terça-feira, 27 de julho de 2021
segunda-feira, 26 de julho de 2021
26 DE JULHO - SÃO JOAQUIM E SANTA ANA
Sagrada Família com São Joaquim e Santa Ana (Nicolás Juarez, 1699)
De acordo com a Tradição Católica e documentos apócrifos antigos, os pais de Maria foram São Joaquim e Santa Ana. Ana, em hebraico Hannah, significa 'Graça' e Joaquim equivale a 'Javé prepara ou fortalece'. Ambos os nomes indicam, portanto, a missão divina de realização das promessas messiânicas, com o nascimento da Mãe do Salvador. Segundo a mesma Tradição, os pais de Maria teriam nascido na Galileia, transferindo-se depois para jerusalém, onde Maria nasceu e onde ambos morreram e foram enterrados.
O culto aos pais de Maria Santíssima é antiquíssimo na Igreja Oriental (como revelados nos escritos de São Gregório de Nissa e Santo Epifânio, em hinos gregos e em homilias dos Santos Padres). Os túmulos de São Joaquim e Santa Ana em Jerusalém foram honrados até o final do Século IX, numa igreja construída no local onde viveram. No Ocidente, o culto de Santa Ana é muito mais recente, com sua festa litúrgica tendo início na Idade Média, sendo formalizada no Missal Romano apenas em 1584, no tempo de Gregório XIII. A devoção a São Joaquim foi ainda mais tardia no Ocidente.
Como pais de Nossa Senhora, São Joaquim e Santa Ana são nossos avós espirituais e o calendário litúrgico instituiu a festa conjunta destes dois santos em 26 de julho, que ficou também conhecida como 'dia dos avós'. Eles são também os santos protetores da Ordem dos Carmelos Descalços (fundada no Século XVI por Santa Teresa de Ávila). No dia dos avós, o blog presenteia os nossos irmãos mais velhos com estas duas orações.
Oração a Santa Ana
Santa Ana, mãe da Santíssima Virgem, pela intercessão da Vossa Filha e do Meu Salvador, dai-me obter a graça que Vos peço, o perdão dos meus pecados, a força para cumprir fielmente os meus deveres de cristão e a perseverança eterna no amor de Jesus e de Maria. Amém.
Oração a São Joaquim
Senhor! Pela intercessão de São Joaquim, pai da Santíssima Virgem, velai pelos Vossos filhos idosos, especialmente... (nomes) que, tendo cumprido na Terra uma vida longa, possa(m) merecer de Vós a Vida Eterna no Céu. Senhor, dai-lhes o conforto de uma idade avançada, saúde do corpo e da alma, a sabedoria de envelhecer e um coração inquieto enquanto não repousar em Vós. Amém.
domingo, 25 de julho de 2021
EVANGELHO DO DOMINGO
'Saciai os vossos filhos, ó Senhor!' (Sl 144)
25/07/2021 - Décimo Sétimo Domingo do Tempo Comum
35. CINCO PÃES E DOIS PEIXES
Depois da morte do Precursor João Batista, 'Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos' (Jo 6, 3) para um momento de recolhimento e oração. Mas eis que uma grande multidão, uma esplêndida multidão, saiu das cidades e veio ao seu encontro. Tomado de amor e compaixão, Jesus abandona o seu intento inicial e passa a atender com zelo extremado aquela gente durante todo o dia. E, ao final do dia, famintos de Deus, a multidão agora está faminta de pão.
Jesus pergunta, então, a Filipe: 'Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?' (Jo 6, 5). Sabendo em princípio que tal resposta era insondável, o Mestre coloca o seu discípulo à prova. No meio de um campo aberto e relvado, afastado das cidades, uma enorme multidão, cansada e faminta, veio ficar perto de Deus. Não havia condições de alimentação ali e nem perto dali, porque eram centenas de centenas e 'nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um' (Jo 6, 7). Mas para Deus não existe nada que seja impossível. Movido pela compaixão, Jesus vai realizar ali, diante de todos, um dos seus mais portentosos milagres. E o Cordeiro de Deus há de saciar a todos com o pão da existência e prepará-los também para lhes dar alimento de vida eterna, na Santa Eucaristia.
Pois Deus não nos abandona nunca; não nos cria perspectivas de vida eterna pela insensibilidade de nossas necessidades humanas. Jesus vai dizer em outro momento que 'nem só de pão vive o homem'. Não só de pão, mas também de pão. E, para a incredulidade dos seus discípulos, ordena então: 'Fazei sentar as pessoas' (Jo 6, 10). E, como em tudo o mais, Deus faz uso da graça como fruto da contrapartida humana; Jesus toma o que os homens têm ali a oferecer: cinco pães e dois peixes. Diante de oferta tão singela, vai realizar a partilha do pouco (que é tudo em Deus) entre muitos (que é nada sem Deus), configurando, assim, o prenúncio da partilha do seu Corpo e Sangue na Sagrada Eucaristia.
'Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes (Jo 6, 11). E os poucos pães e os poucos peixes se multiplicaram em muitos pães e em muitos peixes, que alimentaram com fartura a multidão, a ponto de serem recolhidos ainda doze cestos cheios (símbolo da partilha universal da graça divina) no final, pois Deus usa sempre da superabundância da graça para pagar o tributo da oferta sincera do homem. Este prodígio extraordinário é o prenúncio de outro milagre ainda maior que subsiste pelos tempos, a cada Santa Missa: na multiplicação das hóstias, o mesmo Deus é entregue aos homens na plenitude da graça, hoje, ontem e até a consumação dos séculos.
sábado, 24 de julho de 2021
A CRUZ QUE SE LEVA É LENHO DE SANTIDADE (III)
ORAÇÃO: O TRIUNFO DA CRUZ
(São Luís Maria Grignion de Montfort)
Ó Santa Cruz, nossa proteção, nossa segurança, nossa perfeição e nossa única esperança!
Sois tão preciosa, que uma alma que já está no céu voltaria alegremente à terra para vos abraçar! É por vós, ó Santa Cruz, que se dá a bênção, é por vós que Deus perdoa e concede a remissão! Ele quer que todas as coisas tragam esse vosso selo, sem o qual nada lhe parece belo.
Colocada a cruz em algum lugar, torna-se sagrado o profano e desaparecem as manchas, porque Deus delas se apodera. Ele quer a Cruz em nossa fronte e em nosso coração, antes de todos os atos, para que sejamos vencedores.
sexta-feira, 23 de julho de 2021
O DOGMA DO PURGATÓRIO (XII)
Capítulo XII
Dores do Purgatório - Santa Cristina, a Admirável
O erudito e piedoso cardeal [Cardeal Belarmino, citado no capítulo anterior] passa então a relatar a história de Santa Cristina, a Admirável, que viveu na Bélgica no final do século XII e cujo corpo se conserva hoje em Sint-Truiden, na igreja dos Padres Redentoristas. A vida desta ilustre virgem foi, diz ele, escrita por Thomas de Cantimpré, religioso da Ordem de São Domingos, autor digno de crédito e contemporâneo da santa. O cardeal James de Vitry, no prefácio da Vida de Maria d'Ognies, fala de um grande número de mulheres santas e virgens ilustres; mas quem ele admira acima de todas as demais é Santa Cristina, de quem relata os feitos mais maravilhosos.
Esta serva de Deus, tendo passado os primeiros anos de sua vida em humildade e paciência, morreu com a idade de trinta e dois anos. Quando estava para ser enterrada, e o corpo já se encontrava na igreja repousando em caixão aberto, segundo o costume da época, ela se levantou cheia de vigor, deixando estupefata toda a cidade de Sint-Truiden, que tinha testemunhado essa maravilha. O espanto aumentou quando souberam, pela sua própria boca, o que lhe acontecera depois de sua morte. Vamos ouvir o seu próprio relato disso.
'Assim que a minha alma foi separada do meu corpo, ela foi recebida pelos anjos, que a conduziram a um lugar muito sombrio, inteiramente cheio de almas. Os tormentos que elas suportavam pareceram-me tão excessivos, que me é impossível dar qualquer ideia do seu rigor. Vi entre elas muitos de meus conhecidos e, profundamente tocada pela sua triste condição, perguntei que lugar era aquele, pois acreditava que fosse o Inferno. Meu guia me respondeu que era o Purgatório, onde eram punidos os pecadores que, antes da morte, se arrependeram de suas faltas, mas não haviam dado satisfação digna a Deus. Dali eu fui conduzida ao Inferno e lá também reconheci, entre os réprobos, alguns que eu havia conhecido anteriormente.
Os anjos então me transportaram para o Céu, até o trono da Divina Majestade. O Senhor me olhou com bons olhos e eu experimentei uma alegria extrema, porque pensei em obter a graça de morar eternamente com Ele. Mas meu Pai Celestial, vendo o que se passava em meu coração, disse-me estas palavras: 'Certamente, minha querida filha, um dia você estará comigo. Agora, porém, permito que você escolha, ou permanecer comigo daqui em diante ou retornar à Terra para cumprir uma missão de caridade e sofrimento. De modo a libertar das chamas do Purgatório aquelas almas que inspiraram tanto a sua compaixão, você deve sofrer por elas na terra; você deverá suportar grandes tormentos sem, no entanto, morrer pelos seus efeitos. E você não só aliviará os que partiram, mas o exemplo que dará aos vivos, e sua vida de sofrimento contínuo, levará pecadores a se converterem e a expiarem os seus crimes. Depois de ter terminado esta nova vida, você deverá retornar a mim sobrecarregada de méritos'.
A estas palavras, vendo as grandes vantagens que me eram oferecidas pelas almas, respondi, sem hesitar, que voltaria à vida, e levantei-me no mesmo instante. É com este único objetivo, o alívio dos que partiram e a conversão dos pecadores, que voltei a este mundo. Portanto, não se espantem com as penitências que praticarei, nem com a vida que levarei daqui em diante, pois será tão extraordinária que nada parecido jamais foi visto'.
