terça-feira, 30 de abril de 2013

DA VIDA ESPIRITUAL (49)


Tocar as sagradas espécies, receber a eucaristia de homens comuns, trajar roupas vulgares na procissão eucarística, transformar a comunhão num ato mecânico ou em um rito social, comungar em pecado mortal: rol de sacrilégios que transforma o homem em réu de condenação; seria melhor que estes insensatos colocassem mós ao pescoço e se lançassem no mais profundo dos abismos ...

A FÉ EXPLICADA (IX)

A EXCOMUNHÃO

Uma pessoa torna-se membro da Igreja quando recebe o sacramento do Batismo e somente poderá ser separado dela por cisma (negação ou contestação da autoridade papal), por heresia (negação de alguma das verdades de fé proclamadas pela Igreja) ou por excomunhão (exclusão da Igreja por manifestar matéria gravemente ofensiva à doutrina da Igreja, sem posicionamentos de arrependimento e reparação). A Igreja é o Corpo Místico de Cristo, em que Cristo é a Cabeça, o Espírito Santo é a alma e cujos membros somos nós, os batizados como Filhos de Deus. Por razões de cisma, heresia e ou excomunhão, a pessoa está 'fora da Igreja' e, portanto, destituída da graça da salvação eterna. 

A excomunhão, prevista no Direito Canônico, constitui uma pena de caráter medicinal ou de censura imposta pela Igreja, relacionada à pronta suspeição e interdição de um delito ou pecado de extrema gravidade, cometido por uma ou mais pessoas batizadas, bem como à mitigação do escândalo correspondente e à imediata e contundente correção do responsável (ou responsáveis) pelo fato cometido. Além do fato consumado, a imposição da pena da excomunhão implica necessariamente a natureza contumaz dos delitos praticados. Assim, impõe-se sempre que o rito da excomunhão seja precedido pela advertência formal feita por autoridade constituída da Igreja, pela oportunidade ampla de reparação, pelo pleno conhecimento dado ao delituoso da gravidade dos fatos cometidos, bem como da imperiosa necessidade da retratação e de arrependimento pelos atos cometidos. É na contumácia (obstinação) dos fatos e ações delituosas cometidas pela pessoa que se impõe à mesma a validade da censura gravíssima da excomunhão. 

A excomunhão pode ser imposta latae sententiae (aplicável a partir do momento em que o delito foi cometido) ou ferendae sententiae (aplicável à pessoa a partir do momento em que foi imposta). No primeiro caso, incorrem todos aqueles que, por exemplo, participam voluntariamente de um aborto e a excomunhão resulta automática no próprio fato de se cometer tal delito (embora, em alguns casos e por razões que se impuserem oportunas, tais excomunhões possam ser também declaradas formalmente). No segundo caso, ao contrário, a excomunhão exige a caracterização formal do delito por meio de um decreto do bispo diocesano ou por sentença judicial (cf. cânon 1341 e seguintes). 

A excomunhão não caracteriza uma expulsão da Igreja, simplesmente porque esta ação não pode apagar o elo batismal que nos uniram indelevelmente, um dia, à Santa Igreja. Um excomungado está separado, mas não expulso da Igreja e, embora passe a ser réu de inúmeras proibições (ver restrições impostas pelo cânon 1331, dadas abaixo) e, por esta razão, continua sujeito igualmente às leis da Igreja (um católico excomungado comete pecado mortal ao cometer adultério, como qualquer outro católico). E, é sempre bom lembrar, a excomunhão poderá ser revista e cessada, nos termos constantes do Direito Canônico.

§1 - Proíbe-se ao excomungado (Cânon 1331):

1. Possuir qualquer participação ministerial na celebração do Sacrifício Eucarístico ou em quaisquer outras cerimônias de culto;
2. Celebrar os sacramentos ou sacramentais e receber os sacramentos;
3. Desempenhar ofícios, ministérios ou cargos eclesiásticos ou realizar atos de regime.
§2 - Quando a excomunhão foi imposta ou declarada, o réu:
1. Se quiser agir contra o que é prescrito no §1, deverá ser rejeitado ou deve cessar a cerimônia litúrgica, a não ser que obste uma causa grave;
2. Realiza invalidamente os atos de regime, que conforme o §1,3 são ilícitos;
3. Está proibido de gozar dos privilégios que anteriormente lhe foram concedidos;
4. Não pode obter validamente uma dignidade, ofício ou outra função na Igreja;
5. Não tem para si os frutos de uma dignidade, ofício, função ou pensão que tenha na Igreja.

