sábado, 30 de novembro de 2013

ORAÇÃO PARA NÃO DESISTIR NUNCA


Não desista nunca:
Nem quando o cansaço se fizer sentir,
Nem quando os teus pés tropeçarem,
Nem quando os teus olhos arderem,
Nem quando os teus esforços forem ignorados,
Nem quando a desilusão te abater,
Nem quando o erro te desencorajar,
Nem quando a traição te ferir,
Nem quando o sucesso te abandonar,
Nem quando a ingratidão te desconsertar,
Nem quando a incompreensão te rodear,
Nem quando a fadiga te prostrar,
Nem quando tudo tenha o aspecto do nada,
Nem quando o peso do pecado te esmagar.
Invoque sempre a Deus, cerre os punhos, sorria… 
E recomece!
(São Leão Magno)

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

GALERIA DE ARTE SACRA (IX)

Num ramal ermo das catacumbas de Santa Tecla, nas proximidades da Basílica de São Pedro e do lado de fora das muralhas da Roma antiga, foram descobertas recentemente pinturas que podem ser as primeiras imagens dos apóstolos São Pedro, Santo André, São João e São Paulo. Acredita-se que o local seja o túmulo (com cerca de 2,0m x 2,0m) de uma mulher nobre que ter-se-ia convertido ao cristianismo.

As imagens, pintadas no fim do século 4 ou início do século 5, são compostas por quatro círculos, com cerca de 50 centímetros de diâmetro e estão localizadas no teto do túmulo, circundando uma imagem que representa Cristo como o Bom Pastor. Outras imagens foram pintadas nas paredes laterais. As imagens foram recuperadas por meio de técnicas modernas de restauração e estão abertas por enquanto apenas ao acesso dos especialistas.

(local das imagens nas catacumbas de Roma)

(imagem de Cristo como o bom pastor)

(o apóstolo Paulo e uma pintura lateral do túmulo)

(imagem do apóstolo São Pedro)

(imagem do apóstolo São João)


(imagem do apóstolo Santo André)

GLÓRIAS DE MARIA - NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS


'Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'


'Este globo que vês representa o mundo inteiro e, em especial, a França e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem'

'Estes raios são o símbolo das graças que a Santíssima Virgem alcança para as pessoas que lhe pedem...'.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expor, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (em silêncio e devoção, pedir a graça desejada).

Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas.
E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave-Marias e, após cada ave-maria, a jaculatória: 'Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós'.

Oração Final - Santíssima Virgem, eu creio e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculada e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho a humildade, a caridade, a obediência, a castidade, a santa pureza de coração, de corpo e espírito, a perseverança na prática do bem, uma santa vida e uma boa morte. Amém.


'Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança'

SÍMBOLOS DAS FACES DA MEDALHA MILAGROSA

Uma mulher Vestida de Luz:
Nossa Senhora resplandecente, envolvida por luz e graças, significando a glória total. 

A inscrição: 
Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. 


Mãos abertas: 
Gesto de distribuição de inúmeras Graças para o mundo, Maria, medianeira e co-redentora. 

Raios:
'Os raios que vês são símbolos das Graças que derramo sobre quem as pede'.

Globo branco sobre os pés que pisam a serpente:
Maria é a antítese e o refúgio aos pecados do mundo.


Letra M:
A letra M, que sustém uma Cruz sobre uma barra horizontal entrelaçada nos braços do M , provém de Maria, Mãe de Deus, altar da encarnação divina e participante das dores de Jesus na cruz; Mãe de todos nós. 

A Cruz sobre a barra:
Altar da redenção, sinal da Salvação.


Dois corações:
O coração de Jesus, coroado de espinhos; O coração de Maria atravessado por uma espada, pela sua participação ativa e eminente na obra da Redenção. 

