domingo, 24 de novembro de 2013

HOJE É DIA DA INDULGÊNCIA PLENÁRIA DE CRISTO REI

Hoje, dia da solenidade de Cristo Rei, recebe Indulgência Plenária todo fiel* que recitar, publicamente e com piedosa devoção, o ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei:

   Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e, a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração. Muitos há que nunca vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, vos renegaram.
   Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração. Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome. Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.
    Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um polo a outro do mundo, ressoe uma só voz: louvado seja o coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a ele, por todos os séculos. Amém.

*Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas. O fiel deve também ter intenção, ao menos geral, de ganhar a indulgência e cumprir as ações prescritas, no tempo determinado e no modo devido, segundo o teor da concessãoA indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O QUE DEUS EXIGE DE NÓS

Deus não exige muito do nosso tempo, nem da nossa atenção. Ele não exige nem todo o nosso tempo nem toda a nossa atenção; é a nós mesmos que Ele quer. Valem para todos nós as palavras de João Batista: 'Importa que Ele cresça e que eu diminua'. Deus será infinitamente misericordioso em relação às nossas falhas repetitivas; mas não conheço nenhuma promessa em que Ele aceite uma negociação deliberada. 

Em última instância, Ele não tem nada a nos oferecer a não ser a Si mesmo; e Deus só nos pode dar isso, na medida em que a nossa vontade auto-suficiente se retrai, abrindo espaço pra Ele em nossa alma. Não tenhamos dúvidas em relação a isso. Não restará nada 'de nós mesmos' para vivermos uma vidinha normal. Não quero dizer que todos nós vamos necessariamente ser chamados para sermos mártires ou ascetas. Se acontecer, que aconteça. Para alguns (não sabemos quem) a vida cristã incluirá muito lazer e muitas ocupações naturalmente prazerosas. E isso será recebido diretamente das mãos de Deus. 

Para um cristão perfeito, isso seria tão próprio de sua religião, do seu 'serviço', como suas tarefas mais difíceis, e seus banquetes seriam tão cristãos quanto os seus jejuns. O que não podemos admitir de forma alguma - e deve ser admitido somente como um inimigo não derrotado, mas ao qual se resiste diariamente - é a ideia de que tenhamos algo 'só nosso' a conservar, alguma área de nossa vida que esteja fora do jogo e sobre a qual Deus não tenha nada a reivindicar. 

Deus exige tudo de nós, porque Ele é amor e é próprio dEle nos abençoar. Mas Ele não pode nos abençoar enquanto não nos possuir por completo. Sempre que tentarmos reservar uma área de nossa vida como propriedade nossa, estaremos reservando uma área onde impera a morte. Por isso é que Ele exige, com todo o amor, que nos entreguemos por inteiro. Sem chance de barganha.

(Excertos da obra 'Um ano com C.S.Lewis: Leituras Diárias de suas Obras Clássicas', Ultimato, 2005)  

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

A PAIXÃO DE JESUS NAS PALAVRAS DE MARIA

Quando chegou o momento da paixão de meu Filho, seus inimigos o arrastaram. Golpearam-no na face e no pescoço e lhe cuspiram zombando dele. Quando foi levado à coluna, ele mesmo se desnudou e colocou suas mãos sobre o pilar, e seus inimigos as ataram sem misericórdia. Atado à coluna, sem nenhum tipo de roupa, como quando veio ao mundo, se manteve ali sofrendo a vergonha de sua nudez. Seus inimigos o cercaram e, tendo fugido todos os seus amigos, flagelaram seu puríssimo corpo, limpo de toda mancha e pecado. Na primeira chicotada eu, que estava por perto, caí quase morta, e ao voltar a mim, vi em meu espírito seu corpo chicoteado e chagado até as costelas.

O mais horrível foi que quando lhe retiraram as amarras, as correias grossas haviam sulcado sua carne. Estando aí meu Filho, tão ensanguentado e lacerado que não lhe restou nenhuma área sã sem ser chicoteada, alguém ali presente perguntou: 'Vão matá-lo sem estar sentenciado?' e imediatamente lhe cortou as amarras. Então, meu Filho vestiu suas roupas e vi como ficou cheio de sangue o lugar onde havia estado. E, por suas pegadas, pude ver por onde andava, pois o solo ficava empapado de sangue por onde Ele ia. Não tiveram paciência quando se vestia, empurram-no e o arrastaram com pressa. Sendo tratado como um ladrão, meu Filho secou o sangue de seus olhos. Quando ele foi sentenciado à morte, lhe impuseram a cruz para que a carregasse. Levou-a um pouco, mas depois veio um que a pegou e o ajudou a carregá-la. Enquanto meu Filho ia até o lugar de sua paixão, alguns o golpearam no pescoço e outros lhe esbofetearam a face. Batiam com tanta força que embora não visse quem lhe batia, ouvia claramente o som da bofetada.

