sábado, 19 de agosto de 2023

IMITAÇÃO DE CRISTO


Felizes os pobres em espírito.
Imitai Aquele que, embora sendo rico, se fez pobre por vossa causa (2Co 8, 9).

Felizes os mansos.
Imitai Aquele que disse: 'aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração' (Mt 11, 29).

Felizes os que choram.
Imitai Aquele que chorou sobre Jerusalém (Lc 19, 41).

Felizes os que têm fome e sede de justiça.
Imitai Aquele que disse: 'o meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou' (Jo 4, 34).

Felizes os misericordiosos.
Imitai Aquele que socorreu o homem que fora atacado pelos salteadores e que jazia à beira da estrada, desesperado e meio morto (Lc 10, 33).

Felizes os puros de coração.
Imitai Aquele que não teve pecado e em cujos lábios não se encontrou malícia (1Pe 2, 22).

Felizes os pacificadores.
Imitai Aquele que disse acerca dos que o perseguiam: 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem' (Lc 23, 24).

Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça.
Imitai Aquele que sofreu por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os seus passos.

(Excertos da obra 'Tratado sobre a Virgindade', de Santo Agostinho)

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

OS 40 PASSOS DO CAMINHO DA LUZ


1. se alguém deseja chegar a determinado lugar, que se esforce por seu modo de agir, pois nos foi dado saber como andar por este caminho;
2. amarás quem te criou;
3. terás veneração por quem te formou; 
4. darás glória a quem te remiu da morte;
5. serás simples de coração e rico no espírito; 
6. não te juntarás aos que andam pelo caminho da morte;
7. terás aversão por tudo quanto desagrada a Deus; 
8. odiarás toda simulação; 
9. não desprezarás os mandamentos do Senhor;
10. não exaltarás a ti mesmo;
11. serás humilde em tudo; 
12. não procurarás a tua própria glória;
13. não tramarás contra o teu próximo; 
14. não te entregarás à arrogância;
16. amarás o teu próximo mais do que a tua vida;
17. não matarás o feto por aborto e nem depois do nascimento;
18. não retirarás a mão sobre o teu filho ou de tua filha e, desde a infância, ensinarás a eles o temor do Senhor; 
19. não cobiçarás os bens do teu próximo;
20. não serás refém da avareza; 
21. não te unirás de coração aos soberbos;
22. serás amigo dos humildes e justos;
23. tudo quanto te acontecer, receberás como um bem, sabendo que nada se faz sem Deus;
24. não serás inconstante e nem usarás duplicidade no falar, pois a a língua dúplice é laço de morte;
25. partilharás tudo com o teu próximo e não dirás ser propriedade tua o que quer que seja, pois sois co-herdeiros das realidades incorruptíveis e não daquilo que se corrompe;
26. não serás precipitado no falar, pois a boca é um laço de morte;
27. serás casto, tanto quanto puderes, em favor de tua alma;
28. não agirás com mão estendida para receber e encolhida para dar;
29. amarás como a pupila dos olhos todo aquele que te dirigir palavras do Senhor;
30. relembrarás, dia e noite, o dia do juízo;
31. buscarás  diariamente a presença dos santos e, por meio de palavras ou ações, trabalharás para a remissão dos teus pecados;
32. não hesitarás em dar e em não dar murmurando, pois bem sabeis quem é o bom remunerador da dádiva;
33. guardarás o que recebeste, sem tirar nem por;
34. odiarás perpetuamente o Maligno;
35. julgarás com justiça;
36. não fomentarás conflitos;
37. esforçarás sempre pra restituir a paz, reconciliando os contendores;
38. confessarás os teus pecados;
39. não se dedicarás à oração de má consciência;
40. buscarás viver cotidianamente este caminho da luz.

(Da chamada 'Carta de Barnabé', século II)

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

PALAVRAS DA SALVAÇÃO


'Ides a Deus? Procurai não chegar lá sozinhos. Aquele que no seu coração já ouviu o apelo do Amor divino, procure tirar daí uma palavra de encorajamento para o seu próximo. Talvez não tenhais pão para dar a um mendigo; mas o que tem uma língua pode dar melhor do que pão, porque alimentar com a Palavra uma alma destinada a viver eternamente vale mais que saciar do pão terrestre um corpo que um dia tem de morrer. Tomai por isso cuidado para não privardes o vosso próximo da esmola da palavra'.

