segunda-feira, 13 de julho de 2015

13 DE JULHO - SANTA TERESA DOS ANDES


Joana Fernandes Solar nasceu em Santiago do Chile, em l3 de julho de l900, no seio de uma família tradicional e teve a infância marcada por uma intensa vida mariana, que proporcionou a ela uma sólida base para uma vida cristã autêntica. Desde tenra idade, experimentou uma extraordinária relação sobrenatural com Jesus: 'desde que fiz minha Primeira Comunhão, Nosso Senhor me falava sempre, depois de eu comungar' e com Nossa Senhora: 'minha devoção especial era à Virgem; contava-lhe tudo'.

Aos dezenove anos de idade, em maio de 1919, entrou para o mosteiro das carmelitas dos Andes, tomando o nome de Teresa de Jesus. Sua santidade era óbvia para todos que conviviam com ela, particularmente nos tempos do Carmelo. Viveu no mosteiro dos Andes por apenas onze meses, pois contraiu febre tifoide, vindo a falecer em 12 de abril de 1920, na sua cidade natal. Os seus restos mortais estão depositados na cripta do Santuário de Auco - Rinconada, em Los Andes, no Chile. Foi beatificada pelo Papa João Paulo II, no dia 13 de abril de 1987, em Santiago do Chile e canonizada, pelo mesmo papa, na Basílica de São Pedro, no dia 21 de março de 1993, tornando-se a primeira santa do Chile e do Carmelo da América Latina.
(cela no Carmelo e jazigo no Santuário de Auco - Rinconada)

domingo, 12 de julho de 2015

A MISSÃO DOS APÓSTOLOS

Páginas do Evangelho - Décimo Quinto Domingo do Tempo Comum


Em Nazaré, Jesus não pôde realizar milagre algum. Ali, foi rejeitado e caluniado pelos seus próprios conterrâneos, movidos pelos escrúpulos humanos dos mistérios da iniquidade. Pois foi dessa mesma Nazaré da incredulidade humana, que Jesus moveu os seus discípulos à missão de um apostolado universal, de forma a levar a Boa Nova a todas as criaturas, a todos os povos e a todas nações: 'Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!' (Mt 28, 18 - 20). Provavelmente para enfatizar a todos eles a dureza da missão que lhes era confiada: as sementes devem ser lançadas, os frutos dependerão da acolhida do coração humano.

Jesus escolheu Doze Apóstolos para esta missão universal. No simbolismo dos números bíblicos, doze é o número da perfeição: 'Sede perfeitos como vosso Pai é perfeito’(Mt 5, 48). E os enviou 'dois a dois' (Mc 6,7) para que cada um deles tivesse no outro a contrapartida da fortaleza, da vigilância e da perseverança para o pleno cumprimento de uma missão particularmente difícil: 'Eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos (Mt 10, 16). E Jesus os exorta, nesta missão, a uma plena disposição de alma, a uma entrega absoluta nas mãos da Providência: 'Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas' (Mc 6, 8 - 9). E lhes deu o dom da cura e o 'poder sobre os espíritos impuros' (Mc 6, 7) 

Não é preciso levar alforge ou vestimenta especial, apenas a entrega complacente à Santa Vontade de Deus. É imperioso o serviço da vocação; os frutos pertencem aos ditames da Providência. O reino de Deus deve ser proclamado para todos, em todos os lugares, mas a Boa Nova será recebida com jubilosa gratidão num lugar ou indiferença profunda em outro; aqui vai gerar frutos de salvação, mais além será pedra de tropeço. Em outros lugares ainda, será rejeitada simplesmente e, nestes, a sentença não será velada: 'Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!' (Mc 6, 11).

Eis a síntese do apostolado cristão para os homens de sempre: anunciar o Evangelho de Cristo ao mundo inteiro. Ser missionário e se fazer apóstolo, aí estão as marcas de identidade de um cristão no mundo. De todos os cristãos: os primeiros doze apóstolos, os outros setenta e dois, os cristãos de todos os tempos, eu e você. Como cordeiros entre lobos, como emissários da paz entre promotores das guerras, os cristãos estão no mundo para torná-lo um mundo cristão. O apostolado começa com o bom exemplo, expande-se com o amor ao próximo, multiplica-se pela caridade. E ainda que fôssemos capazes de domar a natureza e realizar prodígios, a felicidade cristã não está nos eventos temporais aqui na terra, mas na Eterna Glória daqueles que souberam combater o 'bom combate' (2Tm 4,7).

sábado, 11 de julho de 2015

DAS GRAÇAS EXCELSAS DE MARIA (II)

O RETRATO DE MARIA

Traçar o retrato da Virgem Maria - não seria isso uma temeridade sem nome? Como poderemos reproduzir a celeste fisionomia daquela que excede a toda beleza que se possa imaginar? Um dia, num arrojo de seu gênio, Fra Angelico quis representar-lhe na tela os traços incomparáveis. Ele tentou pintar a Anunciação. O ideal cintilava ante o seu espírito mas, na impossibilidade de reproduzi-lo, foi lançar-se aos pés de sua doce Mãe e esta, tocada pelas lágrimas do seu filho amoroso, fez acabar pelos anjos o quadro começado.