Quando cheguei com Ele ao lugar da paixão, vi todos os instrumentos de sua morte ali preparados. Ao chegar ali Ele só se desnudou enquanto os carrascos diziam entre si: 'Estas roupas são nossas e ele não as recuperará porque está condenado à morte'. Meu Filho estava ali, nu como quando nasceu e nisto alguém veio correndo e lhe ofereceu um pano com o qual Ele contente pode cobrir sua intimidade. Depois seus cruéis executores o agarraram e o estenderam na cruz, pregando primeiro sua mão direita na ponta da cruz onde tinha feito o buraco para o cravo. Perfuraram sua mão no ponto em que o osso era mais sólido. Com uma corda lhe estenderam a outra mão e a pregaram no outro extremo da cruz, do mesmo modo.

Continuando, cruzaram seu pé direito com o esquerdo por cima usando dois cravos de forma que seus nervos e veias se estenderam e se romperam. Depois lhe puseram a coroa de espinhos e a apertaram tanto que o sangue que saia de sua venerável cabeça lhe tapava os olhos, lhe obstruía os ouvidos e lhe empapava a barba ao cair. Estando assim na cruz, ferido e sangrando, sentiu compaixão de mim, que estava ali soluçando e, olhando com seus olhos ensanguentados em direção a João, meu sobrinho, me encomendou a ele. Nesse momento pude ouvir alguns dizendo que meu Filho era um ladrão, outros que era um mentiroso, e ainda outros dizendo que ninguém merecia a morte mais do que Ele.

Ao ouvir tudo isto se renovava minha dor. Como disse antes, quando lhe fincaram o primeiro cravo, esse primeiro sangue me impressionou tanto que cai como morta, meus olhos cegos na escuridão, minhas mãos tremendo, meus pés instáveis. No impacto de tanta dor não pude olhá-Lo até que terminaram de crucificá-Lo. Quando pude levantar-me, vi meu Filho arfando ali miseravelmente e, consternada de dor, eu sua Mãe tão triste, apenas podia manter-me em pé.

Vendo-me a mim e seus amigos chorando desconsoladamente, meu Filho gritou em voz alta e pesarosa dizendo: 'Pai porque me abandonaste'? Era como dizer: 'Ninguém se compadece de mim senão tu, Pai'. Então seus olhos pareciam meio mortos suas faces estavam afundadas, seu rosto lúgubre, sua boca aberta, e sua língua ensanguentada.

Seu ventre estava pressionado na direção das costas, porque todos os líquidos tinham sido perdidos. Era como se não tivesse órgãos. Todo o seu corpo estava pálido e lânguido devido à perda de sangue. Suas mãos e pés estavam muito rígidos e estirados ao terem sido forçados para adaptá-los a cruz. Sua barba e seu cabelo estavam completamente empapados de sangue.

Estando assim, lacerado e lívido, sua mente e seu coração se mantinham vigorosos, pois tinha uma boa e forte constituição. De minha carne, Ele recebeu um corpo puríssimo e bem proporcionado. Sua pele era tão fina e macia que ao menor arranhão imediatamente lhe saia sangue, que sobressaia sobre sua pele tão pura. Precisamente por sua boa constituição, a vida lutou contra a morte em seu corpo chagado. Em certos momentos, a dor nas extremidades e fibras de seu corpo lacerado lhe subia até o coração, ainda vigoroso e integro e isto trazia um incrível sofrimento. Em outros momentos, a dor baixava de seu coração para seus membros feridos e, ao suceder isto, se prolongava a amargura de sua morte.

