sábado, 30 de maio de 2015

HORA SANTA DE MAIO


Nós Vos adoramos, Jesus Sacramentado, e Vos bendizemos pois, pela graça de Vosso Coração Divino, estais redimindo o mundo. Salvai-nos nele, como prometestes à Vossa serva Margarida Maria; salvai-nos, nós Vos rogamos, pelo amor de Vossa Mãe Imaculada.

(De joelhos e com grande recolhimento interior, peçamos a Jesus a luz para conhecer o seu Divino Coração e dar graças à sua glória)

(Breve pausa)

(Lento e cortado)

Confidência de Jesus

Não fostes vós que me elegeram. Eu que vos predestinei e vos selecionei entre milhares para que participeis aqui, nesta Hora Santa e sublime de intimidade comigo, das confidências, das ternuras e das graças que vos tenho reservadas em Meu sofrido Coração. Aproximai-vos, estendei-me os braços, arrancai-me os espinhos, dai-me consolo, pois desfaleço de amor e de amargura; aproximai-vos! 

Vos tenho amado tanto e tanto! Se vos encontram aqui na ceia deliciosa de Minha caridade, próximo ao Senhor dos anjos, sentindo os ardores de Meu Coração é porque vos escolhi gratuitamente. Vós sim, que sois meus; fostes os servos e sois, agora, os filhos. Vinde, pois, e comei comigo, à sombra do Getsêmani, o pão das Minhas dores.

Necessito aliviar a minha alma convosco, pois nela há tristezas que os anjos não conhecem, e lágrimas que não correm no céu. Sinto ânsias de falar-vos em dolorosa confidência, a mais intima... Se não podeis penetrar em todo o abismo da minha aflição, não importa; leveis, como Eu, uma fibra de soluço e que, agitada pela tempestade, geme com angústia.

Os espíritos angélicos vêm me apoiar neste horto de agonia, mas vós estais muito mais próximos que eles do mar de minhas tristezas; vós podeis beber as minhas lágrimas, podeis suavizá-las sofrendo a minha paixão e as minhas dores. Desapegai-vos, pois, do mundo, abandonai suas mentiras e as lembranças de suas loucuras, e aqui, aos meus pés, sofrei com o Deus encarcerado, que quer que tomeis parte neste amor doloroso, crucificado, aquele amor que, entre estremecimentos de agonia, deu a paz e deu a vida ao mundo.

(Pausa)

As almas

Fazei, Senhor Jesus, que eu veja; fazei que eu saboreie a amargura dos Vossos sofrimentos infinitos; concedei-me o fervor de penetrar com fé vivíssima dentro da Vossa alma dolorosa! Divino Agonizante, sejais benigno e, mesmo eu sendo um pecador, colocai nesta Hora Santa o cálice do Getsêmani em meus lábios; dai-me de beber em Vosso Coração, pois tenho sede de Vós, ó Jesus-Eucaristia!

(Breve pausa)

Voz dos Sacrário

Vós Me conheceis, filhinhos Meus, porque escutais as minhas palavras de vida eterna e, ao conhecer-me, conheceis ao Meu Pai, pois Eu sou o caminho que a Ele conduz. Mas, ai, pensais que há milhões de irmãos vossos, criados para me adorar, livres para me bendizer, e que levantam contra o céu este grito de blasfêmia: 'Deus não existe'! Até o meu trono de paz, até este altar de mansidão, chega esse grito irado, eco da rebeldia de Lúcifer. Esses mesmos que me negam, vivem do meu alento e vivem da minha bondade, e contudo, me negam a palavra, me expulsam de suas obras. Eu, somente Eu, não existo para eles. Meu nome os perturba, meu jugo suave os espanta, meu Calvário os irrita. Blasfemam contra mim!

(Breve pausa)

Buscam a paz! Que paz pode ter aquele que não adora, que não espera, que não me ama, a mim que sou a vida? Ah! e com que tranquilidade renunciam à minha pessoa em tudo, absolutamente em tudo, seja grande ou pequeno, em sua vida. Eu não tenho parte na ternura de suas mães, no cuidado de seus pais, nem no carinho de seus filhos. Me excluem completamente das alegrias de seus lares. Não me chamam nem para uma lembrança vaga em suas dores, ao chegar alguma morte cruel...

