sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

NOSSA SENHORA DE TODOS OS NOMES (7)

NOSSA SENHORA DOS TRINTA E TRÊS


A origem do nome e da devoção 'Nossa Senhora dos Trinta e Três' está vinculada à luta pela libertação e independência do Uruguai. A imagem da 'Virgem dos Trinta e Três' é uma pequena escultura de madeira, com apenas 36 cm de altura, representando Nossa Senhora da Assunção em estilo barroco, tendo sido esculpida em uma das muitas oficinas guaranis implantadas pelos jesuítas no Paraguai, ao longo do século XVIII. No final do século XVIII, a imagem foi transferida para a um pequeno templo na atual cidade da Florida, no Uruguai.

Em 1821, após uma investida inicial frustrada em 1811, o Uruguai foi oficialmente incorporado ao território brasileiro com o nome de Província Cisplatina. Tem início, então vários movimentos pela libertação do país (entre 1821 e 1825). Em 19 de abril de 1825, trinta e três patriotas do Uruguai, sob a liderança de Juan Antonio Lavallejo, desembarcaram nas praias da Agraciada para iniciar as guerras de independência. Uma vez chegados à região da Florida, foram até o pequeno templo e, aos pés da Virgem, pediram a intercessão de Nossa Senhora pela libertação da Pátria.

O grupo tornou-se rapidamente um exército que impôs seguidas derrotas às tropas luso-brasileiras, até a tomada definitiva de Montevidéu em 14 de junho daquele ano, seguida da instalação imediata de um governo provisório. Nossa Senhora havia atendido rápida e integralmente os pedidos daqueles 33 homens: o Uruguai havia se tornado uma nação livre.

Em 25 de agosto de 1825, em Florida, reuniu-se a Assembleia Nacional Constituinte da República do Uruguai e foi declarada oficialmente a Independência do Uruguai. Depois do ato, os constituintes e todo o povo dirigiram-se ao templo e, diante da imagem de Nossa Senhora, dedicaram a nação emergente à proteção materna da Virgem Maria, entoando em seguida o Te Deum. Desde então, a imagem passou a ser conhecida como 'Nossa Senhora dos Trinta e Três'. A independência do Uruguai foi oficialmente reconhecida três anos mais tarde, por meio do chamado Tratado de Montevidéu.

A 'Libertadora do Uruguai' foi entronizada em 1857 com uma enorme coroa de ouro e pedras preciosas, doação do General Manuel Oribe, como ação de graças por ter sido salvo, juntamente com a sua família, de um naufrágio. O tamanho desproporcional da coroa em relação à imagem tornou-se o símbolo particular desta devoção mariana. A imagem foi canonicamente coroada em 1961 e, com este nome, no ano seguinte, a Virgem Maria foi proclamada oficialmente 'Padroeira do Uruguai', pelo papa João XXIII. A solenidade da 'Virgem dos Trinta e Três' é celebrada sempre no segundo domingo de novembro de cada ano, com enormes romarias ao atual santuário da Virgem na cidade da Florida (construído entre os anos de 1887 e 1894, em substituição à capela original).

(cartaz oficial da romaria nacional de 2018)

Oração à Virgem dos Trinta e Três

'Santísima Virgen María, ante cuya imagen inclinaron su bandera y doblaron reverentes su rodilla los fundadores de nuestra Patria. Protege siempre a este pueblo nacido a tu sombra bienhechora. Haz ¡Oh Madre! que en nuestros hogares florezcan la religión y todas las virtudes cristianas. Haz que veamos el reinado de Cristo, que es el de la verdad y la justicia. Alcánzanos estas gracias y la de la eterna salvación, de tu hijo Jesucristo que con el Padre y el Espíritu Santo vive y reina por los siglos de los siglos. Amén'.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

SUMA TEOLÓGICA EM FORMA DE CATECISMO (XXIII)

XIV 

DO DOM DE CONSELHO CORRESPONDENTE À PRUDÊNCIA 

Existe algum dom do Espírito Santo correspondente à virtude da prudência?
Sim, Senhor; o dom de conselho (LII)*.