Submerso na agonia, meu Filho olhou ao redor e viu seus amigos que choravam e que teriam preferido suportar eles mesmos a dor com seu auxilio e ter ardido para sempre no inferno em lugar de vê-Lo tão torturado. Sua dor pela dor dos seus amigos excedia toda a amargura e tribulações que havia suportado em seu corpo e em seu coração pelo amor que lhes tinha. Então, na excessiva angústia corporal de sua natureza humana, clamou a seu Pai: 'Pai, em tuas mãos entrego meu espírito'.

Quando eu, sua triste Mãe, ouvi essas palavras, todo o meu corpo se comoveu com a dor amarga de meu coração, e todas as vezes que as recordo choro desde então, pois elas permaneceram presentes e recentes em meus ouvidos. Quando se lhe aproximava a morte e seu coração se rompeu com a violência das dores, todo seu corpo se convulsionou e sua cabeça se levantou um pouco para depois cair outra vez. Sua boca ficou aberta e sua língua podia ser vista sangrando. Suas mãos se retraíram um pouco do lugar da perfuração e seus pés suportaram mais com o peso de seu corpo. Seus dedos e braços pareceram estender-se e seus ombros ficaram rígidos contra a cruz.

Então, alguns me diziam: 'Maria, teu Filho está morto'. Outros diziam: 'Está morto, mas ressuscitará'. À medida que tudo seguia veio um homem e lhe cravou uma lança no lado com tanta força que quase saiu pelo outro lado. Quando tiraram a lança, sua ponta estava tingida de sangue vermelho e me pareceu como se me tivessem perfurado o meu próprio coração, quando vi meu querido Filho transpassado. Depois o retiraram da cruz e eu tomei seu corpo sobre meu regaço. Parecia um leproso, completamente lívido. Seus olhos estavam mortos e cheios de sangue, sua boca tão fria como gelo, sua barba eriçada e sua face contraída.


Suas mãos estavam tão desconjuntadas que não se sustentavam sequer sobre seu ventre. Recebi-o sobre meus joelhos como havia estado na cruz, como um homem contraído em todos os seus membros. Depois disso, o estenderam sobre um tecido limpo de linho e com meu próprio lenço lhe sequei as feridas e seus membros e fechei seus olhos e sua boca que havia ficado aberta quando morreu. 

Assim o colocaram no sepulcro. De boa vontade me teria colocado ali viva com meu Filho se essa tivesse sido sua vontade! Terminado tudo isto veio o bondoso João e me levou à sua casa. Vê, Filha minha, quanto suportou meu Filho por ti!

(Excertos da obra 'Profecias e Revelações de Santa Brígida da Suécia' - Livro I, Cap. 10)

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ORAÇÃO DA SALVAÇÃO

Apague em mim, Senhor, a sombra do menor pecado,
a golpe de espada;
que nenhum anelo de maldade seja elevado nas alturas
nas dobras da asa.
O que eu vos suplico, meu Deus, é a salvação da minha alma,
e mais nada:
e que seja o Céu, o Vosso Céu, pelos séculos dos séculos 
a minha casa.

Não me julgueis, Senhor, sob o rigor da Vossa Justiça,
mas à luz da Vossa infinita Misericórdia;
que eu não seja lançado nas hostes do abismo,
mas contado entre os que Vos louvam na glória,
que eu não leve a Vós o pó de caminhos pedregosos,
nem as retinas de olhares indevidos,
que eu não beba da fonte dos prazeres ímpios,
e nem vasculhe o coração dos orgulhosos,
que eu não proclame palavra sem sentido
nem qualquer gesto de medida humana;
que não leve nas costas o peso da calúnia que mata
e nem traga no peito a inveja que escraviza
que minhas mãos estejam limpas e puras
e meu coração pleno de esperança;
que meu corpo seja eivado da Vossa Graça
e minha alma seja reflexo da Vossa Glória.

Sim ,meu Deus, que minha alma finalmente encontre,
desfeita a inquietude de todas as minhas falas,
A Vós, meu Deus, a Vós somente.
E que, ao fim da minha dolorosa via nesta terra,
eu seja apenas um nada e um desejo:
que o meu nada repouse no Coração de Deus eternamente.

(Arcos de Pilares)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A FÉ EXPLICADA (XI)

O PECADO MORTAL - Do Catecismo da Igreja:

1855. O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave à Lei de Deus. Desvia o homem de Deus, que é o seu último fim, a sua bem-aventurança, preferindo-Lhe um bem inferior. 

