sábado, 7 de julho de 2018

PRIMEIRO SÁBADO DE JULHO


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque durante a oitava da festa de Corpus Christi de 1675...

         'Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra'.


... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

    ATO DE DESAGRAVO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 
    (rezai-o sempre, particularmente nas primeiras sextas-feiras de cada mês)

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravarmos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração.

Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as nossas próprias culpas, senão também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade, não vos querendo como pastor e guia, ou, conspurcando as promessas do batismo, renegam o jugo suave da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente das licenças dos costumes e imodéstias do vestido, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniquidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e por nossos próximos, impedir, por todos os meios, novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número possível de almas.

Recebei, ó Jesus de Infinito Amor, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até a morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

SONHOS DE DOM BOSCO: DAS DUAS COLUNAS NO MAR

'Quero contar-lhes um sonho. É verdade que quem sonha não raciocina, todavia, eu, que lhes contaria até mesmo os meus pecados, se não tivesse medo de fazer que vocês todos fugissem e fazer cair a casa, lhes conto isso para utilidade espiritual de vocês. O sonho, eu o tive há alguns dias.

Imaginem vocês de estar comigo numa praia do mar, ou antes, sobre um escolho isolado, e de não ver outro espaço de terra a não ser aquele que lhes está sob os pés. Em toda aquela vasta superfície das águas se via uma multidão inumerável de navios em ordem de batalha, cujas proas eram terminadas por um agudo esporão de ferro em forma de lança, que, onde era dirigido, feria e traspassava qualquer coisa. Estes navios estavam armados com canhões, carregados com fuzis, com outras armas de todo gênero, com matérias incendiárias, e também com livros, e avançavam contra um navio muito maior e mais alto que todos eles, tentando chocar-se com ele por meio do esporão, incendiá-lo, ou então causar-lhe todo o dano possível.

Aquela nave majestosa, perfeitamente guarnecida, era escoltada por muitas navezinhas que recebiam dela os sinais de comando e executavam manobras para se defender das frotas adversárias. O vento lhes era desfavorável e o mar agitado parecia favorecer os inimigos.

No meio da imensa extensão do mar elevavam-se acima das ondas duas robustas colunas, altíssimas, pouco distantes uma da outra. Sobre uma delas havia a estátua da Virgem Imaculada, a cujos pés pendia um longo cartaz com esta inscrição: Auxilium Christianorum [Auxílio dos Cristãos]; sobre a outra, que era muito mais alta e mais grossa, havia uma Hóstia de grandeza proporcional à coluna, e sobre um outro cartaz, com as palavras: Salus Credentium [Salvação dos fieis].

O comandante supremo da grande nau, que era o Romano Pontífice, vendo o furor dos inimigos e o mau partido em que se achavam os seus fiéis, pensa convocar para junto de si os pilotos dos navios secundários, para ter um conselho e decidir o que se deveria fazer. Todos os pilotos sobem e se reúnem em torno do Papa. Mantêm uma reunião, mas, enfurecendo-se cada vez mais o vento e a tempestade, eles são mandados de volta para dirigir seus próprios navios.

Ocorrendo um pouco de calmaria, o Papa reúne os pilotos de novo, pela segunda vez em torno de si, enquanto a nau capitânia segue o seu curso. Mas a borrasca volta espantosa. O Papa permanece no timão, e todos os seus esforços são dirigidos a levar a nau para o meio daquelas duas colunas, de cujo cimo pendem, em toda a volta delas, muitas âncoras e grossos ganchos presos a correntes.

Os navios inimigos se movem todos a assaltá-la, e tentam de todo modo detê-la e fazê-la afundar. Algumas com escritos, com livros, com matérias incendiárias de que estão cheias, e que buscam lançá-las a bordo; as demais com os canhões, com os fuzis, e com os esporões; o combate se torna cada vez mais encarniçado. As proas inimigas a chocam violentamente, mas seus esforços e seu ímpeto se revelam inúteis. Em vão tentam de novo o ataque e desperdiçam toda a sua fadiga e munições: a grande nau prossegue seguramente e livre em seu caminho. Ocorre por vezes que, atingida por golpes formidáveis, apresenta em seus flancos largas e profundas brechas, mas apenas acontece o dano, sopra um vento proveniente das duas colunas e as brechas se fecham e os furos se obturam.

E explodem os canhões dos assaltantes, despedaçam-se os fuzis, e todas as outras armas e os esporões; destroem-se muitos navios e se afundam no mar. Então, os inimigos, furibundos, começam a combater com armas curtas; e com as mãos, com os punhos, com blasfêmias e com maldições. Quando eis que o Papa, ferido gravemente, cai. Imediatamente, aqueles que estão junto com ele correm a ajudá-lo e o levantam. O Papa é ferido a segunda vez, cai de novo e morre.

