Eis aí a banalização do sagrado. A missa transformada em um festim profano e diabólico. Quem dentre estes conhece a sacralidade da liturgia, os mistérios insondáveis de uma única missa? Que desgraçados são estes que se prostram diante de Baal em nome de uma tal diabólica 'alegria cristã'? Ai do homem do pecado e da blasfêmia exposta aos pés dos altares. A conduta deles clama por justiça diante de Deus, 'de tal modo que serão abatidos por causa de suas iniquidades' (Sl 105, 43).
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
O INFERNO E AS PORTAS DO INFERNO (I)
I - O Inferno
Há um inferno.
1º A Sagrada Escritura nos diz que há um inferno. Jesus Cristo disse: 'Não temais os que podem matar o corpo, temei os que matam o corpo e a alma e os precipitam no inferno'. 'Se vosso olho, vossa mão, vosso pé vos escandalizam, isto é, são para vós ocasião de cometerdes o pecado, arrancai-os e lançai-os longe de vós, para não cairdes no inferno'. O rico avarento foi sepultado no inferno e, no meio de seus suplícios, bradava: 'Estou atormentado horrorosamente nas chamas devoradoras, dai-me uma gota de água para refrescar a língua'. No dia do juízo Jesus dirá aos condenados: 'Ide, malditos, para o fogo eterno. São claras estas palavras. Ou há um inferno ou o Evangelho é mentira. Há um inferno ou Jesus nos engana.
2º A razão nos diz que há um inferno. Dois homens que seguem dois caminhos opostos não podem se encontrar no mesmo ponto. Podem encontrar-se e ter a mesma sorte os homens que seguem, uns o caminho do bem, outros o caminho do mal? O justo e o pecador, a vítima e o assassino, a virgem e o sedutor, o mártir e o algoz, a mãe de família honesta e a mulher perdida, podem ir para o mesmo lugar? Suponhamos que São Pedro e Nero tivessem morrido no mesmo dia e que juntos comparecessem perante o tribunal de Deus. Jesus Cristo pergunta a São Pedro: 'Que fizeste durante a vida?' – 'Senhor, era um pobre pescador. Vós me chamastes para ser pescador de almas. Deixei tudo e vos segui. Desde então sabeis qual foi minha vida: rezar, jejuar, pregar, batizar, converter os pecadores, salvar as almas, até que fui preso, lançado na cadeia e crucificado por amor de vós. Eis minha vida e minhas obras'. 'E tu, Nero, que fizeste?' – 'Eu era imperador de Roma, gozei, e para gozar não recuei diante de nenhum crime. Zombei de Deus e da virtude, mandei assassinar minha mãe e meu irmão, queimar vivos milhares de cristãos, queimei a cidade de Roma. Afinal, perseguido pelo povo revoltado por meus crimes, suicidei-me. Eis minha vida e minhas obras'. Notai que são fatos históricos, coisas que realmente se passaram. E agora, quereis que Deus diga: muito bem, Pedro; muito bem, Nero; 'vão para o céu'? Ou então que diga: 'vão para o inferno'? Nossa razão protesta e nos diz que deve haver uma recompensa para São Pedro e um castigo para o monstro que se chamou Nero. Este castigo é o inferno. Há um inferno.
3º A experiência nos diz que há um inferno. Dizem os libertinos: nunca ninguém voltou do inferno para nos dizer que há um inferno. É precisamente o que o inferno tem de horrível. Dali ninguém volta. Ninguém saí do inferno, diz a Escritura. No entanto, por uma disposição especial da Providência Divina, por exemplo, para nos instruir, isto pode acontecer e de fato tem acontecido. São Francisco de Girolamo pregava em Nápoles, em frente de uma casa em que morava uma mulher de má vida que perturbava a missão com seus gritos e suas gargalhadas. De repente, esta cai morta. O Santo, logo que soube o que tinha acontecido, foi à casa dela. 'Catarina, disse ele, onde estás?' E duas vezes repetiu as mesmas palavras. Repetiu-as uma terceira vez com mais autoridade; e os olhos do cadáver se abrem, seus lábios se movem e na presença de toda a multidão, uma voz, que parecia sair do abismo, respondeu: 'no inferno, no inferno!' Todos fogem, tomados de assombro, e o próprio Santo, impressionado, repetia: 'No inferno! Deus terrível, no inferno!' É um fato absolutamente certo, a tal ponto que serviu de milagre para a canonização do Santo. Há um inferno.