O §1 se refere ao excomungado em geral, sem oferecer maiores especificações. Portanto, diz respeito a todos os excomungados, sejam latae sententiae ou ferendae sententiae. Por outro lado, o §2 refere-se apenas àqueles que foram excomungados ferendae sententiae (excomunhão imposta) ou latae sententiae declarada; excluem-se aqueles que incorreram em excomunhão latae sententiae não-declarada.

Estas observações são particularmente relevantes neste momento, em que o bispo de Bauru/SP infligiu a pena da excomunhão a um padre de sua diocese, em face da natureza e contumácia dos graves delitos por ele cometidos, há tempos. O sacerdote, diante de pena tão terrível, diz-se sentir 'honrado' em recebê-la. Diante da imperiosa característica de contenção do escândalo que se insere tal censura, inúmeros fiéis participam da 'última missa' do sacerdote, mobilizam-se em sua defesa de formas diversas, difamam a Igreja e se sentem consternados com a 'posição radical' do bispo diocesano. Quantos pecados, quanto escândalo, quanta heresia; e quantos se condenando por meros e tresloucados apegos humanos, consumidos em erros doutrinários de gravidade extrema. A Igreja sangra sob a loucura e a insensatez dos seus próprios filhos...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM

§ I. As práticas comuns.

115. Há muitas práticas interiores da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. As principais são, abreviadamente, as seguintes:

1. Honrá-la, como a digna Mãe de Deus, com o culto de hiperdulia, isto é, estimá-la e honrá-la sobre todos os outros santos, como a obra-prima da graça e a primeira depois de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
2. Meditar suas virtudes, seus privilégios e seus atos.
3. Contemplar suas grandezas.
4. Fazer-lhe atos de amor, de louvor e reconhecimento.
5. Invocá-la cordialmente.
6. Oferecer-se e unir-se a ela.
7. Em todas as ações ter a intenção de agradar-lhe.
8. Começar, continuar, e acabar todas as ações por ela, nela, com ela e para ela, a fim de fazê-las por Jesus Cristo, em Jesus Cristo, com Jesus Cristo e para Jesus Cristo, nosso último fim. Mais adiante explicaremos esta última prática (Ver cap. VIII, art, II).

116. A verdadeira devoção à Santíssima Virgem tem também muitas práticas exteriores, das quais as principais são:

1º Alistar-se em suas confrarias e ingressar em suas congregações;
2º ingressar numa das ordens instituídas em sua honra;
3º publicar seus louvores;
4º dar esmolas, jejuar e mortificar-se o espírito e o corpo em sua honra;
5º trazer consigo suas insígnias, como o santo rosário ou o terço, o escapulário ou a cadeiazinha;
6º recitar com devoção, atenção e modéstia ou o santo rosário, composto de quinze dezenas de Ave-Maria, em honra dos quinze mistérios principais de Jesus Cristo, ou o terço de cinco dezenas, contemplando os cinco mistérios gozosos: anunciação, a visitação, a natividade de Jesus Cristo, a purificação e o encontro de Jesus no templo; os cincomistérios dolorosos: a agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras, sua flagelação, a coroação de espinhos, Jesus levando cruz, e a crucificação; os cinco mistérios gloriosos:a ressurreição de Jesus, sua ascensão, a descida do Espírito Santo, a assunção da Santíssima Virgem em corpo e alma ao céu, e sua coroação pelas três pessoas da Santíssima Trindade.

Pode-se recitar também uma coroa de seis ou sete dezenas em honra dos anos que se crê a Santíssima Virgem ter vivido na terra; ou a coroinha da Santíssima Virgem, composta de três Pai-nosso e doze Ave-Marias, em honra de sua coroa de doze estrelas ou privilégios; outrossim o ofício da Santíssima Virgem universalmente conhecido e recitado pela Igreja; o pequeno saltério da Santíssima Virgem que São Boaventura compôs em sua honra, tão terno e devoto que não se pode recitá-lo sem enternecimento; quatorze Pai-nosso e Ave-Marias em honra de suas quatorze alegrias; quaisquer outras orações, enfim, hinos e cânticos da Igreja, como o 'Salve Rainha', o Alma', o 'Ave Regina caelorum', ou o 'Regina caeli', conforme os diferentes tempos; ou o 'Ave, Maris Stella', 'O gloriosa Domina', etc., ou o 'Magnificat', e outras orações e hinos de que andam cheios os devocionários;

