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quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

FELIZ E SANTO NATAL EM CRISTO!

Desejo a todos os nossos amigos e visitantes um Santo e Feliz Natal! 

CÂNTICO DE NATAL

Ó meu Menino Jesus, 
sede a minha esperança!
Que na gruta da vossa Belém 
eu possa renascer também
como uma outra criança!  

Ó meu Menino Jesus,  
sede minha santa alegria!
Que o meu presépio se faça 
banhando minha alma na graça
de uma pobre estrebaria!

Ó meu Menino Jesus, 
sede minha força e minha fé!
Que a mãe que me vela agora
seja a mesma Nossa Senhora 
da família de Nazaré!

Ó meu Menino Jesus, 
sede farol e minha luz!
Que este Natal de abraços,
se faça caminho de passos
que passam diante da Cruz! 

Ó meu Menino Jesus, 
sede a alma do meu viver!
Que este Natal me converta
em dom, partilha e oferta
para os que vão renascer!
E em dom, oferta e partilha,
onde ainda hoje não brilha
a luz do vosso nascer! 

Ó meu Menino Jesus, 
sede minha paz e todo bem!
Que eu viva a bem aventurança 
de adorar Deus feito criança
numa gruta de Belém!

(Arcos de Pilares)

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

7 QUESTÕES SOBRE O NATAL CRISTÃO


I. O que significa celebrar o Natal?

Significa celebrar na Liturgia, memorial do culto cristão, instituído por Jesus nosso Senhor, o mistério e a graça da sua piedosa Vinda, da sua graciosa Manifestação na nossa natureza humana e no nosso mundo, cumprindo as promessas feitas por Deus a Israel.

II. O que é esse Memorial instituído pelo Senhor?

No Israel da Antiga Aliança, toda a obra salvífica do Senhor era celebrada anualmente nas festas instituídas pelo Senhor Deus: a Páscoa, Pentecostes, as Tendas, o Kippur, a Dedicação do Templo... Tudo isto preparava para o Cristo nosso Senhor. Ele veio, realizou a salvação e na noite em que foi entregue, instituiu o Sacramento do seu Corpo e do seu Sangue, Memorial sagrado de tudo quanto Ele fez por nós, cumprindo tudo quanto Deus havia prometido.

Assim, no Sacramento da Ceia, no santo Sacrifício Eucarístico, toda a salvação torna-se presente: a criação do mundo, a história santa do antigo Israel, os atos e gestos salvíficos do Senhor, as graças dadas aos cristãos, a vida da Igreja e até mesmo a sua Vinda no final dos tempos. Na Liturgia, pela força potente do Santo Espírito do Cristo imolado e ressuscitado, tudo, tudo absolutamente, em Cristo Senhor, torna-se contemporaneamente, simultaneamente presente, de modo que, para um cristão, celebrar os santos mistérios litúrgicos é entrar realmente e verdadeiramente em contato com o Mistério da nossa salvação e com cada um dos mistérios especificamente. Na Liturgia, toda a obra da salvação é-nos dada realmente: 'Fazei isto em memória  = memorial ou zikaron, isto é, celebração ritual, eficaz e presentificante ) de Mim!'

III. O Natal é, então, celebração do quê?

É real e verdadeira celebração da Manifestação, da Vinda do Senhor na nossa carne mortal. Celebrar a Eucaristia no Natal é tornar realmente presente sobre o Altar como oferta ao Pai no Espírito Santo o Cordeiro imolado e ressuscitado no Qual tudo, absolutamente tudo da nossa salvação se encontra presente! Cristo é tudo, resume tudo, sintetiza tudo, atrai tudo, realiza tudo! Nele, eucarístico, está a criação do mundo; nele, toda a história de Israel; nele o Natal; nele a Páscoa; nele a vida da Igreja; nele a Glória dos santos; nele o Dia Final, na consumação de tudo!

Cada mistério da nossa fé que celebramos na Liturgia coloca-nos realmente, verdadeiramente em contato com a graça que nos veio daquele mistério. Qem celebra as Eucaristias do tempo sagrado do Natal entra em contato real com a graça da Vinda do Salvador! Este é um luxo, uma graça, uma elegância de Deus que somente recebe quem participa da Liturgia e só na Liturgia é dado!

IV. O Natal é o aniversário de Jesus?

De modo algum! Jamais a Igreja pensou numa coisa dessas! Na Liturgia não se diz: Jesus nasceu há 2000 anos! Diz-se: 'Hoje nasceu para vós um Salvador: Cristo, o Senhor!' A Liturgia, na potência do Espírito, coloca-nos no Hoje de Deus, coloca-nos em contato direto com a graça salvífica do acontecimento que, ocorrido uma vez por todas no passado, torna-se eternamente presente na Glória do Céu, em Cristo, único e eterno sacerdote, que na Tenda eterna do Céu ministra a Liturgia eterna que torna-se presente sobre o Altar da Igreja!