Doze estrelas: 
Recordam o texto do Apocalipse: ... e na sua cabeça uma coroa de doze estrelas que simbolizam as doze tribos de Israel, os doze apóstolos, os doze pilares da Fé.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

28 DE NOVEMBRO - SANTA CATARINA LABOURÉ

Hoje, 28 de novembro, a Igreja celebra a santidade de Catarina Labouré, a vidente das aparições de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa (Paris, 1830). Sínteses da vida dessa santa, dos carismas recebidos e das aparições de Nossa Senhora a ela são apresentadas nos slides abaixo.





terça-feira, 26 de novembro de 2013

26 DE NOVEMBRO - SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO

(São Leonardo de Porto Maurício: 1676 - 1751)

São Leonardo, o grande missionário do século XVIII proclamado pelo Papa Pio XI patrono dos sacerdotes consagrados às missões católicas, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova na Itália, a 20 de dezembro de 1676. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura, ordenando-se padre aos 26 anos, dedicando, então, toda a sua vida, à salvação das almas por meio de pureza singular, penitências, orações e extremada caridade. Foi um grande apóstolo da ação missionária e do santo exercício da Via-Sacra, destacando-se ainda por ser um exímio pregador e autor de uma grande coleção de escritos católicos. São Leonardo de Porto Maurício faleceu no mesmo Convento de São Boaventura, em Roma, em 26 de novembro de 1751. Foi canonizado pelo Papa Pio IX em 29 de junho de 1867.



EXCERTO DA OBRA 'AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA' DE SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO
                                          (conforme a edição romana de 1737, dedicada ao Papa Clemente XII)

Sabeis o que é, na realidade, a Santa Missa? É o sol da cristandade, a alma da Fé, o centro da religião Católica apostólica com a sede em Roma, a que tendem todos os seus ritos, todas as suas cerimônias, todos os seus sacramentos. É, em uma palavra, a essência de tudo o que há de bom e de belo na Igreja de Deus. 

Só o Sacrifício que temos em nossa santa religião, que é a Santa Missa, é um sacrifício santo, perfeito, e, em todo sentido, completo: por ele, cada fiel honra dignamente a Deus, reconhecendo, ao mesmo tempo, o próprio nada e o supremo domínio de Deus. Davi o chama: Sacrifício de Justiça ('sacrificium justitiae'); tanto porque contém o Justo dos justos e o Santo dos santos, ou, melhor a própria Justiça e Santidade, como porque santifica as almas pela infusão das graças e abundância dos dons que lhes confere. 

A principal excelência do santo Sacrifício da Missa consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se realizou uma vez e que, nessa única oblação, Jesus Cristo satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído para nos aplicar especialmente esta expiação universal que Jesus por nós cumpriu no Calvário. 

Assim o sacrifício cruento foi o meio de nossa redenção e o sacrifício incruento nos proporciona as graças da nossa redenção. Um abre-nos os tesouros dos méritos de Cristo Nosso Senhor, o outro no-los dá para os utilizarmos. Notai, portanto, que na Missa não se faz apenas uma representação, uma simples memória da Paixão e Morte do nosso Salvador; mas, num sentido realíssimo, o mesmo que se realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto que se pode dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso Redentor morre por nós misticamente, sem morrer na realidade, estando ao mesmo tempo vivo e como imolado.

No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o nascimento do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse dia. Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a subida do Senhor Jesus ao Céu e a vinda do Espírito Santo, sem que, de modo algum, nesses dias, o Senhor suba ainda ao Céu ou o Espírito Santo desça visivelmente à Terra. A mesma coisa, porém, não se pode dizer do mistério da Santa Missa, pois aí não é uma simples representação que se faz, mas, sim, o mesmo sacrifício oferecido sobre a Cruz, com efusão de sangue, e que se renova de modo incruento: é o mesmo corpo, o mesmo sangue, o mesmo Jesus, que se imola hoje na Santa Missa. 

