segunda-feira, 30 de novembro de 2020

TESOURO DE EXEMPLOS (34/36)

 

34. O VALOR DA COMUNHÃO

A. Lê-se na biografia do Cardeal Newman um episódio edificante. Ele, antes de se tornar católico, era protestante e alto dignitário da Igreja Anglicana, com um vultoso estipêndio anual, pago pelo governo inglês. Mesmo nessa condição, quis estudar as razões e os fundamentos da Igreja Católica e, conhecida a verdade, abraçou-a prontamente.

Como se sabe, tornou-se um católico fervorosíssimo; preparou-se, fez-se sacerdote e foi um apóstolo d  Eucaristia. Antes da conversão, procurou-o um amigo que lhe disse: 'Pense seriamente no passo que vai dar; saiba que, fazendo-se católico, o governo não vai lhe dar mais nada e vai retirar a sua prebenda (subsídio)'

Newman pôs-se em pé e exclamou com ar de desprezo:

O que é um punhado de ouro, em relação a uma comunhão?

E, a seguir, fez-se católico. Suas palavras merecem ser bem meditadas.

B. Luísa compreendeu bem o valor da comunhão. Tem apenas nove anos e não pode ir comungar senão aos domingos na missa, às dez horas. Sua mãe, temendo que ela adoeça por ter de ficar tanto tempo em jejum, proíbe-lhe a comunhão. Luísa, usando de esperteza, finge quebrar o jejum mas, durante a semana inteira, não come e nem bebe qualquer coisa antes do almoço.

➖ Mamãe, a senhora deixa eu comungar amanhã?

➖ Não, filhinha; a comunhão é muito tarde... você pode ficar doente.

 Mas, mamãe, eu passei toda a semana em jejum até a hora do almoço e não fiquei mal...

35. AS CRIANÇAS DÃO BELOS EXEMPLOS

A. Um menino se aproximou do sacerdote e perguntou:

➖ Senhor Padre, é verdade que só as mulheres podem comungar todos os dias?

➖ Quem lhe disse isso?

➖ Ninguém; eu é que pensei que nós não poderíamos comungar sempre.

Quando soube que também os meninos podiam fazer o mesmo, apresentou-se todas as manhãs à sagrada mesa. E não ficou nisso: tornou-se um apóstolo, pois a ele deveu o avô, um pobre varredor de rua, a graça do batismo e da comunhão antes da morte.

B. Uma menina se preparava para fazer a sua primeira comunhão. Ela já sabia toda a doutrina e quase todas as orações. Um dia perguntou:

➖ Mamãe, eu queria fazer a minha primeira comunhão na Páscoa.

➖ Não, não pode ser! - respondeu a mãe.

➖ Mas por que, mamãe, eu queria tanto...

➖ Não; não pode, você é muito desobediente.

➖ Ah! é por isso, mamãe? A senhora vai ver como eu não a desobedecerei mais. 

Passaram-se quinze dias; a menina parecia transformada. Foi então falar de novo com a mãe:

➖ Então, mamãe, não tenho obedecido bem?

➖ Sim; você tem-se comportado bem.

➖ Bem, mamãe; agora a senhora me deixa comungar?

Este exemplo foi imitado por outras crianças e, na Páscoa, pela primeira vez, houve primeiras comunhões de crianças precoces, acompanhadas de seus pais que também comungaram.

36. O PASTORZINHO QUE VEIO A SER PAPA

Um dia, lá pelos idos do ano de 1530, um frade de Ascoli, na Marca de Ancona (ltália), perdera o caminho. Encontrando por acaso um pastorzinho, aproximou-se do pequeno e lhe perguntou:

➖ Por onde é que se vai para Ascoli?

➖ Ascoli? Sei, sim, senhor. Caminhemos devagar, a passo de meus cordeirinhos, e e eu o levarei até lá - disse o menino.

Pelo caminho, iam conversando. O frade notou que o pequeno era vivo, amável e de boa prosa. Foi interrogando-o e soube, então, que ele era filho de um trabalhador muito pobre, que morava em um casebre ali perto, e mal ganhava para se sustentar. Em vista disso, havia posto o filho a cuidar das ovelhas e porcos de um vizinho mais abastado. O menino não sabia ler. Entretinha-se a cantar alguns cânticos religiosos que tinha aprendido de sua boa mamãe. Era tudo.

O frade ficou encantado com o rapazinho e, depois que este lhe mostrou o caminho e a cidade não muito longe, convidou-o a visitá-lo em seu convento em Ascoli. O pastorzinho não se fez de rogado. foi até o convento e, daí em diante, o seu passeio favorito, quando tinha tempo, era ir conversar com o frade, seu conhecido. Um dia, tendo apresentado o menino ao superior do convento, o frade lhe perguntou se não era uma pena deixar sem instrução um rapazinho tão desembaraçado e inteligente.

