Por que lamentas a presença desta pessoa que te causa tantos dissabores e perturbações no ambiente de trabalho? Como sentirias alívio se ela fosse transferida ou abandonasse a função que exerce! No entanto, perderias a graça concedida pelo Pai para melhorares em tua alma as imperfeições freqüentes de tua falta de paciência e de serenidade...
terça-feira, 10 de julho de 2012
DA VIDA ESPIRITUAL (17)
Por que lamentas a presença desta pessoa que te causa tantos dissabores e perturbações no ambiente de trabalho? Como sentirias alívio se ela fosse transferida ou abandonasse a função que exerce! No entanto, perderias a graça concedida pelo Pai para melhorares em tua alma as imperfeições freqüentes de tua falta de paciência e de serenidade...
sábado, 7 de julho de 2012
MADRE PAULINA - A PRIMEIRA SANTA BRASILEIRA
SANTA PAULINA DO CORAÇÃO AGONIZANTE DE JESUS
A primeira santa brasileira nasceu Amábile Lúcia Visintainer em Vigolo Vittaro (Itália), em 16 de dezembro de 1865. A família imigrou para o Brasil quando Amábile tinha apenas 9 anos, fixando-se no povoado de Vigolo, em Nova Trento (SC), que recebeu o mesmo nome de sua terra natal. Aos 25 anos, após a morte da mãe, deu início, junto à amiga Virgínia Rosa Nicolodi, à obra que hoje é conhecida no Brasil inteiro e em muitos países como Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, fundada pela santa madre no dia 12 de julho de 1890.
Em dezembro de 1895, Amábile e as duas primeiras companheiras (Virgínia e Teresa Anna Maule) fizeram os votos religiosos e Amábile recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. A santidade e a vida apostólica de Madre Paulina e de suas Irmãs atraíram muitas vocações, apesar da pobreza e das dificuldades em que viviam.
Em 1903, Madre Paulina foi eleita Superiora Geral por toda a vida pelas Irmãs da nascente congregação, que deixou Nova Trento e estabeleceu-se em São Paulo. Neste período, sofreu grandes perseguições que culminaram em sua destituição e afastamento da própria Congregação que havia fundado. Somente em 1918, foi readmitida na mesma, passando, então, a morar na casa-sede da congregação no Bairro do Ipiranga em São Paulo, onde permaneceu até a sua morte.
Em 1938, tiveram início os sérios problemas de diabetes, que a levaram a amputar um braço e a ficar completamente cega. Morreu piedosamente aos 76 anos, em 9 de julho de 1942, sendo suas últimas palavras as de sua habitual jaculatória: "Seja feita a vontade de Deus".
Em 1933, o Papa Pio XI assinou o Decreto de Louvor reconhecendo a importância de sua obra de caridade. O processo de canonização de Madre Paulina teve início em 1965. A primeira Santa do Brasil foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 18 de outubro de 1991, em Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil.
Hoje, com a cerimônia da beatificação professamos nossa fé na Comunhão dos Santos. E ao mesmo tempo, consolida-se nossa esperança de santidade, de participação na vida de Deus. Ora, os santos nos indicam o caminho desta esperança. Deste modo cumprem eles uma particular tarefa dentro da missão evangelizadora da Igreja sobre a terra, e proclamam a vocação cristã à santidade. Eles nos exortam: “Revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cfr. Cl 3, 14).
4. Foi precisamente esta capacidade de manter-se constantemente unida a Deus e, ao mesmo tempo, de desenvolver um intensíssimo trabalho pelo bem das almas, que caracterizou a vida da Beata Paulina do Coração de Jesus Agonizante. A Igreja a propõe, a partir de hoje, como modelo de vida a ser admirado e imitado.
5. Deus disse a Abraão: “Deixa tua terra, tua família e a casa do teu pai, e vai para a terra que eu te mostrar” (Gn 12, 1). Ele repete hoje a todos nós, a cada um de nós: deixa tua terra, que é um lugar de passagem, deixa o lugar da casa dos teus pais, lugar de tantas gerações - e vai para a terra que eu te indicar. A Beata Paulina do Coração de Jesus Agonizante seguiu este chamado de Cristo. Que o exemplo de Madre Paulina possa inspirar a todos uma resposta decidida, generosa, ao chamado de Cristo à santidade! Confio à proteção materna da Virgem Maria, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Desterro como A venerais aqui em Florianópolis, o presente e o futuro da Igreja no Brasil. Ela precisa, hoje, mais do que nunca, de santos!