Ora, dizei-me sinceramente se, quando ides à Igreja para assistir a Santa Missa, pensásseis bem que ides ao Calvário assistir à morte do Redentor, que diria alguém que vos visse ai chegar numa atitude tão pouco modesta? Se Maria Madalena fosse ao Calvário e se prostrasse aos pés da Cruz vestida, perfumada e ataviada como em seus tempos de desordem, quanto não seria censurada! E que se dirá de vós que ides à Santa Missa como se fôsseis a uma festa mundana? Que aconteceria, sobretudo se profanásseis este ato tão santo, com gestos, risadas, cochichos, encontros sacrílegos? Digo que, em qualquer tempo e lugar, a iniquidade não tem cabimento; mas os pecados que se cometem na hora da Santa Missa e na proximidade do altar, são pecados que atraem a maldição de Deus

Se não houvesse o Sol, que seria da Terra? Oh! Tudo seria trevas, horror, esterilidade e desolação. E se o Mundo não tivesse a Santa Missa, que seria de nós? Infelizes! Ficaríamos privados de todos os bens sobrecarregados de todos os males. Estaríamos expostos a todos os raios da cólera de Deus. Alguns há que se admiram, e acham que, de certo modo Deus mudou a sua maneira de governar. Antigamente Ele se nomeava de Deus dos exércitos, e falava ao povo do meio das nuvens, manejando o trovão; e de fato, era com todo o rigor da justiça que castigava os pecados. Por um único adultério, mandou passar a fio de espada vinte e cinco mil homens da tribo de Benjamim (Juiz 20,46). Por um leve pecado de orgulho de Davi em computar o povo, enviou Ele uma peste tão terrível que, em poucas horas pereceram setenta mil pessoas (II Sam. 24,15). Por um só olhar curioso e desrespeitoso dos betsamitas, fez com que cinqüenta mil deles perecessem (I Sam. 6, 19). 

E agora suporta, com paciência, não só vaidades e irreverências, mas adultérios, os mais vergonhosos, escândalos gravíssimos, e tantas blasfêmias horríveis que muitos cristãos vomitam contra Seu Nome Santíssimo. Por que assim acontece? Por que tão grande mudança de conduta? Serão as ingratidões dos homens mais escusáveis hoje do que outrora? Bem ao contrário, são muito mais culpáveis, já que os imensos benefícios de Deus se multiplicam a cada dia. 

A verdadeira razão desta clemência espantosa é a Santa Missa, pela qual esta grande Vítima, que se chama Jesus, se oferece ao Eterno Pai. Eis aí o sol da Santa Igreja que dissipa as nuvens e torna sereno o céu. Eis aí o arco-íris que detém os raios da Divina Justiça. Creio para mim que, não fosse a Santa Missa, o Mundo estaria já no abismo, incapaz de suportar o imenso fardo de suas iniquidades. A Santa Missa é o poderoso sustentáculo que lhe permite subsistir. Conclui-se, de tudo isto, quanto este divino Sacrifício é necessário; assim então, sabei aproveitá-lo o máximo que for possível. Para isto, quando participamos da Santa Missa, devemos imitar Afonso de Albuquerque. Achando-se, com sua frota, em perigo de naufragar numa horrível tempestade, teve uma inspiração: tomou nos braços uma criança que viajava em sua nau, e, elevando-a ao alto, exclamou: “Se todos somos pecadores, esta criaturinha é certamente sem mácula, Ah! Senhor por amor deste inocente compadecei-vos dos culpados!” Acreditareis? A vista dessa criança inocente agradou tanto a Deus, que Ele acalmou o mar e devolveu a alegria àqueles infelizes, gelados já pelo terror da morte certa. 

Ainda que a excelência e a necessidade da Santa Missa não fossem para vós bastante ponderáveis, como poderíeis deixar de apreciar a magna utilidade que ela proporciona aos vivos e falecidos, aos justos e aos pecadores, para a vida e para a morte, e mesmo para depois da morte? Imaginai que sois aquele devedor do Evangelho, cuja dívida se elevara à enorme quantia de dez mil talentos. Chamado a prestar contas humilha-se, implora e pede adiamento para satisfazer completamente o débito: 'Tem paciência comigo, que tudo de pagarei' (Mt 18, 26).  Aí está o que deveis fazer, vós que tendes com a Justiça divina não uma, mas mil dívidas. Deveis humilhar-vos e suplicar tempo bastante para assistir à Santa Missa; e ficai certos de que estas Santas Missas saldarão completamente todas as vossas obrigações. 

