domingo, 2 de julho de 2017

AS COLUNAS DA IGREJA

Páginas do Evangelho - Solenidade de São Pedro e São Paulo

Neste domingo, a liturgia católica celebra a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, primícias da fé, fundamentos da Igreja. De toda a fundamentação bíblica do primado de Pedro, é em Mt 16, 18-19 que aflora, mais cristalina do que nunca, a água viva que brota e transborda das Palavras Divinas as primícias do papado e da Igreja, nascidos juntos com São Pedro: 'Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la' (Mt 16, 18). Esta será a Igreja Militante, a Igreja Temporal, A Igreja da terra, obra temporária a caminho da Igreja Eterna do Céu. Mas ligada a Pedro e aos sucessores de Pedro, sumos pontífices herdeiros da glória, poder e realeza de Cristo.

(Cristo entrega as chaves a São Pedro - Basílica de Paray-le-Monial, França)

E Jesus vai declarar, em seguida e sem condicionantes, o poder universal e sobrenatural da Santa Igreja Católica Apostólica e Romana: 'Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra será desligado nos céus' (Mt 16, 19). Ligado ou desligado. Poder absoluto, domínio universal, primado da verdade, Cátedra de Pedro. Na terra árida de algum ermo qualquer da 'Cesareia de Felipe', erigiu-se naquele dia, pela Vontade Divina, nas sementeiras da humanidade pecadora, a Santa Igreja, a Videira Eterna.

Com São Paulo, a Igreja que nasce, nasce com um gigante do apostolado e se afirma como escola de salvação universal. Eis aí a síntese do espírito cristão levado à plenitude da graça: Paulo se fez 'outro Cristo' em Roma, na Grécia, entre os gentios do mundo. No apostolado cristão de São Paulo, está o apostolado cristão de todos os tempos; a síntese da cristandade nasceu, cresceu e se moldou nos acordes pautados em suas epístolas singulares proferidas aos Tessalonicenses, em Éfeso ou em Corinto. Síntese de fé, que será expressa pelas próprias palavras de São Paulo: 'Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé' (2Tm 4,7).

(São Paulo Apóstolo - Basílica de Alba, Itália)

São Pedro foi o patriarca dos bispos de Roma, São Paulo foi o patriarca do apostolado cristão. Homens de fé e coragem extremadas, foram as colunas da Igreja. São Pedro morreu na cruz, São Paulo morreu por decapitação pela espada. Mártires, percorreram ambos os mesmos passos da Paixão do Senhor. E se ergueram juntos na Glória de Deus pela Ressurreição de Cristo.

sábado, 1 de julho de 2017

OS 3 PECADOS CAPITAIS CONTRA OS ANJOS DA GUARDA (I)


Não há pecado, evidentemente, que não ofenda os Anjos da nossa Guarda. Não há pecado, portanto, que por nós não deva ser evitado por respeito à presença do Santo Anjo de Deus. Há, entretanto, alguns pecados que os ofendem mais gravemente. É mister aborrecê-los profundamente e evitá-los com todo o cuidado para não desgostar ao amável protetor nosso e zeloso guarda de nossa alma.

É fácil compreender que pecados sejam estes, se consideramos os Santos Anjos de Deus sob os três aspectos seguintes: com respeito a Deus, seu Criador e Senhor, com respeito a eles mesmos, e com respeito a nós, os homens. Com respeito a Deus, são ministros zelosíssimos seus: espíritos administradores. Todo pecado, portanto, que ofende diretamente a majestade de Deus, é-lhes igualmente profundamente injurioso e profundamente os ofende.

