(O Desbravador, setembro-outubro / 2006)
segunda-feira, 2 de julho de 2018
domingo, 1 de julho de 2018
AS COLUNAS DA IGREJA
Páginas do Evangelho - Solenidade de São Pedro e São Paulo
Neste domingo, a liturgia católica celebra a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, primícias da fé, fundamentos da Igreja. 'Naquele tempo', as mensagens e as pregações públicas de Jesus estavam consolidadas; os milagres e os poderes sobrenaturais do Senhor eram de conhecimento generalizado; multidões acorriam para ver e ouvir o Mestre, dominados pela falsa expectativa de encontrar um personagem mítico e um Messias dominador do mundo. Na oração profunda, Jesus afasta-se do júbilo fácil do mundo e das multidões errantes, que O tomam por João Batista, por Elias, por um dos antigos profetas. Jesus, então, reúne os seus discípulos e lhes pede o testemunho próprio: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' (Mt 16, 15). Por inspiração divina, a resposta de Pedro é uma confissão extremada da fé humana: 'Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo' (Mt 16, 16).
E, diante tal testemunho do Apóstolo, Jesus impõe a ele as primícias do papado e da Igreja: 'Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la' (Mt 16, 18). Esta será a Igreja Militante, a Igreja Temporal, A Igreja da terra, obra temporária a caminho da Igreja Eterna do Céu. Mas ligada a Pedro e aos sucessores de Pedro, sumos pontífices herdeiros da glória, poder e realeza de Cristo.
(Cristo entrega as chaves a São Pedro - Basílica de Paray-le-Monial, França)
E Jesus vai declarar, em seguida e sem condicionantes, o poder universal e sobrenatural da Santa Igreja Católica Apostólica e Romana: 'Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra será desligado nos céus' (Mt 16, 19). Ligado ou desligado. Poder absoluto, domínio universal, primado da verdade, Cátedra de Pedro. Na terra árida de algum ermo qualquer da 'Cesareia de Felipe', erigiu-se naquele dia, pela Vontade Divina, nas sementeiras da humanidade pecadora, a Santa Igreja, a Videira Eterna.
Com São Paulo, a Igreja que nasce, nasce com um gigante do apostolado e se afirma como escola de salvação universal. Eis aí a síntese do espírito cristão levado à plenitude da graça: Paulo se fez 'outro Cristo' em Roma, na Grécia, entre os gentios do mundo. No apostolado cristão de São Paulo, está o apostolado cristão de todos os tempos; a síntese da cristandade nasceu, cresceu e se moldou nos acordes pautados em suas epístolas singulares proferidas aos Tessalonicenses, em Éfeso ou em Corinto. Síntese de fé, que será expressa pelas próprias palavras de São Paulo: 'Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé' (2Tm 4,7).
(São Paulo Apóstolo - Basílica de Alba, Itália)
São Pedro foi o patriarca dos bispos de Roma, São Paulo foi o patriarca do apostolado cristão. Homens de fé e coragem extremadas, foram as colunas da Igreja. São Pedro morreu na cruz, São Paulo morreu por decapitação pela espada. Mártires, percorreram ambos os mesmos passos da Paixão do Senhor. E se ergueram juntos na Glória de Deus pela Ressurreição de Cristo.
sábado, 30 de junho de 2018
INSTRUMENTOS DA GRAÇA ESPIRITUAL
Primeiramente, amar ao Senhor Deus de todo o coração, com toda a alma, com todas as forças.
Depois, amar ao próximo como a si mesmo.
Em seguida, não matar.
Não cometer adultério.
Não furtar.
Não cobiçar.
Não levantar falso testemunho.
Honrar todos os homens.
E não fazer a outrem o que não quer que lhe seja feito.
Abnegar-se a si mesmo para seguir o Cristo.
Castigar o corpo.
Não abraçar as delícias.
Amar o jejum.
Reconfortar os pobres.
Vestir os nus.
Visitar os enfermos.
Sepultar os mortos.
Socorrer na tribulação.
Consolar o que sofre.
Fazer-se alheio às coisas do mundo.
Nada antepor ao amor de Cristo.
Não satisfazer a ira.
Não reservar tempo para a cólera.
Não conservar a falsidade no coração.
Não conceder paz simulada.
Não se afastar da caridade.
Não jurar para não vir a perjurar.
Proferir a verdade de coração e de boca.
Não retribuir o mal com o mal.
Não fazer injustiça, mas suportar pacientemente as que lhe são feitas.