No Natal nunca, de modo algum, por motivo algum, deve-se cantar 'Parabéns' para Jesus! Seria algo totalmente contrário ao significado do Natal cristão!

V. Cristo nasceu no dia 25 de dezembro?

Não, com certeza. E os cristãos sempre souberam disso! Desde o início, esta festa é celebrada em datas diferentes pela Igreja no Oriente e no Ocidente: no Oriente, a 6 de janeiro; no Ocidente, a 25 de dezembro.

Eis os motivos do 25 de dezembro: Segundo antigas tradições, o mundo teria sido criado no dia 25 de março. Neste dia também se celebrava a Festa da Anunciação de Gabriel à Virgem Maria, início da recriação de todas as coisas em Cristo: Ele, vindo ao nosso mundo no seio da Virgem, recriou o mundo envelhecido e caduco pelo pecado. Assim, o 25 de dezembro ocorre nove meses após a celebração da concepção.

Mas, há outro motivo. Depois de o cristianismo já ter se espalhado no Império Romano e os imperadores terem aceitado a fé cristã, surgiu um que apostatou da fé e quis restaurar o paganismo em Roma: Juliano, o Apóstata! Ele fez o possível para restaurar a festa do deus Sol Vencedor em Roma, que ocorria no dia 25 de dezembro, solstício do inverno. Exatamente a época em que o sol começa a ficar mais forte e fazer os dias começarem a ficar mais longos, vencendo o frio e as trevas do inverno. Esta seria a vitória do deus sol sobre as trevas!

Os cristão reagiram fortemente, celebrando aí não o deus sol, mas o verdadeiro Sol da justiça, Luz do Alto que nos veio visitar, vencendo as trevas da idolatria, do pecado e da morte! O verdadeiro Sol Invicto é o Cristo nosso Deus, que vindo à nossa terra, tudo iluminou com a sua piedosa Manifestação. Assim, a data do Natal estabeleceu-se de vez no século IV para toda a Igreja do Oriente e do Ocidente. No dia 6 de janeiro, a Igreja passou a celebrar a Epifania do Senhor. 

VI. Seria realmente errado ver o Natal como aniversário de Jesus?

Totalmente. Comemora-se o aniversário contando os dias de acontecimentos ou pessoas neste tempo. Jesus é o Senhor, entrou na Eternidade, é Senhor do tempo; não mais está preso ao nosso tempo, mas preenche todos os tempos: 'A Ele o tempo e a eternidade'!' - diz a Igreja na Vigília Pascal. 

Comemora-se o aniversário de alguém para festejar sua entrada nesta vida. Jesus entrou nesta vida, neste mundo, por humilhação, por esvaziamento de si mesmo: sendo rico fez-se pobre, sendo Deus fez-se homem, sendo Senhor fez-se servo para nos salvar. Na verdade o nascimento de Jesus segundo a carne é um gesto de humildade e humilhação por amor!

O nascimento definitivo para um cristão é o nascimento para a Glória: dos santos, celebra-se não o dia do nascimento para este mundo, mas o Die Natalis para o Céu, o dia da morte para este mundo.

E o mais importante: nenhuma celebração da Liturgia é de aniversário; nunca é uma recordação do passado que ficou lá trás, mas é um tornar-se realmente presente de um fato ou evento salvífico que se torna atual e atuante na vida dos que celebram os santos mistérios na Liturgia. 

VII. O que é essencial para um cristão celebrar o Natal?

O que é essencial para qualquer festa cristã: participar da santa Liturgia eucarística. É na Eucaristia que todo o mistério da nossa fé, o mistério da nossa salvação, da criação à Parusia do Senhor, faz-se presente: 'Eis o Mistério da fé!' Isto é: ali, no Cordeiro imolado e ressuscitado, tudo faz-se contemporâneo na potência do Espírito! Na Eucaristia, tudo é celebrado na vida cristã e na vida do cristão! Sem a participação na Eucaristia é impossível ser cristão plenamente!

(Dom Henrique Soares da Costa, então Bispo de Palmares/PE)

CARTÕES DE NATAL (III)

 
Vem, ó Jesus, luz do mundo, dissipar as trevas do mal
e nos mostrar o caminho da justiça!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

PROPÓSITO PARA A QUARTA SEMANA DO ADVENTO


Jesus e Maria estão de fato tão unidos que quem vê Jesus vê Maria, quem ama Jesus ama Maria e quem é devoto de Jesus também é devoto de Maria. Jesus e Maria são os dois primeiros fundamentos da religião cristã, as duas fontes vivas de todas as nossas bênçãos, os dois termos de nossa devoção e os dois pontos de referência para os quais devemos olhar em todas as nossas ações e exercícios. 