Com respeito a si mesmos são puríssimos espíritos. Quer isto dizer que, não sendo, como os homens, compostos de carne e espírito, são de todo isentos dos atos carnais e sensuais inerentes à natureza humana. Todo ato sensual, portanto, não permitido por Deus Nosso Senhor, todo ato carnal não dirigido pela razão, de todo repugna a sua puríssima e toda espiritual natureza. Enfim, com respeito aos homens, são os seus guardas e nada têm mais a peito do que a sua salvação: missi propter eos qui hereditatem capient salutis. Ora, há um pecado que se opõe a essa missão dos Anjos: é o pecado de escândalo. O escandaloso leva as almas à perdição como os Anjos da Guarda à salvação. Eis, portanto, a terceira espécie de pecado que os Anjos grandemente abominam. 

I - Injúrias que diretamente ofendem a majestade de Deus 

De dois modos é possível injuriar a Majestade de Deus. Primeiramente, de modo indireto e, como que por consequência, violando deliberadamente os seus preceitos ou proibições, tal como acontece no homicídio, na detração, no ódio para com o próximo. Em segundo lugar, diretamente, e per se, tendo por alvo da injúria, imediatamente, a mesma divindade sacrossanta, ou ainda os atributos infinitos, tal como se dá na blasfêmia ou quando com insensata ousadia se maldiz a sapientíssima Providência, quando se zomba de sua santa religião, se rebela contra os seus santos dogmas. São estas últimas, injúrias de lesa Majestade divina, que são sumamente ofensivas aos Anjos, zelosos ministros seus.

Qual é, com efeito, o ofício dos Santos Anjos com respeito a Deus? Como indica o mesmo vocábulo grego 'angelos', são eles mensageiros e ministros de Deus. Ora bem, que ministro verdadeiramente fiel ao seu senhor e solícito de seus interesses, não vibra de indignação contra o acinte de quem o insulta em sua mesma presença, não toma como suas as injúrias feitas ao seu Senhor, não se afoita cheio de zelo à pressão do ofensor e à vingança do ofendido? Assim fazem os fiéis servidores dos senhores da terra. Como não farão, então esses supremos ministros de Deus altíssimo?

É por vezes mentirosa, instável em todo o caso, e interessada, a fidelidade do homem ao homem; mas a fidelidade dos Anjos ao seu Criador é leal, sincera, constante, acompanhada de zelo ardoroso. Por outra parte, vai infinitamente menos do servo ao senhor, por grande que seja, desta terra, do que do Anjo a Deus, ser infinito que lhe deu o ser e tudo o que ele tem. É pois, para o Anjo, a Majestade divina, algo de tremendo, altíssimo e adorabilíssimo. Daí todo o zelo, desses seus ministros e servidores. 

Só na misericórdia divina, com que se conformam os Anjos, se pode achar a razão pela qual não vingam eles incontinente e implacavelmente as ofensas feitas à divina Majestade. Deus, que é Pai de Misericórdia, ainda oferece a esses pecadores o auxílio de sua graça; também os Anjos continuam prestando-lhes assistência, e como médicos compassivos todos se empenham para que os infelizes se reaviem no caminho do céu. Mas quem poderá dizer a indignação suma dos bem-aventurados espíritos, obrigados a ser testemunhos de tão horríveis excessos?

Sanctum et terribile nomen ejus: é santo e terrível, o nome do Senhor, diz o Salmista. Respeita-o pois, para que não venhas a ofender a sua divina Majestade e para que não causes ao bom Anjo da Guarda o desgosto de assistir a tão horrenda injúria do seu Criador e Senhor. 'Nem digas diante do Anjo: não há providência, para que não aconteça que irado o Senhor com tal falar, não faça perecer todas as obras de tuas mãos: neque dicas coram Angelo non est providentia, ne forte iratus Deus contra sermones tuos dissipet cuncta opera manuum tuarum (Ecl  5, 5). Guarda-te, pois, de tal falar, como te adverte o Espírito Santo. Não digas que o vosso Pai celeste não é bom ou não é justo. Não faças da sua santa religião objeto dos teus gracejos e muito menos das tuas zombarias. Submete aos seus santos dogmas, que Deus se dignou revelar-lhe, o teu intelecto, certo de que Deus te guia na senda da verdade, sem o mínimo perigo de transviar-te.