EXCERTOS DA HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II
NA CELEBRAÇÃO DA MISSA DE BEATIFICAÇÃO
DE MADRE PAULINA
NA CELEBRAÇÃO DA MISSA DE BEATIFICAÇÃO
DE MADRE PAULINA
Florianópolis, 18 de Outubro de 1991
1. Minha alegria no dia de hoje, queridos irmãos e irmãs de Florianópolis e de Santa Catarina, tem um motivo todo especial: a beatificação da Madre Paulina do Coração de Jesus Agonizante. Ela é, na verdade, uma representante bem legítima do povo catarinense. Como os pais e os avós de muitos dos que aqui estão, pertence ela a uma destas famílias que aqui chegaram no século passado e deram uma feição toda especial à terra catarinense.Foi uma destas famílias, vindas do Tirol e radicadas na região de Nova Trento, que deu ao Brasil e à Igreja a Madre Paulina. Hoje, diante de vós, ela será elevada pelo Papa à glória dos altares.
2. Como foi que a Madre Paulina, que hoje proclamaremos beata, se revestiu desta caridade? O que mais se destaca na vida dos santos é sua capacidade de despertar o desejo de Deus, naqueles que tem a felicidade de deles se aproximar. Foi precisamente este o dom vivido em sumo grau por Madre Paulina. Soube ela converter todas as suas palavras e ações, num contínuo ato de louvor a Deus. Durante a juventude pediu a Deus a graça de entrar na vida religiosa com o único fim de amá-Lo e de servi-Lo com a maior perfeição possível. Sua conformidade com a vontade de Deus, levou-a a uma constante renúncia de si mesma, não recusando qualquer sacrifício para cumprir os desígnios divinos, especialmente no período, particularmente heróico, da sua destituição como Superiora Geral da Congregação por ela fundada.
Fruto desse grande amor de Deus, foi a caridade vivida pela Serva de Deus, desde menina até o último instante de sua vida terrena, em relação a todos que conviveram com ela. No seu testamento espiritual ela escreveu: Muito vos encareço que haja entre todas a santa Caridade, especialmente para com os doentes das Santas Casas, (os velhos) dos asilos, etc. Tende grande apreço pela prática da santa Caridade. Esse estar-para-os-outros, constituiu-se como o pano de fundo de toda sua vida. Os pobres e os doentes, foram os dois ideais da vida ascética da Madre Paulina, que, no seu serviço encontrava o incentivo para crescer no amor de Deus e na prática das virtudes.
3. Queridas filhas da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, o exemplo de santidade de vossa Madre Fundadora, recolhe esta mensagem perene que a Santa Igreja guarda como tesouro precioso.Ser santo significa opor-se ao pecado, à ruptura com Deus.A Igreja existe para a santificação dos homens em Cristo. É esta santidade que ela deve levar também aos homens do mundo secularizado para que não se profanizem. Por isso ela ensina também que santidade não é “alienação”, como às vezes se ouve dizer, mas uma maior familiaridade com as realidades mais profundas de Deus.
A FÉ EXPLICADA - III
POR QUE CRER EM DEUS?
Porque Deus, sendo ‘Aquele que É’, é a Primeira Causa de
Tudo. E, portanto, a Causa de eu, você e outras seis bilhões de pessoas
estarmos aqui e agora neste mundo. E a Causa deste mundo, e de outros tantos
mundos que possam existir, e do Universo que possa abranger quantos universos
você seja capaz de imaginar. A Causa Primeira é Deus, Único e Verdadeiro,
Infinito e Eterno. E tais atributos são irreversivelmente óbvios para Quem é
Deus, porque senão Deus não seria Deus. Porque existe a Causa das Causas, Deus
é Único, Infinito e Eterno. E por que a Verdade é a Sabedoria de Deus, existe somente
a Verdade em Deus e o Nada. E Deus, pela sua infinita santidade, é todo
misericórdia.
Nós, pobres criaturas, criados à imagem e semelhança de Deus,
também queremos ser deuses, senhores das causas passadas, donos das verdades
lavradas pelo livre arbítrio. Nem Deus pode fazer o que fazem os deuses que
queremos ser. Deus não pode fazer o Nada, que Dele não provém, em que Ele não
atua e, assim, Deus não pode pecar. De
posse do conhecimento mais ermo, envaidecidos das mais tolas crendices da
ciência humana, somos capazes de adotar premissas da razão para negar a
Verdade, limitar o Infinito e destituir a Causa como premissa. E, assim, negar
a própria existência da Causa, da Verdade, de Deus.