Em seus negócios, em seus projetos, em tantas incertezas e desgraças, me tem relegado ao mais completo esquecimento. Acreditais, meus amados? Eu, o Criador e Redentor, não tenho, em milhares de almas, a parte que em seu coração e pensamento tem os empregados, os animais e as flores de suas casas. Assim me paga o mundo por haver me entregado por seu amor à morte de Cruz, e ainda mais, à imolação na Eucaristia!

(Rezemos em alta voz, com fé ardorosa, um Credo, em reparação solene à negação de Deus e de Jesus Cristo da qual padecem tantos incrédulos infelizes)

(Pausa)

Voz do Sacrário

Levo, desde séculos, um Coração doloroso e cheio de lágrimas; Ai! Quantas almas, cujo preço foi o meu sangue, se condenam! Destinadas a se abrasar nas chamas de Meu amor, caíram já, milhares, ao abismo de outras chamas horríveis, vingadoras! E são Minhas! Ouvi-Me; maldizem, desde o profundo do inferno, o meu berço em Belém, minha pobreza, minhas exortações ao mundo; maldizem esta Cruz, marcada com sangue, em suas consciências!

Maldizem a minha Igreja, que lhes ofereceu os tesouros da Redenção; maldizem a minha Eucaristia, desdenhada por eles, que teriam vivido eternamente, se tivessem se alimentado com o Pão da imortalidade, Meu Coração Sacramentado. Ah! E quantos destes réprobos estiveram algumas e muitas vezes, como estais vós, aos Meus pés! E se perderam! Eu os chamei, corri atrás deles, lhes estendi os meus braços, mas romperam todas as correntes, elegeram o gozar por um instante e, depois, chorar com pranto eterno. E maldizem com eterna maldição!

E foram Meus! Ó dor das dores! Como padeceu a minha alma, no Getsêmani, esta sentença de reprovação irrevogável. E eram todos Meus; minhas eram estas legiões incontáveis de condenados ao suplício de uma cólera infinita! Eu os tive aqui, sobre o meu peito, à beira do abismo de Meu Coração amoroso. E os levaram outros abismos, e para sempre, e são, hoje em dia, lágrimas arrancadas para sempre dos meus olhos, criaturas expulsas para sempre do meu Reino, filhos perdidos, pelos séculos dos séculos, do lar do céu...

(Breve pausa)

Voz da alma

Beijo as Vossas mãos chagadas, Jesus, e por Vossa agonia no horto, livrai estes consoladores de Vosso Coração das chamas do Inferno...

Beijo Vossos pés chagados, Jesus, e por Vossa agonia no horto, livrai estes amigos de Vosso Coração de uma reprovação eterna...

Beijo Vosso peito aberto, Jesus, e por Vossa agonia no horto, livrai estes apóstolos de Vosso Coração do suplicio de maldizer-Vos eternamente...

(Breve pausa)

Voz do Mestre

E sabeis por qual caminho fácil se chega à reprovação final? Ferindo Meu coração com o pecado da ingratidão, abusando da misericórdia deste Deus, que é todo Caridade. Sou Jesus, isto é, Salvador. Vim para os que têm necessidade de médico, de paz e de fortaleza e, sobretudo, para os que necessitam de perdão, de misericórdia, e muito amor. A estes enfermos mostrei a piscina de toda saúde: meu Coração, que tudo absolve!

Ó e desta ternura tantos abusaram! Jamais neguei perdão a quem me pediu com humilde contrição, jamais... Por isso, porque a minha bondade é infinita, porque espero com inalterável paciência o pródigo, porque, ao regressar, esqueço os seus pecados e faço festa para celebrar a ovelha que chega ensanguentada ao redil dos meus amores, por isso, tantos se enchem e se condenam no abuso da absolvição que lhes outorgo. Detei-Vos, filhos Meus, na ladeira deste caminho, e chorai o extravio fatal de tantos irmãos vossos que me ferem, porque Sou Jesus dulcíssimo para com eles!