II - Que é o Inferno
Todo o inferno está nesta palavra de Jesus Cristo: 'Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno'.
1º O inferno é a separação, a perda de Deus. 'Afasta-te de mim, pecador'. É assim que Deus repele para longe de si a alma pecadora. É a perda de Deus, a perda da suma beleza, da suma bondade, do sumo bem. Enquanto nossa alma estiver presa no cárcere da carne, não poderá nunca compreender a imensidade desta desgraça que, na frase dos santos, constitui o inferno dos infernos.
2º O inferno é a maldição de Deus. 'Afasta-te, pecador maldito!'. A maldição eficaz de um Deus todo-poderoso. Se é terrível a maldição de um pai, de uma mãe, que será a maldição de Deus? Pecador maldito, maldito no corpo, maldito na alma. Olhos, língua, mãos, pés, inteligência, coração, vontade, tudo é maldito, porque tudo serviu de instrumento ao pecado.
3º O inferno é o fogo. 'Afasta-te de mim, pecador maldito, para o fogo!' Quando os profetas falam do inferno, logo se lhes apresenta à imaginação o mar, o mar sem limites e sem fundo, e os condenados nadando e mergulhando neste abismo de fogo. O fogo os envolve, penetra-os, circula em suas veias, insinua-se até à medula dos ossos.
4º O inferno é a eternidade. 'Afasta-te, pecador maldito, para o fogo eterno!' A eternidade… quem pode compreendê-la! É um tempo que não acaba. Mil anos, milhões de anos, mil milhões de anos. Contai as gotas de água do oceano, os grãos de areia das praias, as folhas das árvores… a eternidade tem mais anos, mais séculos. Sempre! Nunca! Sempre queimar, sempre sofrer! Nunca o menor alívio, a menor esperança.
Se os condenados que estão no inferno pudessem voltar à terra, que fariam? Procurariam outra vez a ocasião do pecado, as danças, os espetáculos, as tavernas, as casas de perdição? Não! Correriam para a igreja, ao pé do altar do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora, ao pé do confessor principalmente, para alcançar o perdão de seus pecados. O que os condenados não podem mais, vós o podeis. Não estais no inferno, mas talvez estejais no caminho do inferno. Quanto antes, voltai para trás; talvez amanhã seja tarde.
III - As Portas do Inferno
'É larga, disse Jesus Cristo, a porta do inferno'. Pode-se acrescentar, são muitas as portas do inferno. Com efeito, há tantas portas do inferno quantas espécies de pecados mortais; mas há entre elas algumas mais largas e mais perigosas: são as da impureza, da injustiça, da profanação do domingo, da embriaguez, da má educação dos filhos, do protestantismo, do espiritismo, da demora da conversão.
IV - Primeira Porta do Inferno - A Impureza
Não erreis, disse São Paulo, os impuros não herdarão o céu. A impureza é o amor desregrado dos prazeres da carne. Pensar voluntariamente em coisas desonestas; desejar praticar, ver, ouvir coisas escandalosas; dizer palavras, ter conversas imorais, ler livros obscenos, olhar gravuras, espetáculos, pessoas indecentes; permitir-se consigo ou com outras pessoas liberdades criminosas; praticar no sacramento do matrimônio o que a moral cristã proíbe... são pecados contra a pureza.
Dirão alguns: isso é pecado pequenino. Pequenino? Mas é pecado mortal. Diz Santo Antonino que é tal a corrupção que faz lavrar este pecado, que nem os próprios demônios podem sofrê-lo, e acrescenta o mesmo santo que, quando se cometem semelhantes torpezas, até o demônio foge de vê-las. Considerai agora o horror que causará a Deus aquela pessoa que, como diz São Pedro, semelhante ao suíno, se revolve no lodaçal deste pecado. Dirão ainda os escravos da impureza: 'Deus é misericordioso, conhece a fraqueza da carne'. Pois ficai sabendo que, conforme o relata a Escritura, os mais terríveis castigos que Deus descarregou sobre o mundo foram a punição deste pecado.