O pecado mortal é o ato maligno da soberba na rejeição a Deus. O pecador perde a graça divina, torna-se réu da condenação eterna e maldito entre os homens. A gravidade de um único pecado mortal tem a magnitude do inferno inteiro, pois faz perder todos os méritos naturais e sobrenaturais adquiridos em uma vida inteira. Nada, absolutamente nada, mantém-se em pé, tudo se torna incomensuravelmente vão. O que valem tantas missas assistidas? Nada. Orações, sofrimentos, penitências, jejuns, boas ações, devoções? Nada. Todos os bons pensamentos, gestos de caridade, defesas da fé cristã, dores e injúrias ainda que sofridas em nome de Cristo? Nada. Pois o pecado mortal, um único pecado mortal, traz em si o flagelo da morte espiritual: no pecado mortal, é a alma que morre. 

1857. Para que um pecado seja mortal, requerem-se, em simultâneo, três condições: 'É pecado mortal o que tem por objeto uma matéria grave, e é cometido com plena consciência e de propósito deliberado'.

O pecado mortal requer primariamente matéria grave em termos de desordem moral em relação a Deus (blasfêmia, sacrilégio, desespero de salvação), ao próximo (assassinato, roubo, calúnia) ou a nós mesmos (suicídio, adultério, homossexualismo): 'Acaso não sabeis que os injustos não possuirão o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes possuirão o Reino de Deus' (Cor. VI, 9-10).

O pecado mortal requer o conhecimento explícito do caráter gravemente pecaminoso do ato em si e de sua contraposição à lei de Deus. Em outros termos, presume da condição de malícia e da voluntariedade de se cometer o pecado. O pecado mortal requer finalmente o consentimento da vontade, entendida como a livre proposição de se praticar uma ação contrária à Santa Vontade de Deus.

Três condições complementares; se faltar alguma delas, o pecado não pode ser mortal. 

1861. O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, tal como o próprio amor. Tem como consequência a perda da caridade e a privação da graça santificante, ou seja, do estado de graça. E se não for resgatado pelo arrependimento e pelo perdão de Deus, originará a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no Inferno, uma vez que a nossa liberdade tem capacidade para fazer escolhas definitivas, irreversíveis. No entanto, embora nos seja possível julgar se um ato é, em si, uma falta grave, devemos confiar o juízo sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.

...

1856. O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a caridade, torna necessária uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração que normalmente se realiza no quadro do sacramento da Reconciliação.

Exame de Consciência*

1º Mandamento - Amar a Deus sobre todas as coisas

- Creio firmemente tudo o que Deus revelou ou duvidei voluntariamente de algum doutrina da Igreja Católica?
- Descuidei o conhecimento da minha fé, tal como o Catecismo a ensina, tal como o Credo dos Apóstolos, os Dez Mandamentos, os Sete Sacramentos, o Pai Nosso, etc?
- Alguma vez li, com consciência do que fazia, alguma literatura herética, blasfema ou anti-católica?
- Assinei, publiquei, propaguei, emprestei livros, folhetos, revistas ou jornais hostis à Deus e à santa religião?
- Sou membro de alguma organização religiosa não católica, de alguma sociedade secreta ou de um grupo anti-católico?
- Dei ouvido a conversas ou discursos ímpios ou heréticos?
- Tomei parte num ato de culto não católico (sessão espírita, ao culto protestante, ao candomblé, etc.)?
- Abandonei a única Igreja verdadeira que é a Católica para abraçar uma seita falsa?
- Tenho confiança em Deus, na Divina Providência e na divina graça?
- Pratiquei alguma superstição (tal como horóscopos, adivinhação, espiritismo, etc.)?
- Desesperei ou fui presunçoso esperando a salvação sem deixar o pecado?
- Cometi pecados com o intuito de confessá-los mais tarde?
- Amei a Deus e cumpri bem a sua santa vontade?
- Não tenho posto Deus sempre em primeiro lugar na minha vida e procurado amá-l’O sobre todas as coisas?
- Falei mal contra Deus, contra sua Mãe, Maria Santíssima, contra os Santos, contra a Igreja e seus ministros?
- Abusei os Sacramentos de alguma maneira?
- Recebi indignamente algum sacramento?
- Deixei de rezar por muito tempo?
- Tenho rezado fielmente as minhas orações diárias?
- Rezei sem devoção, com distrações voluntárias?
- Omiti algum dever ou prática religiosa por respeitos humanos? Recomendo-me a Deus diariamente?
- Fui culpado de grande irreverência na igreja, como, por exemplo, em conversas, comportamento ou modo como estava vestido?
- Fui indiferente quanto à minha Fé Católica — acreditando que uma pessoa pode salvar-se em qualquer religião, ou que todas as religiões são iguais?
- Dei demasiada importância a alguma criatura, atividade, objeto ou opinião?

