quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

AS 15 MEDITAÇÕES DA VIDA DE CRISTO (III)

A regra fundamental de nossa Sociedade é a vida de nosso Senhor Jesus Cristo, para imitá-lo com humildade e confiança, com toda a possível perfeição, em todas as obras da vida oculta e do público ministério, para a maior glória de Deus nosso Pai celeste e para a maior santificação de nossa alma e de nossos próximos (São Vicente Pallotti)

ORAÇÃO INICIAL

Por mim nada posso, mas com Deus tudo posso. Tudo quero fazer por amor a Deus. Meu Deus, quer esteja acordado, quer dormindo, pensando em vós ou não, vós sempre pensais em mim e me amais com amor infinito. Fazei que durante este dia, eu possa ter os mesmos pensamentos, a mesma humildade, a mansidão, a paciência e a caridade de nosso Senhor Jesus Cristo, para assim realizar a vossa santíssima vontade. Amém.


11. INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS

Com a simplicidade, o amor, a misericórdia e o espírito de serviço de nosso Senhor Jesus Cristo, queremos receber e administrar os santíssimos sacramentos com a plenitude da graça dos dons e frutos da vida eterna que Jesus Cristo colocou neles.

'Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo' (Mt 28, 19).

'Tudo o que vocês ligarem na terra, será ligado no céu' (Mt 18, 18).

'O homem deixará seu Pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher, e os dois serão uma só carne' (Mt 19, 5)

'Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e o distribuiu a eles, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim' (Lc 22,19b).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

12. A ORAÇÃO NO JARDIM DE GETSÊMANI

Oração no jardim de Getsêmani: agonia e suor de sangue de Jesus Cristo, a captura, o tratamento cruel sofrido na noite da prisão, abusos, afrontas, escárnios, golpes, barbaridades de toda espécie sofridas ao ser conduzido à casa de Anás e Caifás, ao tribunal de Pilatos e à casa de Herodes, as falsas acusações, a flagelação, a coroação de espinhos, a apresentação ao povo, o ser posposto a Barrabás, o ser declarado inocente e, mesmo assim, condenado à vergonhosa morte de cruz, o infinito merecimento de carregar a cruz até o Calvário, a bárbara crucificação e o estar pendente na cruz no meio de dois ladrões. Dai-me senhor a graça de suportar todas as humilhações em imitação ao sofrimento redentor de Jesus Cristo.

'Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. O seu suor se tornou como gotas de sangue, que caíam no chão' (Lc 22, 44).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

13. A DOLOROSÍSSIMA AGONIA DE JESUS CRISTO

Nosso Senhor Jesus Cristo, agonizante na cruz, dizia a Maria santíssima: 'mulher, eis teu filho'. Deixou-nos sua mãe santíssima para nossa mãe e dizia a João: 'Eis tua mãe' e nos constituiu filhos de sua mãe santíssima. Dai-nos, Senhor, a graça de propagar sempre as glórias de Maria Santíssima por todos os meios possíveis.

'E dessa hora em diante o discípulo a recebeu em sua casa' (Jo 19, 27)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

14. A MORTE DE JESUS CRISTO

Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua agonia na cruz, próximo de morrer disse: 'Tenho sede' (Jo 19,28); 'Tudo está consumado'( Jo 19,30 ); 'Pai, em tuas mãos entrego meu espírito' ( Lc 23, 46; Sl 30,6). Dai-nos, Senhor, a graça de desejar sempre a vossa maior glória e a salvação das almas.

'Todos os seus amigos, bem como as mulheres que o haviam acompanhado desde a Galileia, permaneciam à distância, observando essas coisas' (Lc 23 49).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

15. A GLÓRIA DA RESSURREIÇÃO, ASCENSÃO E EXALTAÇÃO DE CRISTO

Depois de tornados semelhantes a Ele na vida humilde pobre, laboriosa, desprezada e crucificada nesta terra, nossa vida deve ser uma preparação para a morte. Dai-nos, Senhor, esta graça para podermos ser semelhantes a Vós na glória por toda a eternidade. Amém.

'... Jesus veio e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco!’ Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor' (Jo 20, 19-20).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

(São Vicente Pallotti)

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

FOTO DA SEMANA

'Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua alma para a provação' (Ecl 2,1)


OREMUS! (15)

A partir desta data, a sequência dos pensamentos e reflexões desta obra estão apresentados na Página OREMUS, na Biblioteca Digital do blog.

