Ó Coração de Maria, o mais bondoso e compassivo dos corações depois do coração de Jesus, trono das misericórdias divinas em favor dos miseráveis pecadores: Eu, reconhecendo-me em grande necessidade, venho até Vós, a quem o Senhor depositou todo o tesouro da sua bondade, com a mais plena certeza de ser ajudado. Vós sois o meu refúgio, a minha proteção e a minha esperança. Por isso vos digo e vos direi em todas as minhas angústias e perigos: 'Ó doce Coração de Maria, sede a minha salvação!'
Quando a doença me afligir ou a tristeza me oprimir ou o espinho da tribulação atingir a minha alma, ó Coração de Maria, sede a minha salvação!
Quando o mundo, o demônio e minhas próprias paixões unidas pela minha perdição eterna me perseguirem com as suas tentações e me induzirem a perder o tesouro da graça divina, ó Coração de Maria, sede a minha salvação!
Na hora de minha morte, naquele momento tremendo de que depende a minha eternidade, quando a angústia da minha alma e os ataques dos meus inimigos aumentarem, ó doce Coração de Maria, sede a minha salvação!
E quando a minha alma pecadora estiver diante do tribunal de Jesus Cristo para prestar contas de toda a minha vida, vinde para defendê-la e protegê-la e, por isso, Vos conclamo, agora e sempre, ó doce Coração de Maria, sede a minha salvação!
Espero obter de Vós estas graças, ó Coração amantíssimo de Mãe, para que eu possa louvar e glorificar a Deus em Vossa companhia por toda a eternidade no Céu. Amém.
21/08/2022 - Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
39. ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
'O Todo-Poderoso fez grandes coisas a meu favor'
As glórias de Maria podem ser resumidas na portentosa frase enunciada pelo anjo Gabriel: 'Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus' (Lc 1, 30). Ao receber a boa-nova do anjo, Maria prostrou-se como serva e disse 'sim', e por meio desse sim, como nos ensina São Luís Grignion de Montfort, 'Deus Se fez homem, uma Virgem de tornou Mãe de Deus, as almas dos justos foram livradas do limbo, as ruínas do céu foram reparadas e os tronos vazios foram preenchidos, o pecado foi perdoado, a graça nos foi dada, os doentes foram curados, os mortos ressuscitados, os exilados chamados de volta, a Santíssima Trindade foi aplacada, e os homens obtiveram a vida eterna'.
Esta efusão de graças segue Maria na Visitação, pois ela é reflexo da presença e das graças do Espírito Santo que são levadas à sua prima Isabel e à criança em seu ventre. No instante da purificação de São João Batista, o Precursor, Santa Isabel foi arrebatada por inteira pelo Espírito Santo: 'Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo' (Lc 1,41). Por meio de uma extraordinária revelação interior, Santa Isabel confirma em Maria o repositório infinito das graças de Deus: 'Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu' (Lc 1,43).
E é ainda nesta plenitude de comunhão com o Espírito Santo, que Maria vai proclamar o seu Magnificat: 'Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre' (Lc 1, 46-55).
Mãe da humildade, mãe da obediência, mãe da fé, mãe do amor. Mãe de todas as graças e de todos os privilégios, Maria foi contemplada com o dogma de fé divina e católica da assunção assunção, em corpo e alma, à Glória Celeste. Dentre as tantas glórias e honras a Maria, a Igreja celebra jubilosa neste domingo a Serva do Senhor como Nossa Senhora da Assunção.
Per Signum Crucis de inimicis nostris, libera nos, Deus noster.
In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen.
Ad Crucem (No Crucifixo)
Credo in Deum Patrem omnipotentem, Creatorem cæli et terræ. Et in Iesum Christum, Filium eius unicum, Dominum nostrum, qui conceptus est de Spiritu Sancto, natus ex Maria Virgine, passus sub Pontio Pilato, crucifixus, mortuus, et sepultus, descendit ad inferos, tertia die resurrexit a mortuis, ascendit ad cælos, sedet ad dexteram Dei Patris omnipotentis, inde venturus est iudicare vivos et mortuos. Credo in Spiritum Sanctum, sanctam Ecclesiam catholicam, sanctorum communionem, remissionem peccatorum, carnis resurrectionem, vitam æternam. Amen.
Ad Grana Maiora (Nas Contas Maiores)
Pater Noster, qui es in cælis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum. Fiat voluntas tua, sicut in cælo et in terra. Panem nostrum quotidianum da nobis hodie, et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris. Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo. Amen.
Ad Grana Minora (Nas Contas Menores)
Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Iesus. Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostræ. Amen.
Ad Finem Decadum (Ao Final do Mistério)
Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto. Sicut erat in principio, et nunc, et semper, et in sæcula sæculorum. Amen.
O Iesu mi, ignosce nobis, libera nos ab igne inferni, ad cælum trahe omnes animas, præsertim maxime indigentes.
V. O Maria sine labe originali concepta.
R. Ora pro nobis qui confugimus ad te.
V. Iesu, mitis et humilis Corde.
R. Fac cor nostrum secundum Cor tuum.
Sancte (Sancta)..., ora pro nobis.
