segunda-feira, 5 de março de 2018

CATECISMO MAIOR DE PIO X (II)


PRIMEIRA PARTE

RESUMO DA HISTÓRIA DO ANTIGO TESTAMENTO

Criação do mundo

10. No princípio, Deus criou o céu e a terra, com tudo o que no céu e na terra contém, e embora pudesse terminar esta grande obra em um momento, quis usar seis períodos de tempo, o que a Sagrada Escritura chama de dias. No primeiro dia disse Ele: Faça-se a luz, e houve luz; no segundo fez o firmamento e no terceiro separou as águas da terra e mandou que produzisse ervas, flores e toda sorte de frutos; no quarto fez o sol, a lua e as estrelas; no quinto criou os peixes e as aves; no sexto criou todos os outros animais e finalmente criou o homem. No sétimo dia, Deus deixou de criar, e neste dia, que chamou de sábado, que quer dizer descanso, mandou mais tarde, através de Moisés, ao povo hebreu que fosse a Ele santificado e consagrado.

Criação do homem e da mulher

11. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, e assim o fez: formou o corpo da terra e depois soprou em seu rosto, infundindo-lhe uma alma imortal. Deus impôs ao primeiro homem chamado Adão, que significa formado da terra, e o colocou em um lugar cheio de delícias, chamado Paraíso terrestre.

12. Mas Adão estava só. Querendo, pois, Deus associar-lhe uma companheira e consorte, infundiu-lhe um profundo sono, e enquanto dormia tirou-lhe uma costela, da qual formou a mulher que apresentou a Adão. Ele a recebeu com agrado e a chamou Eva, que quer dizer vida, porque havia de ser mãe de todos os viventes.

Dos Anjos

13. Antes do homem, que é a criatura mais perfeita de todo o mundo sensível, Deus havia criado uma multidão infinita de outros seres mais elevados, de natureza mais elevada do que o homem, chamados Anjos.

14. Os Anjos, sem forma ou figura alguma sensível, porque são puros espíritos, criados para subsistir sem estar unidos a corpo algum, haviam sido feitos por Deus à sua imagem, capazes de conhecer-lhe e amar-lhe, e livres para fazer o bem e o mal.

15. No momento da prova, muitos desses espíritos permaneceram fiéis a Deus; mas muitos outros pecaram. Seu pecado foi de soberba, querendo ser semelhantes a Deus e não depender dEle.

16) Os espíritos fiéis, chamados Anjos bons ou Espíritos celestes, ou simplesmente Anjos, foram recompensados com a eterna felicidade da glória.

17. Os espíritos infiéis, chamados Diabos ou Demônios, com seu cabeça, chamado Lúcifer ou Satanás, foram expulsos do céu e condenados ao inferno por toda a eternidade.

Pecado de Adão e Eva e seu castigo

18. Deus havia posto Adão e Eva em estado de perfeita inocência, graça e felicidade, isentos, portanto, da morte e de todas as misérias de alma e corpo.

19. Ele havia permitido que comessem de todos os frutos do Paraíso terrestre, proibindo-lhes provar somente do fruto de uma árvore que estava no meio do Paraíso, e que a Escritura denomina árvore da ciência do bem e do mal. Chamou-se-lhe assim porque por meio dela Adão e Eva, em virtude de sua desobediência, conheceram o bem e o mal, isto é, teriam aumento de graça e de felicidade ou, como pena por sua desobediência, eles e seus descendentes ficariam privados daquela perfeição experimentando o mal, tanto espiritual como corporal. Deus queria que Adão e Eva, com a homenagem desta obediência, reconhecessem que era o Senhor e Mestre. O demônio, invejoso de sua felicidade, tentou Eva, falando por meio da serpente e instigando-a quebrar o mandamento recebido. Eva tomou do fruto proibido, comeu, levou Adão a dele comer também, e ambos pecaram.

20. Este pecado acarretou a eles e a toda a raça humana os mais desastrosos efeitos. Adão e Eva perderam a graça santificante, a amizade com Deus e o direito à bem-aventurança, tornando-se escravos do diabo e merecedores do inferno. O Senhor pronunciou sobre eles a sentença de morte, desterrou-os daquele lugar de delícias e os lançou fora para que ganhassem o pão com o suor de seu rosto, entre inúmeros trabalhos e fadigas.