Ó doce e terna Mãe, assim como a Fra Angelico, vinde também esboçar o quadro de vossa beleza, para que a vossa fisionomia de Virgem e de Mãe atraia os corações e todas as almas viventes à chama ardente do amor. Nenhum retrato, nenhuma descrição completa nos transmitiu ainda a fisionomia da Santíssima Virgem. Mas, nos escritos dos primeiros doutores e de quase todos os santos, encontram-se palavras autorizadas que, confrontadas entre si, permitir-nos-ão entrever algo deste doce e simpático semblante de nossa Mãe.

Santo Epifânio diz que Maria tinha uma estatura um pouco acima da mediana. A sua face, de forma oval, era de notável fineza e de perfeita simetria em seus traços. São Nicéforo compara a cor do Seu rosto ao frescor do trigo sazonado, apresentando, assim, um cor róseo-pálida.. Os seus dedos eram longos, e tudo em sua pessoa era bem proporcionado e repleto de uma gravidade tão doce e atraente, que nada se podia comparar à sua beleza.

As telas atribuídas a São Lucas, e que datam incontestavelmente dos primeiros tempos do cristianismo, dão-lhe sempre um colorido de uma notável pureza. Nelas, a fronte é elevada, lisa e alva; as sobrancelhas bastante louras e suavemente arqueadas. Santo Epifânio e São Nicéforo, nas expressões que empregaram para indicar a cor dos olhos, indicam o azul-pálido. Os mesmos autores assinalam ainda a doçura e irresistível atração do seu olhar.

Estas representações indicam-na ainda tendo o nariz e a boca moderadamente delicados, os lábios de róseo carregado, as faces coloridas e o maxilar suavemente arredondado. Segundo Santo Epifânio, São Nicéforo e São Gregório Nazianzeno, sua cabeleira era loura, e eles acrescentam que Maria deixava os seus cabelos flutuarem livremente sobre os ombros. As suas vestes, como as que ainda hoje costumam usar as mulheres da Palestina, eram: a túnica de lã branca ou ligeiramente azulada, cinto de estofo simples, enrolado, véu branco, cobrindo-lhe a fronte, flutuando sobre os ombros e descendo até ao solo.

Um cuidadoso asseio fazia sobressair-lhe as vestes mais comuns e distinguia a humilde Virgem em suas maneiras e em suas conversações. Modesto e circunspecto era o seu porte, graves os seus passos e sem pretensões; o seu olhar era doce, firme e límpido e a sua voz afável e atenciosa. Um ligeiro e simpático sorriso, testemunho de sua bondade, aflorava-lhe os lábios. O seu exterior, irradiando benevolência e candura, inspirava a virtude. A sua presença parecia santificar o ambiente e as pessoas, nas quais tendiam irradiar-se a sua beleza, de tal modo que, ao seu aspecto, todos os vãos pensamentos da terra se afastavam, como desaparece o orvalho ao raiar do sol matinal.

As suas palavras eram sempre comedidas, quanto a sua conversação era calma e nobre, excitando ao bem e à virtude. Todos aqueles que tinham a felicidade se de entreter com ela não podiam admirar bastante o esplendor de suas perfeições e de suas inumeráveis graças. O mais belo dos elogios que se lhe pôde dirigir está nesta observação de São Nicéforo:

'Onde acabava a natureza, começava a graça, e o mais elevado grau de beleza que possa ter existido em uma simples criatura era apenas o primeiro grau da graça, pois lhe estava reservado completar esta obra-prima. Deste modo brilhava um quê de divino em suas ações'... e mais, 'a santidade com que Deus cumula a sua alma, transparecia nos seus gestos, em suas palavras, em seu olhar e em todos os seus movimentos'. A modéstia brilhava sobre a sua fronte; a doçura em seus olhos; o pudor em suas faces; a virgindade na alvura nívea do seu colo, de modo que todas as virtudes haviam nela encontrado a sua sede.