Amar os inimigos.
Não retribuir com maldição aos que o amaldiçoam, mas antes abençoá-los.
Suportar perseguição pela justiça.
Não ser soberbo.
Não ser dado ao vinho.
Não ser guloso.
Não ser apegado ao sono.
Não ser preguiçoso.
Não ser murmurador.
Não ser detrator.
Colocar toda a esperança em Deus.
O que achar de bem em si, atribuí-lo a Deus e não a si mesmo.
Mas, quanto ao mal, saber que é sempre obra sua e a si mesmo atribuí-lo.
Temer o dia do juízo.
Ter pavor do inferno.
Desejar a vida eterna com toda a cobiça espiritual.
Ter diariamente diante dos olhos a morte a surpreendê-lo.
Vigiar a toda hora os atos de sua vida.
Saber como certo que Deus o vê em todo lugar.
Quebrar imediatamente de encontro ao Cristo os maus pensamentos que lhe advêm ao coração e revelá-los a um conselheiro espiritual.
Guardar sua boca da palavra má ou perversa.
Não gostar de falar muito.
Não falar palavras vãs ou que só sirvam para provocar riso.
Não gostar do riso excessivo ou ruidoso.
Ouvir de boa vontade as santas leituras.
Dar-se frequentemente à oração.
Confessar todos os dias a Deus na oração, com lágrimas e gemidos, as faltas passadas e daí por diante emendar-se delas.
Não satisfazer os desejos da carne.
Odiar a própria vontade.
Obedecer em tudo às ordens do Abade, mesmo que este, o que não aconteça, proceda de outra forma, lembrando-se do preceito do Senhor: 'Fazei o que dizem, mas não o que fazem'.
Não querer ser tido como santo antes que o seja, mas primeiramente sê-lo para que como tal o tenham com mais fundamento.
Por em prática diariamente os preceitos de Deus.
Amar a castidade.
Não odiar a ninguém.
Não ter ciúmes.
Não exercer a inveja.
Não amar a rixa.
Fugir da vanglória.
Venerar os mais velhos.
Amar os mais moços.
Orar, no amor de Cristo, pelos inimigos.
Voltar à paz, antes do por-do-sol, com aqueles com quem teve desavença.
E nunca desesperar da misericórdia de Deus.
Eis aí os instrumentos da arte espiritual: se forem postos em ação por nós, dia e noite, sem cessar, e devolvidos no dia do juízo, seremos recompensados pelo Senhor com aquele prêmio que Ele mesmo prometeu: 'O que olhos não viram nem ouvidos ouviram preparou Deus para aqueles que o amam'. São, porém, os claustros do mosteiro e a estabilidade na comunidade a oficina onde executaremos diligentemente tudo isso.
('Instrumentos das Boas Obras', das Regras de São Bento)
SUMA TEOLÓGICA EM FORMA DE CATECISMO (XIV)
XII
DO PECADO ORIGINAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS, OU FERIDAS DA NATUREZA HUMANA
Existia a concupiscência no estado primitivo em que Deus criou o homem?
Não, Senhor.
Por que existe agora?
Porque o homem se acha em estado de natureza decaída (LXXXI-LXXXIII)*.
Que entendeis por estado de natureza decaída?
O estado que se seguiu como efeito e consequência do primeiro pecado do primeiro homem (LXXX, 4; LXXXII, 1).
Por que se estendem a todos e a cada um dos homens, os efeitos e consequências daquele primeiro pecado do nosso primeiro pai?
Porque a nossa natureza é a sua e dele a recebemos (Ibid).
Se não tivesse pecado o primeiro homem, ter-nos-ia transmitido a natureza em outro estado?
Sim, Senhor; no estado de integridade e justiça original (LXXXI, 2).
O estado em que atualmente a recebemos é estado de pecado?
Sim, Senhor (LXXXI, 1; LXXXII, 1).
Por que?
Porque recebemo-la como ela é e conforme ficou em consequência do pecado (Ibid).
Como se chama esta mancha do pecado que se nos transmite, junto com a natureza, efeito da queda do primeiro homem?
Chama-se pecado original (Ibid).
Logo, o pecado original transmite-se a todos os homens pelo fato de receber a natureza de Adão pecador?
Por este único fato se transmite (Ibid).
Que efeito produz em cada indivíduo da espécie humana o chamado pecado original?