21. O pecado de Adão propagou-se em seguida a todos os seus descendentes, exceto Maria Santíssima, e é aquele com que todos nascemos e se chama pecado original.

22. O pecado original mancha nossa alma desde o primeiro instante de nosso ser, faz-nos inimigos de Deus, escravos do demônio, desterrados para sempre da bem-aventurança, sujeitos à morte e a todas as demais misérias.

(Do Catecismo Maior de Pio X)

domingo, 4 de março de 2018

A EXPULSÃO DOS VENDILHÕES DO TEMPLO

Páginas do Evangelho - Terceiro Domingo da Quaresma


Neste domingo, o Evangelho nos mostra Jesus manifestando aos ímpios a ira santa de Deus. Há pouco, ocorrera o milagre das Bodas de Caná; estava próxima a Páscoa e, em perfeita conformidade à lei judaica, Jesus também viera visitar o Templo em Jerusalém. E ali, num ambiente tomado por uma completa profanação do espaço sagrado, Jesus expulsa os vendilhões do templo.

Tomado de santo furor, diante a balbúrdia e o tumulto dos homens que profanavam o santuário de Deus, Jesus faz um chicote de cordas e os expulsa com peremptória indignação: 'Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!' (Jo 2, 16). Aquelas mãos divinas, consumidas em tantos atos de perdão e de misericórdia, tecem agora um chicote! E, com ele em mãos, golpeia e desmantela as bancas e as mesas, espanta vendedores e cambistas, afugenta os animais em correria, esparrama objetos, moedas e víveres pelo chão, movido por uma indignação e um zelo extremos pela profanação do sagrado. O que deve ter sido este cenário!

Paralisados e tomados de pavor, aqueles homens que se atropelam para fugir diante de Jesus e da profanação revelada, ainda ousam pedir um sinal ao Senhor por tais ações. E Jesus lhes dá a resposta pela revelação do mistério da ressurreição do seu corpo, templo perfeitíssimo de Deus: 'Destruí este Templo, e em três dias o levantarei (Jo 2, 19). Jesus não falava do templo físico, mas do templo espiritual que habita em nós, e que contém em plenitude o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor. O primeiro será destruído, porque não era santo. O segundo, por méritos e graças do Salvador, nos abriu as portas da redenção e da eternidade com Deus: 'Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele' (Jo 2, 22).

O episódio da expulsão dos vendilhões do Templo deveria nos alertar duramente sobre o rigor da Justiça Divina, diante o pecado e a perda de referência ao culto do sagrado. Ai daqueles que, usurpando da graça do livre arbítrio, negam a sua realidade espiritual e convertem as suas vidas em construir templos de barro e produzir frutos sazonais, ditados apenas pelos interesses humanos. Serão réus e depositários da santa ira de Deus, porque 'se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo e vós sois esse santuário' (1 Cor 3, 17).

sábado, 3 de março de 2018

LADAINHA DA QUARESMA

Oração devocional, de uso restrito para meditação particular, para ser rezada durante a Quaresma, contendo uma série de invocações relacionadas a passagens bíblicas penitenciais do Antigo e do Novo Testamento, particularmente aquelas que fazem referência a súplicas, a obras de mortificação e ao jejum. A postagem inclui a oração em latim e a sua tradução para o português.