'Ela era unigênita de seu pai e de sua Mãe, que era estéril', diz São Pedro Crisólogo, 'para que nós soubéssemos que era menos uma obra da natureza do que uma obra-prima da graça e uma maravilha da mão do Onipotente'. Em uma palavra, os dons da natureza e da graça, que nela resplandeciam, tornaram-na tão divinamente bela, que teria sido até considerada como sendo uma divindade, se a fé não nos tivesse ensinado que ela era uma simples criatura, transfigurada pela graça.

Considerando tanta beleza, exclama, abismado, São João Damasceno: 'Eu Vos saúdo, ó Virgem dulcíssima; a vossa graça extasia e cativa a minha alma. Como descrever a nobreza de vossos traços?Como exprimir a simplicidade de Vossos adornos? Como reavivar algum dos mais débeis raios de vossa beleza? A majestade que ilumina toda a vossa pessoa é igualmente realçada e atenuada pela doçura do vosso olhar. Os vossos colóquios desalteram e trazem ânimo como tudo o que brota de um coração amoroso'

Aliás, convinha à Santíssima Virgem possuir tão excelente beleza, como já o dissemos, pois ela devia comunicar ao seu divino Filho, não somente a natureza corporal, mas também os traços do seu semblante, e isto de um modo muito mais inefável do que o fazem as outras mães aos seus filhos, porque só ela devia cooperar para a formação do corpo do seu Filho.

(Excertos da obra 'Por que amo Maria', pelo Pe. Júlio Maria)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

QUANDO O INFERNO É AQUI...


Neste cenário de vileza moral e de heresia, o Crucificado não está presente! Como católico, não há como não sentir uma enorme tristeza e uma grande repugnância ao ver tamanha blasfêmia: o Papa Francisco recebendo em suas mãos uma oferta que é absurdamente afrontosa ao catolicismo. O Crucificado não está presente, como refém de uma ação desdenhosa e de um gesto contemplativo de respeito humano a um energúmeno. 

Este, Bergoglio,  não é o símbolo da Cruz, do Santo Lenho que trouxe a salvação ao mundo! Esta estrovenga, Bergoglio, é o símbolo da doutrina do inferno que matou 150 milhões de criaturas do Senhor! Este presente, Bergoglio, é o símbolo do martelo e dos pregos que transpassaram o Filho do Homem; mais do que símbolo, Bergoglio, é a ferramenta de trabalho deles no mundo, solapando a Igreja de Cristo e refazendo, milhares de vezes, o Calvário e a Crucificação! Mas o Pontífice, mesmo diante desta aberração herética insustentável, cumpre formalmente o seu papel protocolar e recebe passivamente as chaves do inferno. Tristes tempos, ó Pai, tristes tempos! A única certeza que consola é que o Crucificado não estava ali...

DO DESAPEGO DE SI MESMO

O desprendimento mais importante e necessário é o de si mesmo, isto é, da própria vontade. Quem sabe vencer-se a si mesmo, facilmente vencerá a todas as outras dificuldades. A vitória sobre si mesmo era o que São Francisco Xavier recomendava muito particularmente a todos os que aspiravam à perfeição. E o Divino Salvador a impõe como dever a todos os que desejam segui-lo: 'Se alguém quiser seguir-me, abnegue-se a si mesmo' (Mt l6, 24). O compêndio de tudo o que devemos fazer para nos salvar é esta palavra única: abnegação própria.

Nós devemos amar a Deus da maneira que lhe agrada e não como nos apraz. Deus quer que nossa alma esteja vazia de tudo, para que a possa encher com seu amor e uni-la a si. Santa Tereza diz que a oração da união não é outra coisa que a indiferença a mais completa a respeito das coisas do mundo, junto com o desejo de possuir unicamente a Deus. É certo que Deus tanto mais intimamente nos unirá consigo e nos encherá com sua presença, quanto mais completamente renunciarmos às inclinações naturais, por seu amor. Muitos desejam, sim, chegar à união perfeita com Deus, mas não querem suportar as adversidades que Nosso Senhor lhes envia; não querem sofrer nem pobreza, nem injúrias. 

Ora, enquanto não se entregarem sem restrição à vontade de Deus, não chegarão à união perfeita. 'Para se chegar à perfeita conjunção com Deus', diz Santa Catarina de Gênova, 'deve-se passar por tribulações. Estas são os meios de que Deus se serve para nos purificar de todas as más inclinações. As injúrias, o desprezo, as doenças, a pobreza, as tentações, as contrariedades nos são enviadas só para que tenhamos ocasiões bastantes de combater e subjugar as nossas paixões, de tal forma que desapareçam por inteiro. Não basta as adversidades nos parecerem menos desagradáveis, é preciso que o amor divino no-las torne doces e desejáveis, para chegarmos à perfeita união com Deus'. 