7º cantar e fazer cantar em sua honra cânticos espirituais;
8º fazer-lhe um certo numero de genuflexões ou reverências, dizendo-lhe, p. ex., todas as manhãs, sessenta ou cem vezes: 'Ave, Maria, Virgo Fidelis', para, por meio dela, obter de Deus a fidelidade às graças durante o dia; e à noite: 'Ave, Maria, Mater Misericordiae', para, por intermédio dela, alcançar de Deus o perdão dos pecados cometidos durante o dia;
9º ter zelo por suas confrarias, ornar seus altares, coroar e enfeitar suas imagens;
10º carregar nas procissões ou fazer que se conduza sua imagem nas procissões, e trazê-la consigo como uma arma eficaz contra o demônio;
11º mandar fazer imagens que a representem, ou seu nome, e colocá-los nas igrejas, nas casas, nos pórticos ou à entrada das cidades, igrejas e casas;
12º consagrar-se a ela, de uma maneira especial e solene.

117. Há uma quantidade de outras práticas da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, que o Espírito Santo tem inspirado às almas de escol, e que são muito santificantes. Pode-se encontrá-las mais extensamente no livro 'Paraíso aberto a Filágia' do Padre Paulo Barry, da Companhia de Jesus. Aí o autor coligiu grande número de devoções praticadas pelos santos em honra da Santíssima Virgem, devoções maravilhosamente úteis para santificar as almas, desde que sejam praticadas como devem, isto é:
1º Com reta e boa intenção de agradar só a Deus, de unir-se a Jesus Cristo como o nosso fim último, e de edificar o próximo;
2ª com atenção, sem distrações voluntárias;
3º com devoção, sem precipitação nem negligência;
4º com modéstia e compostura, em atitude respeitosa e edificante.

§ II. A prática perfeita.

118. Depois de ler quase todos os livros que tratam da devoção à Santíssima Virgem e de conversar com as pessoas mais santas e instruídas destes últimos tempos, declaro firmemente que não encontrei nem aprendi outra prática de devoção à Santíssima Virgem semelhante a esta que vou iniciar, que exija de uma alma mais sacrifícios a Deus, que a despoje mais completamente de seu amor-próprio, que a conserve com mais fidelidade na graça e a graça nela, que a una com mais perfeição e facilidade a Jesus Cristo, e, afinal, que seja mais gloriosa para Deus, santificante para a alma e útil ao próximo.

119. O essencial desta devoção consiste no interior que ela deve formar, e, por este motivo, não será compreendida igualmente por todo o mundo. Alguns hão de deter-se no que ela tem de exterior, e não passarão avante, e estes serão o maior número; outros, em número reduzido, entrarão em seu interior, mas subirão apenas um degrau. Quem alcançará o segundo? Quem se elevará ao terceiro? Quem, finalmente, se identificará nesta devoção? Aquele somente a quem o Espírito de Jesus Cristo revelar este segredo. Ele mesmo conduzirá a esse estado a alma fiel, fazendo-a progredir de virtude em virtude, de graça em graça e de luz em luz, para que ela chegue a transformar-se em Jesus Cristo, e atinja a plenitude de sua idade sobre a terra e de sua glória no céu.

('Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria' de São Luís Maria Grignion de Montfort)

domingo, 28 de abril de 2013

28 DE ABRIL - SÃO LUÍS DE MONTFORT

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Missionário do Espírito Santo e da Virgem Santíssima, São Luís Maria Grignion de Montfort foi o portador da graça divina de uma mensagem de transcendência extraordinária: a necessidade de uma devoção ardente à Mãe de Deus e do conhecimento da missão ímpar de Nossa Senhora no Segundo Advento do seu Filho. Nasceu em 31 de janeiro de 1637 em Montfort (França), sendo ordenado sacerdote em 1700. Em 1706, foi recebido pelo Papa Clemente XI que, confirmando a sua vocação missionária, outorgou-lhe o título de 'Missionário Apostólico'. Nesta missão, combateu duramente a doutrina jansenista na França, que, crendo na predestinação, apresentava um Deus tirânico e sem misericórdia. Fundou três instituições religiosas: a Companhia de Maria (congregação de sacerdotes missionários), as Filhas da Sabedoria (freiras dedicadas à assistência aos doentes nos hospitais e à instrução de meninas pobres) e os Irmãos de São Gabriel (congregação de leigos voltados para o ensino). Escreveu várias obras, dentre ela o 'Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem', referência básica da mariologia cristã. Morreu em 28 de abril de 1716, aos 43 anos e apenas 16 anos como sacerdote, em Saint-Laurent-sur-Sèvre (França). Foi beatificado em 1888 e canonizado em 1947, pelo Papa Pio XII.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

