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quarta-feira, 5 de março de 2025

QUARESMA 2025

A Quaresma é assumida pela Igreja como um tempo de preparação para a celebração da Páscoa, movido essencialmente pelo incentivo maior e mais intenso pelo povo cristão das práticas de oração constante e penitência, como jejuns e obras de caridade. A Quaresma deste ano tem início na Quarta-Feira de Cinzas (05 de março) e se estende até as vésperas imediatas da Missa Vespertina In Coena Domini na Quinta-Feira Santa, ou seja, na Quarta Feira da Semana Santa (dia 16/04/2025). 


Sugestão: Adotar este ciclo de leituras e devoções diárias (40 dias) durante esta Quaresma (clicar sobre o título abaixo)


Primeiro Dia - Quarta Feira de Cinzas
Quadragésimo Dia - Quarta Feira da Semana Santa 

Não incluir na sequência das datas das Leituras do Diário da Quaresma de 2025 os dias 19/03 (São José), 25/03 (Anunciação do Senhor) e 13/04 (Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor)

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

ANO LITÚRGICO 2024 - 2025

Ano Litúrgico 2024-2025, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (01/12/2024) até a solenidade de Cristo Rei do Universo (23/11/2025), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2024-2025 é o Ano C, no qual os exemplos e os ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais, retiradas do Evangelho de São Lucas, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico), quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João.

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem AdventoNatalQuaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus (12/01/2025) e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas (05/03/2025), quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes (08/06/2025) e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento (30/11/2025), quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.





quarta-feira, 27 de março de 2024

OFÍCIO DE TREVAS

'Desde a hora sexta até a nona, cobriu-se toda a terra de trevas' (Mt 27,45)

O Ofício de Trevas é um rito litúrgico cristão com origem no século XIII e relacionado à Paixão de Cristo, integralmente celebrado em latim, comumente no período da tarde/noite da Quarta-Feira Santa. No início do rito, um candelabro com formato triangular contendo quinze velas - chamado tenebrário - é instalado junto do altar-mor com todas as suas velas acesas. A partir de então, são entoados séries de quinze salmos (sendo nove constantes das Matinas e cinco das Laudes) sendo que, ao final de cada um deles, as velas vão sendo progressivamente apagadas, começando pelo ângulo inferior direito do candelabro e depois pela sequência do lado esquerdo, conservando-se sempre acesa a vela central e mais elevada do conjunto, símbolo perene da luz de Cristo.


Na medida em que se apagam as velas, também se apagam, em estágios sucessivos, as luzes do templo, dos fundos e em direção ao altar, fazendo avançar progressivamente sobre todos e o templo completa escuridão. As velas que se apagam são as luzes inconstantes da nossa fé de discípulos e seguidores de Jesus, que pouco a pouco se afastam do Senhor durante a sua Paixão e Morte de Cruz. A crescente escuridão simboliza o triunfo crescente da iniquidade no drama do Calvário.


Com a conclusão do último salmo, o sacerdote recolhe a vela branca no ponto mais alto do candelabro e a conduz para trás do altar, mantendo-a assim longe de todos durante a recitação do Miserere e da oração de conclusão do ofício, evento que simboliza os três dias que Jesus permaneceu sepultado, ficando a igreja às escuras e em silêncio por alguns instantes.

Na sequência, os presentes começam a bater os pés no chão do templo, símbolo da perturbação que irrompeu sobre os inimigos de Jesus e do terremoto que abalou o Calvário por ocasião da morte de Cristo. A vela branca que permaneceu acesa durante todo o rito é então novamente trazida às vistas de todos e recolocada no ponto mais alto do tenebrário anunciando, assim, o encerramento do Ofício das Trevas, com a luz de Cristo permanecendo viva e cintilante entre nós.

terça-feira, 26 de março de 2024

PROCISSÃO DA SOLEDADE DA VIRGEM DOLOROSA

'Vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede há dor como a minha dor?' (Lm 1,12)

Há um outro momento litúrgico especial, durante os eventos preliminares da Semana Santa, após as  'Procissões do Depósito', em que as imagens do Nosso Senhor dos Passos e de Nossa Senhora das Dores são conduzidas independentemente e recolhidas em igrejas próximas e da 'Procissão do Encontro', na qual ambas as imagens convergem para um lugar comum e depois seguem juntas até o mesmo destino final, onde a Mãe de todas as dores haverá de depor o corpo inanimado de Jesus. 