Ladainha da Quaresma

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Pai Santo, ouvi-nos.
Pai de Justiça, atendei-nos.
Deus Pai do céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Deus (antes de cada invocação):
que não quereis a morte do pecador, mas que se converta e viva, tende piedade de nós.
Que destes a Moisés, depois dele ter jejuado por quarenta dias, as tábuas da Lei no Monte Sinai, tende piedade de nós.
Que, pelo jejum e orações de Moisés, perdoastes os pecados do seu povo, tende piedade de nós.
Que, pelo jejum de Daniel, o preservastes incólume na cova dos leões, tende piedade de nós.
Que poupastes os ninivitas quando jejuaram e clamaram por Vós, tende piedade de nós.
Que livrastes os ninivitas da destruição da sua cidade, quando se arrependeram e fizeram penitência vestidos de saco, cilício e cinza, tende piedade de nós.
Que perdoastes o pecado do rei Davi, quando este confessou o seu pecado e se cingiu com o cilício e se arrependeu, tende piedade de nós.
Que ouvistes e consolastes Judite, quando ela se prostrou diante de Vós, vestindo o cilício e cobrindo a cabeça com cinzas, tende piedade de nós.
Que salvastes a Jonas quando clamou por Vós no ventre da baleia, tende piedade de nós.
Que libertastes Ezequiel do exército dos assírios, quando ele e seu povo jejuaram e se vestiram de sacos e cinzas, tende piedade de nós.
Que concedestes a Ester, enquanto jejuava, que achasse graça aos olhos do rei, tende piedade de nós.
Que libertastes Mardoqueu da forca, quando este clamou pelo Vosso auxílio, vestido de saco e cinza, tende piedade de nós. 
Que intercedestes pelos macabeus enquanto jejuavam, vestidos de saco e cinza, e clamaram por Vós, tende piedade de nós.
Que manifestastes a Ana no templo enquanto jejuava e orava constantemente a Vós, tende piedade de nós. 
Que revelastes muitos mistérios aos Profetas enquanto jejuavam e se afligiam com muitas penitências, tende piedade de nós.
Que ouvistes as preces dos sacerdotes de Israel enquanto se penitenciavam com cilício e oravam e ofereciam sacrifícios pelo seu povo, tende piedade de nós.
Que jejuastes durante quarenta dias e quarenta noites no deserto, tende piedade de nós.
Que instituístes o tempo quaresmal por meio dos Vossos apóstolos, tende piedade de nós.
Que iluminastes Paulo enquanto orava e jejuava por três dias, tende piedade de nós.
Que perdoais os pecados dos homens por causa do seu arrependimento, tende piedade de nós.
Que nos escolhestes e nos temperastes na fornalha da humildade, tende piedade de nós.
Que julgais os Vossos escolhidos como ouro no cadinho, tende piedade de nós.
Que concedeis um tempo e um lugar para o arrependimento dos pecadores, tende piedade de nós.
Que castigais a todo filho de Vossa predileção, tende piedade de nós.
Que desejais que ninguém se perca, mas que volvam a Vós arrependidos, tende piedade de nós.
Que por Vossa graça chamastes Mateus, sentado no posto de coleta de impostos, tende piedade de nós.
Que justificastes o publicano que golpeava o peito em arrependimento, tende piedade de nós.
Que recebestes de forma paternal o filho pródigo que voltou a Vós, tende piedade de nós.
Que fizestes brotar a fonte da água viva para a mulher samaritana, tende piedade de nós.
Que recebia coletores de impostos e pecadores e comia com eles, tende piedade de nós.
Que amastes muito Maria Madalena e a perdoastes de muitos pecados, tende piedade de nós.
Que olhastes com ternura para Pedro, que três vezes Vos negastes, tende piedade de nós.
Que prometestes o Paraíso ao ladrão penitente, tende piedade de nós.
Que nos livrais de nossas iniquidades e pecados, tende piedade de nós.
Que nos clamais por penitência, pela imposição do cilício e pela cabeça coberta com cinzas, para não nos alcançar a Vossa ira santa, tende piedade de nós.
Que tendes misericórdia de todos os que se voltam para Vós em jejum, dor e arrependimento, tende piedade de nós.
Que esqueceis por completo todos os nossos pecados depois que nos arrependemos, tende piedade de nós.

Deus misericordioso e pronto a nos perdoar, tende piedade de nós.
Sede propício, perdoai-nos Senhor.
Sede propício, atendei-nos Senhor.

De todo mal, livrai-nos, Senhor.
De todo pecado, livrai-nos, Senhor.
De todo perigo do corpo e da mente, livrai-nos, Senhor.
De toda malícia e ira, livrai-nos, Senhor.
Dos pecados da carne e dos vícios, livrai-nos, Senhor.
De toda impureza e luxúria, livrai-nos, Senhor.
De todas as disputas e contendas, livrai-nos, Senhor.
De toda negligência e preguiça, livrai-nos, Senhor.
Da impenitência e dureza de coração, livrai-nos, Senhor.
De uma morte súbita e inesperada, livrai-nos, Senhor.
Da condenação eterna, livrai-nos, Senhor.

