terça-feira, 4 de agosto de 2015

04 DE AGOSTO - SÃO JOÃO MARIA VIANNEY (CURA D'ARS)

São João Batista Maria Vianney (Cura D' Ars)

A mais difícil, extraordinária e espantosa obra feita pelo Cura d’Ars foi a sua própria vida

Existem vidas extraordinárias entre os santos da Igreja. Mas poucas delas foram tão cingidas pela pequenez, pela humildade e pelo aniquilamento interior como a do pobre cura de Ars, São João Batista Maria Vianney (nascido em 08 de maio de 1786, em Dardilly, na França). Ordenado sacerdote em 1815, aquele que teria o dom extraordinário de ler consciências foi proibido inicialmente de atender confissões, 'porque não teria capacidade para guiar consciências'. Três anos depois, aceitou ser o vigário do minúsculo povoado de Ars, situado ao norte de Lyon, na época com pouco mais de 200 habitantes e nenhuma prática religiosa. Ali chegou em fevereiro de 1818, ali construiu uma santidade ímpar entre os padres da Igreja, ali se tornou um santuário de peregrinação de toda a Europa. Ali viveu incansavelmente a fadiga das confissões intermináveis (geralmente 17 horas diárias), da oração constante, da devoção incondicional à pequenez e à pobreza, até a sua morte, em 04 de agosto de 1859, aos 73 anos de idade. 

São João Batista Vianney foi canonizado em 1925 pelo Papa Pio XI e seu corpo incorrupto encontra-se depositado na igreja da paróquia de Ars. Foi proclamado Padroeiro dos Sacerdotes e no dia de sua morte, 4 de agosto, celebra-se o Dia do Padre

'Nós devemos nutrir um grande amor por todos os homens, pelos bons e pelos maus. Quem tem o amor não pode querer que alguém faça o mal, 
porque o amor perdoa tudo'


Corpo Incorrupto do Santo em Ars

Conta-se que, indo em direção a Ars, São João Batista Vianney perguntou a um menino a direção a seguir para se chegar ao povoado. Diante da orientação recebida, o santo respondeu a ele: "já que você me ensinou o caminho para Ars, eu lhe ensinarei o caminho para o céu". Que, no dia de hoje, os sacerdotes de Cristo reflitam sobre esta mensagem do Cura D'Ars e assumam incondicionalmente esse caminho de vida religiosa para a salvação de muitos homens.

CALENDÁRIO CATÓLICO TRADICIONAL - AGOSTO/2015

(clique sobre a imagem para vê-la em lightbox)


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

ORÁCULO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO (I)

AS TRINTAS MISSAS DE SÃO GREGÓRIO

Num mosteiro de São Gregório, um monge cha­mado Justo, contrariando o voto de pobreza a que são obrigados os religiosos, se apoderou de três moe­das de ouro. Quando estava para morrer, arrependido, confessou a um seu irmão a falta cometida. Realmente, encontraram-se as três moedas entre os guardados do defunto monge.

Chegou o fato ao conhecimento de São Gregório. O santo, que zelava tanto a disciplina e tinha hor­ror à violação do voto de pobreza, proibiu qualquer visita ao enfermo. Este, sentindo-se abandonado, queixou-se. 'É o castigo da tua falta contra a pobre­za', disseram-lhe.

Morreu o Irmão Justo pouco depois e São Gregório não permitiu que fosse sepultado entre os seus irmãos. Mandou lançá-lo numa sepultura, fora do convento, e as três moedas de ouro foram enterradas com ele, enquanto a comunidade repetia as palavras de São Pedro a Simão de Samaria: 'Pereça contigo o teu dinheiro!' Isto produziu uma impressão profunda entre os monges, que dali por diante se despojaram de tudo e viveram na mais estrita pobreza.

Trinta dias depois, São Gregório, entretanto, compadecido da alma do pobre monge, mandou celebrar vários dias a Santa Missa por sua alma. Apareceu a alma de Justo no fim de trinta dias e disse: 'Até agora estava muito mal e sofria muito, mas ago­ra estou muito bem, fui admitido na companhia dos santos'. E desapareceu. Daí a origem de se mandar celebrar as Missas chamadas Gregorianas, em trinta dias seguidos; se­gundo a crença piedosa, elas libertam as almas por quem é oferecida.