Abramos, com efeito, a Escritura. O mundo está ainda no começo e já os homens estão corrompidos, carnais impudicos. Deus se arrepende de ter criado o homem e por isso toma a resolução de o exterminar. Abre as cataratas do céu, a chuva cai durante quarenta dias e quarenta noites, as águas sobem até cobrirem as montanhas mais altas, e a humanidade morre afogada, abismada nas águas do dilúvio. Só escapam oito pessoas, a família de Noé que, sozinho, guardara a castidade.
Será pecado leve? Que lemos ainda na Bíblia? Havia na Palestina cinco cidades célebres pelo seu comércio, suas riquezas; mais célebres ainda pela sua corrupção espantosa. Naquelas cidades cometiam-se pecados de que nem se pode dizer o nome, pecados sensuais contra a natureza, pecados horrorosos que infelizmente se cometem hoje, depois de dois mil anos de cristianismo. Que fez Deus? Mandou chover sobre aquelas cidades uma chuva, não mais de água, mas de fogo e de enxofre, que reduziu a cinzas as cidades e os habitantes. Não satisfeito, Deus mandou à terra que se abrisse e ao inferno que engolisse os restos infames de Sodoma e Gomorra.
Que nos diz ainda a Sagrada Escritura? Que outrora Deus mandava queimar vivo a quem cometia semelhantes pecados e até aos casados que profanavam o matrimônio pelo crime horrendo do adultério. Este pecado de adultério, depois do assassínio, o mais grave de todos os pecados contra o próximo, foi sempre considerado até pelos pagãos como um crime digno de todos os castigos. Os antigos egípcios condenavam a ser queimada viva a mulher casada que tinha cometido este pecado; os saxões igualmente condenavam à fogueira a mulher casada infiel, e à forca o cúmplice de seus crimes. E há cristãos que trazem na lama do pecado o sacramento que São Paulo chama grande.
Estes são apenas os castigos para este mundo. Que será no outro mundo! Está escrito, e a palavra de Deus não volta atrás, que os desonestos não entrarão no reino do céu. E este o pecado que arrasta para o inferno o maior número das almas. Diz São Remígio que a maior parte dos condenados estão no inferno por causa deste pecado. O mesmo diz São Bernardo: este pecado precipita no inferno quase todo o mundo. Do mesmo modo fala Santo Isidoro: é a luxúria muito mais que qualquer outro vício que sujeita o gênero humano ao demônio. Em uma palavra, e é a doutrina de todos os santos; de cem condenados no inferno, haverá um ladrão, um assassino, um ímpio, mas noventa e nove desonestos. Pobres pecadores. Longe de mim o infundir-vos o desespero; o que quero dizer é que, se vos achais atolados neste vicio, procurai sair quanto antes deste lodaçal imundo, senão o inferno será vossa sorte eterna. O que deveis fazer é o seguinte:
1º. Rezar. A oração é uma chuva celestial que apaga o pecado da concupiscência. Rezai antes de dormir, de joelhos, ao pé do leito, três Ave-Marias à pureza de Nossa Senhora;
2º. Repelir sem demora todo mau pensamento e desejo, chamando pelos nomes de Jesus e Maria;
3º. Fugir, mas fugir absolutamente, custe o que custar, da ocasião do pecado, da frequentação de tal pessoa, de tal casa, de tal divertimento, de um modo especial destas danças modernas tão imorais e escandalosas;
4º. Enfim o meio mais eficaz é a recepção frequente e piedosa dos sacramentos da confissão e comunhão. Desenganai-vos, se agora não vos emendardes, mais tarde será tarde demais.
Excertos da obra 'O Pequeno Missionário - Manual de Instruções, Orações e Cânticos' do Pe. Guilherme Vaessen, 6ª edição, Editora Vozes, 1953.
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
08 DE AGOSTO - SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO
São Domingos de Gusmão nasceu em 24 de junho de 1170, na pequena vila de Caleruega, então Reino de Castela, na Espanha, de família nobre e muito religiosa. Recebeu a ordem sacerdotal com cerca de 24/25 anos, sendo enviado para a diocese de Osma, também na Espanha. Devido a sua vasta cultura e erudição, foi indicado como representante da Santa Sé e do rei de Castela Afonso VII em diversas missões diplomáticas. Combateu duramente a heresia dos albigenses, surgida no sul da França, como enviado do então papa Inocêncio III.