Enfim, tudo o que se refere a Deus de um modo especial, é digno de veneração e respeito por tua parte: objetos, lugares, pessoas consagradas ao seu divino culto ou ao seu sagrado serviço. Guarda-te, portanto, de toda irreverência na igreja e de todo desrespeito para com os ministros do santuário ou as sagradas cerimônias que aí se realizam. Os Anjos, como diz São Teodoro Studita, são os guardas que velam pelos altares e pelos templos de Deus: per angelos altaria Dei custodiuntur et fidelium templa servantur

Não é, por outra parte, por respeito aos Anjos, que São Paulo preceitua que as mulheres devem conservar-se com o véu sobre a cabeça na igreja? Com que olhos não verão, pois, esses Anjos que aí assistem, o infeliz que faz da casa de Deus não só teatro para seu divertimento, mas lugar de licença e escândalo? Há, entretanto, um momento em que todo respeito de tua parte é pouco no templo de Deus: é o momento da Santa Missa. Lembra-te que a ela assistem multidões de espíritos celestiais profundamente reverentes, e como que transidos de santo temor ante o altíssimo mistério que ali se cumpre. 

E como remate de todas estas considerações, que deves tomar como inspiradas pelo teu Anjo da Guarda, e como que saídas de sua boca, guarda em teu coração estas palavras de São Gregório Nazianzeno, que te farão venerar e respeitar os sacerdotes de Deus, e quiçá te movam a seguir-lhes a carreira: 'os mesmos Anjos', diz ele, 'puros adoradores de Deus puríssimo, é provável que venerem o sacerdócio como coisa bem digna do seu culto': sacerdotium ipsi quoque Angeli, puri purissimi Dei cultores, tanquam ipsorum cultui minime impar, fortasse veneratione prosequuntur. E se queres uma palavra de autoridade divina que eleve o sacerdote a uma como identificação com o próprio Cristo, guarda esta breve e profunda palavra dita aos apóstolos e seus sucessores pelo divino Mestre: 'quem vos ouve, é a mim que ouve; e quem vos despreza, é a mim próprio que despreza': qui vos audit, me audit, qui vos spernit, me spernit.

(Excertos da obra 'Os Santos Anjos da Guarda', do Pe. Augusto Ferretti)

PRIMEIRO SÁBADO DE JULHO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

AS SETE COLUNAS DA IGREJA DOMÉSTICA (VI)

'A Sabedoria edificou sua casa, talhou sete colunas' (Pv 9, 1)

SEXTA COLUNA: A SANTA COMUNHÃO

Bem compreendida, por si mesma a comunhão pode sustentar o templo do sol da feli­cidade da família. Pois, na Santa Comunhão, a aliança fiel dos pais é selada com o San­gue do Cordeiro; todos os seus cuidados e fadigas são libertados do peso terreno e fecun­dados pela graça. Então de novo se hospeda nos corações Aquele que outrora assistiu com sua mãe as bodas de Caná e também ago­ra ainda sempre abençoa pais e filhos, sempre que O convidam para casa. Do Tabernáculo manda o espírito de paz e de união.

Qual novo 'Belém, lugar do pão', é bafejado pelo mesmo sopro de paz, que o cântico dos Anjos difundiu naquela feliz paragem, na noite sagrada de Natal. Por meio de cada Santa Comunhão esta paz penetra profundamente como um bem precioso na alma. Os sentimentos divi­nos tornam-se nossos. Os pensamentos de Deus tornam-se também nossos. A caridade e a paciência do Senhor passam para nós, de modo que se torna mais fácil compreender e suportar-se mutuamente. A Carne e o Sangue do Homem-Deus desperta em nós uma nova vida, uma vida divina. Pouco a pou­co nos transforma e nos reforma. Necessariamen­te, irresistivelmente, misteriosamente, como o sol na primavera faz renascer e florescer a floresta calva e morta.