AS SETE MISSAS DE SÃO NICOLAU DE TOLENTINO

São Nicolau de Tolentino é um dos santos mais prodigiosos da Igreja. A vida deste grande taumaturgo é um tecido de milagres e prodígios que rara­mente se encontram em outros santos da Igreja. O Papa Eugênio IV disse: 'Não houve santo desde o tempo dos Apóstolos que superasse a São Nicolau de Tolentino em número e grandeza de milagres'. Den­tre as obras de caridade do grande santo, a princi­pal era o socorro às santas almas do Purgatório. Fez- se o Protetor do Purgatório e Advogado das almas. 

É célebre o seguinte prodígio. Em um sábado, o santo se encontrava na ermida de Valvamanente, junto da cidade de Pézaro, onde havia sido enviado para pregar uma missão. Havia orado muito e feito muita penitência, maltratando o corpo inocente com duras disciplinas. Resolveu tomar uma hora de repouso sobre um leito duro. Mal havia começado a dormir, quando foi despertado por gemidos lancinantes e doloridos como nunca ouvira iguais. Uma voz gemia: 'Irmão meu, Nicolau, homem de Deus, olha-me por favor, não me conheces?' — 'Dize-me quem és', disse o santo, 'eu quero ajudar-te. Que posso fazer para te aliviar?'

E uma sombra pálida se movia no ar: 'Ah! Nicolau, eis aqui o teu caríssimo irmão Frei Peregrino de Osino. Há muito tempo que estou atormentado nas chamas do Purgatório onde me encontro pela misericórdia de Deus, devido aos teus grandes méritos, embora os meus pecados me tenham valido a condenação eterna. Se celebrares amanhã por mim o Santo Sacrifício da Missa, amanhã mesmo eu me livrarei'.

Cheio de amargura, o coração de Nicolau pare­cia estalar de dor. Viu que a obediência não lhe permitiria celebrar aquela Missa: 'Meu irmão, Jesus Cristo, por seu Preciosíssimo Sangue te seja propí­cio, mas não posso te atender; pois sou obrigado pela obediência a celebrar toda esta semana nas intenções da comunidade'. — 'Ó Venerável Padre, então, queira me acompa­nhar, já que os meus tormentos não te comovem para a Santa Missa. Verás os sofrimentos das multidões de pobres almas que imploram teu sufrágio'.

Em poucos instantes o santo se viu levado ao alto de uma montanha banhada de luz e cheia de beleza, mas aos pés deste monte, num imenso vale, um espetáculo triste encheu de horror ao santo. Multidões de almas se retorciam de dor num braseiro imenso e gemiam de cortar o coração. Ao perceberem o santo no alto da montanha, bradavam supli­cantes, estendendo os braços, e pedindo misericórdia e socorro. 'Padre Nicolau', disse Frei Peregrino, 'tem piedade destas pobres almas que imploram teu socorro. Se celebrares a Santa Missa por nós, quase todas sairemos libertadas de nossos dolorosos e horrí­veis tormentos'.

Nicolau não pode se conter. Como Moisés, pas­sou a noite com os braços estendidos em cruz, implorando misericórdia. Depois, foi ter com o Superior e contou a visão. Obteve licença para celebrar a San­ta Missa durante sete dias em seguida pelas almas do Purgatório. Frei Peregrino, durante a Missa do santo, apareceu-lhe resplandecente de glória cercado de uma multidão de almas libertadas do Purgatório que su­biam ao Céu. Desde então teve São Nicolau o títu­lo de Protetor das almas do Purgatório. Daí também a origem do piedoso costume de mandar celebrar sete Missas em sete dias consecutivos pelas almas dos de­funtos queridos, pais, parentes, amigos, etc.

O Papa Bento XV concedeu em 15 de Maio de 1920 o privilégio de que as Missas celebradas nas igrejas dos Padres Agostinianos durante estes dias, em su­frágio de algum defunto, sejam celebradas como as de altar privilegiado. Invoquemos a São Nicolau de Tolentino na nos­sa devoção às santas almas do Purgatório. É um rico protetor dos devotos das santas almas.

(Excertos da obra 'Tenhamos Compaixão das Pobres Almas!' de Monsenhor Ascânio Brandão, 1948)

domingo, 2 de agosto de 2015

'EU SOU O PÃO DA VIDA'

Páginas do Evangelho - Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum


Jesus havia acabado de realizar o milagre extraordinário da multiplicação dos pães e dos peixes para saciar a fome de uma grande multidão. E aquela gente estava entorpecida pela crença de ser saciada outra vez, e mais uma vez, e talvez vezes sem fim, pelo efeito da multiplicação cotidiana do alimento físico. De alguma forma, este era o regalo esperado: saciados de pão, tornavam-se todos propícios Àquele que os poderia fartar sempre de pão.