Pelo Vosso batismo e jejum, livrai-nos, Senhor.
Pelas Vossas três tentações no deserto, livrai-nos, Senhor.
Pela Vossa sede e fome, livrai-nos, Senhor.
Pelos Vossos trabalhos e Vossas dores, livrai-nos, Senhor.
Pela Vossa sentença de morte, livrai-nos, Senhor.
Pelo Vosso sacrifício cruento na Cruz, livrai-nos, Senhor.
No dia do Juízo, livrai-nos, Senhor.

Pecadores que somos, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que sejais misericordioso conosco, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos digneis a buscar o verdadeiro arrependimento, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que possamos obter frutos dignos de arrependimento, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos digneis lamentar os nossos pecados e buscar a Vossa graça, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos digneis pelo jejum purificar a Vossa Igreja e libertá-la de toda iniquidade, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que possamos nos apresentar sempre como um sacrifício vivo, santo e agradável a Vós, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que possamos obter o perdão e a remissão de todos os nossos pecados, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que, por meio das tribulações desta vida, sejamos dignos de alcançar a glória futura, Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis acolher as nossas súplicas, Vos rogamos, ouvi-nos.
Filho de Deus, Vos rogamos, ouvi-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, atendei-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Pai Nosso...
e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

V. Entre o pórtico e o altar, os sacerdotes, os servos do Senhor, hão de lamentar:
R. Tende piedade de vosso povo, Senhor.
V. Não nos trateis segundo os nossos pecados, 
R. Nem nos castigueis em proporção às nossas faltas.
V. Não leveis em consideração as nossas iniquidades passadas,
R. Nem tomeis tento de nossos pecados.
V. Ajudai-nos, ó Deus nosso Salvador,
R. E livrai-nos em nome da glória do Vosso nome, Senhor.
V. Sede misericordioso diante os nossos pecados, ó Senhor,
R. Em favor do vosso Santo Nome.
V. Ó Senhor, ouvi a minha oração,
R. E chegue a Vós o meu clamor.

Oremos

Ó Deus onipotente e eterno, tende piedade dos que se arrependem sinceramente e Vos imploram o perdão dos seus pecados e que, invocando humildemente o Vosso Santo Nome, prestam penitência das suas faltas; concedei-lhes, nesta Quaresma, as graças necessárias para o perdão dos pecados e a saúde do corpo e da alma e, assim, em nome da recompensa que prometestes, possam ser contados entre Vossos Filhos e alcançarem um dia as eternas bem aventuranças.

Ó Deus, que por Graça suprema criastes o homem e por Graça ainda maior o redimistes, concedei-nos, nós Vos suplicamos, novas graças de mente e coração para resistir às tentações do pecado e Vos servir fielmente. Ouvi com clemência as nossas orações, nós Vos suplicamos, para que sejamos libertados dos pecados que nos afligem, pela glória e misericórdia do Vosso Santo Nome. Como Vossos filhos, nós Vos suplicamos, guardai-nos de todo mal e protegei-nos nas adversidades e dai-nos a graça de Vos servir sempre com zelo e devoção.

Ó Deus, que não desejais a morte, mas o arrependimento dos pecadores, olhai com clemência para a fragilidade da nossa natureza humana e auxiliai, com a Vossa benevolência, os nossos esforços de arrependimento e penitência para alcançarmos, pela Vossa misericórdia, o perdão dos nossos pecados, a perseverança nas nossas ações e o prêmio da felicidade eterna. Amém.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que vive e reina Convosco na unidade do Espírito Santo, como um só Deus, pelos séculos dos séculos. Amém.

V. Ó Senhor, ouvi a minha oração,
R. E chegue a Vós o meu clamor.
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Damos graças a Deus.
V. Que as almas dos fiéis defuntos, por meio da misericórdia de Deus, descansem em paz.
R. Amém.

(tradução do autor do blog)

Litaniae in Quadragesima

Kyrie eleison.
Christe eleison.
Kyrie eleison.
Pater sancte, audi nos.
Pater iuste, exaudi nos.
Pater de caelis Deus, miserere nobis.
Fili, Redemptor mundi Deus, miserere nobis.
Spiritus Sancte Deus, miserere nobis.
Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis.