O superior foi da mesma opinião. Era preciso fazer estudar aquele pastorzinho. Dirigiram-se aos pais, prometendo-lhes que se encarregariam da educação de seu filho. A proposta foi aceita com gosto. O pastorzinho passou a morar no convento e, em seguida, foi admitido na comunidade, onde estudou e ordenou-se sacerdote, chegando a ser professor de teologia. Confiaram-lhe cargos importantes, de que se desempenhou tão bem que o papa o fez cardeal. Em 1585, após a morte de Gregório XIII, o antigo pastorzinho foi eleito papa com o nome de Sixto V, tornando-se um dos maiores pontífices da Igreja.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

ver PÁGINA: TESOURO DE EXEMPLOS

domingo, 29 de novembro de 2020

EVANGELHO DO DOMINGO

 

'Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos, para que sejamos salvos!' (Sl 79)

 29/11/2020 - Primeiro Domingo do Advento

1. O QUE VOS DIGO, DIGO A TODOS: VIGIAI!


Hoje começa um novo ano litúrgico da Santa Igreja com o Tempo do Advento, período que os cristãos são conclamados a viver em plenitude as graças da expectativa, da conversão e da esperança, à espera do Senhor Que Vem. O Ano Litúrgico 2020-2021 é o Ano B, no qual os exemplos e ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras do Evangelho de São Marcos.

E o novo ano litúrgico começa com Jesus exortando a vigilância aos filhos de Deus: 'O que vos digo, digo a todos: Vigiai!' (Mc 13, 37). Do alto do Monte das Oliveiras e à vista de Jerusalém, Jesus vai alertar os seus discípulos sobre a necessidade de se permanecer vigilantes, na oração e na confiança de uma vida de plenitude cristã, diante das coisas do mundo, que passam e repassam no cotidiano de nossas vidas. Vigilância que se impõe naqueles tempos, na vida futura da Igreja, nos remotos tempos da história: 'Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo' (Mc 13, 35 - 36).

São palavras de salvação, porque a única coisa realmente importante para o homem é a salvação eterna de sua alma. Tudo o mais é efêmero e sem sentido. No fim dos tempos ou no fim de nossa vida, o Juízo Final ou o Juízo Particular vai nos pedir contas essencialmente da nossa vigilância filial à Santa Vontade de Deus, no cumprimento de nossas ações cristãs, no acervo das graças recebidas, na inquietude do coração humano ao encontro do Pai.

Vigiar significa essencialmente não pecar, não ofender a Santidade de Deus com as misérias e as fragilidades humanas, não conspurcar a Infinita Pureza da alma que nos foi legada um dia com a lama dos prazeres, frivolidades e maldades de uma vida profanada pelos valores do mundo. Porque haverá o dia do juízo, no qual os homens serão levados ou deixados para trás: 'Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento' (Mc 13, 33). Vigiar é estar preparado para que sejam santos todos os dias de nossa vida e para que Deus escolha, dentre eles, o mais belo, para receber de volta as almas vigilantes que Ele próprio desenhou para a eternidade. 

sábado, 28 de novembro de 2020

A VIDA OCULTA EM DEUS: A CARIDADE PARA COM O PRÓXIMO


Sem a bondade que a caridade nos dá, não pode haver consolo. Se vamos visitar alguém que não sofre, essa pessoa não entenderá as nossas aflições, nossas confidências serão maçantes e sentiremos que os nossos sofrimentos não foram compartilhados. Se visitarmos, porém, alguém que está sofrendo, essa pessoa nos ouvirá pela sua própria experiência; somente as almas verdadeiramente caridosas podem compreender e, assim, compartilhar as dores dos outros. Não buscam coisas que consolam mas, como diz São Paulo, fazem-se tudo por todos.

Apesar da nossa boa vontade, temos a tendência de nos fazer sofrer mutuamente, nos confrontando e nos magoando ainda que sem querer, mas de uma forma muito efetiva: in multis offendimus omnes [em muitas coisas penamos todos]. Devemos ser fortes para nos imolar pela salvação dos nossos irmãos, para carregar a nossa cruz e a cruz dos outros. Temos que ser fortes para sempre amar com todo o nosso coração os nossos irmãos e o nosso Deus. Se nos empenharmos em adquirir, por múltiplos atos de caridade, uma maior pureza e uma maior simpatia e aquela generosidade, que não se paga com palavras e nem se alimenta de ilusões mas de imolações e sacrifícios, nossos corações serão cada vez mais semelhantes ao coração da Bem-aventurada Virgem Maria.