O seu apostolado fez surgir um pequeno grupo chamado de 'Irmãos Pregadores' (que incluía o próprio irmão chamado Manes, beatificado mais tarde). No esforço de se colocar sempre a serviço de Deus, foi pregador incansável em meio a peregrinações sem fim. Dessas experiências, em 1215, decidiu fundar uma nova Ordem de vida apostólica e para a evangelização cristã. Durante o IV Concílio de Latrão, o papa Inocêncio III concedeu a primeira aprovação, ratificada, no ano seguinte, pelo seu sucessor, o papa Honório III, com o nome de Ordem dos Frades Predicadores ou Dominicanos. O primeiro convento da Ordem Dominicana foi fundado em 25 de abril de 1215 em Toulouse, na França.
Em 1217, para atrair a juventude acadêmica, Casas da Ordem foram implantadas em Bolonha, Paris e outras cidades universitárias da Europa. Em Bolonha, escreveu, entre 1220 e 1221, os dois primeiros capítulos gerais da carta magna da nova Ordem, trabalho interrompido pela sua morte precoce em 6 de agosto de 1221, com apenas cinquenta e um anos de idade. São Domingos foi sepultado na catedral de Bolonha e canonizado pelo papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. Sua festa litúrgica é celebrada em 08 de agosto.
Em 1217, para atrair a juventude acadêmica, Casas da Ordem foram implantadas em Bolonha, Paris e outras cidades universitárias da Europa. Em Bolonha, escreveu, entre 1220 e 1221, os dois primeiros capítulos gerais da carta magna da nova Ordem, trabalho interrompido pela sua morte precoce em 6 de agosto de 1221, com apenas cinquenta e um anos de idade. São Domingos foi sepultado na catedral de Bolonha e canonizado pelo papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. Sua festa litúrgica é celebrada em 08 de agosto.
No seu ferrenho combate e conversão dos seguidores da seita herética dos albigenses, São Domingos defrontou-se com terríveis dificuldades e perseguições, devido à dureza espiritual daquelas almas. Retirou-se, então, em oração, para um lugar ermo situado nos arredores de Toulouse e suplicou a intercessão da Virgem Maria para os bons propósitos de tão dura missão. As suas preces extremadas foram atendidas e o santo recebeu uma aparição de Nossa Senhora que lhe entregou o Rosário (também chamado Saltério de Maria, em referência aos 150 salmos de Davi), ensinando-o como rezá-lo e assegurando ser esta a arma mais poderosa para se ganhar as almas para o Céu. Este evento, respaldado por numerosos documentos pontifícios, é narrado na obra 'Da Dignidade do Saltério', do Bem-Aventurado Alain de la Roche (1428 – 1475), célebre pregador da Ordem Dominicana. Com o Rosário em punho, São Domingos pregou incansavelmente na França, Itália e Espanha a devoção que a própria Senhora do Rosário lhe havia ensinado, convertendo os hereges e os tíbios, e erradicando por completo naqueles países a heresia albigense.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
terça-feira, 6 de agosto de 2013
ORAÇÃO DA BOA MORTE
Meu Senhor Jesus Cristo, Deus de bondade e Pai de misericórdia, eu me apresento a vós com o coração contrito e humilhado, para recomendar-vos o meu último suspiro e o que depois dele me espera.
