sábado, 20 de outubro de 2018

VIDA DO PADRE PIO EM FATOS E FOTOS (IX)

PADRE PIO E A IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

Em 6 de agosto de 1959, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, em visita a várias cidades italianas, foi levada até San Giovanni Rotondo, onde o Padre Pio encontrava-se, então, gravemente enfermo. 

Fazendo um grande esforço físico, Padre Pio dirigiu-se de sua cela até à igreja para beijar e venerar a imagem da Virgem, em cujas mãos colocou um terço de ouro. A foto acima ilustra este momento, com a mão do santo coberta pela luva que usava para esconder os estigmas e com o braço sendo sustentado por alguém, dada a condição de sua debilidade física.

O fato concreto é que, logo após a vista da imagem peregrina de Nossa Senhora, Padre Pio ficou completamente restabelecido, a ponto de dizer que nunca tinha estado tão bem de saúde.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A ESCADA PARA O CÉU

Um dia, ocupado no trabalho manual, comecei a pensar no exercício espiritual do homem. E eis que, de repente, enquanto refletia, se apresentaram a meu espírito quatro degraus espirituais: a leitura, a meditação, a oração, a contemplação.

Esta é a escada dos monges, que os eleva da terra ao céu. Embora dividida em poucos degraus, ela é de imenso e incrível comprimento, com a ponta inferior apoiada na terra, enquanto a superior penetra as nuvens e perscruta os segredos do Céu (Gn 28,12).

Estes degraus, assim como são diversos em nome e em número, também se distinguem pela ordem e o valor. Se alguém examina diligentemente suas propriedades e funções, o que produz cada um deles para nós, e como diferem e se hierarquizam entre si, achará pequeno e fácil por sua utilidade e doçura todo o trabalho e esforço que lhes dedicar.

A leitura é o estudo assíduo das Escrituras, feito com aplicação do espírito. A meditação é uma ação deliberada da mente, a investigar com a ajuda da própria razão o conhecimento duma verdade oculta. A oração é uma religiosa aplicação do coração a Deus, para afastar os males ou obter o bem. A contemplação é uma certa elevação da alma em Deus, suspensa acima dela mesma, e degustando as alegrias da eterna doçura.

A leitura procura a doçura da vida bem-aventurada, a meditação a encontra, a oração a pede, a contemplação a experimenta. Por isso, o Senhor mesmo diz: 'Buscai e encontrareis, chamai e se vos abrirá'. Buscai lendo e encontrareis meditando, chamai orando e abrisse-vos contemplando. 

A leitura, de certo modo, leva à boca o alimento sólido, a meditação o mastiga e tritura, a oração consegue o sabor, a contemplação é a própria doçura que regala e refaz. A leitura está na casca, a meditação na substância, a oração na petição do desejo, a contemplação no gozo da doçura obtida. Para que se possa ver isto de modo mais expressivo, suponhamos um exemplo entre muitos.

(Excertos de carta de um irmão cartuxo)

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

BREVIÁRIO DA CONFIANÇA (IV)


17 DE OUTUBRO

GOLPES DE MISERICÓRDIA 

Os golpes que sofremos na vida vêm do Alto. São golpes de misericórdia, golpes de cirurgião, para curar. Ferem, causam dor, provocam gemidos? Não importa. Deixemos que o Médico Divino faça a operação necessária. Sem ela nos perderemos. Abençoemos a Mão Divina, que nos fere por misericórdia. É mão de pai, de amigo, que nos quer salvar. Não há outro remédio para nossa salvação. 

O Senhor, na Sua Providência Amorosa, decretou bater-nos, ferir-nos. Faça-se a vontade Divina, toda santa, toda amável! Um dia, no Céu, compreenderemos tudo. E' por castigo que Deus, muitas vezes, nos deixa na prosperidade. Felizes os que são batidos pela Mão Divina! E' o sinal mais certo de que caminham para a salvação. Sofremos, choramos, aflige-nos a dor? Vamos! Coragem! Deixemos que os golpes nos firam, que nos abram feridas, que as façam sangrar! Tudo será bom para o Céu. 