Um grito de vitória e de alegria ressoa entre os inimigos; sobre os seus navios se dá um indizível tripudio. Eis que apenas morto o Pontífice, um outro Papa o substitui em seu posto. Os pilotos reunidos o elegeram tão subitamente que a notícia da morte do Papa chegou com a notícia da eleição do sucessor. Os adversários começam a perder a coragem.

O novo Papa, dispersando e superando todo obstáculo, guia o navio até as duas colunas e, chegando junto a elas, o ata com uma pequena corrente que pendia da proa a uma âncora da coluna sobre a qual estava a Hóstia; e com uma outra pequena corrente que pendia da popa o prende do lado oposto a uma outra âncora, que pendia da coluna sobre a qual estava colocada a Virgem Imaculada.

Então, aconteceu uma grande reviravolta. Todos os navios que até aquele ponto tinham combatido a nau sobre a qual governava o Papa fogem, se dispersam, se chocam e se destroçam mutuamente. Uns naufragam e procuram afundar os outros. Outras navezinhas que tinham combatido valorosamente com o Papa são as primeiras a virem a atar-se àquelas colunas. Muitas outras naus que, tendo-se retirado por temor da batalha. se acham em grande distância, ficam prudentemente observando, até que, desaparecidos nos abismos do mar os restos de todos os navios destroçadas, com grande vigor vogam em direção daquelas duas colunas, onde, chegando, se prendem aos ganchos pendentes das mesmas colunas, e aí ficam tranquilas e seguras, junto com a nau principal, sobre a qual está o Papa. No mar reina uma grande calma'.

(relatado publicamente por Dom Bosco em 30/05/1862)

('Memórias Autobiográficas de Dom Bosco', Vol. VII, do Pe. João Batista Lemoyne)

quarta-feira, 4 de julho de 2018

DO DESAPEGO ÀS COISAS DO MUNDO

Desejaria exortar-vos a deixar tudo, mas não me atrevo. Se não podeis deixar as coisas do mundo, fazei uso delas de tal modo que não vos prendam a ele, possuindo os bens terrenos sem deixar que vos possuam. Tudo o que possuís esteja sob o domínio do vosso espírito, para que não fiqueis presos pelo amor das coisas terrenas, sendo por elas dominados.

Usemos as coisas temporais, mas desejemos as eternas. As coisas temporais sejam simples ajuda para a caminhada, mas as eternas, o termo do vosso peregrinar. Tudo o que se passa neste mundo seja considerado como acessório. Que o olhar do nosso espírito se volte para frente, fixando-nos firmemente nos bens futuros que esperamos alcançar. Extirpemos radicalmente os vícios, não só das nossas ações mas também dos pensamentos. Que o prazer da carne, o ardor da cobiça e o fogo da ambição não nos afastem da Ceia do Senhor! Até as coisas boas que realizamos no mundo, não nos apeguemos a elas, de modo que as coisas agradáveis sirvam ao nosso corpo sem prejudicar o nosso coração.

Por isso, irmãos, não ousamos dizer-vos que deixeis tudo. Entretanto, se o quiserdes, mesmo possuindo-as, deixareis todas as coisas se tiverdes o coração voltado para o alto. Pois quem põe a serviço da vida todas as coisas necessárias, sem ser por elas dominado, usa do mundo como se dele não usasse. Tais coisas estão ao seu serviço, mas sem perturbar o propósito de quem aspira às do alto. Os que assim procedem têm à sua disposição tudo o que é terreno, não como objeto de sua ambição, mas de sua utilidade. Por conseguinte, nada detenha o desejo do vosso espírito, nenhuma afeição vos prenda a este mundo.

Se amarmos o que é bom, deleite-se o nosso espírito com bens ainda melhores, isto é, os bens celestes. Se tememos o mal, ponhamos diante dos olhos os males eternos. Desse modo, contemplando na eternidade o que mais devemos amar e o que mais devemos temer, não nos deixaremos prender ao que existe na terra. Para assim procedermos, contamos com o auxílio do Mediador entre Deus e os homens. Por meio dele logo obteremos tudo, se amarmos realmente aquele que, sendo Deus, vive e reina com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.

('Das Homilias sobre os Evangelhos', de São Gregório Magno)

terça-feira, 3 de julho de 2018

CATECISMO MAIOR DE PIO X (VIII)

Fim do cativeiro da Babilônia e volta dos hebreus à Judeia

66. O cativeiro babilônico durou 70 anos, depois dos quais os judeus alcançaram a liberdade com Ciro. De volta à sua pátria, liderados por Zorobabel (539 a.C.), reedificaram Jerusalém e o Templo, encorajados por Neemias, ministro do rei, e pelo profeta Ageu.