Não é verdadeiro cristão quem não tem devoção à Mãe de Jesus Cristo e de todos os cristãos. Portanto, Santo Anselmo e São Boaventura afirmam que não é possível que aqueles que não são amados por sua Santa Mãe sejam acolhidos por Jesus Cristo, assim como aqueles a quem ela dirige seu olhar benevolente não podem perecer.

Em Maria, devemos olhar e adorar o seu Filho: olhar e adorá-lo apenas a ele. Assim, de fato, ela quer ser honrada, sabendo muito bem que sozinha ela não é nada, mas que seu Filho Jesus é tudo nela: ele é seu ser, sua vida, sua santidade, sua glória, seu poder e sua grandeza. Devemos agradecer a Jesus a glória que desejava receber nela e por ela. Devemo-nos oferecer a ele e pedir-lhe que nos dê a Maria e disponha tudo para que nossa vida e nossas ações sejam consagradas para honrar a sua vida e as suas ações. Devemos pedir-lhe que compartilhe o amor que tinha por ela e suas outras virtudes. Devemos pedir a ele que nos use para honrá-la, ou melhor, para se honrar nela, da maneira que ele quiser.

Que, nesta Quarta Semana do Advento, em recolhimento anterior, possamos reconhecer e honrar Maria como Mãe de nosso Deus e depois como nossa Mãe e Soberana; agradecer-lhe por honrar, glorificar e servir a Jesus Cristo seu Filho e nosso Senhor; depender dela e pedir-lhe que nos guie em tudo o que diz respeito à nossa vida; dar-nos a ela e submeter-se a ela como escravos, implorando-lhe que tome pleno poder sobre nós, disponha de nós segundo sua boa vontade para a glória de seu Filho, e nos una a todo o amor e louvor que ela lhe tributou e lhe oferece novamente por toda a eternidade.

(São João Eudes, excertos e texto adaptado, Ouevres Complètes)

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

PROPÓSITO PARA A TERCEIRA SEMANA DO ADVENTO


'Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!' (Mt 11,6)

A vigilância perseverante e a conversão sincera nos convidam a viver em plenitude a alegria cristã. Não aquela feita das frivolidades do mundo, superficial e passageira, mas aquela que nos inunda a alma de esperança e de confiança na certeza de que o Senhor está prestes a chegar. Uma alegria que nos ilumina interiormente pela presença salvadora de Deus que vem ao nosso encontro.

Felizes somos nós que cremos, que esperamos, que amamos e adoramos o Senhor da vida. Que nos desapegamos dos risos fáceis e vazios e nos rejubilamos em Cristo; preparando o coração com simplicidade e confiança, aprendemos a reconhecer que o Natal não é apenas uma data a celebrar, mas um mistério a acolher: Deus que vem para permanecer conosco.

A alegria cristã pressupõe a santa alegria da comunidade cristã e, assim, o retrato mais fiel da aleria cristã é a caridade. São João Batista, figura central deste tempo litúrgico, exorta-nos a preparar os caminhos do Senhor com gestos reais de justiça, partilha e humildade. A verdadeira alegria cristã se revela quando o coração se desapega do egoísmo e se abre ao amor.

Maria, Mãe do Advento, infundi em nossos corações a alegria que vivenciastes quando o Filho de Deus estava prestes a habitar entre nós, uma alegria bela e santa, enraizada na fé, sustentada pela esperança e compartilhada no amor ao próximo.

E que, nesta Terceira Semana do Advento, tenhamos o firme propósito de viver em plenitude a virtude da feliz caridade para com nossos irmãos. Um gesto de perdão, uma palavra de consolo, uma ação concreta em aliviar o sofrimento alheio ou um tempo dedicado aos mais necessitados tornam-se sinais concretos de que a alegria cristã, que antecede a vinda do Salvador do mundo, já habita entre nós.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

PROPÓSITO PARA A SEGUNDA SEMANA DO ADVENTO


'Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo' (Mt 3,2)

O pecado é um estado de noite espiritual. O pecador vive nas trevas, e suas obras são obras das trevas. Mas, assim que uma verdadeira conversão do coração abre o caminho para Jesus na alma obscurecida, as sombras da escuridão espiritual desaparecem e a luz difunde ali seu esplendor radiante. Subitamente, torna-se dia; a alma começa a conhecer a si mesma, a compreender a miséria de sua existência anterior e a ver o que significa uma mudança de coração, uma mudança permanente, como a que o Senhor exige dela.

O significado das palavras de Cristo: 'Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?' torna-se imediatamente claro para o pecador arrependido; ele vê quão vã é toda a luta e busca por fortuna, honra e prazer, com as quais os filhos do mundo se esforçam para satisfazer os desejos de seus corações. As escamas caem de seus olhos. Ele decide seguir a Cristo e trilhar o caminho que leva à salvação. Ele olha para o seu modelo e ouve a sua promessa: 'Sou Eu!' Sim, é Ele. Foi somente Ele, a Luz do mundo, quem pôde despertar e iluminar uma alma que dormiu e sonhou por tantos anos na noite e na escuridão do pecado.