(Peçamos a Jesus perdão pelo abuso de sua misericórdia, especialmente nos Sacramentos da Confissão e da Eucaristia, dizendo a Ele:)

Que tenho eu, Senhor, que não me tenhais dado?
Que sei eu, que Vós não me tenhais ensinado?
Que valho eu, se não estou ao Vosso lado?
Que mereço eu, se a Vós não estou unido?
Perdoai-me os erros que contra Vós tenho cometido...

Pois me criastes, sem que eu o merecesse.
E me redimistes, sem que eu Vos pedisse.
Muito fizestes em me criar,
Muito mais em me redimir...

E não serás menos poderoso em perdoar-me,
Pois o muito sangue que derramastes,
E a cruel morte que padecestes,
Não foi pelos anjos que Vos adoram,
Mas por mim e pelos demais pecadores que Vos ofendem...

Se Vos tenho negado, deixai-me reconhecer-Vos,
Se Vos tenho injuriado, deixai-me reparar-Vos,
Se Vos tenho ofendido, deixa-me servir-Vos,
Porque é mais morte que vida
A que não está empregada em Vosso santo serviço...

(Pausa)

Jesus

Eu tenho ainda uma outra amável confidência para vos fazer. Todavia, recebei-a com especial carinho, pois quero falar-vos da minha Mãe. Maria jamais esteve ausente do meu Coração e seu nome repercutia nele com especial ternura, nas minhas horas de solidão e agonia. No Getsêmani, ó quantas vezes, pensei nela!

Eu a vi chorar amargamente a morte do Filho e dos filhos. Atado à coluna, despedaçaram a minha carne, e ao fazê-lo, flagelaram também a Virgem Imaculada, que me deu essa carne pura, para ser vosso irmão em seu seio. E, neste mesmo instante, entretanto, os carrascos borrifavam as paredes do calabouço com o meu sangue. Vi, no transcorrer dos tempos, o ultraje que fariam à minha Mãe os que negariam a sua maternidade divina, ofendendo ao mesmo tempo o Filho e a Mãe.

Muitos outros pretendem adorar-me, e a relegam a um glacial esquecimento, que fere ainda mais violentamente o meu Coração filial. Maria é vossa; amai-a, amai-a; ó dai-me um grande consolo nesta Hora Santa, uni as minhas lágrimas às de minha doce Mãe, ao consolar o meu entristecido Coração.

(Peçamos perdão ao Senhor Jesus pela dor causada por tantos católicos indiferentes à sua Mãe, tantos afastados e protestantes que recusam o seu amor a ela e que menosprezam ou negam a dignidade e as prerrogativas da Virgem Maria)

(Breve pausa)

E agora, falai-me vós, cujos nomes tenho inscrito em Meu Divino Coração; falai-me palavras que brotem do mais íntimo de vossas almas, unidas à Minha por laços de dor e de carinho imenso. Se tendes tristezas, contai-me; se sentes tédio da vida e, ao mesmo tempo, temor da morte, dizei-me. Ó falai-me sobretudo dos santos desejos que tendes de me ver consolado e de contemplar-me logo, Rei do Amor, pela misericórdia do Meu Sagrado Coração: falai-me, que vosso Deus vos escuta.

(Pausa)

As almas 

Senhor Jesus, nesta Hora Santa, trazemos aos Vossos pés um pedido amabilíssimo. Apresentamos nossos ombros carregados com as vossas mercês, com a alma cumulada com os vossos favores, enquanto Vós arrastais fatigado, agonizante, a Cruz de nossas iniquidades. Ah! Não é possível, Mestre, que para o pecador destineis principalmente o doce ônus da Vossa munificência e o cálice das Vossas ternuras e que reserveis para Vós o sofrimento da agonia, a amargura dos esquecidos e as perfídias incontáveis da terra.

Partilhai, pois, Jesus Sacramentado, partilhai conosco nesta Hora Santa todas as Vossas tristezas, e mesmo que não o mereçamos, aceitai-nos como Cirineus na via dolorosa que conduz ao monte do Calvário. Desde já Vos agradecemos os desgostos da vida; não só os aceitamos resignados, em expiação justíssima de tantas culpas próprias e alheias, não, Jesus, nós Vos bendizemos pelos espinhos que fizestes brotarem em nosso caminho com fins de misericórdia.

