domingo, 11 de maio de 2014

ORAÇÕES DE MAIO: POR INTERCESSÃO DE MARIA (II)


Ó minha dulcíssima Mãe, como será a minha morte, pobre pecador que sou? Mesmo agora, o pensamento deste tão importante momento, quando eu expirar e ter que comparecer perante o tribunal de Deus, com a lembrança de que eu tenho tantas vezes escrito a minha própria condenação por consentir em pecar, me faz tremer. Eu estou inquieto e temo muito pela minha salvação eterna. 

Ó Maria, no sangue de Jesus e em tua intercessão, está toda a minha esperança. Tu és a rainha do céu, a senhora do universo; em suma, tu és a Mãe de Deus. Tu és sublime, mas a tua grandeza, longe de te impedir, faz-te inclinar com maior compaixão em relação às nossas misérias. 

Os amigos do mundo, quando elevados em honra, tendem a desdenhar a atenção aos antigos amigos que estejam em infortúnio. Teu nobre e amoroso coração não age assim; mesmo quando diante das maiores misérias, maiores são os teus esforços para aliviá-las. Tu, quando és solicitada, atendes de imediato; mais ainda, tu te antecipas às nossas súplicas pelos teus favores; tu consolas as nossas aflições; dissipas as tempestades pelas quais somos tolhidos; lanças por terra todos os inimigos; em suma, nunca perdes uma oportunidade para promover o nosso bem. 

Que a divina mão que reuniu em ti tal majestade e tanta ternura, tanta grandeza e tanto amor, seja sempre abençoada! Dou graças ao meu Deus por isso, e me vanglorio por ter tão grande sorte; para verdadeiramente em tua felicidade eu encontrar a minha e fazer do teu o meu destino.

Ó consoladora dos aflitos, consola uma pobre criatura que se entrega a ti. O remorso de uma consciência sobrecarregada de pecado me enche de aflição. Eu tenho dúvida se tenho me mortificado suficientemente por eles. Eu vejo que todas as minhas ações são maculadas e defeituosas; o inferno espreita pela minha morte de modo a acusar-me; a justiça ultrajada de Deus exige satisfação. 

Minha Mãe, o que será de mim? Se tu não me auxilias, estou perdido. Que me dizes, queres me ajudar? Ó Virgem compassiva, consola-me; alcança-me verdadeiro pesar pelos meus pecados; dá-me forças para emendar-me, e para ser fiel a Deus durante o resto da minha vida. 

E, finalmente, quando eu estiver nas últimas agonias da morte, ó Maria, minha esperança, não me abandones; então, mais do que nunca, assista-me e conforta-me, para que eu não me desespere à vista dos meus pecados, que o maligno há de colocar, então, diante de mim. 

Minha Senhora, perdoe a minha temeridade; vem me confortar com a tua presença no embate final. Este favor tens concedido a muitos, conceda-o também para mim. Se a minha ousadia é grande, tua bondade é ainda maior; por isso vais em busca dos mais miseráveis para consolá-los. É nisso que eu confio.

Para a tua eterna glória, deixa que se conheça que tu livraste uma miserável criatura do inferno, para o qual já estava condenada, e que tu a resgataste para o teu reino. Sim, ó doce Mãe, eu espero ter o consolo de estar sempre prostrado a teus pés, no céu, agradecendo, bendizendo-te e te amando eternamente. Ó Maria, eu vou esperar por ti na minha última hora; não me prives desta consolação. Assim seja. Amém, amém.

(Excertos da obra 'Glórias de Maria', de Santo Afonso Maria de Ligório)