15 DE JANEIRO

Non quaero gloriam meam [Não busco a minha glória] (Jo 8,50)

O Sumo Sacerdote da Redenção não procurava a sua glória. Subindo ao altar do sacrifício, no Presépio, até consumar sua oblação, na Cruz, Ele só pensou na glória do Pai. E nós, sacerdotes cooperadores da Redenção?

Neste mundo eu não quero pedestal — dizia um padre com muita humildade. Se a exagerada preocupação de si mesmo é ridícula em qualquer indivíduo, mais desprezível se torna quando a notamos no sacerdote. Um exterior todo retocado pela vaidade, o gosto de falar sempre ex-cathedra [do alto, como um catedrático, sem admitir objeções], o desejo de estar em toda parte à procura de evidência, de amizades e elogios, a preocupação de agradar os mais altamente colocados, com desprezo dos mais humildes; enfim, o abuso da dignidade sacerdotal em proveito da própria vaidade... é triste, é lamentável.

Querer viver na glória quem deveria viver na imolação... não será um escândalo para as almas de boa vontade? A exagerada preocupação de se fazer simpático, poderá ter, para o padre, um resultado contrário. Coloquemos sempre um pouco mais de alma e convicção nesse Gloria Patri [Glória ao Pai], que rezamos, com os lábios, tantas vezes!

(Oremus — Pensamentos para a Meditação de Todos os Dias, do Pe. Isac Lorena, 1963, com complementos de trechos traduzidos do latim pelo autor do blog)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

ORAÇÃO PELA CONVERSÃO DOS INFIÉIS (SÃO FRANCISCO XAVIER)


Eterno Deus, Criador de todas as coisas, lembrai-vos que as almas dos infiéis são obra das vossas mãos e criadas à vossa imagem e semelhança. Lembrai-vos que Jesus Cristo, vosso Filho, sofreu por sua salvação morte atrocíssima. Não permitais, pois, que o vosso divino Filho seja por mais tempo desprezado dos infiéis; mas antes, aplacado pelas orações dos vossos escolhidos e da Igreja, Esposa do vosso benditíssimo Filho, recordai-vos da vossa misericórdia e, esquecendo sua idolatria e infidelidade, fazei com que também eles conheçam finalmente e amem a Jesus Cristo, nosso Senhor, que é nossa salvação, vida e ressurreição, pelo qual fomos salvos e livres, e a quem seja dada glória por todos os séculos dos séculos. Amém.

São Francisco Xavier, rogai por nós
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos – Ó Deus, que por meio da pregação e milagres de São Francisco Xavier vos dignastes trazer ao seio da vossa Igreja os gentios do Oriente, concedei-nos que imitemos as virtudes daquele cujos gloriosos merecimentos veneramos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

OREMUS! (14)

14 DE JANEIRO

Qui se existimat stare... [quem pensa estar de pé] (1Cr 10,12)

É muito grande a força do demônio. Se ele já dobrou muito caniço, já arrancou muito carvalho também. Cedros do Líbano vieram abaixo, porque confiaram demasiado na força das próprias raízes. É pela presunção que o demônio consegue minar os alicerces de muita vida sacerdotal. Videat ne cadat [vigiar para não cair] — isto quer dizer esforço e trabalho. 

Tome cuidado, empregue os meios, não se descuide, nem facilite. Tempestades há no ambiente que nos cerca. E as mais terríveis não são as que entram pelos sentidos, mas aquelas que rugem dentro de nós mesmos. Lamennais, o grande apologeta, pregou certa vez numa igreja dos redentoristas, na Suíça. Um sucesso. Perguntaram ao reitor da comunidade, o que achava daquele orador, coluna da Igreja na França. Com um ar de tristeza, o reitor, Ven. Pe. Passerat, respondeu: 'Tenho medo desse homem; ele não reza'. Algum tempo depois, Lamennais era um apóstata.

Naquela vida, como em tantas outras, a presunção e o orgulho minaram os alicerces. A base cedeu. Et descendit pluvia, et venerunt flumina, et flaverunt venti, et irruerunt in domum illam, et cecidit, et fuit ruina illius magna [caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína (Mt 7,27)].