Deus, qui non vis mortem peccatoris, sed ut magis convertatur et vivat, miserere nobis.
Qui Moysi quadraginta diebus ieiunanti, legem in monte dedisti, miserere nobis.
Qui precibus Moysis ieiunantis, populi peccata dimisisti, miserere nobis.
Qui Danielem ieiunantem in lacu leonum custodisti, miserere nobis.
Qui Ninivitis ieiunantibus et ad te clamantibus pepercisti, miserere nobis.
Qui Ninivitas in sacco, cinere, et cilicio paenitentes, a subversione urbis liberasti, miserere nobis.
Qui Davidis confitentis, et in cilicio paenitentis peccatum transtulisti, miserere nobis.
Qui Iudith in cilicio, et cinere coram te prostratam exaudisti et confortasti, miserere nobis.
Qui Ionam ex ventre cetis ad te clamantem salvasti, miserere nobis.
Qui Ezechiam cum populo in sacci, cinere, et ieiunio invocantem, ab exercitu Assyriorum liberasti, miserere nobis.
Qui Esther ieiunantem in oculis Regis gratiam invenire fecisti, miserere nobis.
Qui Mardochaeum, in sacco et cinere, te invocantem, a patibulo liberasti, miserere nobis.
Qui Machabaeis ieiunantibus in sacco et cinere ad te clamantibus auxilio fuisti, miserere nobis.
Qui Annae in ieiuniis et obsecrationibus perseveranti, teipsum in templo manifestasti, miserere nobis.
Qui Prophetis ieiunantibus et se affligentibus mysteria multa patefecisti, miserere nobis.
Qui Sacerdotes in ciliciis pro populo deprecantes et sacrificia offerentes exaudisti, miserere nobis.
Qui quadraginta diebus et quadraginta noctibus in deserto ieiunasti, miserere nobis.
Qui per Apostolos tuos quadragesimale ieiunium instituisti, miserere nobis.
Qui Paulum triduo ieiunantem et orantem illuminasti, miserere nobis.
Qui dissimulas peccata hominum propter paenitentiam, miserere nobis.
Qui elegisti nos et excoxisti in camino humiliationis, miserere nobis.
Qui quasi aurum in fornace probas electos tuos, miserere nobis.
Qui das locum et tempus paenitentiae in peccatis, miserere nobis.
Qui flagellas omnem filium, quem recipis et diligis, miserere nobis.
Qui non vis aliquos perire, sed omnes ad paenitentiam reverti, miserere nobis.
Qui Matthaeum in telonio sedentem, tua gratia praevenisti, miserere nobis.
Qui publicanum pectus percutientem, iustificatum abire fecisti, miserere nobis.
Qui filium prodigum ad te revertentem paterne suscepisti, miserere nobis.
Qui mulieri Samaritanae fontem aquae vivae manare fecisti, miserere nobis.
Qui publicanos et peccatores recepisti et cum eis manducasti, miserere nobis.
Qui Mariae Magdalenae multum diligenti, peccata multa dimisisti, miserere nobis.
Qui Petrum ter te negantem, benigne respexisti, miserere nobis.
Qui latronem paenitentem in paradisum suscepisti, miserere nobis.
Qui aufers iniquitatem et scelera atque peccata nostra, miserere nobis.
Qui pro aversione furoris tui nos plangere, ciliciis accingere et cinere conspergere iussisti, miserere nobis.
Qui omnium in ieiunio, fletu, et planctu se ad te convertentium misereris, miserere nobis.
Qui post paenitentiam omnium peccatorum nostrorum non recordaris amplius, miserere nobis.

Deus misericors et praestabilis super malitia, miserere nobis.
Propitius esto, parce nobis, Domine.
Propitius esto, exaudi nos, Domine.