Ai! Não ignorais como se ressente nossa natureza nos combates da enfermidade, da pobreza, da calúnia, da ingratidão, dos esquecimentos, do cansaço da vida, da tristeza, das incertezas... Estamos falando de Jesus de Nazaré, nosso irmão, cujo Coração de carne, ó encantadora e divina fraqueza, ressentiu-se com as debilidades da miséria humana. Vos bendizemos, em particular, Jesus, por aquelas decepções diárias que nos desapegam das criaturas e nos fazem volver a Vós! Com que frequência nos aproximamos delas por um consolo momentâneo ou um rasgo de afeição e, então, por projetos de Vosso amor que não entendemos inteiramente, estes laços são rompidos e nossas almas se desvelam, porque quereis, com divino ciúme, o nosso pobre coração por inteiro para Vós! 

Obrigado, Jesus, por tal amável e divina austeridade! E assim como cuidais, Senhor, com zelo irresistível, da salvação dos Vossos filhos e tirais das Vossas dores a santificação da alma, assim também sabeis corresponder as infelicidades em manancial da fé; em ocasiões da fome e da desgraça, tirais a ressurreição e a vida. Bendito sejais, mil e mil vezes, Coração providente, benigno, salvador, que, de nossas grandes desolações, sabeis produzir eflúvios de paz, doçuras inefáveis e delicias do céu.

Divino agonizante do Getsêmani, Vos bendizemos e louvamos pelas tribulações e provas com as quais nos quereis fazer participantes das glórias do Vosso sangue. Espinhos do Coração Sagrado de Jesus, conformai em mim a coroa que aprisione o meu coração também! Torturas e agonia do Coração Sagrado de Jesus, apagai a minha sede de amor terreno e de aventuras! Cruz bendita e chamas do Coração Sagrado de Jesus, crucificai a minha sensualidade e meu orgulho! Ferida sangrenta do Coração de Jesus, dai-me entrada neste Horto da agonia, do amor e de uma sublime santidade!.

(Pausa)

O anátema de justiça tremenda que Vos arranca tantas almas atravessa o Vosso próprio Coração, Salvador amado e fere também os nossos, ansiosos por Vos glorificar e de ver santificado o Vosso nome e o Vosso Sangue derramado em em toda a terra para a salvação dos justos e a conversão dos pecadores. Ó como ficaríamos felizes ainda que arrebatássemos uma única alma da perdição eterna, com o nosso clamor de desagravo, nesta Hora Santa, para glória do Vosso Coração Sacramentado! Recolhei este pedido, Senhor, e salvai a tantos que estão em perigo de perder-se. Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

(Todos em voz alta)

Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos soberbos que negam e rechaçam a existência de um Deus, Criador do Céu e da terra, e tudo quanto existe...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos infelizes que negam, Salvador amado, Vossa encarnação maravilhosa, que não querem que Vós sejais nosso irmão por natureza humana...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos que propagam estas negações e fazem delas bandeiras de combate, contra Vosso Evangelho e Vossos direitos soberanos...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos que, seduzidos por palavras tenebrosas, apostatam da sua fé e renegam Vosso amor e Vossa lei...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos que conspiram com raiva infernal para a destruição das instituições cristãs e que juraram derrotar-Vos na ruína de Vossa Igreja...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos que em ódio à Vossa pessoa pretendem apagar Vossa Cruz da consciência das crianças, da alma do povo e dos lares...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos que, com aparência de luz e com delicadeza de formas pretendem, sem violência, eliminar, Senhor, Vossa pessoa divina de todas as atividades da vida...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

Aos que por ignorância lamentável, fazem caso omisso de Vossa palavra e vivem tranquilos fora do ambiente da fé e das inserções de Vossa graça...
Convertei-os, Jesus, por Vosso Divino Coração!

E, enfim, Jesus, pelas milhares de almas que, em terras distantes, vivem, se movem e dormem nas sombras letais do paganismo, da heresia e da morte...
Convertei-os, Jesus, pelo Vosso Divino Coração!