2º Mandamento - Não tomar seu santo nome em vão

- Profanei o SS. Sacramento, pessoas, lugares, coisas consagrados a Deus?
- Blasfemei ou disse palavras injuriosas contra Deus, contra os Santos ou contra as coisas santas?
- Jurei pelo nome de Deus falsamente, impensadamente, ou em assuntos triviais e sem importância?
- Jurei o seu santo nome sem necessidade?
- Jurei voto e não o cumpri?
- Pronunciei levianamente o nome de Deus ou falsamente?
- Deixei de cumprir uma promessa feita a Deus?
- Tenho o hábito de dizer palavrões?
- Jurei, sabendo que era falso, o que afirmava?
- Jurei fazer algo injusto ou ilícito? Não reparei os prejuízos que daí advieram?
- Amaldiçoei-me a mim próprio, ou a outra pessoa ou criatura?
- Provoquei alguém à ira, para o fazer praguejar ou blasfemar a Deus?

3º Mandamento - Guardar domingos e festas

- Faltei voluntariamente à Missa num Domingo ou festa de guarda?
- Perdi uma parte principal (ofertório, elevação, comunhão)?
- Cheguei atrasado à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda ou saí mais cedo por minha culpa?
- Fiz com que outras pessoas faltassem à Missa nos Domingos e Dias Santos de guarda, ou saíssem mais cedo, ou chegassem atrasados à Missa?
- Estive distraído propositadamente durante a Missa?
- Profanei a igreja por conversas, olhares indiscretos, namoros, por traje indecente?
- Fiz ou mandei fazer trabalho servil desnecessário num Domingo ou Festa de guarda?
- Comprei ou vendi coisas sem necessidade nos Domingos e Dias Santos de guarda?

4º Mandamento - Honrar pai e mãe

- Desobedeci aos meus pais, faltei-lhes ao respeito, descuidei-me em ajudá-los nas suas necessidades?
- Desrespeitei os pais ou superiores falando-lhes asperamente ou respondendo-lhes mal?
- Murmurei contra eles?
- Recusei-lhes a obediência?
- Obedeci de má vontade?
- Descuidei-me dos pais na velhice, na pobreza ou na doença (sustento, últimos sacramentos, remédios)?
- Desejei-lhes mal?
- Deixei de rezar por eles?
- Mostrei irreverência em relação a pessoas em posições de autoridade?
- Insultei ou disse mal de sacerdotes ou de outras pessoas consagradas a Deus?
- Não me preocupei com aqueles que vivem e trabalham comigo?
- Dei mau exemplo a meus filhos ou subordinados, não cumprindo os meus deveres religiosos e civis?
- Tive menos reverência para com pessoas de idade?
- Tratei mal a minha esposa ou os meus filhos?
- Foi desobediente ao meu marido, ou faltei-lhe ao respeito?

Sobre os filhos:

- Descuidei as suas necessidades materiais?
-Protelei por meses ou até anos o Batismo de meus filhos, a primeira comunhão?
- Descuidei-me da educação física, intelectual e principalmente da educação religiosa dos meus filhos?
- Não os mandei à Missa nos domingos, ao catecismo?
- Permiti que eles descuidassem os seus deveres religiosos?
- Consenti que se encontrassem ou namorassem sem haver hipótese de se celebrar o matrimônio num futuro próximo? (Santo Afonso propõe um ano, no máximo).
- Controlei suas leituras, seus divertimentos?
- Deixei de vigiar as companhias com quem andam?
- Deixei de os disciplinar quando necessitassem de tal?
- Castiguei-os com ira?
- Dei-lhes mau exemplo?
- Escandalizei-os, discutindo com o meu cônjuge em frente deles?
- Escandalizei-os ao dizer imprecações e obscenidades à sua frente?
- Guardei modéstia na minha casa?
- Permiti-lhes que usassem roupa imodesta (mini-saias; calças justas, vestidos ou camisolas justos; blusas transparentes; calções muito curtos; fatos de banho reveladores; etc.)?
- Neguei-lhes a liberdade de casar ou seguir uma vocação religiosa?

