domingo, 28 de junho de 2020

PÁGINAS COMENTADAS DOS EVANGELHOS DOS DOMINGOS


'Quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa' (2Tm 4, 6-8)

sexta-feira, 26 de junho de 2020

26 DE JUNHO - SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


São Josemaria Escrivá de Balaguer nasceu em 09 de janeiro de 1902 em Barbastro, Espanha. Em 02 de outubro de 1928, durante um retiro espiritual em Madrid, concebeu e fundou o OPUS DEI, atualmente prelazia pessoal da Igreja Católica. A missão específica do Opus Dei é promover, entre homens e mulheres de todo o âmbito da sociedade, um compromisso pessoal de seguir a Cristo, de amor a Deus e ao próximo e de procura da santidade na vida cotidiana. Faleceu em Roma em 26 de junho de 1975. Foi beatificado em 17 de maio de 1992 e canonizado, pelo Papa João Paulo II na Praça de São Pedro, em 06 de outubro de 2002. Sua obra mais conhecida é Caminho, escrita como orientações espirituais em diferentes parágrafos. Outras obras do autor são ForjaSulco e É Cristo que Passa.

A CRUZ NÃO É UM CONSOLO FÁCIL

'A doutrina cristã sobre a dor não é um programa de fáceis consolações. Começa logo por ser uma doutrina de aceitação do sofrimento, inseparável de toda a vida humana. Não vos posso esconder - e com alegria pois sempre preguei e procurei viver a verdade de que, onde está a Cruz, está Cristo, o Amor - que a dor apareceu muitas vezes na minha vida; e mais de uma vez tive vontade de chorar. Noutras ocasiões, senti crescer em mim o desgosto pela injustiça e pelo mal. E soube o que era a mágoa de ver que nada podia fazer, que, apesar dos meus desejos e dos meus esforços, não conseguia melhorar aquelas situações iníquas.

Quando vos falo de dor, não vos falo apenas de teorias. Nem me limito a recolher uma experiência de outros, quando vos confirmo que, se sentis, diante da realidade do sofrimento, que a vossa alma vacila algumas vezes, o remédio que tendes é olhar para Cristo. A cena do Calvário proclama a todos que as aflições hão-de ser santificadas, se vivermos unidos à Cruz.

Porque as nossas tribulações, cristãmente vividas, se convertem em reparação, em desagravo, em participação no destino e na vida de Jesus, que voluntariamente experimentou, por amor aos homens, toda a espécie de dores, todo o gênero de tormentos. Nasceu, viveu e morreu pobre; foi atacado, insultado, difamado, caluniado e condenado injustamente; conheceu a traição e o abandono dos discípulos; experimentou a solidão e as amarguras do suplício e da morte. Ainda agora, Cristo continua a sofrer nos seus membros, na Humanidade inteira que povoa a Terra e da qual Ele é Cabeça, Primogênito e Redentor'.
                                                                                                                  (É Cristo que Passa)

O PENSAMENTO VIVO DE SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


1. 'Essa palavra acertada, a 'piada' que não saiu da tua boca, o sorriso amável para quem te incomoda, aquele silêncio ante a acusação injusta, a tua conversa afável com os maçadores e com os importunos, não dar importância cada dia a um pormenor ou outro, aborrecido e impertinente, de pessoas que convivem contigo... Isto, com perseverança, é que é sólida mortificação interior'.

2. 'Não digas: essa pessoa aborrece-me' Pensa: 'essa pessoa santifica-me'.

3. 'Procura mortificações que não mortifiquem os outros'.

4. 'Não acredito na tua mortificação interior, se vejo que desprezas, que não praticas a mortificação dos sentidos'.

5. 'O mundo só admira o sacrifício como espetáculo, porque ignora o valor do sacrifício escondido e silencioso'.

6. 'Tudo o que não te leva a Deus é um estorvo. Arranca-o e atira-o para longe'.