E' com sangue e com lágrimas que se argamassa aqui o edifício do Amor. São golpes de misericórdia ou, melhor, do Amor Misericordioso. Nas nossas aflições, é assim que devemos rezar: 'Batei, cortai, feri, meu Deus, contanto que me salve. Faça-se a Vossa Santíssima e Adorável Vontade!' Nos golpes que nos vêm do Alto, há justiça e misericórdia. A Justiça pune e expia o pecado. A misericórdia salva, purifica e nos leva ao Amor.


18 DE OUTUBRO

A MELHOR DAS ORAÇÕES 

A melhor das orações é o 'Pai Nosso' e, no 'Pai Nosso', o melhor é aquele 'Seja feita a Vossa Vontade assim na terra como no Céu'. Nesse conceito está todo o segredo da santidade. Não basta dizer: 'Senhor/ Senhor!' É mister acrescentar: 'Seja feita a Vossa Vontade'. 'Não são os que dizem: "Senhor! Senhor!" ­- diz o Evangelho - que hão de entrar no Reino dos Céus, mas som os que fazem a Vontade do Pai Eterno'. 

Pouco importam mil coroas e devoçõezinhas originais, se não sabemos conformar a nossa vontade com a Vontade de Deus.  Já  disse e repito: 'Fazer o que Deus quer e querer a que Deus faz, é  a melhor das orações'. E nisto se resume toda a vida cristã. A oração de conformidade é a mais perfeita e agradável a Nosso Senhor. Porque nos sobrecarregarmos frequentemente com tantas devoções, até com prejuízo dos deveres mais graves de estado, e observarmos todas tão escrupulosamente, se o essencial, que é o dever, talvez monótono, fica esquecido e desprezado, e não aceitamos sem revolta o que Deus Nosso Senhor nos envia de sofrimentos e cruzes? 

Digamos, sim, o 'Pai Nosso' todo dia, e com fervor. Não nos esqueçamos, porém, de que, se a prece dominical é a melhor das orações, é justamente porque naquele 'Seja feita a Vossa Vontade assim na terra como no Céu' se resume toda a nossa vida cristã.

(Excertos da obra 'Breviário da Confiança', do Mons. Ascânio Brandão, 1936)

terça-feira, 16 de outubro de 2018

POEMAS PARA REZAR (XXVII)



OS ANOS SÃO DEGRAUS

Os anos são degraus; a vida, a escada. 
Longa ou curta, só Deus pode medi-la. 
E a Porta, a grande Porta desejada, 
só Deus pode fechá-la, 
e pode abri-la. 

São vários os degraus: alguns sombrios, 
outros ao sol, na plena luz dos astros, 
com asas de anjos, harpas celestiais; 
alguns, quilhas e mastros 
nas mãos dos vendavais. 

Mas tudo são degraus; tudo é fugir 
à humana condição. 
Degrau após degrau, 
tudo é lenta
 ascensão. 

Senhor, como é possível a descrença, 
imaginar, sequer, que ao fim da estrada 
se encontre após esta ansiedade imensa 
uma porta fechada 
e nada mais?

(Fernanda de Castro, escritora e poetisa portuguesa, 1900 - 1944)

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

15 DE OUTUBRO - SANTA TERESA DE ÁVILA


Terceira dos nove filhos do segundo casamento de Alonso Sanchez Cepeda e Beatriz D'Ávila y Ahumada, Teresa nasceu em 28 de março de 1515 na cidade medieval de Ávila, na região de Castela (Espanha). Inteligente e extremamente afável, desenvolveu desde muito cedo um espírito de intensa oração e vida interior que a levaria, antes dos 20 anos, a ingressar no Convento da Encarnação das Carmelitas onde vivenciou fenômenos místicos extraordinários, como a transverberação de seu coração por um Serafim e o 'desposório místico' com Cristo.

Superando doenças e provações diversas, transformou-se, então, na grande reformadora da Ordem dos Carmelitas, a partir de 1562, quando passou a aplicar à mesma as regras formais dos antigos conventos, impondo o rigor das orações, do silêncio completo e de meditações contínuas. Neste modelo, fundou vários outros conventos e, junto com São João da Cruz, o ramo masculino dos Descalços. Seus escritos e obras expressam a singular inspiração mística de sua vida interior e a poesia de sua intimidade espiritual com Cristo.  