5º Mandamento - Não matar

- Procurei, desejei ou apressei a morte ou o ferimento de alguém?
- Tive ódio ao próximo? Desejei-lhe mal?
- Procurei vingar-me?
- Discuti ou lutei com alguém sem justiça?
- Desejei mal a alguém?
- Quis ferir ou maltratar alguém, ou tentei fazê-lo?
- Recuso-me a falar com alguém, ou guardo ressentimento de alguém?
- Regozijei-me com a desgraça alheia?
- Tive ciúmes ou inveja de alguém?
- Fiz ou tentei fazer um aborto, ou aconselhei alguém a que o fizesse?
- Mutilei o meu corpo desnecessariamente de alguma maneira (tatuagens, piercings, etc) ?
- Consenti em pensamentos de suicídio, desejei suicidar-me ou tentar suicidar-me?
- Prejudiquei minha saúde por excesso em comida e bebida?
- Embriaguei-me ou usei drogas ilícitas?
- Comi demais, ou não como o suficiente por motivo fútil?
- Deixei de corrigir alguém dentro das normas da caridade?
- Causei dano à alma de alguém, especialmente crianças, dando escândalo através de mau exemplo?
- Fiz mal à minha alma, expondo-a intencionalmente e sem necessidade a tentações, como maus programas de TV, música reprovável, praias, etc.?
- Não tive caridade para com os pobres, doentes e necessitados?
- Seduzi outra pessoa ao pecado ou dei escândalo?
- Não avisei o meu próximo sobre certos perigos materiais e espirituais em que incorria?
- Roguei pragas?
- Provoquei a inimizade entre outras pessoas?
- Maltratei os animais sem necessidade?

6º e 9º Mandamentos - Não pecar contra a castidade / Não desejar a mulher do próximo

- Neguei ao meu cônjuge os seus direitos matrimoniais?
- Pratiquei o controle de natalidade (com pílulas, dispositivos, interrupção)? Aconselhei meios para este fim?
- Abusei dos meus direitos matrimoniais de algum outro modo?
- Faltei à fidelidade conjugal por pensamentos ou ações?
- Cometi adultério ou fornicação (sexo pré-marital)?
- Cometi algum pecado impuro contra a natureza (homosexualidade ou lesbianismo, etc.)?
- Toquei ou abracei outra pessoa de forma impura?
- Troquei beijos prolongados ou apaixonados?
- Pratiquei a troca prolongada de carícias?
- Pequei impuramente contra mim próprio (masturbação)?
- Consenti em pensamentos impuros, ou tive prazer neles?
- Consenti em desejos impuros para com alguém, ou desejei conscientemente ver ou fazer alguma coisa impura?
- Entreguei-me conscientemente a prazeres sexuais, completos ou incompletos? Havia alguma circunstância de parentesco, de menoridade ou de relação educativa que tornassem mais grave esta desordem?
- Faltei com o pudor ou com a modéstia em meus trajes?
- Fui ocasião de pecado para os outros, por usar roupa justa, reveladora ou imodesta?
- Fiz alguma coisa, deliberadamente ou por descuido, que provocasse pensamentos ou desejos impuros noutra pessoa?
- Li livros indecentes ou vi figuras obscenas?
- Vi filmes ou programas de televisão sugestivos, ou pornografia na Internet, ou permiti que os meus filhos os vissem?
- Usei linguagem indecente ou contei histórias indecentes?
- Ouvi tais histórias de boa vontade?
- Gabei-me dos meus pecados, ou deleitei-me em recordar pecados antigos?
- Estive com companhias indecentes?
- Consenti em olhares impuros?
- Deixei de controlar a minha imaginação?
- Deixei de rezar imediatamente para afastar maus pensamentos e tentações?
- Evitei a preguiça, a gula, a ociosidade, e as ocasiões de impureza?
- Fui a bailes imodestos ou peças de teatro indecentes?
- Fiquei sozinho sem necessidade na companhia de alguém do sexo oposto?
- Mantenho amizades particulares que facilmente me levam à infidelidade e estou disposto a abandoná-las?