Um laço íntimo, forte e firme, de união e amor mútuo assim se tece entre Deus e os corações e entre os membros da família en­tre si. É uma santa família de Deus! Em si e por si a Santa Hóstia já é um belo símbolo desta unidade. De muitos grãos ela se fez uma. Como já fala aos nossos co­rações, simplesmente como símbolo! Mais ainda! Como alimento, na Santa Comunhão, já se torna, na mesa comum, portadora e in­termediária da união suprema entre Deus e o homem e dos homens entre si e assim da paz entre todos.

A velha arte cristã exprime significa­tiva e profundamente este pensamento, dando à custódia, onde se guardam as Santas Hóstias, a forma de uma pomba. Cristo, a verdadeira pomba, que traz a paz, oculta-se no vaso sagrado. Este o leva no banquete sagrado, como bem precioso, ao seio da famí­lia, aos corações dos grandes e pequenos. Quem já não teria experimentado frequente­mente esse efeito abençoado da Sagrada Comunhão?

Na infância vi muitas vezes o bom mestre de uma cidade da Renânia, com a espo­sa, na mesa da Comunhão. Quando os fi­lhos cresceram, também lá se viam. Lembro-me ainda como toda a cidade se alegrava com isso e se edificava com o piedo­so exemplo. Veio então o kulturkampf ['luta pela cultura'; movimento anticlerical e de forte oposição à Igreja Católica, iniciado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck em 1872] e, com ele, duras e penosas provações, tempestades que desaba­ram sobre a família. Nada, porém, os podia abalar. A paz e o amor tinham fixado morada nesse lar feliz.

Também vós vindes ao banquete sagra­do? Por que tão raramente? Adotai pelo menos esta regra para vós e para os vossos: nenhum dia sem oração, nenhum domingo sem Santa Missa, nenhum mês sem Sagrada Comunhão! Quanto mais vezes, tanto me­lhor! Haveis de reconhecer cada vez mais quanta força e graça residem neste Sacramen­to de amor, que o Salvador instituiu como uma coluna firme, que nos tempos maus sustenta a vida vacilante da família. 'Comei o pão (do céu); tomai-o ousadamente: A vossas almas traz força e vigor! Nas fadigas fiel e firmemente, até a morte, sempre forte, para fazer as obras do Senhor' [Texto transcrito da obra Parsifal: ópera de autoria do compositor alemão Richard Wagner].

Sei que não tendes nenhum desejo mais íntimo e profundo que o de ver vossos filhos um dia felizes. Justamente, ó mãe, porque to­mas particularmente a sério teus deveres ma­ternos, é que sentes tantas vezes dolorosa­mente a tua impotência. Sentes quanta força íntima te falta ainda sobre teus filhos; o po­der de tua personalidade não consegue exer­cer sobre os mesmos uma influência duradou­ra. Há educadores assim: sem muito falhar nem bater, conseguem tudo.

Sabes onde o aprenderam? No Cora­ção do Salvador, na Santa Comunhão, na luta constante consigo mesmo e com Ele para alcançar sabedoria, virtude e graça. Conheci uma mãe que, além da comunhão frequente, reservava regularmente um quartozinho de hora durante o dia, para ficar em silêncio. Era habitualmente pouco depois de meio dia. Retirava-se então para o seu quarto e fechava a ponta. Aprouve um dia às crianças ver o que a mãe lá fazia. Pelo buraco da fechadura a vi­ram prostrada ao chão, orando de mãos postas. 'Mamãe, por que estavas rezando?' per­guntaram-lhe depois os filhos. 'Estava rezando para que Deus me dê força e luzes para educar bem meus filhos e fazê-los felizes!' Credes que isso também lhe seria possível?