Mas Jesus lhes vai revelar a natureza de um outro pão, pão espiritual, que não se perde e nem se consome, mas que constitui 'alimento que permanece até a vida eterna' (Jo 6, 27). No evangelho deste domingo, Jesus desvenda o mistério da Eucaristia, que consubstancia o próprio Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo. Pão santo, pão dos anjos, pão de vida eterna. Anunciado por Jesus, selado pelo Pai, não como o maná em forma de grãos para fazer calar as murmurações dos filhos de Israel (Ex 16, 2-4.12-15), mas como alimento espiritual descido do Céu para a salvação do mundo.

A multidão espera, divaga indecisa. Moisés havia dito sobre o maná caído com o orvalho da manhã: 'Isto é o pão que o Senhor vos deu como alimento' (Ex 16, 15). E agora, estavam diante de uma outra revelação: o pão que 'permanece até a vida eterna' (Jo 6, 27) a ser dado por Jesus. Expondo a sua divindade, Jesus revela a mesma origem do pão, mas a natureza intrinsecamente diversa de um e de outro pão: 'Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo'.

Diante da colhida deles: 'Senhor, dá-nos sempre desse pão' (Jo 6, 34), Jesus faz, então, o grande anúncio da Santa Eucaristia, alimento espiritual que nos forja a alma para uma imortalidade bem aventurada, mistério insondável de Deus escondido pelos séculos: 'Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede' (Jo 6, 35), ratificado mais além: 'Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia' (Jo 6, 54). No banquete eucarístico, Jesus é nossa comida e nossa bebida de vida eterna, que nos permite despojar-nos do homem velho e nos revestir do 'homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade' (Ef 4, 24).

sábado, 1 de agosto de 2015

01 DE AGOSTO - SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO


'Quem reza se salva, quem não reza se condena!'

Hoje é o dia da celebração da festa de Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor e autor de 'Glórias de Maria', obra prima de devoção mariana. Nasceu em Marianella, pequena comunidade próxima a Nápoles, em 27 de setembro de 1696, de família nobre e, aos 16 anos, já era doutor em direito civil e canônico. Abandonando uma promissora carreira de advogado, consagrou-se a Nossa Senhora e ordenou-se sacerdote em 1726. Em 09 de novembro de 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor. Em 1762, foi nomeado Bispo de Santa Ágata dos Godos, cidade perto de Nápoles, retornando à devoção exclusiva à sua ordem somente em 1775. Faleceu no dia 1º de agosto de 1787, aos 91 anos, sendo canonizado pelo Papa Gregório XVI em 1839; Pio IX o declarou Doutor da Igreja em 1871 .

A santificação não é um processo único e específico, mas todos os santos têm em comum um extraordinário senso de auto-sacrifício e uma devoção ardente à Vontade Divina. Santo Afonso correspondeu à graça vencendo dolorosas doenças, perseguições e tentações.  A pior de todas as suas doenças foi um ataque terrível de febre reumática durante o seu episcopado, que durou de maio de 1768 a junho de 1769, que o deixou paralisado até o fim de seus dias. Por esta razão, a sua imagem é comumente retratada com seu queixo avançando proeminente em direção ao peito, reflexo da violenta curvatura que dobrou sua coluna vertebral para a frente e que limitava enormemente seus movimentos. As perseguições vieram principalmente do seu zelo fervoroso no combate às heresias do jansenismo e as tentações surgiram principalmente no final de sua vida quando, ao longo de três anos, passou por terríveis provações e diabólicas tentações contra todas as suas virtudes.

Tão notável quanto a intensidade com que Santo Afonso trabalhou é a enorme quantidade de trabalhos que produziu, sendo que esta prodigiosa coleção de obras teve início quando o santo já contava com cerca de 50 anos de idade. O primeiro esboço de sua obra 'Teologia Moral', por exemplo, só apareceu por volta de 1748. Entre o grande número de suas obras dogmáticas e ascéticas, 'Glórias de Maria', 'A Selva' e 'Meditações para Todos os Dias e Festas do Ano' são as mais conhecidas. Foi também poeta, músico e até pintor (o crucifixo abaixo foi pintado pelo santo). Amparava-se no princípio de não ser admissível perder um um único momento do seu tempo em render graças a Deus, como ilustrado exemplarmente neste seu sermão sobre o valor do tempo.