Este momento é aquele em que se impõe para a Virgem o caminho de volta para casa. Sozinha, e submersa em aflições e angústias sem medidas, Nossa Senhora precisa refazer agora o trajeto inverso do que havia sido o do último encontro. Essa é a Procissão da Soledade da Virgem Dolorosa, comumente realizada durante a Segunda-Feira ou Terça-Feira Santa. 


Ali, neste breve percurso, a espada de dor da profecia de Simeão assume para a Virgem Dolorosa as dimensões de uma angústia indescritível. O Filho de Deus Vivo está morto. O mundo todo se desfaz como um deserto de todas as graças e virtudes; o Caminho e a Verdade foram esmagados contra o lenho de uma cruz. 'Vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede há dor como a minha dor?' (Lm 1,12). Não, não há dor maior que a vossa, Senhora das Dores. Que eu possa ao menos vos acompanhar nesta via dolorosa, ó Mãe da Soledade, suplicando ao Vosso Filho, na contemplação das vossas dores sem medida, o perdão da miserável dimensão que me conforma todos os meus pecados!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

QUARESMA 2024

A Quaresma é assumida pela Igreja como um tempo de preparação para a celebração da Páscoa, movido essencialmente pelo incentivo maior e mais intenso pelo povo cristão das práticas de oração constante e penitência, como jejuns e obras de caridade. A Quaresma tem início na Quarta-Feira de Cinzas (14 de fevereiro, neste ano de 2024) e se estende até as vésperas imediatas da Missa Vespertina In Coena Domini na Quinta-Feira Santa, ou seja, na Quarta Feira da Semana Santa (dia 27/03/2024). Por se tratar de um ano bissexto, excepcionalmente neste ano a Quaresma contempla 41 dias e não 40 dias como comumente.



Sugestão: Adotar este ciclo de leituras e devoções diárias durante esta Quaresma (clicar sobre o título abaixo)

Primeiro Dia - Quarta Feira de Cinzas
Quadragésimo Dia - Quarta Feira da Semana Santa 

Não incluir na sequência das datas das Leituras do Diário os dias 22/02, 29/02, 19/03 e 24/03/2024 (conforme postagem)

sábado, 2 de dezembro de 2023

ANO LITÚRGICO 2023 - 2024

Ano Litúrgico 2023-2024, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (03/12/2023) até a solenidade de Cristo Rei do Universo (24/11/2024), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2023-2024 é o Ano B, no qual os exemplos e os ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais retiradas do Evangelho de São Marcos, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico), quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João.

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus (07/01/2024) e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas (14/02/2024), quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes (19/05/2024) e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento (01/12/2024), quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

TEMPO E OITAVAS DO NATAL


É sempre importante destacar que o Natal não contempla apenas o dia 25 de dezembro (com início solene da sua celebração na noite do dia 24 de dezembro). Na verdade, este é apenas o primeiro dia do Tempo do Natal, que transcorre desde o dia 25 de dezembro até o domingo do Batismo do Senhor de acordo com o atual calendário litúrgico e que, junto ao Tempo do Advento, constitui o período chamado de 'Ciclo do Natal'. Os oito dias entre 25 de dezembro e 1º de janeiro são chamados 'Oitava de Natal' (cuja origens remontam as grandes festas judaicas que duravam oito dias e ao simbolismo do oitavo dia, como dia simbólico da eternidade, tempo sem fim que se segue ao período de uma semana convencional dos tempos humanos). Na Oitava de Natal, são celebradas as seguintes festas particulares:

26 de dezembro - Santo Estêvão: primeiro mártir do cristianismo, símbolo de todos que morreram em nome de Cristo.

27 de dezembro - São João Evangelista: 'o discípulo amado', símbolo de todos que seriam capazes de morrer em nome de Cristo.

28 de dezembro - Santos Inocentes: símbolo de todos que morreram por Cristo sem o saber. 

Domingo da Oitava - Sagrada Família: símbolo e modelo para todas as famílias cristãs (caso o domingo coincida com o dia 1º de janeiro, a data é transferida para o dia 30 de dezembro).

1º de janeiro - Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. 

Esta semana é a mais santa de todas no ano, um tempo propício para se alcançar graças extraordinárias para toda Igreja e para todos os cristãos e, muito especialmente, para as benditas almas do Purgatório. Eis o tempo mais propício e mais especial para se rezar na intenção das almas de nossos entes queridos falecidos! 