(Pausa)

Tendes desejado confiar-me, Jesus, o Coração da Virgem Mãe, a fim de reparar as suas e as Vossas dores pelas ofensas daqueles que pretendem ser cristãos e que rechaçam a Vossa última palavra a São João no Calvário: 'Filho, Nela, em Maria, aí tendes vossa Mãe'. Senhor, a aceito envergonhado, e Vos ofereço em desagravo as dores, as penas, os prantos e as orações de todas as mães que Vos adoram na terra e que aclamam Maria como Rainha. Vós sabeis, Mestre, que amor e sinceridade existem em suas almas de heroínas; Vós sabeis quanto valem, como rezam, como amam, como sofrem... Jesus, pelas lembranças de Maria Imaculada, pelas lágrimas que Vós chorastes ao vê-la chorar em Vossa ausência, nos sofrimentos de Vossa paixão ignominiosa, escutai às mães que se sacrificam aos Vossos pés ensanguentados...

Vede como pedem, com fé ardorosa, a redenção de seus lares. Escutai como Vos aclamam Rei sobre os berços dos seus filhos e sobre o sepulcro dos seus esposos. Elas Vos pedem, Senhor, a vitória decisiva do Vosso Coração, nele confiam todos os tesouros de seu amor. Ai! São tantas as que temem pelo futuro cristão de seus filhos! São tantas as que padecem com eles as tristes conseqüências dos primeiros extravios! São tantas as que veem, em lágrimas, que as diversões mundanas, que as amizades e leituras perigosas, ameaçam a consciência e talvez a eterna salvação dos seus filhos! Vós às confiastes, adorável Nazareno, as almas do esposo e dos filhos, e elas as depositaram, com amor, sobre o altar de Vosso Sagrado Coração!

Ó Jesus, lembrai-Vos nesta Hora Santa de Vossa Mãe, como vos lembrastes dela no Horto das Oliveiras e, por favor às suas ternuras, às suas virtudes e dores, salvai os lares, salvai as famílias! Senhor, se uma só mãe comoveu o Vosso Coração e obteve a ressurreição de seu filho, ouvi o pedido de tantas mães sofridas nesta hora onipotente, santificai o santuário do lar, que Vós mesmos reivindicais como trono, ó Rei de amor!

(Peçamos esta graça com todo fervor de nossas almas)

(Pausa)

Vós solicitastes, amável Prisioneiro do altar, a nossa companhia consoladora nesta Hora Santa. Vossa caridade nos venceu; já vês; viemos, deixando tudo, tudo, para pedir, com santo fervor, a chegada do Vosso Reino. Que esperais, Jesus, para vencer, quando esta é a Hora da misericórdia e do poder irresistível do Vosso amor? Antes, pois, de esconder-Vos na suavíssima penumbra de Vossa prisão sacramental, deixai-nos exclamar com grito de caridade triunfante:

(Todos em voz alta)

Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Apressai-Vos, Jesus, e reinai imediatamente antes que o demônio e o mundo Vos roubem as consciências e profanem, em Vossa ausência, todos os estados de vida...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Levantai-vos Jesus, e triunfai nos lares, reinai neles pela paz inalterável prometida àqueles que Vos tem recebido com hosanas...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Não demoreis, Mestre amado, porque muitos destes padecem aflições e amarguras que somente Vós prometestes remediar...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Vinde, porque sois forte, Vós, o Deus das batalhas da vida, vinde mostrando-nos Vosso peito ferido, como esperança celestial na hora da morte...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Sejais Vós o êxito prometido em nossos trabalhos; somente Vós, a inspiração e a recompensa de todos os nossos empreendimentos...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Para vossos prediletos, quero dizer, os pecadores, não esqueçais que para eles, sobretudo, revelastes as ternuras incansáveis de Vosso amor...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Ai, são tantos os tíbios, Mestre, tantos os indiferentes a quem deveis inflamar com esta admirável devoção...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

'Aqui está a vida', nos dissestes, mostrando-nos o Vosso peito atravessado; concedei-nos, pois, que aí bebamos o fervor e a santidade que aspiramos...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Vossa imagem, a pedido Vosso, tem sido entronizada em muitas casas; em nome delas, Vos suplicamos, permanecei sendo, em todas elas, o Soberano muito amado...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