Que entendeis por dom de conselho? 
Ainda que suponhamos o homem provido de todas as virtudes infusas e adquiridas para melhor discernir o lícito do ilícito, é impossível que possa apreciar todos os casos particulares e contingentes, e a variedade quase infinita de circunstâncias capazes de modificar a sua moralidade. Tendo isto em conta, o dom de conselho é uma disposição ou qualidade transcendente da razão prática, em virtude da qual o homem abraça com prontidão e docilidade as ilustrações e moções com que o Espírito Santo vem em seu auxílio, quando se põe a meditar e discernir, no conglomerado de atos e práticas humanas, as que podem servir-lhe para alcançar a vida eterna (LII, 1, 2). 

Permanece este dom no céu? 
Sim, Senhor; ainda que em forma muito particular e distinta da de cá (LII, 3). 

Em que consiste? 
No conhecimento perfeitíssimo que têm os bem-aventurados de tudo o que contribuiu para a felicidade que já possuem e com ela se relaciona, como propriedade e consequência da posse atual ou como meio para iluminar, auxiliar e socorrer os que neste mundo lutam por se lhes juntar no céu (Ibid). 

XV 

DOS VÍCIOS OPOSTOS À PRUDÊNCIA: IMPRUDÊNCIA, PRECIPITAÇÃO OU TEMERIDADE, INCONSIDERAÇÃO E INCONSTÂNCIA — VÍCIOS QUE A SIMULAM: PRUDÊNCIA DA CARNE, ASTÚCIA, DOLO, FRAUDE E FALSA SOLICITUDE 

Existem vícios opostos à prudência? 
Há-os de duas classes; uns que se opõem por defeito, e outros por excesso. 

Com que nome se conhecem os opostos por defeito? 
Com o nome geral de imprudência (LIII). 

Que entendeis por imprudência, em geral? 
Todo ato que não se ajuste às normas da reta razão e da prudência (LIII). 

O ato imprudente pode ser pecado mortal? 
Sim, Senhor; quando se menosprezam ou infringem regras e normas divinas (Ibid). 

Quando será pecado venial? 
Sempre que se executa algum ato, ainda que seja bom, com precipitação, inconsideração ou negligência (LIII, 2). 

Que entendeis por precipitação? 
Um ato contra a prudência, que consiste em tomar resoluções antes de informar-se convenientemente (LIII, 3). 

Que entendeis por inconsideração? 
O pecado daquele que não toma em conta todos os elementos de que dispõe para formar juízo acertado nas coisas práticas (LIII, 4). 

Por que a inconstância se opõe à prudência?
Porque se opõe ao seu ato principal, que, como vimos, é o de mandar; o inconstante carece de firmeza e resolução para levar à prática os seus projetos e desígnios (LIII, 5). 

Há algum outro defeito oposto ao ato principal da prudência? 
Sim, Senhor; a negligência (LIV). 

Que entendeis por negligência? 
A falta de solicitude e presteza em ordenar a execução das resoluções tomadas depois de maduro exame, no concernente à prática da virtude (Ibid). 

É grande o pecado de negligência? 
De muito grande podemos qualificá-lo, pelo pernicioso influxo que exerce em toda a economia espiritual, pois ou a paralisa inteiramente, estorvando os seus atos ou fazendo que sejam frouxos, indolentes e como que forçados, perdendo deste modo o seu valor e mérito (LIV, 3). 

Como se chama a negligência quando se estende aos atos exteriores? 
Chama-se preguiça, e enervamento ou tardança (LIV, 2 ad 1). 

É distinta da negligência propriamente dita? 
Sim, Senhor; porque a negligência consiste na falta de presteza e energia para ordenar a execução e este defeito provém da indolência da vontade (LIV, 2). 

Devemos ter cuidado especialíssimo em combater a negligência? 
Sim, Senhor; pois como estende o seu influxo a todos os domínios da atividade, é veneno posto na fonte, capaz de contaminar todo o caudal de obras e virtudes. 