São Tomás de Aquino, o Doutor angélico, nos ensina quais são as dívidas que temos com Deus. Ele diz que há especialmente quatro. Todas as quatro ilimitadas. A primeira é de adorar, louvar e honrar este Deus de majestade infinita e digno de infinitos louvores e homenagens. A segunda é dar-Lhe satisfação pelos pecados que cometemos. A terceira, render-Lhe graças pelos benefícios recebidos. A quarta, implorar-Lhe, como fonte de todas as graças. Ora, como é possível que pobres criaturas como nós, que nada possuímos, nem mesmo o ar que respiramos, possam jamais satisfazer obrigações tão grandes? Consolemo-nos, pois aqui está um meio facílimo. Façamos o possível para participar de muitas Missas e com a máxima devoção; mandemos celebrá-la também o mais que pudermos: e, se bem que nossas dívidas sejam enormes e inumeráveis, não há dúvida de que, com o tesouro contido na Santa Missa, poderemos solvê-las inteiramente. 

São Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

DAS PROFECIAS DE SANTA HILDEGARDA

'E vi aparecer um cavalo esverdeado. Seu cavaleiro tinha por nome Morte; e a região dos mortos o seguia. Foi-lhe dado poder sobre a quarta parte da terra, para matar pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras' (Ap 6,8).

Isto se interpreta assim: o cavalo descrito deste modo é o tempo em que todas as coisas conformes com a lei e cheias da justiça de Deus serão consideradas como nada, como as coisas sem cor, e então os homens dirão: ‘Não sabemos o que fazemos e os que nos deram estas ordens não sabiam o que diziam’. E assim, sem medo nem temor pelo julgamento de Deus, desprezarão todos os bens, persuadidos pelo diabo a fazer estas coisas.

Mas Deus em sua cólera julgará estas obras e se vingará destruindo-as completamente, porque dará morte àqueles que não se arrependam e os condenará ao inferno. Nesse tempo, haverá por todas as partes da terra combates com a espada, os frutos da terra desaparecerão, e os homens morrerão de morte súbita ou pelas mordidas das feras.

A antiga serpente se regozija com todos estes castigos com os quais o homem se vê castigado na alma e no corpo. Ela, que perdeu a glória celeste, não quer que o homem a alcance. Na verdade, quando percebeu que o homem ouviu seu conselho, começou a planejar fazer guerra a Deus, dizendo: ‘Através do homem, levarei a cabo todos os meus propósitos’.

Pois, em seu ódio, inspirou todos os homens a se odiarem com o mesmo mau sentimento, para que se matassem uns aos outros. E disse: ‘Farei com que os homens morram, perdê-los-ei mais do que a mim mesma, que já estou perdida, porque eu estou viva, mas eles não estarão’. E enviou seu sopro para que a sucessão dos filhos dos homens se extinguisse, e então os homens se tomaram de paixão por outros homens, perpetrando atos vergonhosos.

E a serpente, sentindo gozo nisso, gritou: ‘Esta é a suprema ofensa contra quem deu o corpo ao homem, que a forma deste desapareça, por ter evitado a relação natural com as mulheres'. É, pois, o diabo quem os persuade a se tornarem infiéis e sedutores, para se odiarem e se matarem, convertendo-se em bandidos e ladrões, porque o pecado da homossexualidade leva às mais vergonhosas violências e a todos os vícios.

E quando todos estes pecados tiverem se manifestado ao mesmo tempo no povo, então a vigência da Lei de Deus será quebrada e a Igreja será perseguida como uma viúva. E os príncipes, os aristocratas e os ricos serão despojados de suas posses pelas pessoas de menor condição, e serão expulsos de cidade em cidade, sua nobreza será aniquilada e os ricos se verão reduzidos à pobreza.