(Excertos da obra 'As colunas de tua Casa - um Plano para a Felicidade da Família', do Vigário José Sommer, 1938, com revisão do texto pelo autor do blog)

quarta-feira, 28 de junho de 2017

ORAÇÃO: SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS...


Sagrado Coração de meu Jesus, salvai-me! 
 Sagrado Coração de meu Criador, santificai-me! 
Sagrado Coração de meu Salvador, libertai-me! 
Sagrado Coração de meu Juiz, perdoai-me! 
Sagrado Coração de meu Pai, governai-me! 

Sagrado Coração de meu Mestre, ensinai-me! 
Sagrado Coração de meu Rei, ungi-me! 
Sagrado Coração de meu Benfeitor, enriquecei-me! 
Sagrado Coração de meu Pastor, guiai-me! 
Sagrado Coração de Jesus Menino, envolvei-me! 

Sagrado Coração de Jesus no Sacrifício da Cruz, velai por mim! 
Sagrado Coração de Jesus no Santíssimo Sacramento, permanecei em mim! 
Sagrado Coração de Jesus em todos os mistérios e estados, dai-Vos a mim! 
Sagrado Coração de Jesus, Deus feito Homem, vinde morar em mim! 
Sagrado Coração de incomparável bondade, tende piedade de mim! 

Sagrado Coração magnífico, resplandecei sobre mim! 
Sagrado Coração caridoso, compadecei-Vos de mim! 
Sagrado Coração misericordioso, intercedei por mim! 
Sagrado Coração pacientíssimo, cuidai de mim! 
Sagrado Coração fidelíssimo, perseverai por mim! 

Sagrado Coração dulcíssimo, abençoai-me! 
Sagrado Coração pacífico, acalmai-me! 
Sagrado Coração belíssimo, purificai-me! 
Sagrado Coração nobilíssimo, enobrecei-me! 
Sagrado Coração bendito, remédio de todos os nossos males, curai-me! 

Sagrado Coração, fornalha ardente de amor, consumi-me! 
Sagrado Coração, modelo de toda perfeição, iluminai-me! 
Sagrado Coração, origem de toda felicidade, fortalecei-me! 
Sagrado Coração, fonte de eterna benção, chamai-me 
e uni-me a Vós nesta vida e por toda a eternidade!

(Oração adaptada da obra 'Adoremus: Manual de Orações e Exercícios Piedosos', de Dom Eduardo Herberhold)

ABERRAÇÕES LITÚRGICAS (VIII)

Eis a Missa do Senhor transformada em performance momesca. Seria esse homem um dançarino tosco, personagem insípido de uma coreografia mequetrefe? Ou seria apenas um ator sem brilho incapaz de sair do seu vedetismo crônico? Ou meramente uma figura bizarra cumprindo a sua sina constrangedora? Não, este homem é um sacerdote católico. In persona Christi ele é o homem incomum chamado em missão para tornar viva e fazer presente neste mundo de dores a luz da palavra de Deus, a luz que é o próprio Cristo. Desorientado, momesco, fragilizado, torna-se apenas réu de sua própria insensatez.

(Padre José Cruz / Portugal)

segunda-feira, 26 de junho de 2017

PALAVRAS DE SALVAÇÃO

O amor basta-se a si mesmo, em si e por sua causa encontra satisfação. É seu mérito, seu próprio prêmio. Além de si mesmo, o amor não exige motivo nem fruto. Seu fruto é o próprio ato de amar. Amo porque amo, amo para amar. Grande coisa é o amor, contanto que vá a seu princípio, volte à sua origem, mergulhe em sua fonte, sempre beba donde corre sem cessar. De todos os movimentos da alma, sentidos e afeições, o amor é o único com que pode a criatura, embora não condignamente, responder ao Criador e, por sua vez, dar-lhe outro tanto. Pois quando Deus ama não quer outra coisa senão ser amado, já que ama para ser amado; porque bem sabe que serão felizes pelo amor aqueles que o amarem.
(São Bernardo)