Pode ser em alguma ocasião pecado mortal? 
Quando impede que o homem se resolva a fazer algo de necessário para salvar-se, sim; porém, ainda no caso de que não o seja, produz um estado de apatia e indolência que conduz fatalmente à caducidade e à morte, se não se põe grande empenho em desarraigá-la (LIV, 3). 

Que nome têm os vícios que pecam por excesso contra a prudência? 
Prudência ou solicitude fingidas ou simuladas (LV). 

Que entendeis por prudência simulada? 
Um conjunto de vícios que desnaturalizam o caráter da verdadeira prudência, abusando dos seus meios próprios, para procurar-se um fim ilícito (LV, 1-5). 

Qual é o vício que, simulando prudência, busca um fim ilícito? 
A prudência da carne (LV, 1). 

Em que consiste a prudência da carne? 
Em dispor e ordenar a vida, procurando como fim a maior soma possível de prazeres sensuais (Ibid). 

A prudência da carne é pecado mortal? 
Quando o homem busca o prazer como fim último de seus atos, sim Senhor; se o busca e procura com excessiva afeição, porém considerando habitualmente a Deus como fim último, será pecado venial (LV, 2). 

Quais são os vícios opostos à prudência, por abuso dos seus meios? 
O de astúcia, e seus anexos, o dolo e a fraude (LV, 4). 

Que entendeis por astúcia? 
Uma simulação da prudência que consiste em excogitar meios tortuosos e artes de dissimulação e de engano para conseguir um fim, quer seja bom, quer seja mau (LV, 3). 

Em que consiste o dolo? 
Na execução exterior dos planos forjados pela astúcia (LV, 4). 

Em que se diferenciam os vícios de dolo e fraude? 
Em que o dolo consiste na execução exterior dos planos forjados pela astúcia, empregando indistintamente palavras ou obras e a fraude tem o mesmo objeto, empregando somente obras (LV, 5). 

A astúcia, o dolo e a fraude confundem-se com a mentira? 
Não, Senhor; porque a mentira tem por fim enganar, e nestes vícios o engano não é fim, senão meio para conseguir alguma coisa. 

Que se segue desta distinção?
Que a mentira é um pecado especial, exclusivamente oposto à virtude da veracidade, ao passo que a astúcia, o dolo e a fraude, como opostos à da prudência que se incorpora a todas as outras virtudes, podem andar misturados com todo gênero de pecados e vícios. 

Que entendeis por falsa solicitude? 
A daquele que se preocupa exclusivamente com os bens temporais; a do que põe, em procurá-los, mais trabalho e solicitude que nos da alma; e a do que teme que possam faltar-lhe, se cumpre com seu dever (LV, 6). 

Temos obrigação de ser solícitos em procurar os bens temporais? 
Com diligência moderada, ordenando-os à consecução da glória e confiando sempre na Divina Providência, sim, Senhor (Ibid). 

Que opinião tendes da preocupação do porvir? 
Que é má, quando peca por excessiva, ou se antecipa, usurpando o lugar de outros cuidados mais peremptórios (LV, 7). 

Quando será boa esta preocupação? 
Quando se limita a prevenir para o futuro o que depende e há de ser consequência do presente e deixa para mais tarde cuidados que terão de trazer tempos vindouros (Ibid).

referências aos artigos da obra original

('A Suma Teológica de São Tomás de Aquino em Forma de Catecismo', de R.P. Tomás Pègues, tradução de um sacerdote secular)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

AS 15 MEDITAÇÕES DA VIDA DE CRISTO (III)

A regra fundamental de nossa Sociedade é a vida de nosso Senhor Jesus Cristo, para imitá-lo com humildade e confiança, com toda a possível perfeição, em todas as obras da vida oculta e do público ministério, para a maior glória de Deus nosso Pai celeste e para a maior santificação de nossa alma e de nossos próximos (São Vicente Pallotti)

ORAÇÃO INICIAL

Por mim nada posso, mas com Deus tudo posso. Tudo quero fazer por amor a Deus. Meu Deus, quer esteja acordado, quer dormindo, pensando em vós ou não, vós sempre pensais em mim e me amais com amor infinito. Fazei que durante este dia, eu possa ter os mesmos pensamentos, a mesma humildade, a mansidão, a paciência e a caridade de nosso Senhor Jesus Cristo, para assim realizar a vossa santíssima vontade. Amém.


