sexta-feira, 31 de maio de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: FESTA DA VISITAÇÃO


MAGNIFICAT

Magnificat anima mea Dominum
et exsultavit spiritus meus in Deo salvatore meo, 
quia respexit humilitatem ancillae suae. 
Ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes, 

quia fecit mihi magna, qui potens est, 
et sanctum nomen eius, 
et misericordia eius in progenies et progenies 
timentibus eum. 

Fecit potentiam in brachio suo, 
dispersit superbos mente cordis sui; 
deposuit potentes de sede
et exaltavit humiles; 
esurientes implevit bonis
et divites dimisit inanes. 

Suscepit Israel puerum suum, 
recordatus misericordiae, 
sicut locutus est ad patres nostros, 
Abraham et semini eius in saecula.


(vídeo: trecho)

A minha alma glorifica o Senhor
E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva.
De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações,

O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas,
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração
Sobre aqueles que o temem.

Manifestou o poder do seu braço
E dispersou os soberbos,
Derrubou os poderosos de seus tronos
E exaltou os humildes;
Aos famintos encheu de bens
E aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo, 
Lembrado da sua misericórdia,
Como tinha prometido a nossos pais 
A Abraão e à sua descendência para sempre.

A MORTE DE SANTA JOANA D' ARC

Na manhã de 30 de maio, quarta-feira após a festa da Santíssima Trindade, por volta das sete horas da manhã, os dois dominicanos, Martin Ladvenu e Jean Toutmouillé, vieram à prisão; eles tinham sido encarregados, enquanto filhos da Inquisição, de informar à Joana o horrível suplício ao qual ela deveria se preparar imediatamente. Estes dois religiosos eram muito jovens; talvez, apesar de seu bem querer, eles não tinham toda a experiência necessária para cumprir uma tarefa tão delicada e tão pesada. Tomando conhecimento de uma só vez de que ela deveria morrer na mesma manhã entre as chamas, Joana teve uma crise de verdadeira aflição. Ela soluçava dolorosamente e agarrava seus cabelos em gestos convulsivos, os arrancando. Quando ela se recuperou um pouco, ela exclamou: 'Infelizmente tratam-me tão horrivelmente que meu corpo límpido, por completo, que nunca foi corrompido, hoje será consumido e reduzido em cinzas! Ah! ah! preferiria ser decapitada sete vezes do que ser queimada… Invoco diante de Deus, o grande juiz, estes grandes erros e injustiças que me fazem'. Como Pierre Cauchon entrava, ela lhe diz: 'Bispo, morro por vós'. Mas como pouco importava a Pierre Cauchon a morte de uma pobre moça, ele lhe respondeu com indiferença: 'Ah! Joana, tenha paciência, você morre porque você não manteve o que tinha prometido…' – 'Se o senhor tivesse me colocado na prisão da Igreja, replicou Joana, isso não teria acontecido, eis porque eu o cito diante de Deus'…
O apelo reiterado de Joana à justiça divina nos indica por demais que sua angústia, por mais profunda que fosse, não era de alguma forma de desesperança. Mas na agonia que ela atravessava, a santa deu provas mais formais de esperança. Assim que o doutor Pierre Maurice, que tinha por várias vezes a aconselhado e confessado, se aproximou, ela lhe perguntou: 'Mestre Pierre, onde estarei hoje, nesta mesma noite?'  - 'Você não tem esperança no Senhor?' – 'Sim, respondeu ela, e com a graça de Deus, eu estarei no Paraíso'.