Mas agora, cristão, faça a si mesmo a seguinte pergunta: você está verdadeiramente convertido? Você não viveu, talvez por muitos anos, em estado de pecado? Você, cegado pelas seduções e pela falsa luz deste mundo, esqueceu o céu pela terra e, com as verdades eternas do Evangelho ressoando em seus ouvidos, preocupou-se apenas em desfrutar dos bens, honras e prazeres desta vida? Feliz você é, de fato, se o dia já amanheceu para você! Em gratidão por este dom inestimável da conversão, caminhe daqui em diante como um filho da luz e pratique, com zelo redobrado, as obras da graça. Eis agora o tempo de conversão!

Maria, Mãe de misericórdia, refúgio dos pecadores, rogai para que Deus nos conceda a graça de uma firme conversão e que, por nossa vida reformada, possamos provar e viver em plenitude a nossa reconciliação com Deus!  

Que, nesta Segunda Semana do Advento, possamos responder com firme confiança à pergunta: 'Em que estado se encontra minha alma? Sou eu, talvez, como um junco? Sou constante no serviço a Deus?' Que a nossa pronta resposta de constância e perseverança no estado da graça nos tornem dignos de sermos filhos de Deus, herdeiros das moradas eternas e da vida eterna com Deus!

(excertos adaptados dos sermões do Pe. Francisco Xavier Weninger, 1877)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

PROPÓSITO PARA A PRIMEIRA SEMANA DO ADVENTO

 


'Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá' (Mt 24,44)

Fiquemos, pois, preparados! A preparação começa pelo anseio feliz pela vinda do Senhor e se completa em estarmos prontos para o receber como filhos de Deus.

Assim como Cristo entrou no mundo para salvar toda a humanidade, Ele precisa entrar no nosso coração para salvar a nossa alma! Para isso, temos de ser moradas da graça santificante e hóspedes da Santa Vontade de Deus, resistindo às tentações, às vicissitudes humanas e, principalmente, ao pecado. Precisamos estar preparados no amor às coisas de Deus e no horror ao pecado.

Quem esperamos é Jesus, o Rei dos reis, o Cordeiro Imolado, nosso Salvador e nosso Redentor, Aquele que nos legou as moradas eternas, abriu os Portões do Céu e que pagou um preço de Cruz pelos nossos pecados para que nos tornássemos dignos de sermos filhos de Deus. Quem esperamos é Jesus Cristo, Juiz da história humana, Juiz de cada alma em particular. Esperar Jesus é compartilhar com Ele, desde agora, o lugar preparado para nós na eternidade de Deus.

Peçamos a Maria, Nossa Senhora de todas as graças, aquela que se preparou como obra prima de Deus para receber Jesus, interceder por todos nós, para que, quando Jesus nos vier visitar, possamos estar preparados, com rins cingidos e velas na mão, para receber Jesus com toda alma e coração!

Que, nesta Primeira Semana do Advento, sejamos zelosos em limpar a casa, adornar a manjedoura, remover as manchas dos nossos pecados e perfumar com virtudes o nosso interior, pois, como nos disse o Senhor: 'Buscai primeiro o Reino de Deus' (Mt 6,33). E que, assim, possamos dizer com viva confiança e esperança: 'Vem, Senhor; Vem, meu Jesus, habitar em mim, porque estou preparado!'

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

ANO LITÚRGICO 2025 - 2026

Ano Litúrgico 2025-2026, de acordo com o rito católico romano, vai desde o primeiro domingo do Advento (30/11/2025) até a solenidade de Cristo Rei do Universo (22/11/2026), durante o qual a Igreja celebra todo o mistério de Cristo, desde o nascimento até a sua segunda vinda. O Ano Litúrgico 2025-2026 é o Ano A, no qual os exemplos e os ensinamentos de Jesus Cristo são proclamados a cada domingo pelas leituras principais, retiradas do Evangelho de São Mateus, com exceção de ocasiões especiais (as chamadas Festas e Solenidades do rito litúrgico), quando são utilizadas leituras específicas do Evangelho de São João.

O ano litúrgico compreende dois tempos distintos: os chamados tempos fortes que incluem AdventoNatalQuaresma e Páscoa, durante os quais certos mistérios particulares da obra redentora e salvífica de Cristo são celebrados e o chamado Tempo Comum, no qual celebramos o Mistério de Cristo em sua totalidade, ou seja, encarnação, vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor. 