O tempo de Natal é concluído com as seguintes datas principais:

6 de Janeiro – Solenidade da Epifania do Senhor ou Dia de Reis.
Domingo depois da Epifania – Festa do Batismo de Jesus Cristo.

No calendário litúrgico tradicional, o Tempo de Natal compreendia um período maior, que se estendia desde o dia 25 de dezembro até o dia 13 de janeiro, contemplando as seguintes festas principais:

25 de Dezembro – Nascimento do Menino Jesus.
28 de Dezembro – Massacre dos Santos Inocentes.
Domingo entre o Natal e a Oitava – Apresentação do Menino Jesus no Templo.
1 de Janeiro – Oitava de Natal.
Domingo entre a Oitava e a Epifania – Festa do Santíssimo Nome de Jesus (data transferida para o dia 02 de janeiro, no caso de não ocorrer um Domingo entre a Oitava do Natal e a Epifania).
6 de Janeiro – Epifania ou Dia de Reis.
Domingo depois da Epifania – Festa da Sagrada Família.
13 de Janeiro – Batismo de Jesus Cristo.

sábado, 26 de novembro de 2022

ANO LITÚRGICO 2022 - 2023

Ano Litúrgico 2022-2023, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (27/11/2022) até a última semana do Tempo Comum, iniciada no domingo da Festa de Cristo Rei (26/11/2023), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2022-2023 é o Ano A, no qual os exemplos e os ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais retiradas do Evangelho de São Mateus, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico) quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João.

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento, quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

SOBRE OS REGRAMENTOS DO BOM PASTOR

Que o pastor guarde um discreto silêncio e tenha uma palavra útil; não revele o que deve calar e não cale o que deve revelar. Uma palavra indevida leva ao erro, um silêncio excessivo mantém no erro aqueles que deveriam ser instruídos. Temendo perder a simpatia popular, acontece, frequentemente, que pastores imprudentes não dizem onde encontrar o bem e, então, segundo a palavra da Verdade, não cuidam do rebanho, a eles confiado, com a dedicação do pastor, mas agem como mercenários que fogem quando vem o lobo, escondendo-se no seu silêncio. 

Assim, o Senhor os admoesta, por meio do profeta, dizendo: canes muti non valentes latrare - 'cães mudos incapazes de latir' (Is 56,10). E se lamenta deles: non ascendistis ex adverso, neque opposuistis murum pro domo Israel, ut staretis in praelio in die Domini - 'não subistes por sobre as brechas para refazer uma muralha à casa de Israel, a fim de poder estar seguro no combate no dia do Senhor' (Ez 13,5). Subir contra o inimigo é enfrentar os poderes deste mundo, falando livremente em defesa do rebanho. Resistir no combate no dia do Senhor é resistir, por amor da justiça, aos ataques dos perversos. Para um pastor, ter medo de dizer o bem não significa, por este silêncio, voltar as costas? Mas, se enfrenta o perigo pelo seu rebanho, ele opõe ao inimigo uma muralha para a casa de Israel.

Por isso, se diz ainda ao povo que peca: prophetae tui viderunt tibi falsa et stulta; nec aperiebant iniquitatem tuam, ut te ad poenitentiam provocarent - 'os teus profetas anunciaram, a teu respeito, visões vãs e insensatas, e não te manifestaram a tua iniquidade para te evitar o cativeiro' (Lm 2,14). Na Sagrada Escritura, às vezes, os profetas são chamados de doutores porque, mostrando que o presente é fugaz, eles revelam o que haverá de suceder. Mas a Palavra divina denuncia as suas falsas visões, quando eles, pelo temor de corrigir os vícios, adulam os pecadores com uma vã promessa de segurança. Eles não abrem os olhos dos pecadores sobre a iniquidade quando calam a voz que os corrigiria. Chave que abre é a palavra que corrige: com a repreensão, desvela a culpa da qual, com frequência, não adverte a malícia, nem mesmo para quem a cometeu. 

Por isso, São Paulo diz: ut potens sit exhortari in doctrina sana, et eos qui contradicunt, arguere -  'para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem' (Tt 1,9). E assim também Malaquias afirma: labia enim sacerdotis custodient, scientiam, et legem requirent ex ore eius, quia angelus Domini exercituum est - 'porque os lábios do sacerdote guardam a ciência e é de sua boca que se espera a doutrina, pois ele é o mensageiro do Senhor dos exércitos' (Ml 2,7). Por meio de Isaías, o Senhor admoesta, dizendo: Clama, ne cesses, quasi tuba exalta vocem tua - 'clama em alta voz, sem cessar' (Is 58,1). Todo aquele que acede ao sacerdócio recebe o encargo de arauto: ele avança, gritando, antes da terrível vinda do Juiz. Portanto, se o sacerdote não sabe pregar, como poderá fazer ouvir a sua voz o arauto mudo?