Meditationes Rosarii
I. Mysteria Gaudiosa (In Feria Secunda et Sabbato)
2. Quem visitando Elisabeth portasti. [Lc 1:39-45];
3. Quem, Virgo, genuisti. [Lc 2:6-12];
4. Quem in templo præsentasti. [Lc 2:25-32];
5. Quem in templo invenisti. [Lc 2:41-50].
II. Mysteria Luminosa (In Feria Quinta)
1. Qui apud Iordanem baptizatus est. [Mt 3:13, Mc 1:9, Jn 1:29];
2. Qui ipsum revelavit apud Canense matrimonium. [In 2:1-11];
3. Qui Regnum Dei annuntiavit. [Mc 1:15, Lc 10:8-11];
4. Qui transfiguratus est. [Mt 17:1-8, Mc 9:2-9];
5. Qui Eucharistiam instituit.[In 6:27-59, Mt 26:26-29, Mc 14:22-24, Lc 22:15-20].
III. Mysteria dolorosa (In Feria Tertia et Feria Sexta)
1. Qui pro nobis sanguinem sudavit. [Lc 22:39-46];
2. Qui pro nobis flagellatus est. [Mt 27:26, Mc 15:6-15, In 19:1];
3. Qui pro nobis spinis coronatus est. [In 19:1-8];
4. Qui pro nobis crucem baiulavit. [In 19:16-22];
5. Qui pro nobis crucifixus est. [In 19:25-30].
IV. Mysteria gloriosa (In Feria Quarta et Dominica)
1. Qui resurrexit a mortuis. [Mc 16:1-7];
2. Qui in cælum ascendit. [Lc 24:46-53];
3. Qui Spiritum Sanctum misit. [Acta 2:1-7];
4. Qui te assumpsit. [Ps 16:10];
5. Qui te in cælis coronavit. [Apoc 12:1].
Orationes ad Finem Rosarii Dicendæ (Orações Ditas Ao Final do Rosário)
Salve, Regina, mater misericordiæ, vita, dulcedo, et spes nostra, salve. Ad te clamamus exsules filii Hevæ. Ad te suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte. Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.
V. Ora pro nobis, Sancta Dei Genetrix.
R. Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
Oremus: Deus, cuius Unigenitus per vitam, mortem et resurrectionem suam nobis salutis æternæ præmia comparavit, concede, quæsumus: ut hæc mysteria sacratissimo beatæ Mariæ Virginis Rosario recolentes, et imitemur quod continent, et quod promittunt assequamur. Per eundem Christum Dominum nostrum. Amen.
II. A rudeza ao vestir, como Elias (São Bernardo*)
* (Obras Completas de San Bernardo, BAC Editorial, 1993)
'Era um homem coberto de pelos que trazia um cinto de couro em volta dos rins' (II Rs 1,8)
A carne de Jesus Cristo não é pura, imaculada, santa? Perfeitamente submetida ao espírito? Pois o corpo de Jesus Cristo não é perfeito instrumento da sua alma, exatamente como Deus o imaginou? Sim; mas a nossa carne é uma carne de pecado, impura, desregrada, rebelde ao espírito, corrompida e fonte de toda a corrupção. É dessa carne que derivam todas as obras que São Paulo chama – obras carnais, e pelas quais devia o nosso corpo ser castigado, afligido, flagelado.
Que fez o nosso Redentor? Colocou-se na situação em que devíamos estar; depôs em lugar da nossa a sua carne imaculada; revestiu-se de todas as nossas sensualidades, luxúrias, impurezas, imaginações torpes, complacências, impurezas, lascivas, de todos os nossos desejos impudicos. Na Agonia do Jardim o vemos revestido de todas as iniquidades de todos os povos, em todos os gêneros de pecado. Hoje, na Flagelação, o vemos como que de um modo especial revestido dos pecados da sensualidade, vingando a honra de nosso corpo, firmando a dignidade de nossa carne.
Eis a grande significação do mistério que, pois, não é senão uma substituição. É a carne inocente de Jesus Cristo pagando os pecados da nossa carne culpada. E basta que por uma sincera penitência apliquemos a nós próprios os méritos dessa expiação, para que satisfaçamos a Justiça Divina, que em Jesus Cristo viu a responsabilidade da pena, mas não a malícia da falta; pelo que os sofrimentos de Jesus Cristo não nos eximem da penitência, mas dão aos nossos atos de mortificação valor infinito.
Eis o ensino, a lição e o exemplo que convinham a todos os tempos; mas se há um século em que o mistério de Flagelação tenha alta significação, é o nosso, em que devemos estudá-lo, meditá-lo e admirá-lo, não simplesmente de um modo estético, como fonte de ternura, compaixão e lágrimas para o nosso coração; não lamentá-lo simplesmente como um atentado inaudito da justiça romana, uma prevaricação descomunal do Direito, um excesso brutal da crueldade judaica; mas adorá-lo como um mistério de salvação.
Foi porque Ele viu, em toda a série dos séculos, as misérias da nossa concupiscência, que deixou correr para nós, como uma fonte de vida, o sangue da sua flagelação; e é para que nos aproveitemos dela que o Evangelho para todo o sempre imortalizou o mistério e a Igreja perpetuamente nos tem reproduzido.
(Excertos da obra 'A Paixão', pelo Pe. Júlio Maria de Lombaerde)