O Tempo Comum é subdividido em duas partes. A primeira parte começa no dia seguinte à festa do Batismo de Jesus (11/01/2026) e vai até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas (18/02/2026), quando tem início a Quaresma. A segunda parte do Tempo Comum recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes (24/05/2026) e se estende até o sábado que antecede o primeiro domingo do Advento (29/11/2026), quando tem início um novo Ano Litúrgico, compreendendo sempre um período de 33 ou 34 semanas.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

VERSUS: AS DORES FINAIS DA PAIXÃO DE JESUS


Tudo está consumado!
Maria, o discípulo amado, Maria Madalena e as santas mulheres recolheram, em seus braços, o corpo de Jesus descido da cruz. 
Nicodemos e José de Arimateia envolvem o corpo de Cristo em um longo tecido de linho branco e o untam com um perfume precioso, composto de mirra e aloés.
O corpo de Jesus é levado até um um sepulcro novo, talhado na rocha, que ainda não tinha sido utilizado.
A entrada do túmulo é fechada por uma pedra, ficando sob a guarda de soldados romanos.

Quando o corpo de nosso senhor chega até nós na sagrada comunhão, devemos também envolvê-lo com o perfume das santas intenções, com o perfume das boas obras, com a apresentação de um coração puro da inocência, figurada naquele linho sem mancha; com uma rígida determinação de fazer o bem tal qual a pedra do sepulcro; uma consciência inteiramente renovada pela penitência; e, depois da comunhão, devemos cerrar as portas do nosso coração com a pedra e o selo do nosso recolhimento, frente a modéstia, mesuras e atenção com nós mesmos, como guardas vigilantes para impedir que nos arrebatem o tesouro precioso que acabamos de receber.

(Santo Afonso de Ligório)



O discípulo amado leva pela mão a Mãe do Senhor, sua mãe desde a Cruz. 
A Virgem, submersa na sua dor sem fim, carrega nas mãos a coroa de espinhos. 
Nicodemos e José de Arimatéia saem consternados do jardim do sepulcro.
E duas outras Marias choram prostradas à entrada do túmulo. 
As trevas da Sexta-feira Santa se retiram, para dar luz a um princípio de céu claro de primavera.

Ó Maria, ó Mãe, a mais aflita entre todas as mães, compadeço-me de vosso coração, especialmente quando vistes vosso Jesus inclinar a cabeça, abrir a boca e expirar. Por amor deste vosso Filho, morto por minha salvação, recomendai-lhe a minha alma. E vós, meu Jesus, pelos merecimentos das dores de Maria, tende piedade de mim e concedei-me a graça de morrer por vós, como morrestes por mim. Com São Francisco de Assis, vos direi: 'Morra eu, Senhor, por amor de vós que, por amor de meu amor, vos dignastes morrer'.

(Santo Afonso de Ligório)

sexta-feira, 30 de maio de 2025

BREVIÁRIO DIGITAL - ICONOLOGIA CRISTÃ (VI)

Theophanis Strelitzas ou Theophanes Bathas ou ainda Teófanes, o Cretense (1490? - 1559) foi um artista grego bizantino e um dos maiores pintores de ícones da chamada Escola Cretense de Pintura.

Os quinze ícones abaixo, pintados no Monastério de Stavronikita (localizado no Monte Athos, na Grécia e dedicado a São Nicolau), é um dos trabalhos finais de Teófanes e representa um ápice na história da iconografia eclesiástica. Os personagens são retratados como figuras altas e magras, com vestimentas simples e semblantes severos, distribuídos de forma harmônica e equilibrada nos ícones, que representam a sequência cronológica de eventos da vida pública de Jesus Cristo.





terça-feira, 15 de abril de 2025

O SENHOR DOS PASSOS DO ÚLTIMO ENCONTRO

A Procissão do Encontro, em muitas regiões, acontece na Quarta-feira Santa à noite; em outras, é comumente realizada na tarde do Domingo de Ramos.

Neste momento em que o Senhor de todos os passos e caminhos encontra a Senhora de todas as dores, a Terra inteira se detém e os Céus esperam... Potestades e coortes angélicas se calam, os santos e santas de Deus se emudecem, o Purgatório congela, os infernos são calcinados e a humanidade hiberna... neste momento extremo, tudo o mais se retém no mais íntimo dos recolhimentos.

Eis o Homem! O Senhor dos Passos, desfalecido em dores, esmagado pelo horror ao pecado, incensado de misericórdia até a última gota de sangue, ergue os olhos ensanguentados à Mãe de Todas as Dores e estremece de angústia. O coração de Deus pulsa fragilmente dentro do corpo flagelado; o coração de Deus é flagelado pela visão da Mãe de todas as dores. Neste momento de agonia extrema, Jesus sabe que Maria tem que partilhar com Ele esse Calvário de dores. E, ainda assim, o Senhor dos Passos do Último Encontro levanta os olhos aos Céus, num murmúrio de misericórdia infinita pelos homens de todos os tempos: 'Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem' (Lc 23,34 a).