GLÓRIAS DE MARIA: NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO


'Sou a Rainha das Vitórias e a Mãe do Bom Sucesso'

Esta imagem milagrosa de Nossa Senhora do Bom Sucesso é venerada no Monasterio Real de La Limpia Concepción, primeiro convento de monjas contemplativas da América do Sul, fundado em 1577 em Quito / Equador, sob os auspícios do rei Filipe II da Espanha. Em 2 de fevereiro de 1610, Nossa Senhora se manifestou a uma das oito religiosas fundadoras do mosteiro - Madre Mariana de Jesus Torres, apresentando-se como a 'Rainha das Vitórias e Mãe do Bom Sucesso', dando início a uma série enorme de eventos milagrosos e revelações extraordinárias (ver postagem anexa):

(Madre Mariana de Jesus)

'Rezava insistentemente Madre Mariana à primeira hora da madrugada, prostrada ao solo no coro, pelas necessidades de seu mosteiro, da colônia espanhola da América e da Igreja, quando notou a presença de uma Senhora de extraordinária formosura, sustentando no braço esquerdo um Menino belo como a aurora. Emocionada, a religiosa perguntou:

Quem sois, linda Senhora, e que desejais de mim, que sou só uma sofrida monja?

— Sou Maria do Bom Sucesso, a Rainha dos Céus e da Terra. Porque me invocaste com terno afeto, venho do Céu consolar teu aflito coração. Tuas orações, lágrimas e penitências são muito agradáveis a nosso Pai Celestial. Na mão direita, tenho o báculo que vês, pois quero governar este meu mosteiro como Priora e Mãe. Satanás quer destruir esta obra de Deus, mas não o conseguirá, porque Eu sou a Rainha das Vitórias e a Mãe do Bom Sucesso, sob cuja invocação quero fazer prodígios em todos os séculos.

É vontade de meu Filho Santíssimo que mandes confeccionar uma imagem, tal como me vês, e que a coloques no trono da abadessa. Na minha mão direita porás o báculo e as chaves da clausura, em sinal de minha propriedade e autoridade. Em minha mão esquerda porás meu Divino Filho. Eu mesma governarei este meu Mosteiro.

— Senhora —ponderou a religiosa — como realizar tudo isso, se até desconheço Vossa estatura?

— Dá-me o cordão franciscano que trazes à cintura.

A Santíssima Virgem o tomou e colocou uma de suas extremidades na mão de seu Divino Filho, que o aplicou à cabeça da Mãe, indicando a Madre Mariana que, com a outra ponta, tocasse seus pés.

O cordão milagrosamente se esticou, até alcançar a estatura exata da Santíssima Virgem.

— Aqui tens, minha filha, a medida de tua Mãe do Céu. Meu servo Francisco del Castilho, a quem explicarás minhas feições e minha postura, talhará minha imagem, pois tem reta consciência e observa religiosamente os mandamentos de Deus e da Igreja. De tua parte, ajuda-o com orações e humildes sofrimentos'.


Francisco del Castillo preparou-se com penitências, para tão alto encargo: confessou-se, comungou, e no dia 15 de setembro de 1610 iniciou a confecção da imagem. Quando faltavam apenas os retoques finais, certo de que a imagem, embora satisfatória, nem de longe representava o que Madre Mariana havia visto, resolveu não só fazer mais penitência, mas saiu de viagem em busca das melhores tintas para concluir o trabalho.

De regresso, surpreendeu-se ao encontrar já concluída a imagem. Diante do bispo, fez juramento escrito para testemunhar que a imagem não era obra sua, e que a havia encontrado, ao voltar, com uma forma muito diferente da que havia deixado, seis dias antes.

Madre Mariana de Jesus descreve assim os acontecimentos: rezava às três horas da madrugada do dia 16 de janeiro de 1611, no coro, onde estava a imagem que ia sendo esculpida por Francisco del Castillo, quando viu os arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael, os quais se apresentavam diante do trono da Rainha dos Céus.

São Miguel, saudando-a, disse: 'Ave Maria, Filha de Deus Pai'; São Gabriel acrescentou: 'Ave Maria, Mãe de Deus Filho' e São Rafael concluiu: 'Maria Santíssima, Esposa puríssima do Espírito Santo'. Nesse momento apareceu São Francisco de Assis e se uniu aos três arcanjos. Seguidos da milícia celeste, acercaram-se da imagem semi-acabada, transformando-a e refazendo-a, dando-lhe uma beleza inigualável que mão humana jamais poderia conferir.