7. 'Vence-te em cada dia desde o primeiro momento, levantando-te pontualmente a uma hora fixa, sem conceder um só minuto à preguiça. Se, com a ajuda de Deus, te venceres, muito terás adiantado para o resto do dia. Desmoraliza tanto sentir-se vencido na primeira escaramuça!' 

8. 'Não sejas frouxo, mole. Já é tempo de repelires essa estranha compaixão que sentes por ti mesmo'. 

9. Acertou quem disse que a alma e o corpo são dois inimigos que não se podem separar e dois amigos que não se podem ver'. 

10. 'Estes são os saborosos frutos da alma mortificada: compreensão e transigência para as misérias alheias; intransigência para com as próprias'. 

11. 'Quantos, que se deixariam cravar numa Cruz, perante o olhar atônito de milhares de espectadores, não sabem sofrer cristãmente as alfinetadas de cada dia! Pensa então no que será mais heroico'. 

12. 'O minuto heroico é a hora exata de te levantares. Sem hesitar: um pensamento sobrenatural e... fora! O minuto heroico: aí tens uma mortificação que fortalece a tua vontade e não debilita a tua natureza'. 

quinta-feira, 25 de junho de 2020

DICIONÁRIO DA DOUTRINA CATÓLICA (VI)


CASULA

É a veste que o sacerdote coloca pela cabeça, caindo pela frente e por detrás até quase aos pés, para celebrar o sacrifício da Missa. É o último ornamento que veste. É sinal da caridade que deve revestir inteiramente o sacerdote, da caridade que nos faz compadecer das misérias alheias, cobrindo-as com um manto de misericórdia que as oculte aos olhos dos homens, como a casula oculta todos os outros ornamentos. Antes de ser usada deve ser benzida.

CATACUMBAS 

Dá-se este nome aos antigos cemitérios subterrâneos, onde os cristãos sepultavam os seus mortos. Durante as perseguições que os cristãos sofreram nos três primeiros séculos, também as catacumbas serviam de lugar de refúgio para aí se reunirem e celebrarem os atos do culto divino. As mais célebres são as catacumbas romanas, que ainda existem no campo dos arredores de Roma.

CATECÚMENOS 

São as pessoas adultas que se preparam com a instrução religiosa para receberem o sacramento do batismo.

CELIBATO 

É o estado das pessoas que renunciam ao sacramento do matrimônio. Uns renunciam ao matrimônio para entrarem no sacerdócio; outros para abraçarem a vida, religiosa; outros para dedicarem a sua vida ao exercício da piedade e da caridade; outros por motivo de incapacidade para os deveres matrimoniais, como é a doença do corpo ou do espírito; outros por motivo de egoísmo, para gozaram plena liberdade de afeições, mesmo criminosas. O celibato eclesiástico, religioso e piedoso é de vocação divina. O celibato de incapacidade é de defeito natural. O celibato de egoísmo é de defeito moral.

CATOLICIDADE 

É um dos quatro caracteres da Igreja, e exprime a sua universalidade. A Igreja é universal quanto aos seus adeptos, os quais habitam em todas as nações conhecidas e em obediência ao mesmo Chefe, que é o Papa. É universal quanto à doutrina, porque em toda a parte ensina a mesma doutrina e condena os mesmos erros. É universal quanto à sucessão, porque abraça todos os tempos desde os Apóstolos, isto é, começou com os Apóstolos e, desde então, não se pode dizer que a Igreja Católica tenha principiado em algum lugar da terra, como se diz de cada seita religiosa aparecida em tal ou tal tempo.

CIBÓRIO 

Também chamado PÍXIDE, é um vaso largo com pé, feito de ouro, de prata ou de outros metais, mas o interior é sempre dourado, para conter as hóstias consagradas, que se guardam no sacrário para se dar a comunhão fora da missa e para Jesus Sacramentado estar entre os cristãos. Deve ser benzido com a bênção litúrgica e é coberto com um véu branco quando contém o Santíssimo.