Os gritos, as imprecações, os sentidos nublados e a dor extrema, tudo conspira contra esse olhar entre a Mãe e o seu Filho amado. São agora dois corações dilacerados pelos flagelos humanos e divinos. A angústia física é superada pela miséria dos nossos pecados; as chagas do corpo não exprimem nem de longe as necroses da alma. O Senhor dos Passos do Último Encontro ainda se desvela com o filho resgatado de última hora: 'Hoje estarás comigo no paraíso' (Lc 23,43).

E segue a trilha da última caminhada com a mesma determinação dos tempos de Caná. E Jesus grita, dentro de nossas mentes e almas, que nada nos pode separar do amor de Deus: nem as mãos e os pés ensanguentados, nem as chagas, nem os cravos, nem a coroa de espinhos, nem o flanco aberto, nem a agonia de três horas na Cruz podem fazer Deus, o Senhor dos Passos do Último Encontro, afastar os olhos de sua Mãe e de uma misericórdia infinita pela humanidade pecadora: 'Mulher eis aí o teu filho, filho eis aí a tua mãe' (Jo 19,26-27).

Aos pés da Cruz, está a Mãe de todas as dores, o discípulo amado e as santas mulheres. Maria está de pé aos pés da Cruz para estar mais perto do Filho que lhe escapa ao último abraço. Sangue e lágrimas é o cenário derradeiro do Filho do Homem e daquela que Ele tornou a Mãe de Deus. No silêncio da Terra e do Céu, pasmos diante dos mistérios da graça, parece quebrada a unidade do universo e o Senhor dos Passos do Último Encontro invoca então ao Pai o seu lamento: 'Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonastes?!' (Mc 15,34).

E o silêncio do Céu permanece como uma cortina de chumbo sobre o Calvário. A natureza não ousa um estremecimento qualquer. Tudo se reveste de uma atmosfera estranha e perturbada, que não se pode explicar com palavras. E o tempo dos homens flui devagar entre as testemunhas da Paixão. O estertor da crucificação se molda à realidade dos fatos consumados. Enquanto o riso e o pranto se encolhem, subjugados pelo indiferentismo de homens moldados pela rotina do castigo, o Senhor dos Passos do Último Encontro é agora mortalmente açoitado pelos sentidos: 'Tenho sede' (Jo 19,28 b).

Jesus tem sede de água. Jesus tem sede de almas. Jesus tem sede de conversão e de salvação dos homens de todos os tempos. Por isso, morre pregado numa cruz, humilhado entre dois ladrões, objeto de escárnio e zombaria dos que o sacrificam. Jesus tem sede do amor de cada criatura de Deus, criada para a glória de Deus, criada para ser salva pelo mistério da Cruz! Jesus tem sede de mim, de você, dos homens de ontem e de hoje, Jesus tem sede de amar e de ser amado pela humanidade inteira. E, ciente desta ânsia de amar,  o Senhor dos Passos do Último Encontro conclui então o seu mandato de amor: 'Tudo está consumado' (Jo 19,30 a).

Eis a hora extrema da Paixão e Morte do Senhor. Tudo está feito, tudo está consumado. O senhor de todas as coisas faz-se agora senhor de coisa alguma e apenas se deixa consumir numa morte de cruz para resgatar o homem como criatura eterna do Pai. O Senhor dos Passos do Último Encontro volve os seus olhos turvados pelas sombras da morte ao olhar angustiado de sua Mãe aos pés da Cruz. Na angústia tremenda dos corações despedaçados, a paz de Deus os retém num último abraço e, volvendo os olhos para o Céu, O Senhor dos Passos do Último Encontro exala finalmente o seu último suspiro: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito' (Lc 23,46 b).

sexta-feira, 4 de abril de 2025

POEMAS PARA REZAR (LX)

A FLOR DA PAIXÃO


A flor de maracujá, de cor púrpura, é associada comumente ao simbolismo da Paixão do Senhor, seja pela cor roxa característica do tempo quaresmal, seja pelo emaranhado característico das folhas, filamentos e pétalas que remetem aos pregos, chagas e espinhos que compõem o mistério do Calvário. A correlação é tão imediata que os primeiros missionários portugueses e espanhóis que chegaram às Américas no século XVI designaram a planta como Flos Passionis ou Flor da Paixão. Atualmente, acredita-se que existam mais de 500 espécies da flor da Paixão em todo o mundo, mas principalmente no Brasil. As características singulares da Flor da Paixão foram traduzidas por Catulo da Paixão Cearense (1863 - 1946), o chamado poeta do Sertão, no poema transcrito abaixo, elaborado em linguagem livre e regional, conectando ao mesmo tempo, de forma simples e bela, o folclore sertanejo e a religiosidade popular.

A FLOR DO MARACUJÁ 

(Catulo da Paixão Cearense)

Encontrando-me com um sertanejo,
Perto de um pé de maracujá,
Eu lhe perguntei: diga-me caro sertanejo,
Porque razão nasce roxa, a flor do maracujá?

