesa, à noite, no templo do meu Senhor, para iluminar todos os que entram na casa de meu Deus! Senhor, concede-me, eu te rogo, em nome de Jesus Cristo, teu Filho e meu Deus, aquela caridade que não conhece ocaso, a fim de que minha lâmpada possa acender-se e jamais se apague. Arda para mim, ilumine os outros.

Que tu, Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender nossas lâmpadas, de modo a refulgirem para sempre em teu templo, receberem perene luz de ti, que és a Luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós as trevas do mundo.

Entrega, rogo-te, meu Jesus, Pontífice das realidades eternas, tua luz à minha candeia, para que por esta luz se manifeste a mim o santo dos santos que te possui, ali entrando pelos umbrais de teu templo magnífico, e onde somente e sem cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja eu apenas diante de ti, amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre resplendeça e se abrase.

Suplico: tenhas a condescendência de te mostrares, amado Salvador, a nós que batemos à tua porta para que, conhecendo-te, só a ti amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos dia e noite, sempre pensemos em ti. Inspira em nós tanto amor por ti quanto é justo que sejas, ó Deus, amado e querido. Teu amor invada todo o nosso íntimo, teu amor nos possua por inteiro, tua caridade penetre em nossos sentidos todos. 

Deste modo, não saibamos amar coisa alguma fora de ti, que és eterno. Uma caridade tamanha que nem as muitas águas do céu, da terra e do mar jamais a possam extinguir em nós, conforme a palavra: 'E as muitas águas não puderam extinguir o amor' (Ct 8,7). Que tudo se realize em nós, ao menos em parte, por teu dom, Senhor nosso, Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém.

(São Columbano, século VII)