11. INSTITUIÇÃO DOS SACRAMENTOS

Com a simplicidade, o amor, a misericórdia e o espírito de serviço de nosso Senhor Jesus Cristo, queremos receber e administrar os santíssimos sacramentos com a plenitude da graça dos dons e frutos da vida eterna que Jesus Cristo colocou neles.

'Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo' (Mt 28, 19).

'Tudo o que vocês ligarem na terra, será ligado no céu' (Mt 18, 18).

'O homem deixará seu Pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher, e os dois serão uma só carne' (Mt 19, 5)

'Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e o distribuiu a eles, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim' (Lc 22,19b).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

12. A ORAÇÃO NO JARDIM DE GETSÊMANI

Oração no jardim de Getsêmani: agonia e suor de sangue de Jesus Cristo, a captura, o tratamento cruel sofrido na noite da prisão, abusos, afrontas, escárnios, golpes, barbaridades de toda espécie sofridas ao ser conduzido à casa de Anás e Caifás, ao tribunal de Pilatos e à casa de Herodes, as falsas acusações, a flagelação, a coroação de espinhos, a apresentação ao povo, o ser posposto a Barrabás, o ser declarado inocente e, mesmo assim, condenado à vergonhosa morte de cruz, o infinito merecimento de carregar a cruz até o Calvário, a bárbara crucificação e o estar pendente na cruz no meio de dois ladrões. Dai-me senhor a graça de suportar todas as humilhações em imitação ao sofrimento redentor de Jesus Cristo.

'Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. O seu suor se tornou como gotas de sangue, que caíam no chão' (Lc 22, 44).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

13. A DOLOROSÍSSIMA AGONIA DE JESUS CRISTO

Nosso Senhor Jesus Cristo, agonizante na cruz, dizia a Maria santíssima: 'mulher, eis teu filho'. Deixou-nos sua mãe santíssima para nossa mãe e dizia a João: 'Eis tua mãe' e nos constituiu filhos de sua mãe santíssima. Dai-nos, Senhor, a graça de propagar sempre as glórias de Maria Santíssima por todos os meios possíveis.

'E dessa hora em diante o discípulo a recebeu em sua casa' (Jo 19, 27)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

14. A MORTE DE JESUS CRISTO

Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua agonia na cruz, próximo de morrer disse: 'Tenho sede' (Jo 19,28); 'Tudo está consumado'( Jo 19,30 ); 'Pai, em tuas mãos entrego meu espírito' ( Lc 23, 46; Sl 30,6). Dai-nos, Senhor, a graça de desejar sempre a vossa maior glória e a salvação das almas.

'Todos os seus amigos, bem como as mulheres que o haviam acompanhado desde a Galileia, permaneciam à distância, observando essas coisas' (Lc 23 49).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

15. A GLÓRIA DA RESSURREIÇÃO, ASCENSÃO E EXALTAÇÃO DE CRISTO

Depois de tornados semelhantes a Ele na vida humilde pobre, laboriosa, desprezada e crucificada nesta terra, nossa vida deve ser uma preparação para a morte. Dai-nos, Senhor, esta graça para podermos ser semelhantes a Vós na glória por toda a eternidade. Amém.

'... Jesus veio e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco!’ Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor' (Jo 20, 19-20).

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

(São Vicente Pallotti)

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

FOTO DA SEMANA

'Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua alma para a provação' (Ecl 2,1)


OREMUS! (15)

A partir desta data, a sequência dos pensamentos e reflexões desta obra estão apresentados na Página OREMUS, na Biblioteca Digital do blog.

15 DE JANEIRO

Non quaero gloriam meam [Não busco a minha glória] (Jo 8,50)

O Sumo Sacerdote da Redenção não procurava a sua glória. Subindo ao altar do sacrifício, no Presépio, até consumar sua oblação, na Cruz, Ele só pensou na glória do Pai. E nós, sacerdotes cooperadores da Redenção?