67. Mas nem todos voltaram para casa. Entre aqueles que permaneceram em terra estrangeira, houve por divina disposição Ester, que, escolhida pelo rei Asuero para sua esposa, salvou depois seu povo da ruína a que fora condenado pelo rei, instigados pelo ministro Haman que abominava Mardoqueu, tio da rainha.

68. Os judeus, ao recuperarem a liberdade, eram doravante mais fiéis ao Senhor, vivendo sob os cuidados de suas próprias leis e reconhecendo por chefe de sua nação o Sumo Pontífice, com certa dependência, o rei da Pérsia, o rei da Síria ou do Egito, de acordo com o destino das armas.

69. Entre esses reis, alguns deixaram em paz os judeus e outros os perseguiram para reduzi-los à idolatria. O tirano mais cruel foi Antíoco Epifânio, rei da Síria, que publicou uma lei a que todos os seus súditos estavam obrigados, sob pena de morte, a abraçar a religião dos gentios. Muitos judeus então consentiram naquela impiedade, mas, muitos mais se mantiveram firmes e se conservaram fiéis a Deus, e muitos outros morreram com glorioso martírio. Assim sucedeu a um santo ancião que se chamava Eleazar e sete irmãos, que se diziam Macabeus, com a sua mãe.

Os Macabeus

70. Surgiram depois contra o ímpio e cruel Antíoco alguns intrépidos defensores da religião e da independência da pátria, à frente dos quais se pôs um sacerdote de nome Matatias, com seus cinco filhos, virtuosos e esforçados como ele. Primeiro retirou-se para os montes, e reunindo ali outros valentes, desceu e feriu seus opressores.

71. Judas, apelidado Macabeu, filho de Matatias, continuou a guerra iniciada por seu pai, e com o favor de Deus e com a ajuda de seus irmãos fundou o pequeno reino chamado dos Macabeus que, por um período de cento e vinte e cinco anos, governaram a Judeia como pontífices e capitães, e depois também como reis. Este grande capitão, chamado na Sagrada Escritura como varão fortíssimo, deu ilustre exemplo de piedade para com os defuntos e confirmou solenemente a fé no purgatório, ordenando uma grande coleta de dinheiro com destino a Jerusalém, para que ali se oferecessem dons e sacrifícios em sufrágio dos que haviam caído mortos na guerra santa. Foi abençoado do povo por suas muitas vitórias e tornou-se o terror de seus inimigos. Mas finalmente dominado por estes, e não apoiado pelos seus, morreu como herói com as armas em punho no ano de 161, antes da era cristã. A Judas Macabeu sucederam um após outro seus irmãos Jonathan e Simão, e depois o filho deste, João Hircano, que realizou um governo sábio, glorioso e feliz.

72. Mas os filhos e descendentes degenerados da virtude de seus mais velhos e outros dissidentes entre si entraram em desastrosos conflitos com seus poderosos vizinhos, e em breve a Judeia perdeu força e autoridade, vindo gradualmente a cair em mãos dos romanos.

Os romanos e o fim do reino de Judá

73. Os romanos primeiro a tornaram tributária, e logo depois lhe impuseram um rei de nação estrangeira, Herodes, o Grande, assim chamado por algumas empresas felizes, mas certamente não grande a juízo da história, que não calou as trapaças e vilezas que empregou para subir ao cobiçado poder, do qual se valeu mais tarde para perseguir a pessoa adorável de Jesus Cristo em sua infância. Afortunado no exterior, viveu e morreu desgraçadíssimo: fim comum dos perseguidores. Depois dele reinou, com mais ou menos extensão de poder, três filhos seus e dois netos, mas pouco durou sua glória, pois o reino foi rapidamente reduzido a província do Império Romano, que enviou um governador para governar em seu nome.

Os Profetas

74. Para conservar seu povo sob a custódia da lei, ou para fazê-lo voltar a ela de novo, quando prevaricava, e em especial para preservá-lo da idolatria, a que poderosamente pendiam, Deus suscitou em todos os momentos homens extraordinários chamados Profetas, que inspirados por Ele previam os eventos que estavam por vir.

75. Alguns desses Profetas, como Elias e Eliseu, não deixaram nada escrito, mas deles e de suas façanhas se faz menção na História Sagrada. Outros dezesseis deixaram escritas suas profecias, que foram conservadas entre os Livros Sagrados.

76. Quatro destes, Jeremias, Daniel, Ezequiel e Isaías, são chamados maiores, porque suas profecias são mais extensas; os outros doze se chamam menores, pela razão oposta.