Por isso, o Espírito Santo pousou sobre os primeiros pastores, em forma de línguas; aqueles que ele tocou tornaram-se prontamente, sob sua inspiração, homens capazes de falar. Também por isso se ordena a Moisés que o sacerdote, ao entrar na Tenda, levasse ao redor de si pequenos sinos, para dar anúncios de pregação e não ir, com seu silêncio, ao encontro do juiz que observa do alto. De fato está escrito: ut audiatur sonitus quando ingreditur ei egreditur sanctuarium in conspetctu Domini, et non moriatur - 'para que se ouça o som das campainhas quando entrar e sair do santuário, na presença do Senhor, para não morrer' (Ex 28,35).

Quando entra ou sai sem que se ouça a sua voz, o sacerdote morre, porque atrai sobre si a ira do juiz invisível; ele caminha sem que ressoe a sua pregação. Com razão, é prescrito que os pequenos sinos sejam pendurados nas suas vestes. O que devemos ver nas vestes do sacerdote, senão boas obras? O profeta atesta: sacerdotes tui induentur iustitiam, et sancti tui exsultent - 'teus sacerdotes revistam-se de justiça e teus fieis exultem de alegria' (Sl 131,9). As sinetas são penduradas nas vestes para as obras do sacerdote, unidas ao som de seus lábios, da palavra, proclamem onde se encontra o caminho da vida. Mas, quando o sacerdote se prepara para falar, coloque toda atenção e reflexão, e o faça com grande cautela; se ele deixar arrastar por um desejo desordenado de falar, o coração daqueles que ouvem poderá ser atingido pela ferida do erro, e querendo passar por sábio, romperia, de modo insensato, os laços da unidade. Por isso, diz a Verdade: habete in vobis sal, et pacem habete inter vos - 'tende sal em vós mesmos, e guardai a paz entre vós' (Mc 9,49).

Quando se esforça por falar sabiamente, tenha grande temor de turbar pelo seu discurso a unidade dos ouvintes. Tome-se o que diz São Paulo: non plus sapere quam oportet sapere, sed sapere ad sobrietatem - 'não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas com sobriedade' (Rm 12,3). Por isso, na veste do sacerdote, segundo a palavra divina, as campainhas de ouro se juntam as romãs (Ex 28,34). O que significam essas romãs senão a unidade da fé? De fato, na romã, os numerosos grãos em seu interior são protegidos por fora por uma só casca exterior; do mesmo modo, a unidade da fé protege os inumeráveis povos da santa Igreja, contendo dentro de si uma diversidade de méritos. Para que o pastor imprudente não se meta apressadamente a falar, como já dissemos, a Verdade mesma grita aos seus discípulos: habete in vobis sal, et pacem habete inter vos - 'tende sal em vós mesmos, e guardai a paz entre vós'. Como se, através da figura da veste do sacerdote, dissesse: 'acrescentai romãs às sinetas para que, em tudo o que dizeis, possais conservar, com vigilante atenção, a unidade da fé'.

Além disso, os pastores devem tomar cuidado de não somente não fazer discursos errôneos, mas devem também evitar dizer a verdade de modo prolixo e desordenado. Porque, muitas vezes, as palavras perdem a sua força sobre o coração dos ouvintes, por causa de uma loquacidade desconsiderada e inoportuna. Essa loquacidade, incapaz de servir, com proveito, aos seus ouvintes, contamina também aquele que a exercita. Por isso se diz oportunamente por meio de Moisés: vir, qui, patitur fluxum seminis, immundus erit - 'aquele que padece de fluxo seminal, será imundo' (Lv 15,2). 