Ab omni malo, libera nos, Domine.
Ab omni peccato, libera nos, Domine.
Ab omni periculo mentis et corporis, libera nos, Domine.
Ab omni malitia et indignatione, libera nos, Domine.
Ab omni crapula et comissatione, libera nos, Domine.
Ab omni impudicitia et turpitudine, libera nos, Domine.
Ab ira, rixa, et omni contentione, libera nos, Domine.
Ab omni negligentia et socordia, libera nos, Domine.
Ab omni impaenitentia et duritia cordis, libera nos, Domine.
A subitanea et improvisa mala morte, libera nos, Domine.
A damnatione perpetua, libera nos, Domine.

Per baptismum et sanctum ieiunium tuum, libera nos, Domine.
Per trinam tentationem tuam, libera nos, Domine.
Per sitim et esuriem tuam, libera nos, Domine.
Per labores et dolores tuos, libera nos, Domine.
Per trinam contra te prolatam mortis sententiam, libera nos, Domine.
Per tremendum et cruentum in cruce sacrificium tuum, libera nos, Domine.
In die irae calamitatis, libera nos, Domine.

Peccatores, te rogamus audi nos.
Ut nobis indulgeas, te rogamus audi nos.
Ut ad veram paenitentiam nos perducere digneris, te rogamus audi nos.
Ut dignos paenitentiae fructus facere possimus, te rogamus audi nos.
Ut peccata nostra digne flere et gratiam tuam consequi mereamur, te rogamus audi nos.
Ut Ecclesiam tuam hoc sacro ieiunio purificare et ab omni nequitia liberare digneris, te rogamus audi nos.
Ut corpora nostra hostiam viventem sanctam tibique placentem semper exhibeamus, te rogamus audi nos.
Ut indulgentiam et remissionem omnium peccatorum nostrorum nobis tribuere digneris, te rogamus audi nos.
Ut per tribulationes huius temporis ad futuram gloriam nos introire concedas, te rogamus audi nos.
Ut nos exaudire digneris, te rogamus audi nos.
Fili Dei, te rogamus audi nos.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parce nobis, Domine.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, exaudi nos, Domine.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis.

Christe, audi nos.
Christe, exaudi nos.
Kyrie eleison.
Christe eleison.
Kyrie eleison.
Pater noster ...
Et ne nos inducas in tentationem. Sed libera nos a malo.

V. Inter vestibulum et altare plorabunt Sacerdotes ministri Domini.
R. Parce Domine, parce populo tuo.
V. Domine non secundum peccata nostra facias nobis,
R. Neque secundum iniquitates nostras retribuas nobis.
V. Domine, ne memineris iniquitatum nostrarum antiquarum,
R. Neque vindictam sumas de peccatis nostris.
V. Adiuva nos, Deus salutaris noster,
R. Et propter gloriam nominis tui, Domine, libera nos.
V. Propitius esto Domine peccatis nostris,
R. Propter nomen sanctum tuum.
V. Domine, exaudi orationem meam,
R. Et clamor meus ad te veniat.

Oremus

Omnipotens sempiterne Deus, parce paenitentibus, propitiare supplicantibus, et largire nobis beneficia misericordiae tuae, ut haec ieiunia sint omnibus nomen tuum invocantibus, et ante conspectum clementiae tuae facinora sua deplorantibus, remedium mentis et corporis, ut quicumque te pro remissione peccatorum suorum invocaverint, corporis et animae sanitatem percipiant, et praemia tibi fideliter servientibus promissa, in aeterna beatitudine consequantur.

Deus, qui hominem mirabiliter creasti, et mirabilius redemisti, da nobis contra oblectamenta peccati, mentis ratione persistere, et maiestati tuae sincero corde servire. Preces populi tui, quaesumus Domine, clementer exaudi, ut qui iuste pro peccatis nostris affligimur, pro tui nominis gloria misericorditer liberemur. Familiam tuam quaesumus, Domine, continua pietate custodi, ut a cunctis adversitatibus te protegente sit libera et in bonis actibus tuo nomini sit devota.

Deus qui non mortem, sed paenitentiam desideras peccatorum, fragilitatem conditionis humanae benignissime respice et conatus nostros benigna pietate prosequere, ut per magnam misericordiam tuam peccatorum nostrorum veniam; in tuo servitio constantiam; et tandem praemia perseverantibus promissa, feliciter consequamur. 

Per Dominum nostrum Iesum Christum, Filium tuum, qui tecum vivit et regnat, in unitate Spiritus Sancti, Deus, per omnia saecula saeculorum. R. Amen.