Há uma relação direta entre a incredulidade do inferno e o
livre pensar de que Deus é uma utopia. Incredulidade e utopia morrerão juntas
na eternidade para estes crentes de suas próprias deidades, quando a Verdade
Absoluta e o Nada Absoluto forem, então, as únicas causas e premissas do seu
conhecimento. O que se perdeu e o que nunca será reparado. Por que se perdeu Deus
Infinito, a reparação nunca acontecerá, nunca. Se não fosse infinito, o inferno não seria o Inferno.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
DA VIDA ESPIRITUAL (16)
'O que é a fé?' Indaga-me você de pronto. Lembrei-me, então, dos conceitos extremados que envolvem a fé: o de ser tanto sendo quase nada. Imagine que, de repente, falte a luz e nós fiquemos nesta sala às escuras. Um de nós providencia uma vela acesa e, agora, embora a chama seja débil e pouca, temos luz. Veja. Alguém que está completamente acostumado às comodidades da energia elétrica pode se adaptar facilmente à parca luz de velas? Não, certamente não. Mas pode usar temporariamente este recurso até que a eletricidade volte e recomponha o estado ideal das coisas. É isso que fazemos nós, os cristãos. A fé é a nossa vela de chama tíbia e fraca, que nos conforta e revigora na segurança e no aconchego da caminhada humana. Sabemos o que nos espera no dia da Plena Visão; durante a espera, a fé não nos deixa órfãos de luz. Quem não tem velas? Não se dá pela falta do que nunca se possuiu e nem se perde o que nunca se achou. Só anseia por luz os Filhos da Luz. Homens sem fé são como velas apagadas – almas vazias, vidas às escuras... Isto é a fé: tudo o que o homem pode ter, quase nada do que terá na eternidade...
segunda-feira, 2 de julho de 2012
A 'MENSAGEM ESQUECIDA' DE FÁTIMA
Além da afirmação do triunfo
do Coração Imaculado de Maria e do impacto relativo ao Segredo de Fátima,
muitos outros aspectos da mensagem assumiram importância capital no contexto
das revelações. A consagração aos Primeiros Cinco Sábados, as orações ensinadas
por Nossa Senhora às crianças, o milagre do sol e as aparições do Anjo de
Portugal constituem exemplos marcantes destes fatos, tendo sido descritos e
abordados em detalhe nos livros e documentos sobre as aparições de Fátima.
Um aspecto, porém,
exatamente por não se enquadrar no espírito das revelações, não tem sido
analisado com igual rigor, mas, embora secundário, deveria merecer muita
atenção e reflexão por parte de todos os homens. É o que poderíamos chamar de
“mensagem esquecida de Fátima”. Este fato ocorreu já na primeira aparição e a
sua revelação deveu-se a uma resposta de Nossa Senhora a uma pergunta de Lúcia.
Recapitulemos o diálogo entre a Mãe de Deus e a pastorinha de Fátima:
“
_ A Maria das Neves já
está no céu?
_ Sim, está.
_ E a Amélia?
_ Estará no Purgatório
até o fim do mundo”.
Maria das Neves e Amélia
eram duas amigas de Lúcia que frequentavam a sua casa “para aprender a tecer
com sua irmã mais velha” e teriam falecido pouco antes das aparições (Maria das
Neves faleceu em 26/02/1917 e Amélia faleceu a 28/03/1917, ambas com 20 anos de
idade). A resposta de Nossa Senhora quanto ao destino eterno de Amélia é
categórico: “Estará no Purgatório até o
fim do mundo”.
São palavras duras e
preocupantes quando revelam a justiça de Deus aplicada a uma jovem portuguesa
que vivera apenas 20 anos, no início do século XX, em um lugar isolado e
deserto, perdido nos contrafortes da Serra do Aire, então distante cerca de
150km do norte de Lisboa, onde predominam colinas pedregosas e azinheiras,
descendente de um povo bom e ordeiro, católicos praticantes e devotos do terço
diário. Fátima, em 1917, representava
provavelmente um ambiente de extrema religiosidade e de prática corrente da
moral cristã. Que pecados terríveis teriam sido cometidos por esta moça de modo
a ter que pagar as penas e danos devido a eles no Purgatório até o fim do
mundo?