Nós valemos, sobretudo e acima de tudo, pelo coração. 'Ao entardecer da vida, seremos examinados no amor' [São João da Cruz]. Deus nos perguntará como usamos o nosso poder para amar. Seremos medidos não pela inteligência, mas pelo amor. Se, ao longo de nossa existência, procuramos tornar o nosso coração acolhedor, preenchendo-o de mansidão e compreensão, o nosso poder de amar tornar-se-á cada vez mais forte, vigoroso e capaz de suportar as cruzes mais pesadas.

Anseie agradar a todos o tempo todo. Faça valer todas as suas pequenas obras. Reflita sempre antes de falar e aja de forma a evitar o que se chama de projeção do seu ego sobre o ego alheio, o que distorce os pontos de vista. Minimiza as fragilidades do outro, reais ou aparentes, e realce as suas qualidades. Desta forma, você vai ver tudo sob a verdade, tal como Deus vê: 'Senhor, fazei-me ver como Vós para que eu ame como Vós amais'.

Coloque nos olhos o olhar da caridade. Não se importe se, às vezes, ocorrer um pequeno erro objetivo; o dano nunca irá muito longe. Imponha sempre atentar para as boas intenções dos outros. Se errar nisso, é melhor errar assim. Toda comparação, quando sacrifica uma das partes, tende a ser odiosa. Não faça tais comparações. Coloque-se sempre numa posição inferior, sem se preocupar em medir a posição e o valor do outro.

Não discuta sabendo que nada de bom poderá resultar disso. Entenda-se com os outros sob a ótica da generosidade e do sobrenatural. As pequenas concessões podem fazer um grande bem, principalmente quando se trata de almas que tendem a um grande ideal sem ver a todas da mesma maneira. Dilatentur spatia caritatis (a caridade expande os corações) e os liberta. Busque colocar a coerência no seu pensamento e, depois, em sua vida. Quanto a se colocar na mente de X ou Y... isso não é da sua conta, só Deus pode atuar assim. Deixe isso para Ele e conserve a paz.

Os juízos da caridade são, muitas vezes, os mais próximos da verdade. O melhor seria não julgar de forma alguma, nem mesmo interiormente, ou julgar com verdadeira indulgência. Tente ver a verdade nas declarações dos outros antes de fazer qualquer reserva! Faça tão somente as críticas e observações que sejam necessárias e oportunas. E mesmo assim, certifique-se de que, com elas, tem-se a esperança de colher algum fruto, pelo menos no futuro e, caso contrário, abstenha-se de fazê-lo.

Deixe em todos a impressão de que você possui um elevado conceito sobre a pessoa. Recolha-se diante o outro, mas sem parecer assim. Coloque o outro à frente; dê espaço para o outro falar, interesse realmente pelo que diz. Nosso zelo deve ser ardente, mas iluminado. Se acharmos que ele se torna por demais emocionado, devemos moderá-lo, porque tenderá a ser cego. Esse é o conselho da razão e da experiência. Não se atenha a causas secundárias, nos atos ou nas intenções dos outros, mas atente a tudo sob o olhar de Deus, que lhe pede humildade, paciência e caridade.

Devemos sempre distinguir o objetivo do subjetivo, o exterior do interior, pois somos tentados a querer e a ver cada coisa sob o nosso ponto de vista, quando só Deus conhece a verdade que existe em tudo. O julgamento pertence somente a Deus. É isso que temos que repetir continuamente para nós mesmos a fim de compreender, ou pelo menos suportar, o que, às vezes, nos parece tão contraditório na vida cotidiana.

A alma interior nunca faz pouco caso de nada e nem de ninguém. Ela não se prende aos defeitos dos homens ou às minúcias das coisas ou, se os veem, não os expõem com uma risada irônica e perversa. Sem dúvida sorri às vezes, mas sempre com um sorriso cheio de mansidão, benevolência e graça. Normalmente se expressa com palavras calmas e ponderadas. Sentimos que está resguardada pelo olhar e pela intimidade com Deus. Assim ela atua efetivamente em todas as suas ações e conversas, em todos os seus pensamentos, em toda a sua vida. É muito importante nos libertar do que nos afasta do outro, para corrigir o nosso modo de ser. Que ressonância tem as nossa palavras e as nossas ações na alma dos outros? Essa é a grande questão que devemos responder. 

(Excertos da obra 'A Vida Oculta em Deus', de Robert de Langeac; Parte I -  O Esforço da Alma; tradução do autor do blog)

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

GLÓRIAS DE MARIA - NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

 

'Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'


'Este globo que vês representa o mundo inteiro e, em especial, a França e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem'


'Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem alcança para as pessoas que lhe pedem...'.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (em silêncio e devoção, pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave-Marias e, após cada ave-maria, a jaculatória: 'Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'.

