domingo, 5 de agosto de 2012

EUCARISTIA - I


1. A EUCARISTIA É O CENTRO DA NOSSA VIDA CRISTÃ

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “A Eucaristia é a fonte e o centro de toda a vida cristã ... na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, nossa Páscoa”.  São palavras definitivas e cristalinas ao afirmar que a Eucaristia é o maior dos sacramentos, ao qual todos os demais estão essencialmente subordinados. Assim, embora o Batismo seja o sacramento mais necessário no plano salvífico, ele e todos os demais sacramentos constituem instrumentos da graça divina dada aos homens; na Eucaristia, temos bem mais que apenas um instrumento da graça: é o próprio Senhor e Doador da Graça, Jesus Cristo, que está por inteiro, real e verdadeiramente presente no sacramento, como mistério permanente e júbilo da fé cristã.

O Catecismo nos ensina também que a Eucaristia é sacrifício e sacramento. Como sacrifício, a Eucaristia á a Missa, o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e o oferecimento único do sacrifício de Jesus para a redenção de todos os homens. O sacramento da Eucaristia é manifestado durante a Consagração na Missa: por meio de um sacerdote, Jesus torna-se presente sob as aparências do pão e do vinho, no mistério da transubstanciação. O sacramento se mantém, porque Jesus continua presente, enquanto permanecerem estas aparências. Ao recebê-las, portanto, recebemos o próprio Cristo e este ato, pelo qual se recebe a  Sagrada Eucaristia, é chamado de Sagrada Comunhão.

A transubstanciação significa uma mudança de substância; com efeito, quando Jesus proferiu estas palavras na Última Ceia: “Isto é o meu Corpo” e “Este é o Cálice do Meu Sangue”, pão e vinho deixaram de ser as substâncias pão e vinho e passaram a ter meramente as aparências de pão e de vinho. Pela percepção dos sentidos humanos, esta “ação de graças” (eucharistia em grego) resultou aparentemente ainda em pão e vinho. Entretanto, neste momento, a substância do pão foi aniquilada por completo, deixando de existir completa e totalmente como pão para se tornar o próprio Corpo de Cristo. Da mesma forma, o vinho deixou de ser vinho e se transformou no próprio Sangue de Cristo. Evidentemente, ocorreu neste fato um milagre extraordinário, aliás, um duplo milagre: o da transformação do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo e o milagre desta transformação manter integralmente as aparências do pão e do vinho, embora não sejam mais pão e vinho.

Este duplo e extraordinário milagre acontece todos os dias, centenas de milhares de vezes todos os dias, no ofício cotidiano dos sacerdotes da Igreja de Cristo. Como representantes visíveis de Jesus e cumprindo o encargo solene prescrito pelo próprio Cristo:  “Fazei isto em memória de mim”, os sacerdotes realizam continuamente o milagre da transubstanciação a cada missa, no momento em que repetem, com intenção expressa da consagração do pão e do vinho, as palavras do Senhor: ‘Isto é o meu Corpo” e “Isto é o Cálice do meu Sangue”.

Jesus Cristo, por inteiro, corpo, sangue, alma e divindade, está presente na Sagrada Eucaristia, sob as aparências do pão e do vinho. Até o século XVI, na Igreja Católica de rito latino, distribuía-se a Comunhão aos fiéis sob as duas espécies de pão e de vinho, passando então à prática atual da comunhão apenas do pão. Isto se deve pelo fato de que  Jesus está presente nas espécies com o seu corpo glorificado, tal como está no céu. Assim, não pode estar dividido: onde está o corpo de Jesus, está Jesus inteiro; onde está o sangue de Jesus, está Jesus inteiro. Por esta razão, não precisamos receber Jesus sob as duas espécies de pão e vinho; por qualquer uma delas, recebemos Jesus por inteiro: corpo, sangue, alma e divindade. Mais ainda: Jesus está presente por inteiro em cada hóstia, em cada fração de hóstia, em cada partícula de hóstia consagrada*; Jesus está por inteiro em cada cálice, em cada gota de vinho consagrado. Há um só Jesus, que não se divide e nem se multiplica em seres distintos: Jesus está completo e indiviso simultaneamente em todas as espécies de todos os altares, sob a forma de seu corpo glorificado ainda que em uma partícula de ínfimas dimensões e permanece nas sagradas espécies enquanto estas permanecerem como espécies.

