quarta-feira, 1 de agosto de 2012

GLÓRIAS DE MARIA: SANTO AFONSO DE LIGÓRIO

01 de agosto - Santo Afonso de Ligório (27/09/1696 - 01/08/1787)


Fundador da Congregação do Santíssimo Redentor (Ordem Redentorista). Dentre as suas inúmeras obras no âmbito da Teologia Moral, 'Glórias de Maria' ocupa lugar de destaque e, desta obra, é retirada a oração abaixo:

ORAÇÃO A MARIA, RAINHA DA MISERICÓRDIA

Mãe de Deus e senhora minha, Maria.
Como se apresenta diante de uma grande rainha
um pobre maltrapilho e chagado,
assim me apresento diante de Vós, rainha do céu e da terra.
De vosso trono sublime, dignai-vos
volver vossos olhos para mim, pobre pecador.
Deus vos tornou tão rica
para que possais socorrer os pobres,
e vos fez rainha da misericórdia
para que possais aliviar os miseráveis.
Olhai e tende misericórdia de mim.
Olhai por mim e não me abandoneis,
tornai-me de pobre pecador em santo.
Vejo que eu nada mereço e, por minha ingratidão,
deveria ser privado de todas as graças
que, por vós, me teria dado meu Senhor.
Porém, vós, que sois rainha da misericórdia,
não procurais por méritos,
mas misérias e necessidades por socorrer.
E quem poderia ser mais pobre e necessitado do que eu?
Virgem excelsa, eu sei que vós,
que sois a rainha do universo,
sois também a minha rainha.
Por isso, de maneira muito especial,
quero dedicar-me ao vosso serviço,
para que disponhais de mim de bom agrado.
Como São Boaventura, queria vos dizer: Senhora,
estou ao vosso serviço,
para que possais me moldar e me dirigir.
Não me abandoneis a mim mesmo,
mas sede minha guia,
colocai-me sob vosso arbítrio
e corrigi-me, se não vos obedecer,
porque serão para mim mais salutares
as reprimendas que vierem por vossas mãos.
Estimo mais ser vosso servo
do que senhor da terra inteira.
"Sou todo vosso, salvai-me" (Sl 118, 94).
Tomai-me para vós e protegei-me.
Não quero ser de mim mesmo, a vós me entrego.
E se, no passado, vos servi mal,
perdendo belas ocasiões de vos honrar,
agora em diante quero tornar-me um dos vossos servos
mais amorosos e leais.
Não quero que ninguém venha a me superar
em vos honrar e amar, minha doce rainha.
Assim vos prometo,
com vossa ajuda, assim hei de cumprir. 
Amém.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

31 DE JULHO - SANTO INÁCIO DE LOYOLA

(31/05/1491 - 31/07/1556)

O fundador da Companhia de Jesus (cujo lema é Ad Maiorem Dei Gloriam - Para a Maior Glória de Deus) concebeu os seus famosos Exercícios Espirituais como um meio de exame da consciência por meio da oração, contemplação, meditação ou outra atividade espiritual. Para o pleno exercício diário deste exame de consciência, Santo Inácio estabeleceu uma sequência de cinco passos:

Primeiro Passo: Colocar-se na presença de Deus. Deus está aqui comigo, agora. E minha oração é a manifestação da Graça de Deus em minha vida, sempre.

Segundo Passo: Pedir a Graça de Deus. Pedi e recebereis, assim diz o Senhor. Que se  cumpra em mim a Vontade do Pai e mais nada.

Terceiro Passo: Meditar a Palavra de Deus. No silêncio desse momento, que eu seja capaz de ouvir e fazer ressoar a Voz de Deus no mais profundo da minha alma.

Quarto Passo: Conversar com Deus. Agora sou eu que coloco nas mãos de Deus todo o amor humano nascido no mais íntimo do meu coração.

Quinto Passo: Fazer um Diário Espiritual. Deus me sonda a alma e o coração. E abre para mim um caminho de Vida Espiritual para um Apostolado Leigo.

sábado, 28 de julho de 2012

CINCO PÃES E DOIS PEIXES

François-Xavier Nguyên Van Thuân era bispo de Nhatrang (Vietnam) desde 1967, e fôra nomeado arcebispo-coadjutor de Saigon (atual Cidade de Ho Chi Minh), quando foi preso pelos comunistas em 15 de agosto de 1975. Passou, então, 13 anos na prisão, nove dos quais numa cela isolada, sem janelas, úmida e bolorenta. Fechado neste cubículo insalubre, andava como podia para exercitar os músculos, enquanto recitava mentalmente orações e canções litúrgicas. Repetidas vezes tinha que se agachar e respirar junto ao vão da porta, para obter ar puro.