V. Domine, exaudi orationem meam,
R. Et clamor meus ad te veniat.
V. Benedicamus Domino.
R. Deo gratias.
V. Et fidelium animae per misericordiam Dei requiescant in pace.
R. Amen.

PRIMEIRO SÁBADO DE MARÇO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 2 de março de 2018

CATECISMO MAIOR DE PIO X (I)


BREVE HISTÓRIA DA RELIGIÃO 

Princípios e Noções Fundamentais 

1. Deus, sapientíssimo Criador de todas as coisas, ordenou-as todas a Si como a último fim, ou seja, para que lhe dessem glória manifestando as divinas perfeições nos bens que lhes comunicou. O homem, criatura principal deste mundo visível, devia também promover e realizar este fim conforme a sua natureza racional, com os atos livres de sua vontade, conhecendo, amando e servindo a Deus, para alcançar depois desta sorte o galardão que do mesmo Senhor havia de receber. Este vínculo moral ou lei universal, com que o homem obtém naturalmente ligado a Deus, chama-se religião natural. 

2. Mas, havendo a bondade divina preparado para o homem uma recompensa muito superior do que ele pudesse pensar e desejar, isto é, querendo torná-lo partícipe de sua mesma bem-aventurança, como já não bastasse para fim tão elevado a religião natural, era necessário que Deus mesmo lhe instruísse nos deveres religiosos. Disto se segue que a religião, desde o início, teve que ser revelada, ou seja, manifestada por Deus ao homem. 

3. Na verdade, Deus revelou a religião a Adão e aos primeiros Patriarcas, os quais sucedendo-se uns aos outros e vivendo juntos muitíssimo tempo, podiam transmiti-la facilmente, até que Deus nosso Senhor formou um povo que a guardasse até a vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador, Verbo de Deus encarnado, mas que a cumpriu, aperfeiçoou e confiou à guarda da Igreja por todos os séculos. Tudo o que é demonstrado pela história da religião, confunde-se assim, pode-se dizer, com a história da humanidade. Que é coisa manifesta, que todas as que se chamam religiões, fora da única verdadeira revelada por Deus, da qual falamos, são invenções dos homens e desvios da Verdade, algumas das quais conservam uma parte, mista, porém com muitas mentiras e absurdos. 

4. Enquanto as seitas ou divisões que fizeram da Igreja Católica, Apostólica, Romana, suscitaram-nas e promoveram, ou os homens presunçosos, que abandonaram o sentir da Igreja universal por se afastarem voluntária e obstinadamente após algum erro próprio ou alheio contra a fé, e são os hereges, ou homens orgulhosos e cobiçosos de mando, que acreditando-se mais iluminados que a santa Igreja, arrancaram-lhe uma parte de seus filhos, para rasgar, contra a palavra de Jesus Cristo, a unidade católica, separando-se do Papa e do Episcopado a Ele unido, e são os cismáticos. Enquanto isso, o fiel cristão católico, que inclina sua razão para a palavra de Deus, pregada em nome da santa Igreja por legítimos Pastores, e cumpre fielmente a santa divina lei, caminha com segurança pelo caminho que lhe guia a seu último fim, e quanto mais se instrui na religião, adquire uma visão sempre mais razoável da santa fé. 

5. Este foi totalmente o modo estabelecido por Deus para a perpétua tradição da religião: a sucessiva e contínua comunicação dos homens entre si, de modo que a verdade ensinada pelos maiores se transmitisse em igual forma aos descendentes; que durou até depois que, no curso do tempo, o Espírito Santo moveu diversos escritores para colocar em livros, compostos sob sua inspiração, uma parte da lei divina. Estes livros, escritos com a inspiração de Deus, chamam-se Sagrada Escritura, Livros Santos ou Bíblia Sagrada. Chamam-se livros do Antigo Testamento os que se escreveram antes da vinda de Jesus Cristo, e os que foram escritos depois chamam-se do Novo Testamento. 