Na verdade, na alma ouvinte, a boa qualidade do discurso proferido faz das palavras ditas o sêmen do pensamento que formará; o ouvido acolhe uma palavra, e na mente é gerado um pensamento. 'Semeador de palavras', tal qual foi justamente o apelido dado ao pregador por excelência pelos sábios deste mundo. O homem que sofre de um fluxo seminal é, portanto, declarado impuro; escravo de sua loquacidade, ele se contamina com o que, expresso de modo ordenado, poderia gerar no coração dos ouvintes um pensamento justo; mas, com seu fluxo de palavras imprudentes, derrama o sêmen para contaminar e não para o bem de uma descendência. Assim, São Paulo, exortando o seu discípulo da urgência da pregação, lhe diz: testificor coram Deo, et Iesu Christo, qui iudicaturus est vivos et mortuos, per adventum ipsius, et regnum eius: praedica verbum, insta opportune, importune: argue, obsecra, increpa in omni patientia, et doctrina - 'Eu te conjuro em presença de Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição e por seu Reino: prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, amea­ça, exorta com toda paciência e empenho de instruir' (2Tm 4,1-2). Antes de dizer importune, antepôs opportune, porque a palavra 'importuno', se não considera o que é oportuno, perde toda eficácia na mente de quem a ouve.
(São Gregório Magno - excerto: Regula Pastoralis)

sábado, 11 de dezembro de 2021

A CAMINHADA DO ADVENTO


1. É o tempo da preparação para o aniversário da vinda do Salvador, causa de novas graças.

2. O Advento é o tempo de preparação para a segunda vinda de Jesus Cristo.

3. No 1º Domingo do Advento, a Igreja se prepara para a vinda do Senhor que ainda tarda - a antífona das primeiras vésperas é: Nomen Domini venit de longínquo.

4. No 2° Domingo, a Igreja espera a vinda do Senhor com ansiedade e quase impaciência - Jerusalem, cito veniet salus tua, quare mcerore consumeris.

5. No 3° Domingo Gaudete, a Igreja celebra com alegria a vinda do Senhor já próxima - Gaudete, Dominus enim propeest

6. No 4.° Domingo, exalta o Salvador: Rorate caeli, desuper, et nubes pluant justum: aperiatur terra, et germinet Salvatorem - Derramai, ó céus, o vosso orvalho do alto e que as nuvens chovam o Justo!

7. O tempo do Advento é marcado por dois elementos distintos: penitência e alegria.

8. Os sinais de penitência são: no ofício não se canta Te Deum; Missa sem o canto do Glória e com paramentos roxos, sem músicas ou órgão, ornatos simples do altar. 

9. Os sinais de alegria são o canto de Aleluia; o vivo desejo da vinda do Redentor nas antífonas ad laudes nos domingos, as Antífonas do Ó cantadas nas vésperas, o Domingo Gaudete, em que os paramentos podem ser cor de rosa e se permitem músicas e órgão.

10. O Advento deve ser vivido em plenitude junto com a Sagrada Família. Caminhemos com Maria e José de Nazaré a Belém e que eles nos abram os corações para os imensos tesouros que Deus reservou para nós neste tempo do Advento.

sábado, 27 de novembro de 2021

ANO LITÚRGICO 2021 - 2022

Ano Litúrgico 2021-2022, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (28/11/2021) até a última semana do Tempo Comum, iniciada no domingo da Festa de Cristo Rei (20/11/2022), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2021-2022 é o Ano C, no qual os exemplos e ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais retiradas do Evangelho de São Lucas, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico) quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João. 

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento, quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

AS CORES DAS VESTES LITÚRGICAS


Nos primeiros séculos, a liturgia cristã foi muito despojada por duas razões principais: primeiro, para não imitar a liturgia judaica e nem os cultos pagãos, cujos cerimoniais eram muito pomposos; segundo, para não expor demasiado a Igreja às perseguições que acompanharam a sua implantação no vasto mundo romano. Assim, maior simplicidade implicava menor exposição e, neste sentido, em termos das cores das vestes, não se tinha distinção além da utilização de cores mais alegres para as celebrações festivas e de cores mais sombrias para os períodos de penitência.

A cor branca é a única que aparecia referenciada nos ritos batismais, como cor própria dos novos vocacionados. No século V, os bispos celebravam trajados de vestes brancas de linho e, aparentemente, vestes litúrgicas de cores alternativas só foram introduzidas na liturgia da Igreja a partir do século VIII. No Missal de São Pio V (1570), são mencionadas cinco cores distintas para as vestes litúrgicas: branca, vermelha, preta, verde e roxa.

O contexto das diferentes cores expressa o vínculo peculiar dos mistérios da fé e o sentido progressivo da vida cristã ao longo do ano litúrgico. Assim, a cor branca expressa alegria, pureza e  luz, sendo aplicada no Tempo Pascal, no Natal e em outras festas de celebração do Senhor (exceto Paixão) e também nas festas litúrgicas de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos não mártires, nas solenidades de Todos os Santos e de São João Batista e nas festas de São João Evangelista, Cátedra de São Pedro e da Conversão de São Paulo.