VALOR DO TEMPO

Fili, conserva tempus et devita a malo: 'Filho, guarda o tempo e evita o mal' (Ecl. 4, 23)

Sumário. Um só momento de tempo vale tanto como Deus, porque o homem pode a cada instante, por um ato de contrição ou de amor, adquirir a graça de Deus e aumentar a glória eterna. E tu, meu irmão, em que empregas o tempo tão precioso? Porque adias sempre para amanhã o que podes fazer hoje?... Reflete que o tempo passado já não te pertence; que o futuro não está em tua mão. Só tens o tempo presente para fazeres o bem, e este é brevíssimo! Mister é, pois, que o aproveites depressa, se não o quiseres chorar depois como perdido irremediavelmente.

I. Meu filho, diz o Espírito Santo, sê cuidadoso em conservar o tempo, porque é a coisa mais preciosa e o maior dom que Deus pode dar ao homem na terra. Até os próprios pagãos sabiam o que vale o tempo. Dizia Sêneca que não há valor igual ao do tempo: Nullum temporis pretium. Os Santos, porém, avaliaram muito melhor ainda o valor do tempo. Diz São Bernardino de Sena que um só momento vale tanto como Deus; porque o homem pode a cada instante, por um ato de contrição ou de amor, adquirir a graça de Deus e aumentar a glória eterna: Tempus tantum valet, quantum Deus.

O tempo é um tesouro que só se acha nesta vida; não se encontra na outra, nem no inferno, nem no céu. No inferno o grito contínuo dos réprobos é este: Oh, si daretur hora! 'Oxalá se nos desse uma hora!' Comprariam por todo o preço uma hora de tempo, que lhes bastaria para reparar a sua ruína; mas essa hora não a terão mais. No céu não há tristeza; mas se os bem-aventurados pudessem estar tristes, a sua única tristeza seria de terem perdido tempo nesta vida, tempo em que podiam adquirir maior glória e que não existe mais para eles.

Uma religiosa beneditina apareceu, depois da morte, com a auréola da glória, a uma pessoa e disse-lhe que estava plenamente contente; mas, se pudesse desejar alguma coisa, seria voltar à terra e sofrer para merecer mais glória. Acrescentou que de boa mente consentiria em sofrer até o dia do juízo a doença dolorosa que tinha sofrido antes de morrer, para adquirir a glória que corresponde ao merecimento de uma só Ave-Maria. - 'E tu, meu irmão, em que empregas o tempo? Porque adias sempre para amanhã o que podes fazer hoje?'

II. Reflete que já não te pertence o tempo passado; que o futuro não está em teu poder: só tens o tempo presente para praticares o bem. Pelo que te avisa São Bernardo: 'Desgraçado! como ousas contar com o futuro, como se Deus tivesse posto o tempo à tua disposição?' E Santo Agostinho acrescenta: 'Diem tenes, qui horam non tenes?' ('Como te podes prometer o dia de amanhã, se nem sequer sabes se te é dada mais uma hora de vida?') Em suma, conclui Santa Teresa: 'Se não estás pronto hoje para a morte, teme morrer mal'.

Ó meu Deus, agradeço-Vos o tempo que me dais para reparar as desordens da minha vida passada. Se chegasse a morte neste momento, uma das minhas maiores penas seria pensar no tempo que perdi. Ah! meu Senhor, destes-me o tempo para Vos amar, e empreguei-o em Vos ofender! Merecia ser enviado ao inferno desde o instante em que Vos voltei as costas; Vós, porém, me chamastes à penitência e me perdoastes. Prometi nunca mais ofender-Vos, mas quantas vezes tornei a injuriar-Vos, e Vós ainda me perdoastes! Bendita seja para sempre a vossa misericórdia! Se não fosse infinita, como poderíeis suportar-me tanto tempo? Quem poderia ter para comigo a paciência que Vós tivestes? Quanto sinto ter ofendido um Deus tão bom!

Meu amado Salvador, a vossa paciência para comigo deveria ser suficiente para me inflamar de amor para convosco. Por quem sois, não permitais que viva por mais tempo ingrato ao amor que me haveis dedicado. Desligai-me de tudo, e atraí-me todo ao vosso amor. Não, meu Deus, não quero perder outra vez o tempo que me dais para reparar o mal que fiz; quero empregá-lo todo em vosso serviço e em vosso amor. Fortalecei-me, dai-me a santa perseverança. Amo-Vos, ó bondade infinita, e espero amar-Vos sempre. Graças vos dou, ó Maria! Tendes sido a minha advogada para impetrar-me o tempo que estou gozando. Assisti-me agora, e fazei que o empregue sem reserva a amar o vosso divino Filho, meu Redentor, e a vós, minha Rainha e minha Mãe (II 50).