Oração Final - Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.


'Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança'


SÍMBOLOS DAS FACES DA MEDALHA MILAGROSA


Uma mulher Vestida de Luz:
Nossa Senhora resplandecente, envolvida por luz e graças, significando a glória total. 

A inscrição: 
Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. 


Mãos abertas: 
Gesto de distribuição de inúmeras Graças para o mundo, Maria, medianeira e co-redentora. 

Raios:
'Os raios que vês são símbolos das Graças que derramo sobre quem as pede'.

Globo branco sobre os pés que pisam a serpente:
Maria é a antítese e o refúgio aos pecados do mundo.


Letra M:
A letra M, que sustém uma Cruz sobre uma barra horizontal entrelaçada nos braços do M , provém de Maria, Mãe de Deus, altar da encarnação divina e participante das dores de Jesus na cruz; Mãe de todos nós. 

A Cruz sobre a barra:
Altar da redenção, sinal da Salvação.


Dois corações:
O coração de Jesus, coroado de espinhos; O coração de Maria atravessado por uma espada, pela sua participação ativa e eminente na obra da Redenção. 

Doze estrelas: 
Recordam o texto do Apocalipse: ... e na sua cabeça uma coroa de doze estrelas que simbolizam as doze tribos de Israel, os doze apóstolos, os doze pilares da Fé.

10 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O ADVENTO

1. A palavra Advento significa vinda ou chegada (do latim 'ad-venio' - 'chegar') e constitui um tempo litúrgico que só existe nas Igrejas do Ocidente, desde o século VI, quando era celebrado como um tempo de seis semanas, que foram então reduzidas para quatro semanas por São Gregório Magno (590-604).

2. O Advento é um tempo de celebração de dois adventos do Senhor: tempo de esperança, conversão, penitência e júbilo pela celebração do aniversário da primeira vinda de Jesus Cristo ao mundo como a encarnação de Deus e de preparação e feliz expectativa pela sua vinda final como juiz, na nossa morte e no fim do mundo.

3. O Advento é o tempo litúrgico que começa no domingo mais próximo à festa de Santo André Apóstolo (30 de novembro) e compreende, portanto, quatro domingos.

4. O primeiro domingo do Advento pode ser adiantado até 27 de novembro (período máximo do Advento com vinte e oito dias) ou ser atrasado até o dia 3 de dezembro (período mínimo do Advento com vinte e dois dias).

5. O tempo do Advento pode ser subdividido em três períodos distintos por ordem de relevância: (i) os quatro domingos do Advento (domingos tão especiais que nenhuma solenidade tem precedência sobre eles); (ii) a semana entre 17 a 24 de dezembro, por corresponder ao período mais imediato de preparação do Natal; (iii) os demais dias do tempo do Advento.

6. O primeiro domingo do Advento nos exorta a praticar a vigilância; o segundo, a conversão; no terceiro celebramos a alegria da vinda do Senhor (o chamado 'Domingo Gaudete') e no quarto domingo, a Anunciação e o Fiat de Nossa Senhora.

7. Com o Advento, tem início um novo Ano Litúrgico nas Igrejas do Ocidente, que são divididos em Anos A, B e C, sendo narrados nestes anos os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, respectivamente (2020-2021 é o Ano B, com os Evangelhos de São Marcos).

8. Nas missas do Advento, omite-se o 'Glória', cântico associado diretamente ao nascimento de Jesus e que somente volta a ser entoado na Noite de Natal; canta-se, porém, o 'Aleluia', como referência a um tempo que é também de piedosa e alegre expectativa e não exatamente de penitência quaresmal. 

9. No tempo do Advento, os paramentos são roxos para assinalarem o caráter penitencial deste período, com uma breve mudança no terceiro domingo, no qual é utilizada a cor rosa, símbolo da nossa expectativa alegre e confiante como pausa nos tempos penitenciais do Advento. 

10. Por ser um tempo de penitência e conversão, a confissão é altamente recomendável neste período e as palavras de ordem são sobriedade e moderação. Não são realmente indicados elementos como luzes coloridas, enfeites natalinos ou decoração festiva, porque estes não são os verdadeiros símbolos do Advento cristão.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

IMAGEM DA SEMANA

'Quem crê em mim tem a vida eterna' (Jo 6,47)

ANO LITÚRGICO 2020 - 2021

O Ano Litúrgico 2020-2021, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (29/11/2020) até a última semana do Tempo Comum, iniciada no domingo da Festa de Cristo Rei (21/11/2021), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2010-2021 é o Ano B, no qual os exemplos e ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais retiradas do Evangelho de São Marcos, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico) quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João. 

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento, quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.