Usamos a cor vermelha no Domingo de Ramos, na Sexta-Feira Santa, no Domingo do Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires (neste contexto, a cor vermelha expressa o sacrifício destes homens e mulheres como testemunhas da morte de Cristo).

A cor verde, símbolo da vida e da esperança, é aquela que se usa mais vezes durante o ano, nos domingos e dias feriais do Tempo Comum. Usa-se a cor roxa, símbolo da dor e da penitência, no Tempo do Advento e da Quaresma, podendo também usar-se nas missas de defuntos em substituição à cor preta, característica destes eventos. 

No III Domingo do Advento e no IV Domingo da Quaresma, podem ser utilizadas vestes cor-de-rosa, símbolo do alívio do roxo e, em datas especialmente solenes, podem ser trajados paramentos festivos ou mais nobres, ainda que não sejam da cor do dia, tipicamente incluindo ornamentos ou tecidos dourados, à guisa de ouro. Variantes destes regramentos gerais ou mesmo a utilização de cores não tradicionais em eventos especiais (por exemplo, vestes azuis na Solenidade de Nossa Senhora da Conceição), podem ser aplicadas, mas sempre como concessões especiais das respectivas conferências episcopais.

(texto adaptado do Secretariado Nacional de Liturgia, de Portugal)

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

10 COISAS QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE O ADVENTO

1. A palavra Advento significa vinda ou chegada (do latim 'ad-venio' - 'chegar') e constitui um tempo litúrgico que só existe nas Igrejas do Ocidente, desde o século VI, quando era celebrado como um tempo de seis semanas, que foram então reduzidas para quatro semanas por São Gregório Magno (590-604).

2. O Advento é um tempo de celebração de dois adventos do Senhor: tempo de esperança, conversão, penitência e júbilo pela celebração do aniversário da primeira vinda de Jesus Cristo ao mundo como a encarnação de Deus e de preparação e feliz expectativa pela sua vinda final como juiz, na nossa morte e no fim do mundo.

3. O Advento é o tempo litúrgico que começa no domingo mais próximo à festa de Santo André Apóstolo (30 de novembro) e compreende, portanto, quatro domingos.

4. O primeiro domingo do Advento pode ser adiantado até 27 de novembro (período máximo do Advento com vinte e oito dias) ou ser atrasado até o dia 3 de dezembro (período mínimo do Advento com vinte e dois dias).

5. O tempo do Advento pode ser subdividido em três períodos distintos por ordem de relevância: (i) os quatro domingos do Advento (domingos tão especiais que nenhuma solenidade tem precedência sobre eles); (ii) a semana entre 17 a 24 de dezembro, por corresponder ao período mais imediato de preparação do Natal; (iii) os demais dias do tempo do Advento.

6. O primeiro domingo do Advento nos exorta a praticar a vigilância; o segundo, a conversão; no terceiro celebramos a alegria da vinda do Senhor (o chamado 'Domingo Gaudete') e no quarto domingo, a Anunciação e o Fiat de Nossa Senhora.

7. Com o Advento, tem início um novo Ano Litúrgico nas Igrejas do Ocidente, que são divididos em Anos A, B e C, sendo narrados nestes anos os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, respectivamente (2020-2021 é o Ano B, com os Evangelhos de São Marcos).

8. Nas missas do Advento, omite-se o 'Glória', cântico associado diretamente ao nascimento de Jesus e que somente volta a ser entoado na Noite de Natal; canta-se, porém, o 'Aleluia', como referência a um tempo que é também de piedosa e alegre expectativa e não exatamente de penitência quaresmal. 

9. No tempo do Advento, os paramentos são roxos para assinalarem o caráter penitencial deste período, com uma breve mudança no terceiro domingo, no qual é utilizada a cor rosa, símbolo da nossa expectativa alegre e confiante como pausa nos tempos penitenciais do Advento. 

10. Por ser um tempo de penitência e conversão, a confissão é altamente recomendável neste período e as palavras de ordem são sobriedade e moderação. Não são realmente indicados elementos como luzes coloridas, enfeites natalinos ou decoração festiva, porque estes não são os verdadeiros símbolos do Advento cristão.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

ANO LITÚRGICO 2020 - 2021

O Ano Litúrgico 2020-2021, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (29/11/2020) até a última semana do Tempo Comum, iniciada no domingo da Festa de Cristo Rei (21/11/2021), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2010-2021 é o Ano B, no qual os exemplos e ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais retiradas do Evangelho de São Marcos, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico) quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João. 