A privação dos dons sobrenaturais e gratuitos que Deus misericordiosamente havia concedido à natureza, na pessoa do primeiro homem e pai comum dos mortais (LXXXII, 1).
Quais eram os dons de que nos privou o pecado original?
Em primeiro lugar, a graça santificante com as virtudes sobrenaturais infusas e os dons do Espírito Santo; além disso, o privilégio da integridade vinculado aos dons sobrenaturais.
Que efeito produzia o privilégio da integridade?
A subordinação perfeita dos sentidos à razão, e do corpo à alma.
Que bens se conseguiam com tão perfeita subordinação?
Conseguia-se que as faculdades afetivas não podiam experimentar nenhum movimento desordenado, e que o corpo fosse impassível ou imortal.
Logo, a morte e as outras misérias corporais são o efeito próprio do pecado?
Sim, Senhor (LXXXV, 5).
Como se chamam os efeitos do pecado na alma?
Chamam-se feridas.
Quais são?
Ignorância, malícia, fragilidade e concupiscência (LXXXV; 3).
Que entendeis por ignorância?
A condição a que ficou reduzida a inteligência quando perdeu a disposição infalível para a verdade, como a possuía no estado de integridade (Ibid).
Que entendeis por malícia?
A condição a que ficou reduzida a vontade, desapossada da disposição infalível para o bem, que tinha no estado de Justiça original (Ibid).
Que entendeis por fragilidade?
A condição a que ficou reduzida a parte afetiva sensível, destituída da ordem conatural para com tudo o que é mau ou difícil e que ela possuía no estado de integridade original.
Que entendeis por concupiscência?
A condição a que se reduziu a parte afetiva sensível quando sacudiu a autoridade que, no estado de inocência, a mantinha nos limites do prazer sensível, moderado pela razão (Ibid).
São estas quatro feridas efeitos do primeiro pecado do primeiro homem?
Sim, Senhor.
Podem agravá-las os nossos pecados pessoais e os dos nossos ascendentes?
Sim, Senhor (LXXXV, 1, 2).
Têm alguns pecados pessoais a propriedade de produzir no homem disposições e inclinações especiais para cometer outros novos?
Sim, Senhor; os chamados pecados capitais.
Quais são?
Soberba, Avareza, Gula, Luxúria, Preguiça, Inveja e Ira.
Apesar de todos estes motivos de pecado, herdados de nosso primeiro progenitor e ascendentes, devemos sustentar que o homem é livre quando executa atos morais e que jamais peca por necessidade?
Sim, Senhor.
Como poderiam as ditas causas de pecado destruir a liberdade humana?
Privando o homem do uso da razão (LXXXVII, 7).
Logo, enquanto o homem conserva o uso da razão, é livre e depende dele evitar ou não o pecado?
Sim, Senhor.
As preditas causas podem, apesar do exposto, entorpecer o exercício da liberdade até ao ponto de diminuir ou atenuar a gravidade do pecado?
Sim, Senhor; exceto o caso em que as agrava o pecado pessoal (LXXXVII, 6).
XIII
DISTINÇÃO DA GRAVIDADE DOS PECADOS E DE SEUS CORRESPONDENTES CASTIGOS
Têm os mesmos caracteres de gravidade todos os pecados cometidos pelos homens?
Não, Senhor.
A que se atende para determinar a gravidade de um pecado?
A categoria e necessidade do bem de que priva e à maior ou menor liberdade com que se executa (LXXIII, 1-8).
Merecem castigo todos os atos pecaminosos?
Sim, Senhor (LXXXVII, 1).
Por que?
Porque, todo pecado é usurpação do direito alheio e o castigo é a maneira de restituição do que injustamente se tomou (Ibid).
Logo, o castigo do pecado é ato de rigorosa Justiça?
Sim, Senhor.
Quem pode impor a pena devida pelo pecado?
Os encarregados de velar pela ordem e pela justiça, contra os atentados do pecador (Ibid).
Quais são?
Primeiramente Deus, depois, a autoridade humana, nos assuntos de sua competência; e, por último, o próprio pecador (Ibid).
Como pode o pecador castigar o seu próprio pecado?
De duas maneiras; por meio da penitência e do remorso da consciência (Ibid).
Como intervém a autoridade humana?
Impondo castigos (Ibid).
Como Deus pode castigar?
De duas maneiras, mediata ou imediatamente (Ibid).
Quando dizemos que castiga mediatamente?
Quando o faz mediante a autoridade humana ou a consciência do pecador (Ibid).