CÍNGULO

É um cordão de linho ou de cânhamo, que aperta a alva na cintura do sacerdote quando se paramenta para algum ato litúrgico. Deve ser benzido e é branco ou da cor dos paramentos. Lembra ao sacerdote que deve ter em volta dos rins um cinto de inocência e pureza, a fim de conservar a virtude da castidade. Em certas associações piedosas também se usa um cíngulo, como o cíngulo da Milícia Angélica ou de Santo Tomás de Aquino para se obter a pureza.

CÍRIO PASCAL

É uma vela grande e muito grossa que se benze durante as cerimônias de Sábado Santo e que se conserva junto do altar do lado do Evangelho, para ser aceso durante as missas até ao dia da Ascensão de Jesus. O círio é o símbolo de Jesus Cristo ressuscitado e ainda entre nós.

CÍRIOS 

São cortejos religiosos que se fazem por ocasião de uma festa religiosa, nos quais é levada uma bandeira com mais ou menos solenidade. Não se podem fazer sem licença do bispo, requerida pelo superior da igreja ou pelos interessados. É proibida qualquer festa religiosa por ocasião da qual haja tal cortejo sem a licença devida, que tem de ser requerida com grande antecedência.

CISMA

É a separação voluntária dos católicos da unidade da Igreja, recusando obediência ao Romano Pontífice.

(Verbetes da obra 'Dicionário da Doutrina Católica', do Pe. José Lourenço, 1945)

quarta-feira, 24 de junho de 2020

NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA


Além dos dias consagrados aos nascimentos de Jesus e de Maria, apenas o nascimento de João Batista (24 de junho) é comemorado pela Santa Igreja Católica (todos os demais santos são venerados pelas datas de suas mortes), glória ímpar para aquele que foi aclamado, pelo próprio Cristo, como 'o maior dentre os nascidos de mulher' (Mt 11,11).

'Houve um homem mandado por Deus. Seu nome era João… Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz' (Jo 1,6-8)

'Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente. Ele preparará o teu caminho diante de ti' (Mt 11,7).

'Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo' (Lc 1,41)

'Eu sou a voz que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor' (Is 40,3)

'Eu vos batizo com água, mas vem Aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo' (Lc 3, 16) 

terça-feira, 23 de junho de 2020

SE PROCURAS UM EXEMPLO...

Se procuras um exemplo de caridade: 'Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos' (Jo 15,13). Assim fez Cristo na cruz. E se ele deu sua vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por causa dele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente! Podemos reconhecer uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora, Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque atormentado, não ameaçava (1Pd 2,23); foi levado como ovelha ao matadouro e não abriu a boca (Is 53,7; At 8,32).

É grande, portanto, a paciência de Cristo na cruz. Corramos com paciência ao combate que nos é proposto, com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia (Hb 12,1-2).

Se procuras um exemplo de humildade, contempla o Crucificado: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.

Se procuras um exemplo de obediência, segue aquele que se fez obediente ao Pai até à morte: como pela desobediência de um só homem, isto é, de Adão, a humanidade toda foi estabelecida numa condição de pecado, assim também pela obediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça (Rm 5,19).

Se procuras um exemplo de desprezo pelas coisas da terra, segue aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual estão encerrados todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Cl 2,3), e que na cruz está despojado de suas vestes, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e, por fim, tendo vinagre e fel como bebida para matar a sede.

Portanto, não te preocupes com as vestes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes (Jo 19,24); nem com honras, porque fui ultrajado e flagelado; nem com a dignidade, porque tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na em minha cabeça (Mc 15,17); nem com os prazeres, porque em minha sede ofereceram-me vinagre (Sl 68,22).

Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar nossa vida inteira. Quem quiser viver na perfeição, nada mais tem a fazer do que desprezar aquilo que Cristo desprezou na cruz e desejar o que ele desejou. Na cruz, pois, não falta nenhum exemplo de virtude.

(São Tomás de Aquino)