Em 1582, durante uma viagem a Alba de Tormes, seu estado de saúde piorou rapidamente e a santa teve a certeza que era chegada a hora de sua morte. Ao receber os últimos sacramentos do Pe. Antônio de Heredia, ergueu-se de repente do leito exclamando: 'Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!' e, em seguida, pronunciou sua última frase: 'Morro como filha da Igreja'. Eram 9 horas da noite do dia 4 de outubro de 1582. Uma vez que, exatamente no dia seguinte efetuou-se a mudança para o calendário gregoriano com a supressão de dez dias do mesmo, a data de sua celebração é comemorada no dia 15 de outubro.

Suas relíquias repousam ainda em Alba de Tormes. Teresa foi beatificada pelo Papa Paulo V em 1614 e canonizada por Gregório XV em 1622. O Papa Paulo VI, em 27 de setembro de 1970, proclamou Santa Teresa de Ávila como Doutora da Igreja.

domingo, 14 de outubro de 2018

O JOVEM RICO E AS CONTINGÊNCIAS DA GRAÇA

Páginas do Evangelho - Vigésimo Oitavo Domingo do Tempo Comum


'Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?' (Mc 10, 17). Eis a pergunta do jovem rico, ao correr ao encontro de Jesus e lhe atirar aos pés, cheio da iniciativa da graça. Eivado das riquezas do mundo, encontrara tempo e discernimento para buscar valores mais altos e definitivos, que pavimentam caminhos de heranças eternas. Tal santa predisposição, ainda que bela, entretanto, é movida apenas pela natureza humana. 

O jovem rico vê em Jesus um santo, um sábio, um mestre, mas não como Deus. Ciente dessa visão, ao vislumbrar o coração do moço cheio de bons propósitos, Jesus vai questioná-lo sobre ser chamado por ele de 'bom', sob uma mera conduta da concessão humana da admiração, quando Ele, por ser Deus, é a própria Bondade Infinita. Em seguida, Jesus o conclama a ir muito mais longe nos mistérios da graça, ciente de suas virtudes em praticar os mandamentos que acabara de enumerar. Consumado de amor, Jesus o invoca aos cumes da vida espiritual: 'Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me!' Ao ouvir isso, porém, o jovem 'ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico' (Mc 10, 22).

'Vem e segue-me!' Jesus convidou aquele jovem rico para ser um outro Apóstolo, para herdar desde já a sua herança eterna nos caminhos poeirentos da terra, para tomar posse da verdadeira riqueza, aquela que se guarda no próprio Coração de Deus. E recebeu um não como resposta, cujo eco de insensatez e de vicissitude há de perpassar por todos os tempos e gerações. Um não nascido da tibieza e do orgulho, das mazelas de uma alma enriquecida apenas dos valores humanos na prática dos mandamentos, mas pobre na sabedoria da graça, daquela sabedoria em relação à qual 'todo o ouro do mundo é um punhado de areia e, diante dela, a prata será como a lama' (Sb 7, 9).

A verdadeira riqueza está em Deus. Os valores do mundo, todos os valores do mundo, incluindo a posse de mais ou de menos bens materiais, são efêmeros e incertos. O Reino de Deus é um tesouro impossível de ser encontrado por aqueles que, como o jovem rico, são apegados aos bens e dons desta vida e uma porta aberta, quando trilhado por aqueles que se fazem pobres de espírito para compartilharem as suas misérias com a infinita misericórdia de Deus. Dispor o que se recebe, repartir o que se tem, abandonar todos os apegos terrenos por causa do Evangelho: eis a regra de ouro para se almejar as heranças eternas e acumular tesouros sem limites nos Céus: 'Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida — casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, a vida eterna' (Mc 10, 29 - 30).

sábado, 13 de outubro de 2018

FOTO DA SEMANA

'Abri no deserto um caminho para o Senhor, traçai reta na estepe uma pista para nosso Deus' (Is 40, 3)