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas, quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento, quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

CANTOS DA MISSA TRADICIONAL (XI): AGNUS DEI

Na Parte II da Santa Missa, conhecida como Missa dos Fieis, pouco antes da Comunhão, cantamos o Agnus Dei. A versão a seguir (Missa VIII de Angelis) não é praticada aos domingos comuns, mas especialmente nas épocas festivas do Natal e dos Santos Anjos (dia dois de outubro).


Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
℟. Miserere nobis.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
℟. Miserere nobis.
Agnus Dei, qui tollis peccata mundi,
℟. Dona nobis pacem.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
℟. Tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
℟. Tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
℟. Dai-nos a paz.

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

CANTOS DA MISSA TRADICIONAL (X): SANCTUS

Estamos agora na Parte II da Santa Missa, conhecida como Missa dos Fieis. No início do Canon, a parte mais sagrada da Santa Missa, a Igreja reza unida em louvor a Nosso Senhor Jesus cristo entoando o Sanctus.


Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus
Sabaoth. Pleni sunt cæli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus, qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.

Santo, Santo, Santo, é o Senhor
Deus dos Exércitos. A Terra e o
Céu estão cheios da Vossa glória.
Hosana no mais alto dos Céus.
Bendito o que vem em nome do
Senhor. Hosana nas alturas!

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

CANTOS DA MISSA TRADICIONAL (IX): CREDO

O canto (ou recitação) do Credo está inserido no contexto de louvor e adoração que caracterizam a primeira parte da Santa Missa ou Missa dos Catecúmenos. Não se trata apena de uma simples oração ou meditação, mas o símbolo triunfante da fé cristã em plenitude. Na versão niceno-constantinopolitana, constitui os fundamentos da nossa fé católica promulgados pelos Concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381).



Credo in unum Deum. Patrem omnipotentem, factorem coeli et terræ, visibilium omnium et invisibilium. Et in unum Dominum Jesum Christum, Filium Dei unigenitum. Et ex Patre natum ante omnia sæcula. Deum de Deo, lumen de lumine, Deum verum de Deo vero. Genitum, non factum, consubstantialem Patri: per quem omnia facta sunt. Qui propter nos homines, et propter nostram salutem descendit de coelis. Et Incarnatus est de Spiritu Sancto ex Maria Virgine et homo factus est. Crucifixus etiam pro nobis: sub Pontio Pilato passus, et sepultus est. Et resurrexit tertia die, secundum Scripturas. Et ascendit in coelum: sedet ad dexteram Patris. Et iterum venturus est cum gloria judicare vivos et mortuos: cujus regni non erit finis. Et in Spiritum Sanctum. Dominum et vivificantem: qui ex Patre, Filioque procedit. Qui cum Patre, et Filio simul adoratur et conglorificatur: qui locutus est per prophetas. Et unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam. Confiteor unum baptisma in remissionem peccatorum. Et exspecto resurrectionem mortuorum. Et vitam venturi sæculi. Amen.

Creio em um só Deus. Pai, todo poderoso, criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus. Nascido do Pai, antes de todos os séculos. Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Gerado, não feito, consubstancial ao Pai, por meio de quem foram feitas todas as coisas. Que por nós, homens, e por causa de nossa salvação desceu dos Céus. E se encarnou pelo Espírito Santo em Maria Virgem e se fez homem. Também por amor de nós foi crucificado, sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras. Subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai. Donde virá de novo, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos e cujo reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho. Que com o Pai e com o Filho é igualmente adorado e glorificado: ele o que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo, para a remissão dos pecados. Espero a ressurreição dos mortos e a vida do século futuro. Amém.

sábado, 5 de setembro de 2020

CANTOS DA MISSA TRADICIONAL (VIII): GLORIA

A recitação ou o canto do Glória estão inseridos no espírito de profundo recolhimento e adoração que deve caracterizar a primeira parte da Santa Missa ou Missa dos Catecúmenos. O Glória é um cântico de louvor conformado por diversas aclamações e súplicas, dirigidos à Santíssima Trindade e que se inicia com as palavras que os Anjos cantaram no nascimento do Salvador. Compõe-se de diferentes arranjos, de acordo com o conjunto das composições que constituem o chamado Kyriale para o Ordinário da Missa. Deve ser omitido nas Missas de Defuntos, do Advento, da Septuagésima e da Quaresma e nas férias sem festa.