Viveu este ‘martírio sem morte’, dominando a loucura que arde do absoluto silêncio a que estava condenado e à privação de qualquer contato humano. Viveu nove anos na aceitação plena do abismo de sua fé. Depois deste período, vivendo na mais absoluta quietude e aceitação de seus sofrimentos, foi transferido para uma cela com outros presos e, ali, deu início a um contínuo trabalho de conversão dos companheiros de cárcere e também da celebração diária da missa, de forma clandestina e sob os lençóis dos presos, usando o pouco vinho que conseguia junto aos seus carcereiros. Por meio de papéis de velhos calendários, escreveu e transmitiu mensagens aos seus fiéis que, anos mais tarde, foram catalogadas e publicadas no livro ‘O Caminho da Esperança’.  

A experiência amarga da prisão é relatada em outro livro: ‘Cinco Pães e Dois Peixes’ pois, como ele próprio nos confessa, cinco pães (o pão da esperança, o pão da fé, o pão da oração, o pão eucarístico e o pão da caridade) e dois peixes (o amor filial a Maria e o seguimento de Jesus) foram o seu alimento durante aquele tempo de trevas, perseguição e profundo sofrimento. “Como o menino no trecho do Evangelho, resumo a minha experiência em sete pontos: cinco pães e dois peixes. É um nada, mas é tudo o que tenho. Jesus fará o resto”.

Libertado em 1988, transferiu-se para Roma em 1991, sendo nomeado cardeal por João Paulo II, dez anos depois (2001). O Cardeal Van Thuân faleceu em Roma em 16 de Setembro de 2002 e seu processo de beatificação encontra-se atualmente em curso no Vaticano. Abaixo, algumas das citações do livro "Cinco Pães e Dois Peixes":

"Liberto, após treze anos de cativeiro, quero compartilhar convosco as minhas experiências: como encontrei Jesus em cada momento da minha experiência cotidiana, no discernimento entre Deus e as suas obras, na oração, na Eucaristia, nos meus irmãos e irmãs, na Virgem Maria, oferecendo-vos deste modo, também eu, e à maneira de Jesus, cinco pães e dois peixes."



"Jesus amantíssimo, nesta noite, no fundo da minha cela sem luz, sem janela e quentíssima, penso com intensa nostalgia na minha vida pastoral... Já dei a bênção solene com o santíssimo, na catedral; agora (na prisão) faço a adoração eucarística todas as noites às 21 horas, no silêncio, cantando baixinho o Tantum Ergo, a Salve Rainha e concluindo com esta breve oração: Senhor, estou contente em tudo aceitar das tuas mãos, todas as tristezas, os sofrimentos, as angústias, até à minha morte. Amém.”

"Nunca poderei exprimir a minha grande alegria: todos os dias, com três gotas de vinho e uma gota de água na palma da mão, celebro a minha Missa."

“Aceito a minha cruz e cravo-a, com as minhas duas mãos, no meu coração... Então, eu canto a Tua misericórdia, na obscuridade, na minha fragilidade, no meu aniquilamento.”

sexta-feira, 27 de julho de 2012

OBRAS DE MISERICÓRDIA

As obras de misericórdia são aquelas que se prestam ao nosso próximo em suas necessidades corporais ou espirituais (sete para cada um dos tipos de necessidades). Eis a mensagem cristalina de Jesus à Santa Faustina Kowalska (Diário 742):

"Minha filha, se por teu intermédio peço aos homens o culto à Minha misericórdia, por tua vez deves ser a primeira a distinguir-te pela confiança na Minha misericórdia. Estou exigindo de ti atos de misericórdia, que devem decorrer do amor para Comigo. Deves mostrar-te misericordiosa para com os outros, sempre e em qualquer lugar. Tu não podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te.

Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda, a palavra e a terceira, a oração. Nestes três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem uma prova irrefutável do amor por Mim. É deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericórdia".

Corporais


Cibum praebere esurientibus.
Potum praebere sitientibus.
Nudos cooperire.
Hospites excipere.
Infirmos visitare.
Carcere clausos invisere.
Mortuos sepelire.

Dar de comer a quem tem fome.
Dar de beber a quem tem sede.
Vestir os nus.
Dar pousada aos peregrinos.
Assistir aos enfermos.
Visitar os presos.
Enterrar os mortos.


