quinta-feira, 5 de novembro de 2020

UM TESTEMUNHO PELA SACRALIDADE DO MATRIMÔNIO


A beata Laura Vicuña del Carmen, nascida em 1891 no Chile, embora tenha vivido apenas 13 anos, representa um dos mais impactantes modelos em favor da sacralidade e da indissolubilidade do matrimônio. Ainda muito nova, ao receber a instrução católica sobre o sacramento do matrimônio, foi tomada de enorme inquietação e perturbação por tomar conhecimento da situação social de sua mãe, que vivia então uma união irregular com um homem, na localidade de Junín de Los Andes (Argentina) onde moravam. Desde então, Laura intensificou as suas orações e penitências pela conversão da mãe. 

Ao receber a primeira comunhão em 2 de junho de 1901, com grande fervor,  escreveu os seguintes propósitos a Jesus Sacramentado: 

1. 'Quero amar-Vos e servir-Vos com toda a minha vida, ó meu Jesus; para isso, ofereço-Vos a minha alma, o meu coração e todo o meu ser'. 
2. 'Prefiro morrer a ofender-Vos em pecado; quero distanciar-me de tudo o que me separa de Vós'. 
3. 'Prometo fazer o melhor que conseguir, mesmo que tenha de fazer grandes sacrifícios, para que sejais mais conhecido e amado, e para reparar as ofensas feitas contra Vós diariamente pelos homens que não Vos amam, especialmente por aquelas ofensas que recebeis dos que me são mais próximos'. 
4. 'Meu Deus, concedei-me uma vida de amor, de mortificação e de sacrifício!'

A partir de 1902,  Laura multiplicou as suas orações e sacrifícios em intenção da sua mãe. Tomada por uma doença terminal, horas antes de morrer, chamou a mãe para junto da sua cama e disse: 'Mãe, vou morrer. Pedi a Jesus por isso e as minhas orações foram atendidas. Quase dois anos antes, ofereci a minha vida pela graça da sua verdadeira conversão. Mãe, não terei a felicidade de a ver arrepender-se de viver assim antes de eu morrer?'

A mãe, chocada e arrasada, fez a promessa: 'Amanhã de manhã vou à igreja e vou confessar-me'. Laura chamou a atenção do padre que a atendia e disse: 'Senhor Padre, a minha mãe acabou de me prometer que ia abandonar esse homem; seja testemunha da sua promessa!' Então acrescentou, feliz: 'Agora posso morrer alegre!'. Com estas palavras, expirou no dia 22 de janeiro de 1904, em Junín de Los Andes aos 13 anos, nos braços da sua mãe, que logo depois pôs fim à união irregular em que vivia, cumprindo, assim, a promessa feita à filha pouco antes de sua morte.