(São Gregório Magno)

DOUTORES DA IGREJA (XXI)

  21São Cirilo de Jerusalém, Bispo (†386)

Doutor da Catequese
Concessão do título: 1883 - Papa Leão XIII

Celebração: 18 de março (Memória Facultativa)

 Obras e Escritos 

  • Catequeses Mistagógicas
  • Catequeses Pré-Batismais

terça-feira, 15 de agosto de 2023

GLÓRIAS DE MARIA: ASSUNÇÃO AO CÉU

 

A Assunção de Maria - Palma Vecchio (1512 - 1514)

"Pronunciamos, declaramos e de­finimos ser dogma de revelação divina que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem Maria, cumprido o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à Glória celeste”.

                            (Papa Pio XII, na Constituição Dogmática  Munificentissimus Deus, de 1º de novembro de 1950)


A solenidade da Assunção da Virgem Maria (celebrada pela Igreja no dia 15 de agosto) existe desde os primórdios do catolicismo e, desde então, tem sido transmitida pela tradição oral e escrita da Igreja. Trata-se de um dos grandes e dos maiores mistérios de Deus, envolto por acontecimentos tão extraordinários que desafiam toda interpretação humana: 

1. Nossa Senhora NÃO PRECISAVA morrer, uma vez que era isenta do pecado original;

2. Nossa senhora QUIS MORRER para se assemelhar em tudo ao seu Filho, pela aceitação de sua condição humana mortal e para mostrar que a morte cristã é apenas uma passagem para a Vida Eterna;  

3. Nossa Senhora NÃO PODIA passar pela podridão natural da carne tendo sido o Sacrário Vivo do próprio Deus;

4. A morte de Nossa Senhora foi breve (é chamada de 'Dormição') e ela foi assunta ao Céu em corpo e alma;

5. Aquela que gerou em si a vida terrena do Filho de Deus foi recebida por Ele na glória eterna;

6. Nossa Senhora foi assunta ao Céu pelo poder de Deus; a ASSUNÇÃO difere assim da ASCENSÃO de Jesus, uma vez que Nosso Senhor subiu ao Céu pelo seu próprio poder.


Louvor a Ti, Filha de Deus Pai,
Louvor a Ti, Mãe do Filho de Deus,
Louvor a Ti, Esposa do Espírito Santo,
Louvor a Ti, Maria, Tabernáculo da Santíssima Trindade!

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

A REDE SEMPRE VAI TER PEIXES BONS E MAUS

Nosso Senhor foi um modelo incomparável de paciência: aguentou um 'demônio' entre os seus discípulos até à sua Paixão (Jo 6,70). Dizia Ele: 'Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo' (Mt 13,29). Tendo a rede como símbolo da Igreja, predisse que esta traria para a praia, quer dizer, até ao fim do mundo, toda a espécie de peixes, bons e maus. E deu a conhecer de muitas outras maneiras, tanto abertamente como através de parábolas, que haveria sempre essa mistura de bons e maus. E, no entanto, afirmou que é necessário vigiar pela disciplina na Igreja quando disse: 'Se o teu irmão pecar, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se ele te der ouvidos, terás ganho o teu irmão' (Mt 18,15).

Mas hoje vemos pessoas que só tomam em consideração os preceitos rigorosos, que mandam reprimir os que causam perturbação, que ordenam que 'não se deem aos cães as coisas santas', que se 'tratem como aos publicanos' aqueles que desprezam a Igreja, que se repudiem do seu corpo os membros escandalosos (Mt 7,6; 18,17; 5,30). O seu zelo intempestivo causa muita tribulação à Igreja, porque desejariam arrancar o joio antes do tempo e a sua cegueira faz deles próprios inimigos da unidade de Jesus Cristo.

Tomemos cuidado em não deixarmos entrar no nosso coração estes pensamentos presunçosos, em não procurarmos destacar-nos dos pecadores para não nos sujarmos com o seu contato, em não tentarmos formar como que um rebanho de discípulos puros e santos. Sob o pretexto de não frequentarmos os maus, conseguiríamos apenas romper a unidade. Pelo contrário, recordemo-nos das parábolas da Escritura, dessas palavras inspiradas, desses exemplos tocantes, onde se nos demonstra que os maus estarão sempre misturados com os bons na Igreja, até ao fim do mundo e até ao dia do Juízo, sem que a sua participação nos sacramentos seja prejudicial aos bons, desde que estes não participem dos pecados daqueles.

(Excertos da obra 'A Fé e as Obras', de Santo Agostinho)