Sendo assim, Jesus está presente na Eucaristia não somente durante a missa, mas enquanto as hóstias consagradas durante a missa permanecerem com a aparência do pão. Devemos, portanto, à Eucaristia a adoração que se deve a Deus, uma vez que a Sagrada Eucaristia contém o próprio Filho de Deus. Este é o culto da latria, reservado unicamente a Deus, com que adoramos a Sagrada Eucaristia. A partir do século XII, desenvolveu-se a adoração à Sagrada Eucaristia fora da missa e, neste sentido, três devoções tornaram-se rapidamente de cunho universal: a festa de Corpus Christi, a adoração do Santíssimo Sacramento e a devoção das Quarenta Horas.

* ver o vídeo 'Jesus está no Chão', disponível no blog

Eucaristia: Primeira Parte (Primeiro Domingo de Agosto)

sábado, 4 de agosto de 2012

04 DE AGOSTO - DIA DO PADRE

No caminho para Ars, São João Batista Vianney perguntou a um menino a direção a seguir para se chegar ao povoado. Diante da orientação recebida, o santo respondeu a ele: "já que você me ensinou o caminho para Ars, eu lhe ensinarei o caminho para o céu". Que, no dia de hoje, os sacerdotes de Cristo reflitam sobre esta mensagem do Cura D'Ars e assumam incondicionalmente esse caminho de vida religiosa para a salvação de muitos homens.

Excerto da Carta aos Sacerdotes de Cristo

Sede radicais, sacerdotes de Cristo! Não esperais nem consolação e nem refrigério: escolhestes a cruz e somente nela deveis pregar os cravos de vossas dores, todas as vossas dores, junto às dores de Cristo. Que estes cravos e que estas chagas possam ser muitos, para glória da Santa Igreja e salvação de uma infinidade de homens comuns.

04 DE AGOSTO - SÃO JOÃO BATISTA MARIA VIANNEY

 
São João Batista Maria Vianney (Cura D' Ars)

A mais difícil, extraordinária e espantosa obra feita pelo Cura d’Ars foi a sua própria vida

Existem vidas extraordinárias entre os santos da Igreja. Mas poucas delas foram tão cingidas pela pequenez, pela humildade e pelo aniquilamento interior como a do pobre cura de Ars, São João Batista Maria Vianney (nascido em 08 de maio de 1786, em Dardilly, na França). Ordenado sacerdote em 1815, aquele que teria o dom extraordinário de ler consciências foi proibido inicialmente de atender confissões, 'porque não teria capacidade para guiar consciências'. Três anos depois, aceitou ser o vigário do minúsculo povoado de Ars, situado ao norte de Lyon, na época com pouco mais de 200 habitantes e nenhuma prática religiosa. Ali chegou em fevereiro de 1818, ali construiu uma santidade ímpar entre os padres da Igreja, ali se tornou um santuário de peregrinação de toda a Europa. Ali viveu incansavelmente a fadiga das confissões intermináveis (geralmente 17 horas diárias), da oração constante, da devoção incondicional à pequenez e à pobreza, até a sua morte, em 04 de agosto de 1859, aos 73 anos de idade. São João Batista Vianney foi canonizado em 1925 pelo Papa Pio XI e seu corpo incorrupto encontra-se depositado na igreja da paróquia de Ars. Foi proclamado Padroeiro dos Sacerdotes e no dia de sua morte, 4 de agosto, celebra-se o Dia do Padre

“Nós devemos nutrir um grande amor por todos os homens, pelos bons e pelos maus. Quem tem o amor não pode querer que alguém faça o mal, porque o amor perdoa tudo”.

Corpo Incorrupto do Santo em Ars

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

...E PORQUE AMANHÃ É O PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS


Mensagem de Nossa Senhora à Irmã Lúcia, vidente de Fátima: 
                                                                                                                           (Pontevedra / Espanha)

Em 10 de dezembro de 1925, logo depois do jantar, a jovem postulante Lúcia, então com 18 anos, voltou à sua cela e aí recebeu a visita de Nossa Senhora e do Menino Jesus. A Santíssima Virgem pousou a mão no ombro de Lúcia e mostrou-lhe um Coração cercado de espinhos que tinha na outra mão. Neste momento, assim falou o Menino Jesus:
‘Tem pena do Coração de tua Mãe Santíssima, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar’.
Em seguida, a Santíssima Virgem revelou a Lúcia a grande promessa da Devoção dos Cinco Primeiros Sábados:
‘Olha, Minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todo o momento Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que a todos aqueles que durante cinco meses seguidos, no primeiro sábado, se confessarem*, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes à hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação.’
* Com base em aparições posteriores, esclareceu-se que a confissão poderia não se realizar no sábado propriamente dito, mas antes, desde que feita com a intenção explícita (interiormente) de se fazê-la para fins de reparação às blasfêmias cometidas contra o Imaculado Coração de Maria no primeiro sábado seguinte.