A Virgem estava totalmente iluminada, como se estivesse no meio do sol. Do alto, a Santíssima Trindade olhava comprazida o que acontecia, e os anjos entoavam suas melodias. No meio de todas essas alegrias, a Rainha do Céu penetrou pessoalmente na imagem, como raios de sol que se introduzem em um cristal. Como que tomando vida, tornou-se resplandecente, e com celestial melodia cantou o Magnificat. Os anjos entoaram o hino Salve Sancta Parens (Ave, ó Santa Progenitora). 

Salve sancta parens 
Enixa puerpera Regem 
Qui celum terramque regit 
In saecula saeculorum

Eructavit cor meum 
Verbum bonum 
Dico ego opera mea Regi

Gloria patri et filio 
Et spiritui sancto 
Sicut erat in principio 
Et nunc et semper 
Et in saecula saeculorum

Amen

Nossa Senhora do Bom Sucesso, rogai por nós!

AS REVELAÇÕES DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO

'A pátria em que vives deixará de ser colônia e será república livre; então, chamar-se-á Equador e necessitará de almas heróicas para sustentar-se no meio de tantas calamidades, públicas e privadas'.

Previsão cumprida 200 anos depois. 

'No século XIX, haverá um presidente verdadeiramente católico, varão de caráter, a quem Deus dará a palma do martírio, na mesma praça onde está este meu convento. Ele consagrará a República ao Divino Coração de meu Filho Santíssimo, e esta consagração sustentará a Religião católica nos anos posteriores, os quais serão amargos para a Igreja'.

Gabriel García Moreno (1821-1875) 

Com efeito, em 25 de março de 1874, Gabriel Garcia Moreno tornou o Equador a primeira nação da América consagrada ao Sagrado Coração de Jesus. E no ano seguinte, a 6 de agosto, entregou sua alma a Deus, assassinado pelos inimigos da fé, na mesma praça em que está situado o mosteiro. Antes de expirar, escreveu no solo, com o próprio sangue: Dios no muere.

Nossa Senhora do Bom Sucesso entregou o Menino Jesus a Madre Mariana. Em seus braços, Ele revelou-lhe a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, quando 'meu Vigário' estiver cativo; e o dogma da Assunção, depois de o mundo sair de um banho de sangue.

Fatos que ocorreram, respectivamente, em 1854, no pontificado do Bem-aventurado Pio IX, e após a II Guerra Mundial, em 1950.

A Rainha do Céu e da Terra manifestou à Madre Mariana que a invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso seria a sustentação e a guarda da fé, face à total corrupção do século XX, na seguinte revelação:

'nesses tempos de calamidade, quase não haverá inocência infantil [...], a atmosfera estará saturada de impureza, a qual, como um mar imundo, correrá pelas ruas, praças e lugares públicos com uma liberdade assombrosa, de maneira que quase não se encontrarão no mundo almas virgens[...]. Quanta dor sinto ao te manifestar que haverá muitos e enormes sacrilégios públicos e também ocultos, profanações da Sagrada Eucaristia. [...] Meu Filho Santíssimo será lançado ao solo e pisoteado por pés imundos. [...] O Sacramento da ordem sacerdotal será ridicularizado, oprimido e desprezado, porque nesse sacramento se oprime e denigre a Igreja de Deus e a Deus mesmo, representado em seus sacerdotes. [...] O Sacramento do matrimônio, que simboliza a união de Cristo com a Igreja, será atacado e profanado em toda a extensão da palavra [...]. Impor-se-ão leis iníquas, com o objetivo de o extinguir, facilitando a todos viverem mal'.

'Quando tudo parecer perdido, será o início do triunfo da Santa Igreja. O pequeno número de almas que guardarão o tesouro da fé e das virtudes sofrerá um cruel e indizível padecer, a par de um prolongado martírio [...], haverá uma guerra formidável e espantosa, na qual correrá sangue de nacionais e estrangeiros, de sacerdotes e de religiosas. Essa noite será terrível, pois parecerá ao homem o triunfo da maldade. Será chegada, então, a hora em que Eu de maneira assombrosa destronarei o soberbo e maldito Satanás, pondo-o abaixo de meus pés e sepultando-o no abismo infernal. Deixarei por fim livres, a Igreja e a pátria, de sua cruel tirania [...]. Ora com insistência, pedindo a nosso Pai Celeste que se compadeça e ponha termo, o quanto antes, a tempos tão nefastos, enviando à Santa Igreja o prelado (do latim, 'praelatus' — aquele que vai à frente),que deverá restaurar o espírito de seus sacerdotes. A esse filho meu muito querido amamos, meu Filho Santíssimo e Eu, com amor de predileção, pois o dotaremos de uma capacidade rara, de humildade de coração, de docilidade às divinas inspirações, de fortaleza para defender os direitos da Igreja e de um coração terno e compassivo, para que, qual outro Cristo, atenda o grande e o pequeno, sem desprezar o mais desafortunado que lhe peça luz e conselho em suas dúvidas e amarguras [...]. Em sua mão será posta a balança do Santuário, para que tudo se faça com peso e medida, e Deus seja glorificado'.