Espirituais


Dubitantibus consilia dare.
Ignorantes instruere.
Peccatores monere.
Afflictos solari.
Offensas remittere.
Molestos patienter sustinere.
Pro vivis et defunctis Deum orare.

Dar bom conselho.
Ensinar os ignorantes.
Corrigir os que erram.
Consolar os aflitos.
Perdoar as injúrias.
Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo.
Rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos.

(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV: 'Das obras de misericórdia')

DA VIDA ESPIRITUAL (19)



Lembra-te da história do homem que deixou de reclamar que não tinha sapatos quando encontrou um homem que não tinha pés? Filho, leve a tua cruz de cada dia sem resmungos ou insatisfações porque, no teu caminho para o Pai, irás encontrar muitos homens que não apenas arrastam cruzes atrás de si, mas estão crucificados nelas como Jesus!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

MUNDO CATÓLICO

Bento XVI supera média histórica do pontificado de todos os papas


Cidade do Vaticano
 ( 25/07; Gaudium Press)
Eleito Papa no dia 19 de abril de 2005, Bento XVI superou na última semana a média de anos de pontificado de todos os 265 Papas. O número é de sete anos e dois meses; o pontífice já está a frente da Igreja Católica há sete anos e três meses.
Entre os Papas que ocuparam o trono de Pedro por menos tempo que Bento XVI, estão, entre outros: Gregório XI, que ficou durante sete anos e dois meses; Constantino, que permaneceu no cargo por sete anos; Paulo II, que foi Papa por seis anos e 11 meses; e São Hilário, cujo pontificado durou seis anos e três meses.
Aos 85 anos, Bento XVI é o sexto Papa mais longevo da história, perdendo por exemplo para Pío IX; Clemente X; Clemente XII e Leão XIII, que faleceu com 93 anos de idade.

MUNDO CATÓLICO

Portugal: Católicos são pouco exigentes nas suas celebrações
Fátima, Santarém, 25 jul 2012 (Ecclesia)

O cônego Luís Manuel Silva, pároco da Sé de Lisboa e professor de Liturgia na Universidade Católica Portuguesa (UCP), alertou em Fátima para a pouco exigência dos católicos com a “beleza” das cerimônias católicas:

“Já é tempo de sermos mais exigentes nas nossas celebrações. Tirar a 'música pimba' das nossas igrejas: textos pobres, melodias ainda piores, coisas que só procuram uma eficácia quase irritante e desesperante”, disse o também mestre das cerimônias patriarcais, durante o 38.º Encontro Nacional da Pastoral Litúrgica, que decorre até sexta-feira. A iniciativa, com cerca de 1200 participantes, é dedicada ao tema ‘Eucaristia, Sacramento da Caridade’.

O cônego Luís Manuel Silva sublinhou que liturgia da Igreja Latina é “sóbria” e não “transforma a celebração num emaranhado de gestos sem sentido”. “As nossas celebrações, permiti que o diga, muitas vezes parecem assim uma patuscada de amigos. A gente gosta, sente-se bem (…), está ali como podia estar noutro lado”, afirmou. Numa conferência dedicada ao tema ‘Eucaristia, fonte de epifania de comunhão’, o docente da UCP destacou que a celebração não é “propriedade” de ninguém e exige “fidelidade às normas litúrgicas”: “Nunca celebramos a eucaristia se não o fizermos em comunhão com toda a Igreja. A Igreja peregrina na terra e a Igreja que se encontra na glória”, disse o especialista.

O cônego frisou ainda que “a Eucaristia não se compadece com protagonismos fáceis, mais próximos de compensações afetivas do que com a celebração do mistério em comunhão com toda a Igreja”. “O ambão e o altar não são o púlpito nem o areópago para protagonismos fáceis, seja de quem preside, seja de quem exerce qualquer ministério”, alertou. Só pode ser inovador quem conhece “muito bem” e vive “a tradição”, caso contrário só existirão “soluções passageiras”.

Em conclusão, apelou ao “respeito pelo silêncio”, frisando que este tem “estatuto próprio”. “Não é a ausência de palavra, ou de som, ou de gesto, mas é ele próprio e o que Deus nos quer dizer no silêncio e pelo silêncio”, precisou. O evento, promovido pelo Secretariado Nacional da Liturgia (SNL), procura destacar o sacramento da Eucaristia enquanto “fonte de missão, caridade e comunhão” na Igreja Católica. Na primeira conferência do encontro, o bispo de Bragança-Miranda lamentou a pobreza de algumas celebrações litúrgicas e frisou que é indispensável promover a sua qualidade.