(Oremus — Pensamentos para a Meditação de Todos os Dias, do Pe. Isac Lorena, 1963, com complementos de trechos traduzidos do latim pelo autor do blog)

domingo, 13 de janeiro de 2019

O BATISMO DO SENHOR

Páginas do Evangelho - Batismo do Senhor


No Evangelho do Batismo do Senhor, encerra-se na liturgia o tempo do Natal. João Batista, nas águas do Jordão, realizava um batismo de penitência, de ação meramente simbólica, pois não imprimia ao batizado o caráter sobrenatural e a graça santificante imposta pelo Batismo Sacramental, instituído posteriormente por Nosso Senhor Jesus Cristo: 'Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo' (Lc 3, 16).

O Batismo de Jesus constitui, ao contrário, um ato litúrgico por excelência, pois o Senhor se manifesta publicamente em sua missão salvífica. Chega ao fim o tempo dos Profetas: o Messias tão anunciado torna-se realidade diante o Precursor nas águas do Jordão. E o batismo de Jesus é um ato de extrema humildade e de misericórdia de Deus: assumindo plenamente a condição humana, Jesus quis ser batizado por João não para se purificar pois o Cordeiro sem mácula alguma não necessitava do batismo, mas para purificar a humanidade pecadora sob a herança dos pecados de Adão. Ao santificar as águas do Jordão e nelas submergir os nossos pecados, Jesus santificou todas as águas do Batismo Sacramental de todos os homens assim batizados.

Ao receber o batismo de João, Jesus rezava: 'E, enquanto rezava...' (Lc 3, 21). E, enquanto Jesus rezava, 'o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus...' (Lc 3, 21-22). O Espírito Santo manifesta-se diante da oração proferida na intimidade com o Pai, sem anelos de vanglória e clamor. Oração humilde, profunda, de absoluta confiança e louvor ao Pai, que induz a primeira manifestação da Santíssima Trindade, ratificada pela pomba e pela voz que vem do Céu: 'Tu és o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer' (Lc 3, 22). No batismo do Jordão, manifesta-se em plenitude a divindade de Cristo. 

Eis a síntese da nossa fé cristã, legado de Deus a toda a humanidade, sem distinção de pessoas: 'ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença' (At 10, 35). No Jordão, o céu se abriu para o Espírito Santo descer sobre a terra. No Jordão, igualmente, manifestou-se por inteiro o perdão e a misericórdia de Deus e a graça da salvação humana por meio do batismo. E, com o batismo de Jesus, tem início a vida pública do Messias preanunciado por gerações. Esta liturgia marca, portanto, o início do Tempo Comum, período em que a Igreja acompanha, a cada domingo e a cada semana, as pregações, ensinamentos e milagres de Jesus sobre a terra, o tempo em que o próprio amor de Deus habitou em nós. 

OREMUS! (13)

13 DE JANEIRO

Descendit de Caelis [Desceu dos Céus!]

Infelizmente esta palavra já não chama a nossa atenção. Achamos tão natural que isso tenha acontecido! Um dia, o orgulho do homem quis ocupar o trono de Deus. E esse orgulho absurdo pôs a humanidade a perder. Para salvá-la, Deus deixou o seu trono, e veio ao mundo, ocupar um estábulo... Esta solução redentora não foi apenas uma indireta divina contra o orgulho humano. Mais claramente  Deus não o poderia ter condenado.

Apesar disso, o meu orgulho continua vivo. Sei que Deus desceu dos céus à terra, e não tiro dessa verdade as consequências que devia tirar para a minha vida. Quando me coloco diante do Presépio ou da Cruz, meu orgulho fecha os olhos, para não ver a que ponto eu devo chegar. E depois de transformar o Paraíso num vale de lágrimas, ele vive enchendo a minha vida de queixas,  revoltas e reclamações. Soubesse eu ocupar 'o meu lugar', sempre na humildade, e seria tão feliz! Diante do Presépio e da Cruz é que eu devo meditar bem as palavras do Precursor: Illum oportet crescere, me autem minui [é preciso que Ele cresça e eu diminua]. Então compreenderei que preciso viver como Nosso Senhor viveu: Formam servi accipiens [assumindo a condição de escravo (Fl 2,7)].

(Oremus — Pensamentos para a Meditação de Todos os Dias, do Pe. Isac Lorena, 1963, com complementos de trechos traduzidos do latim pelo autor do blog)