'Tempos funestos sobrevirão, nos quais, cegando na própria claridade, aqueles que queriam defender em justiça os direitos da Igreja, sem temor servil nem respeito humano, darão a mão aos inimigos da Igreja, para fazer o que estes quiserem. Mas ai do erro do sábio — o que governa a Igreja — do Pastor do redil que meu Filho Santíssimo confiou a seus cuidados. Mas quando aparecerem triunfantes e quando a autoridade abusar de seu poder, cometendo injustiças e oprimindo os débeis, próxima está sua ruína. Cairão por terra estatelados. E, alegre e triunfante, qual terna menina, ressurgirá a Igreja e adormecerá brandamente, embalada em mãos do hábil coração maternal de meu filho eleito e muito querido daqueles tempos, ao qual, se dócil prestar ouvido às inspirações da graça — sendo uma delas a leitura das grandes misericórdias que meu Filho Santíssimo e Eu temos usado contigo —, enchê-lo-emos de graças e dons muito particulares, fá-lo-emos grande na Terra e muito maior no Céu, onde lhe temos reservado um assento muito precioso, porque, sem temor dos homens, combateu pela verdade e defendeu, impertérrito, os direitos de sua Igreja, pelo que bem o poderão chamar mártir'.

'O meu culto sob a consoladora invocação do Bom Sucesso …. será a sustentação e salvaguarda da Fé na quase total corrupção do século XX'.

'Os sacerdotes, a partir do século XIX, deverão amar com toda a alma João Maria Vianney, um servo meu que a Bondade Divina prepara para com ele agraciar aqueles séculos como modelo exemplar do sacerdote abnegado'.

'Saiba ainda que a Justiça Divina costuma descarregar castigos terríveis sobre nações inteiras, não tanto pelos pecados do povo quanto pelos dos Sacerdotes e religiosos, porque estes últimos são chamados, pela perfeição de seu estado, a ser o sal da Terra, os mestres da verdade e os pára-raios da Ira Divina' .

'Quase não se encontrará a inocência nas crianças nem pudor nas mulheres, e nessa suprema necessidade da Igreja, calar-se-á aquele a quem competia a tempo falar”.Essa grave omissão é repetida por Nossa Senhora na aparição seguinte, 

'Campearão vícios de impureza, a blasfêmia e o sacrilégio naquele tempo de depravada desolação, calando-se quem deveria falar.Os que deveriam defender os direitos da Igreja dão as mãos aos seus inimigos.'

'Tempos funestos sobrevirão, nos quais …. aqueles que deveriam defender em justiça os direitos da Igreja, sem temor servil nem respeito humano, darão as mãos aos inimigos da Igreja para fazer o que estes quiserem. Quando tudo parecer perdido, será o início do triunfo da Santa Igreja.'

'O pequeno número de almas que guardará o tesouro da Fé e das virtudes sofrerá um cruel, indizível e prolongado martírio. Muitas delas descerão ao túmulo pela violência do sofrimento e serão contadas como mártires que se sacrificaram pela Igreja e pela Pátria.'

'Para a libertação da escravidão dessas heresias, aqueles a quem o amor misericordioso de meu Filho Santíssimo destinará para esta restauração, necessitarão de grande força de vontade, constância, valor e muita confiança em Deus. Para pôr à prova esta fé e confiança dos justos, haverá ocasiões em que tudo parecerá perdido e paralisado. Será, então, o feliz princípio da restauração completa'.

A Virgem Maria lhe revelou ainda que sempre haveria ao menos uma alma santa habitando o mosteiro. E de fato, muitas religiosas morreram em odor de santidade, inclusive há no mosteiro um altar onde repousam os corpos incorruptos da Madre Mariana e de várias outras religiosas de diversas épocas.