Gloria in excelsis Deo. Et in terra pax hominibus bonae voluntatis. Laudamus Te. Benedicimus Te. Adoramus Te. Glorificamus Te. Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam. Domine Deus, Rex caelestis, Deus Pater omnipotens. Domine Fili Unigenite, Jesu Christe. Domine Deus, Agnus Dei, Filius Patris. Qui tollis peccata mundi, miserere nobis. Qui tollis peccata mundi suscipe deprecationem nostram. Qui sedes ad dexteram Patris, miserere nobis. Quoniam Tu solus Sanctus. Tu solus Dominus. Tu solus Altissimus, Jesu Christe. Cum Sancto Spiritu in gloria Dei Patris. Amen.

Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade. Nós vos louvamos, Vos bendizemos, Vos adoramos e Vos glorificamos. Nós vos damos graças, por causa da Vossa grande glória, ó Senhor Deus, Rei do céu, Deus Pai onipotente. Ó Senhor, Filho Unigênito de Deus, Jesus Cristo. Senhor Deus, Cordeiro de Deus e Filho do Pai. Vós que tirais os pecados do mundo, tende compaixão de nós. Vós que tirais os pecados do mundo, ouvi a nossa prece. Vós que estais sentado à direita do Pai, tende compaixão de nós. Porque só Vós, Senhor Jesus Cristo, sois Santo, só Vós sois o Altíssimo. Com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

CANTOS DA MISSA TRADICIONAL (VII): KYRIE

A primeira parte da Santa Missa é uma preparação para o grande mistérios da transubstanciação e da comunhão eucarística. Esta primeira parte da Missa, chamada Missa dos Catecúmenos, é dedicada ao louvor a Deus por graças tão extraordinárias e à compunção interior dos fieis diante de tão grandes mistérios. Todos os eventos e ritos praticados nesta parte, incluindo os cantos, devem estar, portanto, intimamente associados a estes preceitos, como elementos de profundo recolhimento e adoração, num contexto de plena afirmação, crescimento e maturação da nossa fé católica. Símbolos máximos deste espírito devocional na Santa Missa são as recitações ou os cantos do Kyrie, do Gloria e do Credo (constantes do Ordinário da Missa). 

O Kyrie (palavra de origem grega) é uma invocação dirigida ao Senhor e contempla uma breve ladainha compondo uma tríplice invocação às três Pessoas Divinas (que são pronunciadas três vezes e não duas vezes no rito tridentino).  Nos livros de canto gregoriano, o conjunto de composições para o Ordinário da Missa é chamado de Kyriale, embora não contenha apenas peças para o Kyrie. Estes cânticos são subdivididos em dezoito ordinários, contendo ainda várias peças complementares, indicadas para períodos específicos do tempo litúrgico sem, entretanto, ter tal obrigatoriedade formal. O Kyrie mais simples é o de número XVI (praticamente silábico), indicado primariamente para os dias de semana do Tempo Comum. O Kyrie VIII, por exemplo, é próprio da chamada Missa dos Anjos.

(Kyrie VIII)



(Kyrie XVI)

Kyrie eleison.
Christe eleison.
Kyrie eleison.

Senhor, tende piedade de nós.
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

CANTOS DA MISSA TRADICIONAL (VI): GAUDEAMUS

Na missa tradicional, o introito muda a cada missa e constitui um esboço da natureza da missa que será rezada. O canto litúrgico a seguir é específico para a missa da Festa de Todos os Santos.

Introito - Festa de Todos os Santos

Gaudeamus


Gaudeamus omnes in Domino, diem festum celebrantes sub honore sanctorum omnium: de quorum solemnitate gaudent angeli, et collaudant Filium Dei. Exsultate, justi, in Domino: rectos decet collaudatio. Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto sicut erat in principio, et nunc, et semper et in saecula saeculorum. Amen. 
Gaudeamus... Filium Dei (Sl 32,1)

Alegremo-nos todos no Senhor, festejando este dia em honra de todos os Santos; por sua solenidade se regozijam os Anjos e glorificam o Filho de Deus. Exultai, ó justos, no Senhor; louvem-no os retos de coração. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém. 
Alegremo-nos... Filho de Deus (Sl 32,1)