Ah, pois então eu lhi conto,
A estória que ouvi contá,
A razão pro que nasci roxa,
A frô do maracujá.
Maracujá já foi branco,
Eu posso inté lhe ajurá,
Mais branco qui a caridadi,
Mais branco do que o luá.

Quando as frô brotava nele,
Lá pros cunfim do sertão,
Maracujá parecia,
Um ninho de argodão.
Mais um dia, há muito tempo,
Num meis que inté num mi alembro,
Si foi maio, si foi junho,
Si foi janeiro ou dezembro.

Nosso sinhô Jesus Cristo,
Foi condenado a morrê,
Numa cruis crucificado,
Longe daqui como o quê,
Pregaro Cristo a martelo,
E ao vê tamanha crueza,
A natureza inteirinha,
Pois-se a chorá di tristeza.

Chorava us campu,
As foia, as ribeira,
Sabiá tamém chorava,
Nos gaio da laranjera,
E havia junto da cruis,
Um pé de maracujá,
Carregadinho de frô,
Aos pé do nosso sinhô.

I o sangue de Jesus Cristo,
Sangui pisado de dô,
Nus pé di maracujá,
Tingia todas as frô,
Eis aqui seu moço,
A estória que eu vi contá,
A razão proque nasce roxa,
A frô do maracujá.

PRIMEIRA SEXTA-FEIRA DO MÊS

quarta-feira, 5 de março de 2025

QUARESMA 2025

A Quaresma é assumida pela Igreja como um tempo de preparação para a celebração da Páscoa, movido essencialmente pelo incentivo maior e mais intenso pelo povo cristão das práticas de oração constante e penitência, como jejuns e obras de caridade. A Quaresma deste ano tem início na Quarta-Feira de Cinzas (05 de março) e se estende até as vésperas imediatas da Missa Vespertina In Coena Domini na Quinta-Feira Santa, ou seja, na Quarta Feira da Semana Santa (dia 16/04/2025). 


Sugestão: Adotar este ciclo de leituras e devoções diárias (40 dias) durante esta Quaresma (clicar sobre o título abaixo)


Primeiro Dia - Quarta Feira de Cinzas
Quadragésimo Dia - Quarta Feira da Semana Santa 

Não incluir na sequência das datas das Leituras do Diário da Quaresma de 2025 os dias 19/03 (São José), 25/03 (Anunciação do Senhor) e 13/04 (Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor)

terça-feira, 4 de março de 2025

FESTA VOTIVA DA SAGRADA FACE DE NOSSO SENHOR

Hoje é o último dia antes do grande e santo jejum da Quaresma. No rito litúrgico da Igreja, sempre representou um dia ímpar, chamado Marti Gras (ou Terça-feira Gorda), que delimita um tempo de separação radical entre um tempo de diversão, alegria e consumo de carne ao período austero de jejum e penitência da Quaresma. Ou seja, impõe ao cristão uma percepção clara de antagonismo entre o tempo de festa que termina e o tempo de penitência prestes a se iniciar. Infelizmente, e particularmente no Brasil, este dia da terça-feira de carnaval transformou-se apenas em um dia ímpar de zombarias, escândalo público e pecado para muita gente.


Exatamente por tais razões, a festa votiva em honra à Sagrada Face de Nosso Senhor (instituída pelo Papa Pio XII em 1958 e que não consta mais do calendário da liturgia atual) é especialmente celebrada na terça-feira que precede o tempo da Quaresma, como ato de desagravo e reparação aos pecados cometidos durante o carnaval. Este foi inclusive um pedido formal de Nosso Senhor Jesus Cristo à Madre Pierina em 1938:

'Veja como sofro. No entanto, sou compreendido por tão poucos. Que gratidão da parte daqueles que dizem que me amam. Eu dei o meu Coração como um objeto sensível do meu grande amor pelo homem e dou o meu rosto como um objeto sensível da minha tristeza pelos pecados do homem. Desejo que seja honrado por uma festa especial na terça-feira da Quinquagesima (a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas). A festa será precedida por uma novena na qual os fiéis farão reparação comigo unindo-se à minha tristeza'.

O pedido de Nosso Senhor Jesus Cristo é muito claro: não é preciso esperar a Quarta-feira de Cinzas para nos colocarmos em espírito de penitência pelos nossos pecados e pelos pecados dos homens. 