6. Aqui Testamento é o mesmo que Aliança ou Pacto feito por Deus com os homens, a saber: salvá-los por meio de um Redentor prometido, com a condição de que prestassem fé à sua palavra e obediência às suas leis. O Antigo Pacto primeiro Deus estabeleceu com Adão e Noé, e depois mais especialmente com Abraão e seus descendentes; pacto que exigia a fé no Messias e no futuro Redentor e a guarda da lei dada por Deus no início e, posteriormente, promulgada a seu povo através de Moisés. O Novo Pacto ou Nova Aliança, após a vinda de Jesus Cristo, Redentor e Salvador nosso, Deus a estabelece com todos os que recebem o sinal que Ele próprio determinou, que é o Batismo, e que nEle creem e guardam a lei que o mesmo Jesus Cristo veio aperfeiçoar e completar, pregando-a em pessoa e ensinando-a em palavras aos Apóstolos. Estes receberam de seu divino Mestre o mandato de pregar por toda parte o santo Evangelho e, na verdade, pregaram-no realmente em palavras, antes de ter sido escrita por inspiração divina, como era então. Mas, nem todos, nem apenas os Apóstolos escreveram, e, certamente, nem escreveram tudo o que tinham visto e ouvido. 

7. Porquanto acabamos de dizer e pelo que indicamos no número 5, compreende-se a suma importância da Tradição divina, que é a mesma palavra de Deus, declarada por Ele mesmo de viva voz a seus primeiros ministros. Nela também se estriba nossa fé, em base muito sólida. 

8. Essa Tradição Divina, junto com a Sagrada Escritura, ou seja, toda a palavra de Deus escrita e transmitida de viva voz, foi confiada por Nosso Senhor Jesus Cristo a um depositário público, perpétuo, infalível, ou seja, a santa Igreja Católica e Apostólica; a qual, fundada no tempo nesta divina Tradição, apoiada pela autoridade que Deus lhe deu e reforçada com a prometida assistência e direção do Espírito Santo, define quais livros contêm a divina revelação, interpreta as escrituras, corrige o significado em dúvida que sobre elas ocorrem, decide as coisas que pautam a fé e os costumes, e julga com sentenças inapeláveis sobre quaisquer matérias relativas a estes pontos de suprema importância para que, de forma alguma, possam confundir as mentes e os corações dos crentes fieis. 

9. Mas note-se que este julgamento compete àquela parte escolhida da Igreja que se denomina docente ou ensinante, formada, primeiro, pelos Apóstolos, e depois, por seus sucessores - os bispos, com o Papa à sua cabeça, que é o Romano Pontífice, sucessor de São Pedro. O Sumo Pontífice, dotado por Jesus Cristo da mesma infabilidade de que está adornada a Igreja, e que lhe é necessária para conservar a unidade e pureza da doutrina, pode, quando fala ex cathedra, isto é, como Pastor e Doutor de todos os cristãos, promulgar os mesmos decretos e pronunciar os mesmos juízos que a Igreja no que toca a fé e os costumes, aos quais ninguém pode desafiar sem comprometer a sua fé. Além disso, pode exercer sempre a suprema autoridade em todas as questões relativas à disciplina e ao bom governo da Igreja e os fiéis devem obedecer-lhe com sincero obséquio da mente e do coração. Em obediência a esta suprema autoridade da Igreja e do Sumo Pontífice - por cuja autoridade propõem-se-nos as verdades da fé, impõem-se-nos as leis da Igreja e se nos manda tudo quanto o bom governo dela é necessário - consiste a regra de nossa fé.

(Do Catecismo Maior de Pio X)

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 1 de março de 2018

POEMAS PARA REZAR (XXIII)


TARDE TE AMEI

Tarde Te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde Te amei!
E eis que estavas dentro de mim e eu fora, e aí Te procurava e eu, sem beleza, precipitava-me nessas coisas belas que Tu fizeste.

Tu estavas comigo e eu não estava Contigo.
Retinham-me longe de Ti aquelas coisas que não seriam, se em Ti não fossem.

Chamaste, e clamaste, e rompeste a a minha surdez;
brilhaste, cintilaste, e afastaste a minha cegueira;
exalaste o Teu perfume, e eu respirei e suspiro por Ti;
saboreei-te e tenho fome e sede;
tocaste-me e inflamei-me no desejo da Tua Paz.

(Santo Agostinho)