Cinco Sábados para Reparação Contra:

1 – as blasfêmias contra a imaculada conceição da Virgem Maria;
2 – as blasfêmias contra sua virgindade;
3 – as blasfêmias contra sua maternidade divina, recusando ao mesmo tempo reconhecê-la como mãe dos homens;
4 – as blasfêmias daqueles que procuram publicamente por no coração das crianças a indiferença ou o desprezo, ou mesmo o ódio em relação a esta Mãe imaculada;
5 – as ofensas dos que a ultrajem diretamente nas suas santas imagens. 

PORQUE HOJE É A PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS...


A Grande Revelação do Sagrado Coração de Jesus foi feita a Santa Margarida Maria Alacoque  durante a oitava da festa de Corpus Christi  de 1675...

         “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para  honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares ... Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.

... e as doze Promessas:
  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.
  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.
  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.
  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.
  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.
  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.
  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.
  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.
  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.
  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.
  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

PALAVRAS DE SALVAÇÃO




'Quem reza se salva; quem não reza se condena. Todos os que se salvaram, salvaram-se pela oração; todos os que se condenaram, condenaram-se por falta de oração'

(Santo Afonso Maria de Ligório)

GLÓRIAS DE MARIA: SANTO AFONSO DE LIGÓRIO

01 de agosto - Santo Afonso de Ligório (27/09/1696 - 01/08/1787)


Fundador da Congregação do Santíssimo Redentor (Ordem Redentorista). Dentre as suas inúmeras obras no âmbito da Teologia Moral, 'Glórias de Maria' ocupa lugar de destaque e, desta obra, é retirada a oração abaixo:

ORAÇÃO A MARIA, RAINHA DA MISERICÓRDIA

Mãe de Deus e senhora minha, Maria.
Como se apresenta diante de uma grande rainha
um pobre maltrapilho e chagado,
assim me apresento diante de Vós, rainha do céu e da terra.
De vosso trono sublime, dignai-vos
volver vossos olhos para mim, pobre pecador.
Deus vos tornou tão rica
para que possais socorrer os pobres,
e vos fez rainha da misericórdia
para que possais aliviar os miseráveis.
Olhai e tende misericórdia de mim.
Olhai por mim e não me abandoneis,
tornai-me de pobre pecador em santo.
Vejo que eu nada mereço e, por minha ingratidão,
deveria ser privado de todas as graças
que, por vós, me teria dado meu Senhor.
Porém, vós, que sois rainha da misericórdia,
não procurais por méritos,
mas misérias e necessidades por socorrer.
E quem poderia ser mais pobre e necessitado do que eu?
Virgem excelsa, eu sei que vós,
que sois a rainha do universo,
sois também a minha rainha.
Por isso, de maneira muito especial,
quero dedicar-me ao vosso serviço,
para que disponhais de mim de bom agrado.
Como São Boaventura, queria vos dizer: Senhora,
estou ao vosso serviço,
para que possais me moldar e me dirigir.
Não me abandoneis a mim mesmo,
mas sede minha guia,
colocai-me sob vosso arbítrio
e corrigi-me, se não vos obedecer,
porque serão para mim mais salutares
as reprimendas que vierem por vossas mãos.
Estimo mais ser vosso servo
do que senhor da terra inteira.
"Sou todo vosso, salvai-me" (Sl 118, 94).
Tomai-me para vós e protegei-me.
Não quero ser de mim mesmo, a vós me entrego.
E se, no passado, vos servi mal,
perdendo belas ocasiões de vos honrar,
agora em diante quero tornar-me um dos vossos servos
mais amorosos e leais.
Não quero que ninguém venha a me superar
em vos honrar e amar, minha doce rainha.
Assim vos prometo,
com vossa ajuda, assim hei de cumprir. 
Amém.