Quando todos se retiraram, o dominicano Martin Ladvenu permaneceu junto dela; ela se confessou longamente e minuciosamente, repassando por duas vezes toda a sequência de suas menores faltas; depois do que ela pediu para receber a santa Comunhão. O irmão Martin estava completamente disposto a lha administrar, mas ele não ousava a isso sem o consentimento do bispo de Beauvais. O oficial Massieu que, apesar de algumas fraquezas, sempre tivera certo interesse pela Donzela, teve a coragem de se dirigir ao bispo. Ele obteve além do esperado. Pierre Cauchon tinha alcançado seus fins políticos ao conseguir condenar a Donzela, não lhe importava que ela recebesse ou não os Sacramentos. Após ter deliberado por um instante com seus amigos, ele respondeu: 'Vá dizer ao irmão Martin para lhe dar o sacramento da Eucaristia e tudo o que ela desejar'. Mas se Joana fosse herética, relapsa e obstinada em seus erros diabólicos, como se poderia admiti-la à Comunhão?
Contudo, fizeram isso com todas as honras devidas ao Santo Sacramento. Com efeito, como um padre carregava a hóstia de uma maneira clandestina, sobre a patena, coberta somente com um véu, sem chamas e sem séquito, sem sobrepeliz e sem estola, o irmão Martin Ladvenu, que a confissão e os sentimentos da santa tinham por demais edificado, indignou-se com esta falta e requisitou que o pároco vizinho trouxesse o corpo de Cristo com solenidade. Logo o clero da paróquia chegou em procissão, a cruz à frente; o oficiante, revestido com os ornamentos sacerdotais, carregava o Santo Sacramento, um coroinha agitava o sinete e uma multidão de fiéis seguiam munidos de tochas; um clérigo cantava no tom monótono do dia ferial as litanias dos santos, e, em cada invocação, a multidão respondia: 'Rogai por ela. Rogai por ela'. Quando o Santíssimo Sacramento entrou na prisão, Joana caiu de joelhos; ela recebeu o corpo de seu Senhor com lágrimas de amor e de consolação. Respeitaram por algum tempo o fervor de sua ação de graças, depois lhe anunciaram que tinha chegado a hora de ir ao martírio.
Até então, ao que tudo indica, Joana continuara a usar o hábito de homem que ela tinha recuperado, o que prova que os próprios padres não acreditavam que este fosse um crime tão grande, um sacrilégio. Antes de deixar a prisão, vestiram-na com uma longa túnica preta de penitência, com um capuchinho ou boné na cabeça. Um carro pesado e grosseiro esperava há algum tempo no pátio do castelo, era a charrete do carrasco. Fizeram-na subir. O padre Jean Massieu, de batina preta, e o dominicano Martin Ladvenu, com túnica branca, entraram também no carro; o carrasco, sentado, pôs os cavalos em marcha. O governo inglês, por uma demonstração militar completamente excepcional, assinalou a importância política desta execução.
Mais de setecentos soldados armados com lanças e espadas escoltaram Joana d’Arc; parecia que era a própria França que conduziam ao suplício. A multidão, avisada de véspera da hora da execução, estava em massa nas ruas, ao longo dos muros, nos cruzamentos, nas portas, nas janelas das casas. Do entorno da cidade, os próprios camponeses tinham vindo para assistir ao espetáculo. O carro, através de todo esse mundo e apesar dos esforços, dos gritos, dos golpes dados pelos soldados contra a população, só avançava com muito esforço. Joana, com as mãos juntas, rezava com tantas lágrimas e fervor, que os espectadores dela estavam profundamente comovidos. Mesmo aqueles que lhe tinham sido mais hostis, assim que a viram, foram ganhados pela emoção contagiosa e ficaram em silêncio. Nicolas Loyseleur, o traidor, o Judas, que tinha tão odiosamente abusado da confiança da jovem e de sua autoridade de confessor, não pôde suportar por muito tempo este espetáculo. Coberto por remorsos, uma verdadeira crise de desesperança o tomou. Foi como um acesso de terror e de loucura. Viram-no, fora de si, com gestos estranhos e gritos frenéticos, dividir a multidão, atravessar o cinturão dos soldados, chegar até a carroça, que ele tentou escalar, e gritar por perdão. Os soldados, entendendo o que ele queria, caíram sobre ele e o encheram de socos; ele iria ser morto, quando Warwick chegou, o protegeu e lhe aconselhou para deixar Rouen o mais rápido, se ele desejasse viver.