Tudo isso foi relatado pela própria santa; vejamos agora o que o biógrafo acrescenta nos diversos capítulos de sua vida. 'Cristina começou imediatamente a obra para a qual fôra enviada por Deus. Renunciando a todos os confortos da vida, e reduzida à miséria extrema, viveu sem casa nem fogo, mais miserável que as aves do céu, que têm um ninho para as abrigar. Não satisfeita com essas privações, ela buscou avidamente tudo o que poderia causar sofrimento. Ela se jogou em fornos em chamas, e ali, sofrendo tão grande tortura que não pôde mais suportar, soltou os gritos mais terríveis. Ela permaneceu por um longo tempo no fogo, e ainda assim, ao sair, nenhum sinal de queimaduras foi encontrado em seu corpo. No inverno, quando o Meuse [rio que nasce na França e atravessa a Bélgica e a Holanda] estava congelado, ela mergulhava nele, permanecendo naquele rio congelado não apenas por horas e dias, mas por semanas inteiras, o tempo todo orando a Deus e implorando a sua misericórdia. Às vezes, enquanto rezava nas águas geladas, ela se deixava levar pela corrente até um moinho, cuja roda girava de uma maneira terrível de se ver, mas sem quebrar ou deslocar nenhum dos seus ossos. Em outras ocasiões, seguida por cães, que mordiam e rasgavam a sua carne, ela corria, atraindo-os para as moitas e entre os espinhos, até ficar coberta de sangue; no entanto, ao retornar, nenhuma ferida ou cicatriz era vista.
Tais são as obras de admirável penitência descritas pelo autor da Vida de Santa Cristina. Este escritor era um bispo subordinado ao arcebispo de Cambray. 'E nós temos', diz Belarmino, 'motivos para crer em seu testemunho, pois ele tem por garantia outro grande autor, Tiago de Vitry, bispo e cardeal, e porque relata o que aconteceu em seu próprio tempo, e mesmo na província onde viveu. Além disso, os sofrimentos desta admirável virgem não foram ocultados. Todos puderam ver que ela estava no meio das chamas sem ser consumida e coberta de feridas, todas as quais desapareceram apenas momentos depois. Mas, mais do que isso, foi a vida maravilhosa que ela levou por quarenta e dois anos, depois que ela foi ressuscitada dos mortos, com Deus mostrando claramente que as maravilhas operadas nela foram pelas virtudes do Alto.
'Assim', argumenta Belarmino, 'Deus quis silenciar aqueles libertinos que fazem profissão aberta de não acreditar em nada, e que têm a audácia de perguntar com desprezo: 'Quem voltou do outro mundo? Quem já viu os tormentos do Inferno ou do Purgatório?' Eis aqui duas testemunhas confiáveis [Santa Cristina e Drithelm - ver capítulo anterior], que nos asseguram tê-los visto e que são terríveis. O que se segue, então, senão que os incrédulos são indesculpáveis, mas que aqueles que acreditam e, no entanto, negligenciam fazer penitência, não merecem ainda mais ser condenados?'
Tradução da obra: 'Le Dogme du Purgatoire illustré par des Faits et des Révélations Particulières', do teólogo francês François-Xavier Schouppe, sj (1823-1904), 342 p., tradução pelo autor do blog)
quinta-feira, 22 de julho de 2021
22 DE JULHO - SANTA MARIA MADALENA
Maria Madalena. Para se fazer distinção do nome Maria tão comum entre os habitantes de Israel (esse era o nome, por exemplo, da irmã de Moisés), os textos bíblicos nomeavam as diferentes Marias por um acréscimo singular do personagem - assim, Maria Madalena é a Maria de Magdala, povoado situado às margens do Lago da Galileia e próximo à cidade de Tiberíades. Eis as pouquíssimas referências a ela nas Sagradas Escrituras:
[Lc 8, 2-3]: 'Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses'.
[Jo 19, 25]: 'Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena'.
[Mc 15,40-41; 47]: 'Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé, que o tinham seguido e o haviam assistido, quando ele estava na Galileia; e muitas outras que haviam subido juntamente com ele a Jerusalém... Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o depositavam'.
[Mc 16, 1; 5-6; 9-10]: 'Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus... Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram... Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios. Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e chorosos'.
[Jo 20, 1-2; 18]: 'No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! ... Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado'.
Ela é a figura bíblica 'Maria de Magdala', da qual Jesus havia expulsado sete demônios. Esta acepção não implica a interpretação direta de 'uma grande pecadora'. O fato de ter-se livrado de 'sete demônios' (sete é o número da perfeição, da plenitude) implica que ela foi curada de todos os seus males tanto físicos (enfermidades) como espirituais (pecados, estes de naturezas quaisquer). É absolutamente forçada e despropositada a conjectura de que Maria Madalena pudesse ter sido uma 'prostituta' na sua condição pregressa antes do seu encontro com Jesus. Desta interpretação espúria, nasceram inúmeras outras lendas e desdobramentos fantasiosos da participação e do envolvimento desta mulher singular na vida pública de Jesus e dos seus apóstolos.
quarta-feira, 21 de julho de 2021
Assinar:
Postagens (Atom)