Neste mundo eu não quero pedestal — dizia um padre com muita humildade. Se a exagerada preocupação de si mesmo é ridícula em qualquer indivíduo, mais desprezível se torna quando a notamos no sacerdote. Um exterior todo retocado pela vaidade, o gosto de falar sempre ex-cathedra [do alto, como um catedrático, sem admitir objeções], o desejo de estar em toda parte à procura de evidência, de amizades e elogios, a preocupação de agradar os mais altamente colocados, com desprezo dos mais humildes; enfim, o abuso da dignidade sacerdotal em proveito da própria vaidade... é triste, é lamentável.

Querer viver na glória quem deveria viver na imolação... não será um escândalo para as almas de boa vontade? A exagerada preocupação de se fazer simpático, poderá ter, para o padre, um resultado contrário. Coloquemos sempre um pouco mais de alma e convicção nesse Gloria Patri [Glória ao Pai], que rezamos, com os lábios, tantas vezes!

(Oremus — Pensamentos para a Meditação de Todos os Dias, do Pe. Isac Lorena, 1963, com complementos de trechos traduzidos do latim pelo autor do blog)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

ORAÇÃO PELA CONVERSÃO DOS INFIÉIS (SÃO FRANCISCO XAVIER)


Eterno Deus, Criador de todas as coisas, lembrai-vos que as almas dos infiéis são obra das vossas mãos e criadas à vossa imagem e semelhança. Lembrai-vos que Jesus Cristo, vosso Filho, sofreu por sua salvação morte atrocíssima. Não permitais, pois, que o vosso divino Filho seja por mais tempo desprezado dos infiéis; mas antes, aplacado pelas orações dos vossos escolhidos e da Igreja, Esposa do vosso benditíssimo Filho, recordai-vos da vossa misericórdia e, esquecendo sua idolatria e infidelidade, fazei com que também eles conheçam finalmente e amem a Jesus Cristo, nosso Senhor, que é nossa salvação, vida e ressurreição, pelo qual fomos salvos e livres, e a quem seja dada glória por todos os séculos dos séculos. Amém.

São Francisco Xavier, rogai por nós
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos – Ó Deus, que por meio da pregação e milagres de São Francisco Xavier vos dignastes trazer ao seio da vossa Igreja os gentios do Oriente, concedei-nos que imitemos as virtudes daquele cujos gloriosos merecimentos veneramos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

OREMUS! (14)

14 DE JANEIRO

Qui se existimat stare... [quem pensa estar de pé] (1Cr 10,12)

É muito grande a força do demônio. Se ele já dobrou muito caniço, já arrancou muito carvalho também. Cedros do Líbano vieram abaixo, porque confiaram demasiado na força das próprias raízes. É pela presunção que o demônio consegue minar os alicerces de muita vida sacerdotal. Videat ne cadat [vigiar para não cair] — isto quer dizer esforço e trabalho. 

Tome cuidado, empregue os meios, não se descuide, nem facilite. Tempestades há no ambiente que nos cerca. E as mais terríveis não são as que entram pelos sentidos, mas aquelas que rugem dentro de nós mesmos. Lamennais, o grande apologeta, pregou certa vez numa igreja dos redentoristas, na Suíça. Um sucesso. Perguntaram ao reitor da comunidade, o que achava daquele orador, coluna da Igreja na França. Com um ar de tristeza, o reitor, Ven. Pe. Passerat, respondeu: 'Tenho medo desse homem; ele não reza'. Algum tempo depois, Lamennais era um apóstata.

Naquela vida, como em tantas outras, a presunção e o orgulho minaram os alicerces. A base cedeu. Et descendit pluvia, et venerunt flumina, et flaverunt venti, et irruerunt in domum illam, et cecidit, et fuit ruina illius magna [caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína (Mt 7,27)].

(Oremus — Pensamentos para a Meditação de Todos os Dias, do Pe. Isac Lorena, 1963, com complementos de trechos traduzidos do latim pelo autor do blog)