Contudo, a pesada charrete chegou diante da praça do Velho Mercado. Joana perguntou: 'É aqui que eu devo morrer?' Os padres que a acompanhavam não tiveram coragem de lhe responder; as disposições tomadas para o suplício eram muito mais significativas do que as palavras. Na praça, três estrados tinham sido levantados: um, grande e suntuosamente adornado, para o cardeal de Winchester, o bispo de Beauvais e todos os prelados e assessores; outro, ainda considerável, para o intendente de Rouen, seu tenente, seus oficiais e todo o poder secular; um terceiro, mais elevado, mas menor, formava um tipo de cátedra onde deveriam se colocar o pregador e a condenada. Diante, elevava-se a fogueira, que tinham tido o cuidado de construir mais larga e mais elevada do que de costume, a fim de permitir que todos constatassem a realidade do suplício e da morte da Donzela. Sobre este cadafalso de gesso tinham pregado este epíteto em letras maiúsculas:
'Joana, que se fez nomear a Donzela, mentirosa, perniciosa, abusadora do povo, advinha, supersticiosa, blasfemadora de Deus, presunçosa, que não professa a fé de Jesus Cristo, vingadora, idólatra, cruel, dissoluta, invocadora de demônios, apóstata, cismática e herética'
O cardeal de Winchester, o bispo de Beauvais, o Inquisidor e todo o clero, o governador Warwick com os senhores ingleses, o intendente com os vereadores, tinham ocupado seus assentos sobre seus respectivos estrados. Mil soldados ingleses cercavam os três andaimes. Uma multidão de mais de dez mil pessoas espremia-se na praça, nas fachadas das casas, e até nas saídas das ruas vizinhas. Joana apareceu no topo do ambão. Ao seu lado, o pregador tomou seu lugar e se colocou a falar. Era Nicolas Midi, da Universidade de Paris. Ele escolheu como texto de seu discurso o versículo da primeira epístola aos Coríntios, capítulo XII. Sid quid patitur unum mem brum compatiuntur alia membra. 'O que sofre um membro, todos os outros o sofrerão'. E ele se colocou a desenvolver este tema, esforçando-se para demonstrar como a Donzela era um membro pútrido e como ela deveria ser arrancada da Igreja e da humanidade. Ele falou durante um longo tempo com uma extrema veemência e terminou por estas palavras de uma caridade fingida: 'Joana, vá em paz, a Igreja não pode mais te defender e te remete às mãos do poder secular' [...]
[...] Enfim, os carrascos, armados com tochas em chamas, aproximam-se da fogueira. Joana suplica para que o irmão Martin Ladvenu permaneça junto dela; ele faz isso, mas agarrando a grande cruz, ele a mantém 'elevada, reta, diante dos olhos de Joana, até o passo da morte'. A fogueira, sendo feita, em parte, por feixes muito secos, o fogo aceso nos quatro cantos colocou-se a crepitar e a se elevar rapidamente. Ouviram Joana professar Deus, seus santos, o nome de Jesus, e protestar que suas vozes não a tinham enganado. A chama invadiu rapidamente toda a fogueira, subiu com uma única labareda até o céu, iluminando os rostos dos carrascos e dos soldados; no meio de um silêncio absoluto, ouviram Joana gritar profundamente: 'Jesus, Jesus, Jesus…'
(Texto publicado originalmente no site Apostolado Católico Arauto da Verdade)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