A primeira questão que
surge desta revelação deveria ser a de uma reflexão profunda sobre o pecado e a
justiça divina. É evidente que morar em Fátima em 1917 não constituiu garantia
de salvação a ninguém e que é possível que alguma alma tenha, inclusive, sido
condenada eternamente. Mas isto é uma absoluta elucubração; o destino de Amélia,
ao contrário, é fato, é uma revelação direta de Nossa Senhora aos homens. Qual
seria a nossa reflexão sobre a justiça divina transferindo a realidade do
destino eterno de Amélia à realidade dos homens e mulheres, jovens e crianças
das nossas grandes e pequenas cidades, às Amélias
(almas) do nosso tempo? Não deveríamos nós reavaliarmos profundamente os
conceitos de misericórdia e justiça de Deus e começarmos a praticar, na vida
diária de cada um, o preceito lógico de São Domingos Sávio: “antes morrer do que pecar?”.
Uma segunda questão que se
apresenta refere-se ao próprio destino final de Amélia. A alma no Purgatório
nada pode fazer para diminuir ou abreviar os seus sofrimentos, mas as orações
daqueles que ainda vivemos na terra podem intervir profundamente nesta
condição, por graça e obra da misericórdia divina. Esta interação de bens
espirituais dos filhos de Deus constitui a comunhão dos santos e o tesouro da
Igreja, obtido através dos méritos infinitamente satisfatórios da redenção de
Cristo. Assim, pois, deve-se entender que Amélia estará no Purgatório até o fim
do mundo se não houver quem reze por ela ou mande celebrar missas em sua
intenção. E novamente, a mensagem de Fátima mostra a sua unidade perfeita ao
relacionar o exemplo de Amélia com o apelo fervoroso de Nossa Senhora: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos
pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver quem se sacrifique
e peça por elas”. Reconheçamos
definitivamente o valor imponderável das orações, penitências e sofrimentos no
plano salvífico de Deus. Todas as grandes obras de Deus, e em particular
àquelas relacionadas à conversão e salvação das almas, são feitas com a dor e o
sacrifício de algumas almas privilegiadas. Em Fátima, estas foram as missões
específicas desempenhadas por Jacinta e Francisco Marto – as duas crianças
morreram em circunstâncias extremamente sofridas e dolorosas - almas escolhidas
por Deus como vítimas da expiação e reparação dos pecados de Amélia e de todos
nós.
domingo, 1 de julho de 2012
BIBLIOTECA DIGITAL
'Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem'
de São Luís Maria
Grignion de Montfort
(versão completa disponível na
Biblioteca Digital desse blog)
Missionário do Espírito Santo e da
Virgem Santíssima, São Luís
Maria Grignion de Montfort foi o portador da graça divina de uma
mensagem de transcendência extraordinária: a necessidade de uma devoção ardente
à Mãe de Deus e do conhecimento da missão ímpar de Nossa Senhora no Segundo
Advento do seu Filho. Nasceu em 31 de janeiro de 1637 em Montfort (França),
sendo ordenado sacerdote em 1700. Em 1706, foi recebido pelo Papa Clemente XI
que, confirmando a sua vocação missionária, outorgou-lhe o título de
'Missionário Apostólico'. Nesta missão, combateu duramente a doutrina
jansenista na França, que, crendo na predestinação, apresentava um Deus
tirânico e sem misericórdia. Fundou três instituições religiosas: a Companhia de Maria (congregação de sacerdotes
missionários), as Filhas da
Sabedoria (freiras dedicadas
à assistência aos doentes nos hospitais e à instrução de meninas pobres) e os Irmãos de São Gabriel (congregação de leigos voltados para o
ensino). Escreveu várias obras, dentre ela o 'Tratado da Verdadeira Devoção à
Santíssima Virgem', referência básica da mariologia cristã. Morreu em 28 de abril
de 1716, aos 43 anos e apenas 16 anos como sacerdote, em
Saint-Laurent-sur-Sèvre (França). Foi beatificado em 1888 e canonizado em 1947,
pelo Papa Pio XII.
FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
FUNDAMENTOS DA IGREJA
São Pedro e São Paulo - Jusepe de Ribera (1591 - 1652)
"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16,16).
“Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (II Tm 4,7).
Excertos da Homilia do Papa João Paulo II, na Solenidade de São Pedro e São Paulo, em 29/06/2000
Jesus dirige
aos discípulos esta pergunta acerca da sua identidade, enquanto se encontra com
eles na Alta Galileia. Muitas vezes acontecera que foram eles a interrogar
Jesus; agora é Ele quem os interpela. A sua pergunta é específica e espera uma
resposta. Simão Pedro toma a palavra em nome de todos: "Tu és o
Cristo, o Filho de Deus vivo" (Mt 16, 16). A resposta é
extraordinariamente lúcida. Nela se reflete de modo perfeito a fé da Igreja. Nela nos
refletimos também nós. De modo particular, reflete-se nas palavras de Pedro o Bispo de
Roma, por vontade divina, seu indigno sucessor.