Santo Afonso Maria de Ligório: 'Valor do tempo' em Meditações para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II. Herder & Cia, 1921, p. 252-254, disponível em www.obrascatolicas.com

Santo Afonso de Ligório, rogai por nós!

PRIMEIRO SÁBADO DE AGOSTO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

UMA VOZ ALÉM DA MORTE


Clelia Barbieri nasceu em Le Budrie, perto de Bologna, na Itália, em 13 de fevereiro de 1847 e morreu aos 23 anos em 13 de julho de 1870. Sua curta vida foi marcada por uma intensa vida apostólica (foi a fundadora de mais tenra idade de uma comunidade religiosa na história da Igreja Católica - a Congregação das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora das Dores) e por prodígios maravilhosos.

Clelia tinha apenas 20 anos quando, já tendo feito os votos privados de pobreza, de castidade e de obediência, inspirou uma pequena comunidade de jovens mulheres devotas a uma vida de apostolado, caridade e assistência aos mais pobres. A primeira casa religiosa foi inaugurada em Le Budrie em primeiro de maio de 1868; as mulheres dedicavam-se à oração, leitura espiritual e trabalho, que consistia de costura, fiação e tecelagem. E diversos fatos sobrenaturais como curas, premonições e donativos que chegavam nas horas mais precisas, marcaram o início da pequena comunidade. Clélia prenunciou ainda o desenvolvimento da congregação e sua morte para breve. 

Com efeito, doente de tuberculose, morreu em 13 de julho de 1870, com apenas 23 anos de idade, quando a comunidade tinha somente cerca de uma dezena de jovens mulheres. Suas últimas palavras foram proféticas: 'Sede corajosas porque eu estou indo para o Paraíso; mas vou permanecer sempre convosco e nunca vos abandonarei'! Seus restos mortais repousam na capela da igreja da ordem em Le Boudrie (que foi elevada a santuário em 1993). A congregação recebeu posteriormente a denominação e a aprovação formal pelo Vaticano e atualmente compreende trinta e cinco instituições na Itália, e casas da ordem foram abertas na Índia e na Tanzânia, fundamentadas nas regras de vida de sua santa e jovem fundadora. Mas o seu maior prodígio estaria além da morte.

Exatamente um ano após a morte de Clelia, as irmãs estavam reunidas em oração na capela, quando começaram a entoar um coro. Neste momento, ocorreu um fato espantoso: o som claríssimo de uma voz aguda, harmoniosa e celestial começou a acompanhá-las no coro; uma voz extraordinária - a voz de Clelia - que podia ser ouvida e sentida como um fluxo de ar entre as irmãs. Tomadas de espanto, mas também de um júbilo especial, as irmãs encerraram o coro. Em seguida, resolveram passar a noite em adoração ao Santíssimo Sacramento, em uma igreja próxima (porque não disponível na capela). E o fato extraordinário se reproduziu: a mesma voz as acompanhou durante todas as orações e por toda a noite! E, desde aquele dia, tem sido uma companhia constante às casas da ordem, nos mais diversos ambientes e condições.

Há quase 150 anos, desde a sua morte, a voz celestial de Clelia tem sido periodicamente ouvida nas casas da ordem, acompanhando as irmãs em seus hinos, orações e leituras religiosas; acompanhando o sacerdote durante a celebração da Santa Missa na comunidade; em italiano em Le Budrie, na língua suaíli na missão da Tanzânia, na língua malayalam na missão na Índia e em latim, quando as irmãs rezam nesta língua. A escuta da voz de Clelia tem sido confirmada por centenas de testemunhas, que confirmam ouvi-la de forma claríssima como uma voz celestial, tão doce e tão harmoniosa, que não se compara a nada que possa existir neste mundo. Dezenas destes testemunhos, sob juramento perante tribunais eclesiásticos que investigaram o prodígio, levaram à beatificação solene de Clelia Barbieri em 27 de outubro de 1968 e à sua canonização pelo Papa João Paulo II, em 9 de abril de 1989. No ano seguinte, foi outorgada a ela o título de 'padroeira das catequistas'.