Ajunto ainda o que nos recomenda São João da Cruz, para atingirmos essa conjunção íntima e completa com Deus: 'Devemos mortificar cuidadosamente os próprios sentidos e desejos. Quanto aos sentidos, devemos renunciar, por amor de Jesus Cristo, a toda a satisfação que não tem por fim a glória de Deus. Se, por exemplo, sentimos o desejo de ouvir ou ver coisas que não são próprias para nos aproximar de Deus, devemos renunciar a elas incontinenti. Quanto aos desejos, devemos procurar sempre o que é mais penoso, mais desagradável, mais pobre, sem aspirar à outra coisa que a padecer e ser desprezado'.

Numa palavra: Quem ama verdadeiramente a Jesus, expele de seu coração todo o apego aos bens terrenos e procura desprender-se de tudo para unir-se mais perfeitamente com o seu Salvador. Todos os seus desejos só têm a Jesus por objeto, sempre pensa nele, sempre suspira por ele, em todo o lugar e ocasião só a Jesus deseja agradar. Para se chegar, porém, a esse ponto, deve-se tratar de expulsar do coração toda a afeição que não tende para Deus. 

Que deve mais fazer uma alma para se entregar incondicionalmente a Deus? Primeiro, evitar tudo o que possa desagradar a Nosso Senhor e fazer tudo o que lhe é agradável. Segundo, aceitar, em santo abandono, tudo o que lhe enviar sua santa mão, por mais duro e incômodo que seja. Terceiro, preferir, em todas as coisas, a vontade de Deus à própria. Dessa forma sacrifica-se ela por inteiro e sem reserva ao seu Deus e Senhor.

(Santo Afonso Maria de Ligório)

quinta-feira, 9 de julho de 2015

HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR (XII)

Heliogábalo, imperador romano, suspeitando de uma traição dos seus generais e cortesãos, concebeu um meio de puni-los de um modo terrível. Fez no maior segredo os preparativos de uma grande festa e convidou a todos para um suntuoso banquete. Num grande salão, os convidados se espalhavam em grande algazarra e alegria, que aumentavam com o vinho, servido com fartura. Ao se aproximar o fim da festa, quando mais expansiva tornou-se a alegria geral, quando as músicas tocavam os acordes mais frenéticos, eis que surgiu a grande surpresa!

Abriu-se o teto do imenso salão, e, do alto, começou a cair uma chuva leve de belas rosas frescas e perfumadas, umedecidas por um óleo de olor inebriante. Diante da novidade extasiante, o prazer chegou ao auge e transformou-se em delírio; todos se levantaram gritando: 'Viva Heliogábalo! Viva o imperador!' E deliciavam-se cada vez mais com a cascata de rosas, agora mais volumosa, tomando-as nas mãos, adornando-se com elas, aspirando o doce perfume delas como se este fosse o próprio hálito da vida, em meio a um frenesi de palmas e de vivas.

Em meio à euforia reinante, o imperador se retirou do salão, junto com os músicos e com todos os que serviam às mesas e aos convivas, sem serem percebidos. Foram fechadas, então, hermeticamente, as portas do salão, enquanto a chuva de rosas continuava copiosa e hipnotizante. Uma vez fechadas todas as portas e janelas, o aroma agradável tornou-se, em pouco tempo, tedioso e asfixiante, efeito que se multiplicava a cada instante. 

Os convivas buscaram, então, as saídas; primeiro, em gestos sincronizados; depois, no afã de uma fuga alucinada, convertida em seguida em puro desespero, quando se deram conta que as portas haviam sido trancadas. Buscaram quebrar as janelas, mas estas eram altíssimas e protegidas por grades de ferro. Sufocados e em desvario, homens e mulheres que há pouco se confraternizavam de prazer começaram a se confrontar com violência brutal. As rosas que continuavam a cair tornavam-se sentenças de morte, levando todos à embriaguez dos sentidos, à perda da consciência e à morte dolorosa: sufocados, pisoteados, esmagados contra as portas e as paredes do salão, transformado agora em uma masmorra fétida e em uma grande câmara de tortura...

Quantos homens, inebriados pelos prazeres do mundo, estão hipnotizados pela embriaguez dos vícios e enveredam entorpecidos pelo caminho sem volta para a morte da alma?

('Histórias que Ouvi Contar' são crônicas do autor deste blog)

CALENDÁRIO CATÓLICO TRADICIONAL - JULHO/2015

(clique sobre a imagem para vê-la em lightbox)