77. A principal atribuição dos Profetas era manter viva a memória da promessa do Messias e preparar o povo para que o reconhecessem. Muitos séculos antes anunciaram o tempo preciso de sua vinda, e descreveram, com detalhes minuciosos seu nascimento, vida, paixão e morte que, lendo o conjunto de suas profecias, mais parecem historiadores do que profetas.

Algumas profecias relativas ao Messias

78. Eis aqui algumas profecias que se referem ao tempo da vinda do Messias. O profeta Daniel, para o fim do cativeiro babilônico, anunciou claramente que o Messias apareceria, viveria, seria negado e morto pelos judeus dali a setenta semanas de anos, e que, logo após, Jerusalém seria destruída e os judeus dispersos, já incapacitados de constituir uma nação.

79. Os profetas Ageu e Malaquias anunciaram aos judeus que o Messias viria no segundo templo, e, portanto, antes de sua destruição. O profeta Isaías, além de descrever muitas circunstâncias do nascimento e da vida do Messias, anunciou que, depois de sua vinda, os gentios seriam convertidos.

80. O que este e os outros Profetas anunciaram teve seu cumprimento. A saber: as setenta semanas foram cumpridas, Jerusalém foi destruída, destruído o segundo Templo, os judeus foram e permaneceram espalhados por toda a terra, e os gentios se converteram: então, o Messias veio. Acima de tudo essas profecias tiveram seu cumprimento na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, e somente nEle; portanto, Ele é o verdadeiro Messias prometido.

[Fim da primeira Parte - Resumo da História do Antigo Testamento]

(Do Catecismo Maior de Pio X)

domingo, 1 de julho de 2018

AS COLUNAS DA IGREJA

Páginas do Evangelho - Solenidade de São Pedro e São Paulo


Neste domingo, a liturgia católica celebra a Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, primícias da fé, fundamentos da Igreja. 'Naquele tempo', as mensagens e as pregações públicas de Jesus estavam consolidadas; os milagres e os poderes sobrenaturais do Senhor eram de conhecimento generalizado; multidões acorriam para ver e ouvir o Mestre, dominados pela falsa expectativa de encontrar um personagem mítico e um Messias dominador do mundo. Na oração profunda, Jesus afasta-se do júbilo fácil do mundo e das multidões errantes, que O tomam por João Batista, por Elias, por um dos antigos profetas. Jesus, então, reúne os seus discípulos e lhes pede o testemunho próprio:  'E vós, quem dizeis que eu sou?' (Mt 16, 15). Por inspiração divina, a resposta de Pedro é uma confissão extremada da fé humana: 'Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo' (Mt 16, 16).

E, diante tal testemunho do Apóstolo, Jesus impõe a ele as primícias do papado e da Igreja: 'Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la' (Mt 16, 18). Esta será a Igreja Militante, a Igreja Temporal, A Igreja da terra, obra temporária a caminho da Igreja Eterna do Céu. Mas ligada a Pedro e aos sucessores de Pedro, sumos pontífices herdeiros da glória, poder e realeza de Cristo.

(Cristo entrega as chaves a São Pedro - Basílica de Paray-le-Monial, França)

E Jesus vai declarar, em seguida e sem condicionantes, o poder universal e sobrenatural da Santa Igreja Católica Apostólica e Romana: 'Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra será desligado nos céus' (Mt 16, 19). Ligado ou desligado. Poder absoluto, domínio universal, primado da verdade, Cátedra de Pedro. Na terra árida de algum ermo qualquer da 'Cesareia de Felipe', erigiu-se naquele dia, pela Vontade Divina, nas sementeiras da humanidade pecadora, a Santa Igreja, a Videira Eterna.

Com São Paulo, a Igreja que nasce, nasce com um gigante do apostolado e se afirma como escola de salvação universal. Eis aí a síntese do espírito cristão levado à plenitude da graça: Paulo se fez 'outro Cristo' em Roma, na Grécia, entre os gentios do mundo. No apostolado cristão de São Paulo, está o apostolado cristão de todos os tempos; a síntese da cristandade nasceu, cresceu e se moldou nos acordes pautados em suas epístolas singulares proferidas aos Tessalonicenses, em Éfeso ou em Corinto. Síntese de fé, que será expressa pelas próprias palavras de São Paulo: 'Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé' (2Tm 4,7).

(São Paulo Apóstolo - Basílica de Alba, Itália)

São Pedro foi o patriarca dos bispos de Roma, São Paulo foi o patriarca do apostolado cristão. Homens de fé e coragem extremadas, foram as colunas da Igreja. São Pedro morreu na cruz, São Paulo morreu por decapitação pela espada. Mártires, percorreram ambos os mesmos passos da Paixão do Senhor. E se ergueram juntos na Glória de Deus pela Ressurreição de Cristo.