Quando a imobilidade de meus pés me advertirem que a minha carreira neste mundo está prestes a terminar:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando as minhas mãos trêmulas e entorpecidas já não puderem sustentar o crucifixo e, a meu pesar, o deixarem cair sobre o meu leito de dor:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando os meus olhos, ofuscados pelo horror da morte iminente, fixarem em Vós as vistas lânguidas e desfalecidas:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando os meus lábios, frios e trêmulos, pronunciarem pela última vez o vosso nome adorável:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando a minha face, pálida e lívida, inspirar aos circunstantes compaixão e terror, e os meus cabelos, banhados de suor da morte, anunciarem o meu fim próximo:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando os meus ouvidos, prestes a cerrarem-se para sempre aos discursos dos homens, se abrirem para escutar a vossa voz, que pronunciará a irrevogável e decisiva sentença de minha sorte para toda a eternidade:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando a minha imaginação e o meu espírito perturbados pelo aspecto das minhas iniquidades e pelo temor da vossa justiça, lutarem contra o anjo das trevas, que procurará afastar-me da vista consoladora das vossas misericórdias e precipitar-me no abismo da desesperação:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando o meu débil coração, oprimido pelas dores da enfermidade e tomado dos horrores da morte, se achar extenuado pelos esforços que tiver feito contra os inimigos de minha salvação:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando correrem dos meus olhos as últimas gotas de lágrimas, sintomas da minha destruição; recebei-as, ó meu Jesus, em sacrifício expiatório, para que eu expire como vítima de penitência, e nesse terrível momento:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando meus parentes e amigos, ao redor do meu leito, se enternecerem à vista do meu doloroso estado e vos invocarem por mim:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando eu tiver perdido o uso de todos os meus sentidos, e o mundo inteiro tiver desaparecido diante de mim, deixando-me só, inteiramente só, a gemer nas angústias da extrema agonia e nas aflições da morte:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando as ânsias extremas do coração forçarem a minha alma a desprender-se do corpo, arrancando os últimos suspiros, aceitai-os como sinal de uma santa impaciência de unir-se a vós:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Quando a minha alma sair para sempre deste mundo e deixar meu corpo pálido, frio, inanimado e cadáver, aceitai essa destruição do meu ser em sacrifício de homenagem por mim prestada à vossa divina majestade, e então:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
Finalmente, quando minha alma comparecer na vossa presença, e ver pela primeira vez o esplendor de vossa infinita majestade, não a expulseis da vossa vista, antes recebei-a no amoroso seio da vossa misericórdia, para que cante eternamente os vossos louvores:
– Misericordioso Jesus, tende piedade de mim.
ORAÇÃO
Meu Deus que, condenando-nos à morte, nos ocultastes a hora dela, fazei que, vivendo em justiça e santidade todos os dias da nossa vida, mereçamos sair deste mundo em vosso santo amor, pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que convosco vive e reina, na unidade com o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.
('O Pequeno Missionário - Manual de Instruções, Orações e Cânticos'; Pe. Guilherme Vaessen, 6a. Edição, Editora Vozes, 1953)
domingo, 4 de agosto de 2013
A VERDADEIRA RIQUEZA ESTÁ EM DEUS
Páginas do Evangelho - Décimo Oitavo Domingo do Tempo Comum
É preciso primeiro buscar as coisas do Alto. Os legítimos interesses humanos devem ser pautados pelo equilíbrio e pela moderação, para não ser instrumentos de afeições desmedidas e descontroladas, sementes de ganância. Jesus é enfático neste conselho: 'Tomai cuidado contra todo tipo de ganância' (Lc 12, 15). A abundância de bens é uma fonte de preocupações contínuas e a soberba do possuir é mera vaidade: 'Tudo é vaidade' como diz o Livro do Eclesiastes (Ecl 1,2).
Para ilustrar a insensatez do homem que busca acumular tesouros na terra, Jesus apresenta, então, a parábola do homem rico. Entusiasmado por uma farta colheita, planeja em detalhes multiplicar sua riqueza com a construção de celeiros muito maiores, armazenar grandes quantidades de trigo, viver uma vida de gozo e tranquilidade. Mas, tolo entre tolos, não cuida que seus dias estão contados e não terá usufruto algum de tanta riqueza acumulada: 'Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo' (Lc 12, 21). A ganância de querer sempre mais e a ânsia de ser ainda mais rico aviltam a legitimidade do bem possuído aos domínios da cobiça mórbida.
Deus não tem lugar no coração abrasado de poder de tal homem porque o nosso coração permanecerá inquieto enquanto não repousar em Deus. A paz interior nasce da partilha, no ato de compartilhar os bens e os dons disponíveis com todos. Dispor o que se recebe, repartir o que se tem: eis a regra de ouro para se almejar as heranças eternas e acumular tesouros nos Céus. A verdadeira riqueza é aquela que se guarda no Coração de Deus.
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