INDULGÊNCIAS DO DIA DA SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI

Neste dia da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, o católico pode ser contemplado com as seguintes indulgências:

(i) Indulgência parcial: rezar, com piedosa devoção, a oração 'Alma de Cristo':

Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de vossa chagas, escondei-me.
Não permitais que eu me separe de vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da morte chamai-me e
mandai-me ir para vós,
para que com vossos Santos vos louve
por todos os séculos dos séculos.
Amém. 

(ii) Indulgência plenária: rezar, com piedosa devoção, a oração 'Tantum Ergo' ou 'Tão sublime Sacramento':

Tão sublime sacramento
vamos todos adorar,
pois um Novo testamento
vem o antigo suplantar!
Seja a fé nosso argumento
se o sentido nos faltar.
Ao eterno Pai cantemos
e a Jesus, o Salvador,
igual honra tributemos,
ao Espírito de amor.
Nossos hinos cantaremos,
chegue aos céus nosso louvor.
Amém.

Do céu lhes deste o pão,
Que contém todo o sabor.

Oremos: Senhor Jesus Cristo, neste admirável Sacramento, nos deixastes o memorial da vossa Paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso corpo e do vosso sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós que viveis e reinais para sempre. Amém.

CORPUS CHRISTI


Corpus Christi, expressão latina que significa Corpo de Cristo, é uma festa litúrgica da Igreja sempre celebrada na quinta–feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes, 50 dias depois da Páscoa. Abaixo, duas orações características desta data litúrgica:

Anima Christi

Anima Christi, sanctifica me.
Corpus Christi, salva me.
Sanguis Christi, inebria me.
Aqua lateris Christi, lava me.
Passio Christi, conforta me.
O bone Iesu, exaudi me.
Intra tua vulnera absconde me.
Ne permittas me separari a te.
Ab hoste maligno defende me.
In hora mortis meæ voca me.
Et iube me venire ad te,
ut cum Sanctis tuis laudem te
in sæcula sæculorum. 
Amen.


Tantum Ergo

  Tantum ergo Sacramentum
Veneremur cernui:
Et antiquum documentum
Novo cedat ritui:
Praestet fides supplementum
Sensuum defectui.

Genitori, Genitoque
Laus et iubilatio,
Salus, honor, virtus quoque
Sit et benedictio:
Procedenti ab utroque
Compar sit laudatio.

Amen.

30 DE MAIO - SANTA JOANA D'ARC


Jeanne D'Arc nasceu em 6 de janeiro de 1412, na aldeia de Domrémy-la-Pucelle (na região da Lorena francesa). Descendente de camponeses analfabetos, apresentou-se, ainda adolescente e em trajes masculinos diante do rei da França Carlos VII, como a enviada por Deus para comandar as tropas francesas para a libertação da cidade de Orleans, então dominada pelos ingleses (os monarcas ingleses dominavam desde o século XI vários territórios franceses e a chamada Guerra dos Cem Anos, que durou na verdade 116 anos (1337 - 1453), foi o conflito sangrento travado entre os dois países, movidos pelo desejo francês de recuperar os territórios perdidos para a Inglaterra). Em face de vários eventos sobrenaturais, tal missão foi concedida e Orleans foi libertada em 9 de maio de 1429. Esta vitória recendeu a esperança das tropas francesas que conseguiram, em seguida, a retomada de vários outros territórios e que culminou com a coroação do rei francês em Reims, em 17 de julho de 1429. 

(coroação do rei Carlos VII e Joana D'Arc à frente das tropas francesas)

No dia 23 de maio de 1430, em Compiègne, Joana D' Arc foi aprisionada e vendida aos ingleses, a preço de ouro. Presa em Rouen, foi julgada numa farsa de processo e condenada à morte na fogueira por heresia. Foi queimada viva em 30 de maio de 1431, com apenas 19 anos de idade, após ter recebido os sacramentos da confissão e da comunhão. Suas cinzas (além do coração que, ao contrário do resto do corpo, permaneceu intacto e cheio de sangue) foram lançadas no Rio Sena, por ordem dos ingleses, para evitar quaisquer cultos futuros de suas relíquias. A revisão da condenação e a invalidação do processo que a julgou ocorreram já na época do Papa Calisto III (1455-1458), mas somente quase quinhentos anos depois, em 1920, é que Joana d'Arc foi canonizada pelo Papa Bento XV e hoje é venerada como a santa padroeira da França.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

DA VIDA ESPIRITUAL (51)




Teu caminho de santificação está delineado diante do teu coração manso e humilde e de tuas palavras de discípulo: 'Senhor, eis aqui o meu propósito: que o meu sim seja sim, que o meu não seja não e, entre o meu sim e o meu não, esteja tudo o me pedes!'

terça-feira, 28 de maio de 2013

ABERRAÇÕES LITÚRGICAS (II)

Os Sacerdotes e ministros de meu Filho, por causa de sua má vida, pelas suas irreverências e por sua impiedade ao celebrar os santos mistérios, pelo amor ao dinheiro, por amor às honras e aos prazeres, converteram-se em cloacas de impureza. Sim, os Sacerdotes provocam a vingança e a vingança pende sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e pessoas consagradas a Deus que, pelas suas infidelidades e má vida, crucificam meu Filho de novo! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao céu e atraem vingança, e eis que a vingança está às portas, porque já não se encontra ninguém para implorar misericórdia e perdão para o povo. Já não há almas generosas, já não há ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Eterno pelo mundo.
(Nossa Senhora de La Salette)




Arcebispo Giancarlo Bregantini María, membro da Comissão Pontifícia para o Clero e a Vida Consagrada, Arquidiocese de Campobasso-Bojano/Itália)

(Bispo John Ford - Plymouth/EUA)

Aberrações Litúrgicas (postagens anteriores)