2. "Tu
és o Cristo!". À confissão de Pedro, Jesus replica: "És
feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foram
a carne nem o sangue quem to revelou, mas o Meu Pai
que está nos céus" (Mt 16, 17).
És feliz,
Pedro! Feliz, porque esta verdade, que é central na fé da Igreja, não podia
emergir na tua consciência de homem, senão por obra de Deus. "Ninguém,
disse Jesus, conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o
Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11, 27). Reflitamos
sobre esta página evangélica particularmente densa: o Verbo encarnado
revelara o Pai aos seus discípulos; agora é o momento em que o próprio Pai lhes
revela o seu Filho unigênito. Pedro acolhe a iluminação interior e proclama com
coragem: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo"!
Estas
palavras nos lábios de Pedro provêm do profundo do mistério de Deus. Revelam a
verdade íntima, a própria vida de Deus. E Pedro, sob a ação do Espírito divino,
torna-se testemunha e confessor desta soberana verdade. A sua
profissão de fé constitui assim a sólida base da fé da Igreja:
"Sobre ti edificarei a minha Igreja" (Mt 16, 18). Sobre a
fé e a fidelidade de Pedro está edificada a Igreja de Cristo.
3. "O
Senhor assistiu-me e deu-me forças a fim de que a palavra fosse anunciada por
mim e os gentios a ouvissem" (2 Tm 4, 17). São palavras de Paulo
ao fiel discípulo Timóteo: escutamo-las na Segunda Leitura. Elas dão
testemunho da obra nele realizada pelo Senhor, que o tinha escolhido como
ministro do Evangelho, "alcançando-o" na via de Damasco (cf. Fl 3,
12). Envolvido numa luz fulgurante, o Senhor se lhe havia apresentado,
dizendo: "Saulo, Saulo, por que Me persegues?" (Act 9,
4), enquanto uma força misteriosa o lançava por terra (cf. ibid.,
v. 5).
"Quem
és Tu, Senhor?", perguntara Saulo. "Eu sou Jesus, a quem tu
persegues!" (ibid.). Foi esta a resposta de Cristo. Saulo
perseguia os seguidores de Jesus e Jesus fez-lhe tomar consciência de que era
Ele mesmo a ser perseguido neles. Ele, Jesus de Nazaré, o Crucificado, que os
cristãos afirmavam ter ressuscitado. De Damasco, Paulo iniciará o seu itinerário
apostólico, que o levará a defender o Evangelho em tantas partes do mundo então
conhecido. O seu impulso missionário contribuirá assim para a realização do
mandato de Cristo aos Apóstolos: "Ide, pois, ensinai todas as
nações..." (Mt 28, 19).
4.
Caríssimos Irmãos no Episcopado vindos para receber o Pálio, a vossa presença
põe em eloquente ressalto a dimensão universal da Igreja, que derivou do
mandato do Senhor: "Ide... ensinai todas as nações" (Mt 28,
19). Todas as vezes que vestirdes estes Pálios, recordai, Irmãos caríssimos que,
como Pastores, somos chamados a salvaguardar a pureza do Evangelho e a unidade
da Igreja de Cristo, fundada sobre a "rocha" da fé de Pedro. A isto
nos chama o Senhor; esta é a nossa irrenunciável missão de guias previdentes do
rebanho que o Senhor nos confiou.
5. A plena
unidade da Igreja! Sinto ressoar em mim a recomendação de Cristo. Deus nos
conceda chegarmos quanto antes à plena unidade de todos os crentes em Cristo. Obtenhamos este dom dos Apóstolos Pedro e Paulo, que a Igreja de Roma recorda neste dia,
no qual se faz memória do seu martírio e, por isso, do seu nascimento para a
vida em Deus. Por causa do Evangelho, eles aceitaram sofrer e morrer e se
tornaram partícipes da ressurreição do Senhor. A sua fé, confirmada pelo
martírio, é a mesma fé de Maria, a Mãe dos crentes, dos Apóstolos, dos Santos e Santas de todos os séculos.
Hoje a Igreja proclama de novo a sua fé. É a nossa
fé, a imutável fé da Igreja em Jesus, único Salvador do mundo; em
Cristo, o Filho de Deus vivo, morto e ressuscitado por nós e para a humanidade
inteira.
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