Ponde palavras de fogo, persuasão irresistível, vencedora, naqueles sacerdotes que Vos amam e que Vos pregam, como São João, Vosso apóstolo amado...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

E a todos que ensinem esta devoção sublime; a quantos publiquem vossas inefáveis maravilhas, reservai-lhes, Jesus, uma fibra similar àquela em que tendes gravado o nome de vossa Mãe...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

E, por fim, Senhor Jesus, dai-nos o céu do Vosso Coração, a estes que compartilham Vossa agonia nesta Hora Santa; por esta hora de consolo, e pela Comunhão das primeiras sextas-feiras, cumpri conosco as Vossas promessas infalíveis; e vos pedimos que na hora decisiva da morte...
Venha a nós o Reino do Vosso Sagrado Coração!

(Pausa)

Senhor Jesus, velamos uma hora convosco no Getsêmani e de bom grado ficaríamos acorrentados ao Sacrário para sempre, se Vosso amor o consentisse. Vamo-nos agora, levando paz, consolos e uma nova vida. Ah! Mas, sobretudo, nos despedimos com satisfação de haver dado a Vós, Mestre, alivio de caridade, desagravo de fé e reparação de amor, que reclamastes, entre soluços, à Vossa confidente Margarida Maria. Atendei, pois, Senhor Jesus, e acolhei com mansidão e bondade a nossa última oração.

(Lento e cortado)

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede a perseverança da fé e da inocência das crianças que comungam; sede, Vós, o Amigo delas!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede a consolação dos pais nos lares cristãos; sede, Vós, a Vida deles!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede o amor da multidão que sofre, dos pobres que trabalham; sede, Vós, o  Rei deles!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede a doçura dos aflitos, dos tristes; sede, Vós, o Irmão deles!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede a fortaleza dos indecisos e dos fracos; sede, Vós, a Vitória deles!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede o fervor e a constância dos tíbios; sede, Vós, o Amor deles!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede o céu ardente e vitorioso dos vossos apóstolos; sede, Vós, o Mestre deles!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede o centro da vida militante da Igreja; sede, Vós, o lábaro triunfante dela!

Coração agonizante de Jesus, triunfai e sede na Eucaristia a santidade e o céu das almas; sede, vós, o paraíso de amor, o tudo para elas!

E enquanto não chega o dia eterno de cantar as Vossas glórias, deixai-nos, dulcíssimo Mestre, sofrer, amar e morrer sobre a celestial ferida do Vosso peito, murmurando aí, na chaga do Vosso amoroso Coração, esta palavra triunfadora: Venha a nós o Vosso Reino!

(Pausa)

Pai Nosso e Ave-Maria pelas intenções particulares dos presentes.
Pai Nosso e Ave-Maria pelos agonizantes e pecadores.
Pai Nosso e Ave-Maria pedindo o reinado do Sagrado Coração mediante a Comunhão frequente e diária, a Hora Santa e a Cruzada da Entronização do Rei Divino nos lares, sociedades e nações.

(Cinco vezes)

Divino Coração de Jesus, venha a nós o Vosso Reino!

Fórmula de consagração individual ao Sagrado Coração de Jesus, composta por Santa Margarida Maria 
Eu (nome) Vos dou e consagro, ó Sagrado Coração de Jesus Cristo, minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte de meu ser senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta minha vontade irrevogável: ser todo Vosso e tudo fazer por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto Vos possa desagradar. Tomo-Vos, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto do meu amor, protetor de minha vida, segurança de minha salvação, remédio de minha fragilidade e de minha inconstância, reparador de todas as imperfeições de minha vida e meu asilo seguro na hora da morte. 
Sede, ó coração de bondade, minha justificação diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim Sua justa cólera. Ó coração de amor! Deposito toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa bondade! Extingui em mim tudo o que possa desagradar-Vos, ou se oponha à Vossa vontade. Seja o Vosso puro amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu esquecer-Vos, nem separar-me de Vós. Suplico, por Vosso infinito amor, que meu nome seja escrito em Vosso coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como Vosso escravo. Amém. 

(Hora Santa de Maio, pelo Pe. Mateo Crawley - Boevey)