7º e 10º Mandamentos - Não furtar / Não cobiçar as coisas alheias

- Tive vontade de roubar alguma coisa?
- Furtei ou roubei alguma coisa? O quê, ou quanto?
- Reparei esses prejuízos causados e restituí o que não me pertence?
- Defraudei a minha família no uso dos bens?
- Gastei de mais para além do que permitem as minhas possibilidades e o orçamento familiar?
- Danifiquei a propriedade de outrem?
- Deixei estragar, por negligência, a propriedade de outrem?
- Fui negligente na guarda do dinheiro ou bens de outrem?
- Enganei o meu próximo cobrando mais que o justo combinado ou favoreço a exploração comercial?
- Recusei-me a pagar alguma dívida, ou descuidei-me no seu pagamento?
- Adquiri alguma coisa que sabia ter sido roubada?
- Lesei o meu patrão, não trabalhando como se esperava de mim, com honradez e responsabilidade?
- Deixei que se produzissem graves prejuízos através do meu trabalho?
- Fui desonesto com o salário dos meus empregados?
- Recusei-me a ajudar alguém que precisasse urgentemente de ajuda, ou descuidei-me a fazê-lo?
- Dei prejuízo ao próximo, usando de peso ou medida falsos, enganando nas mercadorias ou encomendas?
- Desperdicei o dinheiro em jogo?
- Tive inveja de alguém, por ter algo que eu não tenho?
- Invejei os bens de alguém?
- Tenho sido avarento?
- Tenho sido cúpido e invejoso, dando demasiada importância aos bens e confortos materiais? O meu coração inclina-se para as posses terrenas ou para os verdadeiros tesouros do Céu?
- Cumpri rigorosamente os meus deveres sociais, tais como os seguros, os impostos justos e os compromissos assumidos?
- Não ajudo a Igreja com os auxílios necessários e até tirando do meu supérfluo ou dos meus maus gastos?
- Não dou esmolas de acordo com a minha condição econômica?

8º Mandamento - Não levantar falso testemunho

- Disse mentiras?
- Minto habitualmente com a desculpa de serem coisas de pouca importância?
- As minhas mentiras causaram a alguém danos materiais ou espirituais?
- Fiz julgamentos temerários a respeito de alguém (isto é, acreditei firmemente, sem provas suficientes, que eram culpados de algum defeito moral ou crime)?
- Atingi o bom nome de alguém, revelando faltas autênticas mas ocultas (maledicência)?
- Não disse bem dos outros reparando deste modo alguma injustiça realizada ou consentida?
- Caluniei?
- Colaborei na calúnia e na murmuração?
- Revelei os pecados de outra pessoa?
- Fui culpado de fazer intrigas (isto é, de contar alguma coisa desfavorável que alguém disse de outra pessoa, para criar inimizade entre eles)?
- Dei crédito ou apoio à divulgação de escândalos sobre o meu próximo?
- Supus más intenções?
- Jurei falso ou assinei documentos falsos?
- Sou crítico ou negativo sem necessidade ou falto à caridade nas minhas conversas?
- Lisonjeei outras pessoas?
- Violei segredos?
- Abri cartas alheias?
- Fingi doenças, pobreza, piedade para enganar os outros?
- Dei ouvido a conversas contra a vida alheia?

* publicado originalmente em www.montfort.org.br

A ALMA EM PECADO MORTAL

1. Antes de passar adiante, quero dizer-vos que considereis o que será ver este castelo tão resplandecente e formoso, esta pérola oriental, esta árvore de vida que está plantada nas mesmas águas vivas da Vida, que é Deus, quando cai em pecado mortal. Não há trevas mais tenebrosas, nem coisa tão escura e negra que ela o não esteja muito mais. Basta saber que, estando até o mesmo Sol, que lhe dava tanto resplendor e formosura no centro da sua alma, todavia é como se ali não estivesse, para participar d’Ele, apesar de ser tão capaz de gozar de Sua Majestade, como o cristal o é para nele resplandecer o sol. Nenhuma coisa lhe aproveita; e daqui vem que todas as boas obras que fizer, estando assim em pecado mortal, são de nenhum fruto para alcançar glória; porque, não procedendo daquele princípio que é Deus, do qual vem que a nossa virtude é virtude, e apartando-nos d’Ele, não pode a obra ser agradável a Seus olhos; porque, enfim, o intento de quem faz um pecado mortal, não é contentar a Deus, senão dar prazer ao demônio o qual, como é estas mesmas trevas, assim a pobre alma fica feita uma mesma treva.