Por que chamais castigos divinos aos impostos pela autoridade humana e pela consciência do pecador?
Porque a autoridade humana e a própria consciência participam do poder de Deus, de quem são de algum modo instrumentos (Ibid).
Emprega Deus algum outro meio para castigar o pecado?
Sim, Senhor; utiliza as próprias criaturas, que a Ele pertencem e cuja subordinação e harmonia o pecador procura perturbar (Ibid).
Podemos neste sentido dizer que há uma justiça imanente?
Sim, Senhor; e, em virtude dela, as mesmas coisas inanimadas servem como instrumento à Justiça divina para castigar o pecado, fazendo padecer o pecador as consequências de sua culpa (Ibid).
Que entendeis por intervenção imediata de Deus no castigo do pecado?
Uma intervenção particular e sobrenatural, em virtude da qual Ele mesmo castiga os atentados do pecador contra a ordem sobrenatural por Ele estabelecida (LXXXVII, 3, 5).
Em que se diferencia o castigo imposto imediatamente por Deus, na ordem sobrenatural, dos impostos pelas criaturas?
Em que Deus castiga alguns pecados com penas que durarão eternamente (LXXXVII, 3).
* referências aos artigos da obra original
('A Suma Teológica de São Tomás de Aquino em Forma de Catecismo', de R.P. Tomás Pègues, tradução de um sacerdote secular)
sexta-feira, 29 de junho de 2018
PALAVRAS DE SALVAÇÃO

(São Pio de Pietrelcina)
quinta-feira, 28 de junho de 2018
ORAÇÃO AO ANJO DA GUARDA POR UMA BOA MORTE
Meu bom Anjo da Guarda, não sei quando e de que modo irei morrer. É possível que eu seja levado de repente ou que, antes do meu último suspiro, eu me veja privado das minhas capacidades mentais. E há tantas coisas que eu quereria dizer a Deus, no limiar da Eternidade... Por isso hoje, com a plena liberdade da minha vontade, venho pedir a vós, Anjo da Minha Guarda, que faleis por mim nesse temível momento. Direis, então, ao Senhor:
Que quero morrer na Santa Igreja Católica, Apostólica Romana, no seio da qual morreram todos os santos, depois de Jesus Cristo, e fora da qual não há salvação;
Que peço a graça de participar nos méritos infinitos do meu Redentor e que desejo morrer pousando os meus lábios na Cruz que foi banhada com o seu Sangue;
Que aborreço e detesto os meus pecados que ofenderam a Jesus e que, por amor a Ele, perdoo os meus inimigos, como eu próprio desejo ser perdoado;
Que aceito a minha morte como sendo da vontade de Deus e que, com toda a confiança, me entrego ao seu amável e sacratíssimo Coração, esperando por toda a sua misericórdia;
Que, no meu inexprimível desejo de ir para o Céu, me disponho a sofrer tudo quanto a sua soberana Justiça haja por bem infligir-me.
Não recuseis, ó Santo Anjo da Minha Guarda, ser o meu intérprete junto de Deus e expor diante dEle que estes são os meus sentimentos e a minha firme vontade. Amém.
(São Carlos Borromeu)
quarta-feira, 27 de junho de 2018
BREVIÁRIO DIGITAL - ILUSTRAÇÕES DE NADAL (XIV)
flagellatur Christus
121. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Jo 19): a flagelação de Jesus
coronatur spinis Iesus
122. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Jo 19): Jesus com uma coroa de espinhos
gesta post coronationem, antequam ferretur sententia
123. Evangelho (Jo 19): eventos após a flagelação e coroação e antes da sentença de Pilatos
fert sententiam Pilatus contra Iesum
124. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23, Jo 19): a condenação de Jesus
ducitur Iesus extra portam ad calvariae montem
125. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23, Jo 19): Jesus a caminho do Calvário
quae gesta sunt postea ante crucifixionem
126. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23): eventos antes da crucificação de Jesus
crucifigitur Iesus
127. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23, Jo 19): a crucificação de Jesus
erigitur crux
128. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23, Jo 19): a cruz é erguida e cravada no terreno
quae gesta sunt post erectam crucem, antequam emitteret spiritum
129. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23, Jo 19): os eventos durante a crucificação e antes da morte de Jesus
emissio spiritus
130. Evangelho (Mt 27, Mc 15, Lc 23, Jo 19): Jesus morre na cruz
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