Todas estas coisas acontecerão quando a antiga serpente instilar no povo a vontade de mudar de roupas e costumes. Os homens obedecerão a ela, acrescentando aqui um detalhe, tirando outro em outro lugar, ansiosos de novidades e mudanças constantes. O antigo inimigo e todos os outros espíritos malignos, que perderam sua beleza, mas não o sopro da racionalidade, por medo de seu Criador, não mostram a nenhuma criatura mortal a forma de sua perdição tal como ela é.

Mas com suas sugestões infundem insídias entre todos os homens, a cada um de um modo diferente, porque em todas as criaturas acham algo de sua malícia. Entretanto, Deus iniciou uma grande batalha contra a sua impiedade através da razão do homem que resiste aos raciocínios diabólicos e os confunde. Esta luta durará até o fim dos tempos, quando serão confundidos em tudo e por tudo, e o homem que os tiver vencido obterá como recompensa a vida eterna.

(Excertos da obra 'Livro das Obras Divinas', de Santa Hildegarda de Bingen).

domingo, 24 de novembro de 2013

JESUS CRISTO - REI DO UNIVERSO

Páginas do Evangelho - Festa de Cristo Rei 


Jesus Cristo é o Rei do Universo. Como Filho Unigênito de Deus, Ele é o herdeiro universal de toda a criação, senhor supremo e absoluto de toda criatura e de toda a existência de qualquer criatura, no céu, na terra e abaixo da terra. A realeza de Cristo abrange, portanto, a totalidade do gênero humano, como expresso nas palavras do Papa Leão XIII: 'Seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo rigor da verdade, o gênero humano inteiro' (Encíclica Annum Sacrum, 1899).

E, neste sentido, o domínio do seu reinado é universal e sua autoridade é suprema e absoluta. Cristo é, pois, a fonte única de salvação tanto para as nações como para todos os indivíduos. 'Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos' (At 4, 12). O livre-arbítrio permite ao ser humano optar pela rebeldia e soberba de elevar a criatura sobre o Criador, mas os frutos de tal loucura é a condenação eterna.

A realeza de Cristo é, entretanto, principalmente interna e de natureza espiritual. Provam-no com toda evidência as palavras da Escritura, e, em muitas circunstâncias, o proceder do próprio Salvador. Quando os judeus, e até os Apóstolos, erradamente imaginavam que o Messias libertaria seu povo para restaurar o reino de Israel, Jesus desfez o erro e dissipou a ilusória esperança. Quando, tomada de entusiasmo, a turba, que O cerca O quer proclamar rei, com a fuga furta-se o Senhor a estas honras, e oculta-se. Mais tarde, perante o governador romano, declara que seu reino 'não é deste mundo'. Neste reino, tal como no-lo descreve o Evangelho, é pela penitência que devem os homens entrar. Ninguém, com efeito, pode nele ser admitido sem a fé e o batismo; mas o batismo, conquanto seja um rito exterior, figura e realiza uma regeneração interna. Este reino opõe-se ao reino de Satanás e ao poder das trevas; de seus adeptos exige o desprendimento não só das riquezas e dos bens terrestres, como ainda a mansidão, a fome e sede da justiça, a abnegação de si mesmo, para carregar com a cruz. Foi para adquirir a Igreja que Cristo, enquanto 'Redentor', verteu o seu sangue; para isto é, que, enquanto 'Sacerdote', se ofereceu e de contínuo se oferece como vítima. Quem não vê, em conseqüência, que sua realeza deve ser de índole toda espiritual? (Encíclica Quas Primas de Pio XI, 1925).

Cristo Rei se manifesta por inteiro pela Sua Santa Igreja e, por meio dela, e por sua paixão, morte e ressurreição, atrai para Si a humanidade inteira, libertada do pecado e da morte, que será o último adversário a ser vencido. Como herdeiros de Cristo, elevemos ao Pai a súplica de salvação emanada pelas palavras do 'bom ladrão': 'Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado' (Lc 23, 42) e, neste propósito, supliquemos, tal como ele, nos tornarmos dignos também de compartilhar com Cristo Rei a glória da sua realeza eterna.