2. Eu sei de uma pessoa a quem Nosso Senhor quis mostrar como ficava uma alma quando pecava mortalmente. Diz aquela pessoa que lhe parece que, se o entendessem, não seria possível que alguém pecasse, ainda que se pusesse nos maiores trabalhos que se possam pensar para fugir das ocasiões. E assim, deu-lhe um grande desejo de que todos o entendessem. Assim vo-lo dê a vós, filhas, de rogar a Deus pelos que estão neste estado, todos feitos uma escuridão, e tais são suas obras; porque, assim como duma fonte muito clara, claros são os arroiozitos que dela manam, assim é uma alma que está em graça, pois daqui lhe vem serem suas obras tão agradáveis aos olhos de Deus e dos homens, porque procedem desta fonte de vida, onde a alma está como uma árvore plantada; nem ela teria frescura e fruto, se não lhe viesse dali; é isto que a sustenta e faz com que não seque, e que dê bom fruto. Assim a alma que, por sua culpa se aparta desta fonte e se transplanta a outra de uma negríssima água e de muito mau odor, tudo o que dela sai é a mesma desventura e sujidade.

3. É de considerar aqui que a fonte e aquele Sol resplandecente que está no centro da alma não perde seu resplendor e formosura, que está sempre dentro dela, e não há coisa que lhe possa tirar a sua formosura. Mas, se sobre um cristal que está ao sol, se pusesse um pano muito negro, claro está que, embora o sol dê nele, a sua claridade não fará o seu efeito no cristal.

4. Ó almas remidas pelo Sangue de Jesus Cristo! Entendei-vos e tende dó de vós mesmas! Como é possível que, entendendo isto, não procureis tirar este pez deste cristal? Olhai que,se a vida se vos acaba, jamais tornareis a gozar desta luz. Ó Jesus! O que é ver uma alma apartada dela! Como ficam os pobres aposentos do castelo! Que perturbados andam os sentidos, que é a gente que vive neles! E as potências, que são os alcaides, mordomos e mestres-salas, com que cegueira, com que mau governo! Enfim, como onde está plantada a árvore é o demônio, que fruto pode dar?

5. Ouvi uma vez a um homem espiritual, que não se espantava do que fazia quem está em pecado mortal, mas sim do que não fazia. Deus, por Sua misericórdia, nos livre de tão grande mal, que não há coisa, enquanto vivemos, que mereça este nome de mal, senão esta; pois acarreta males eternos para sempre. É disto, filhas, que devemos andar temerosas e o que temos de pedir a Deus em nossas orações; porque, se Ele não guarda a cidade, em vão trabalharemos, pois somos a própria vaidade.

Dizia aquela pessoa que tinha aproveitado duas coisas da mercê que Deus lhe fez: uma, um temor grandíssimo de O ofender, e assim sempre Lhe andava suplicando não a deixasse cair, vendo tão terríveis danos; a segunda, um espelho para a humildade, vendo que, coisa boa que façamos, não tem seu princípio em nós mesmos, mas naquela fonte onde está plantada esta árvore das nossas almas, e neste Sol que dá calor às nossas obras. Disse que se lhe representou isto tão claro que, em fazendo alguma coisa boa ou vendo-a fazer, acudia ao seu princípio e entendia como, sem esta ajuda, não podíamos nada; e daqui lhe procedia ir logo a louvar a Deus, e, habitualmente, não se lembrava de si em coisa boa que fizesse.

(Excertos da obra 'Castelo Interior - Primeiras Moradas', de Santa Teresa de Ávila)

DA VIDA ESPIRITUAL (62)

Queres ser realmente um modelo de cristão? Responda-me depressa: és ou não um novo Cristo, um discípulo que age pela perseverança e fidelidade completa ao Evangelho? Estás ou não consciente da missão unívoca e particular que o Pai te confiou neste mundo? Será que tua fé é viva, dinâmica, prática no exercício cotidiano da caridade? Será que vives, a cada dia, a plenitude destas palavras profundamente cristãs: sou, estou? Se tudo isso é verdade, és um órfão da Luz e tens um coração inquieto enquanto não repousar em Deus.