Deus onipotente e misericordioso, dignai-vos, nós vos suplicamos, conceder a todos aqueles que honram o rosto do vosso Cristo neste dia, desfigurado na sua Paixão e Morte de Cruz pelos nossos pecados, a graça de vê-lo e glorificá-lo por toda a eternidade. Amém.

sábado, 1 de março de 2025

DEVOÇÃO DAS 40 HORAS

 

Estamos a poucos dias do início da Quaresma, tempo singular de oração e penitência. E precedido por um tempo também singular de desvario e liberação total de escândalos públicos que arrastam as almas para os abismos do pecado. Há maneiras diversas de um católico viver livre destas amarras ou fazer atos de desagravo nestes tempos de carnaval e antecipar o tempo quaresmal de penitência, mas um, bastante especial, é a chamada Devoção das 40 Horas ao Santíssimo Sacramento nestes dias e antes da Quarta-Feira de Cinzas, que constitui um antigo rito litúrgico da Igreja quase relevado ao esquecimento nos dias atuais.

A devoção teve origem na Idade Média (pelo menos desde o século X) como devoção ao Santo Sepulcro do Salvador, que era erigido desde a Adoração da Cruz, na Sexta-Feira Santa, até a Missa de Ressurreição do Domingo de Páscoa. Durante este tempo (cerca de 40 horas), os fiéis oravam diante dele, recitando ou cantando salmos e outras preces, em memória da morte e sepultura do Senhor, que esteve no Sepulcro por cerca também de 40 horas.

A Exposição do Santíssimo ─ visível ou velado no cálice ─ para sua adoração pelos fiéis, constitui uma das principais práticas de adoração a Jesus na Sagrada Eucaristia, particularmente por meio da Festa de Corpus Christi e da Devoção das 40 Horas. Estas práticas litúrgicas constituem, portanto, o termo feliz da evolução da devoção original ao Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo. A celebração da Devoção das 40 Horas foi aprovada inicialmente pelo papa Paulo V em 1539 e Clemente XI ordenou definitivamente a sua prática litúrgica, em termos de Adoração Perpétua, mediante a famosa Instrução Clementina de 1705.

A devoção pode ser praticada em quaisquer datas, mas especialmente é indicada no Tempo Pascal, durante as quarenta horas que antecedem o dia de Corpus Christi e durante os três dias de carnaval que antecedem a Quarta-Feira de Cinzas (domingo, segunda-feira e terça-feira), como rito de reparação aos pecados cometidos nesta época. As comunidades dividem-se em grupos e horas alternadas, de modo a adorar Jesus Sacramentado por 40 horas ininterruptas. As práticas de Devoção das Quarenta Horas é comumente intercalada com celebrações de missas coram exposito (mediante exposição do Santíssimo Sacramento).

HOJE É O PRIMEIRO SÁBADO DO MÊS

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

AURUM, TUS ET MURRAM


'Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém... Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra' (Mt 2,1.11).

O presente do ouro sinaliza para a realeza de Jesus, o incenso para a sua divindade e a mirra para a sua humanidade. Deus menino desceu do Céu como nosso Rei (ouro) para cumprir seus deveres sacerdotais (incenso) e morrer pelos nossos pecados (mirra). A mirra, como símbolo de sofrimento, torna-se uma pré-anunciação e uma profecia das dores da Paixão do Senhor.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

QUARTA SEMANA DO ADVENTO

A SAGRADA FAMÍLIA DO ADVENTO

A Bondade Infinita de Deus reduziu-se à nossa humanidade escondido no ventre imaculado da Virgem Imaculada. O Advento é um tempo de graça para se viver este mistério de amor e despojamento do Verbo Encarnado e para se mergulhar neste abismo de misericórdia de Deus feito homem que ultrapassa todo o nosso entendimento humano.

Maria é a Mãe da esperança, que nos ensina a vivermos neste Advento a intimidade dos divinos mistérios, com espírito de humildade e recolhimento interior, na absoluta fidelidade à Santa Vontade de Deus, de quem se proclamou serva desde o primeiro dia da sua vocação.

José é o Patriarca do tesouro das graças e bem aventuranças do Espírito Santo, esposo castíssimo e pai amoroso de Jesus. Que o Advento possa nos levar a refletir o espírito de humildade e despojamento do Glorioso São José e a ele invocar e recomendar, particularmente neste tempo, a nossa vida, o nosso trabalho e a nossa família.

ANTÍFONA DO Ó - 23 DE DEZEMBRO

As Antífonas do Ó são sete orações especialmente cantadas durante o tempo do Advento, particularmente ao longo da semana que antecede o Natal. A autoria das antífonas, que remontam aos séculos VII e VIII, tem sido comumente atribuída ao papa Gregório Magno. São sete orações extremamente curtas, sempre iniciadas pela interjeição Ó, correspondendo a sete diferentes súplicas manifestadas a Jesus Cristo, na expectativa do nascimento do Menino - Deus entre os homens, que é invocado sob sete diferentes títulos messiânicos tomados do Antigo Testamento.

23 de dezembro

O Emmanuel,
Rex et legifer noster,
exspectatio gentium,
et Salvador earum:
Veni ad salvandum nos, Domine Deus noster  


Ó Emanuel,
nosso rei e legislador,
esperança e salvador das nações,
Vinde salvar-nos,
Senhor nosso Deus.