segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

ORAÇÃO PARA O ÚLTIMO DIA DO ANO

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina,
porque estou aqui, junto Convosco e com minha família (com meus amigos),
vivendo a alegria de ter vivido um ano mais
em Vossa Santa Presença.

Obrigado, Senhor,
por mais um ano de vida,
por ter tido ainda este tempo para viver 
as santas alegrias do Natal e deste Ano Novo.
Por estar com pessoas que amo
e que compartilham comigo
a mesma fé e o sincero propósito
de viver o Evangelho a cada dia.

Obrigado, Senhor,
por tantas graças recebidas neste ano que passa;
eu Vos ofereço hoje o meu nada
e, dentro do meu nada, todo o meu amor humano possível,
como herança de Vossa Ressurreição.
No meio das luzes do mundo nesse dia de festa,
eu me recolho à sombra da Vossa Misericórdia;
e Vos honro e Vos dou glória nesse tempo
pelos tempos que estarei Convosco para sempre.

Obrigado, Senhor,
por estar aqui na Vossa Presença,
no tempo que conta mais um ano que se vai,
na gratidão da alma confiante
que aprendeu o caminho do Pai.
Das coisas boas que fiz, dou-Vos tudo,
porque as recebi de Vosso Santo Espírito.
E Vos suplico curar com Vosso Corpo e Sangue
as cicatrizes dos meus pecados.

Obrigado, Senhor,
pela caminhada diária com Maria, 
que nos ensina no cotidiano de nossa vidas
a ir ao Vosso encontro todos os dias.
Pelo meu Santo Anjo da Guarda,
pelos meus santos de devoção, 
pelo papa, e pela Vossa Igreja,
eu Vos agradeço, Senhor, e Vos louvo, 
neste último dia do ano.

Obrigado, Senhor,
pelo ano que termina.
Que eu não me lembre nesse tempo
das dores e sofrimentos que passei,
das tristezas e angústias que vivi:
que todo mal seja olvidado agora
na alegria de eu estar aqui Convosco,
e pela resignação à Santa Vontade de Deus.

E que nesta última hora do tempo que se vai,
do ano que chega ao fim:
mais uma vez, não seja eu que viva,
mas o Cristo que vive em mim.
Amém.


(Arcos de Pilares)

domingo, 30 de dezembro de 2018

SAGRADA FAMÍLIA

Páginas do Evangelho - Festa da Sagrada Família


Neste último domingo do ano, o Evangelho evoca o culto à Sagrada Família, síntese da vida cristã autêntica e primeira igreja na terra. Deus veio ao mundo por meio da família; eis porque a família é a fonte primária da sociedade, síntese da vida cristã autêntica e a primeira igreja. E que modelo de família cristã Deus legou ao mundo: Jesus, Maria e José: Jesus é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; Maria, a Virgem Mãe de Deus, e São José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. Família sagrada que viveu em plenitude a submissão à perfeição do amor; submissão que se expressa pelos sentimentos de entrega e renúncia em tudo e não pelo servilismo complacente.

Na humilde casa de Nazaré, três pessoas: pai, mãe e filho viviam em natureza sobrenatural exatamente inversa à ordem natural: São José, patriarca e pai de família devotado, com direitos naturais legítimos sobre a esposa e o filho, era o menor em perfeição; Nossa Senhora, esposa e mãe, era Mãe de Deus e de todos os homens; Jesus, a criança indefesa e submissa aos pais, é o Deus feito homem para a salvação do mundo. Portentoso mistério que revela a singular santidade da família humana, moldada sobre clara hierarquia divina, moldada por Deus para ser escola de santificação, amor, renúncia e salvação. 

Neste modelo de submissão perfeita ao amor de Deus e à lei mosaica, certa ocasião, quando Jesus contava 12 anos, os seus pais subiram com ele até Jerusalém, para participarem das festas da Páscoa, conforme os preceitos vigentes. Vieram com muitos outros, parentes e conhecidos, em grupos numerosos de caravanas. Uma vez concluídos os eventos da Páscoa, tomando o caminho de volta, perceberam que o menino não voltara com eles. Perplexos e angustiados, buscaram o menino entre os parentes, entre os conhecidos, em peregrinações difusas pelas ruas de Jerusalém para, finalmente, o encontrarem no Templo, em meio aos sábios e doutores da lei, manifestando a todos a glória do Pai na casa do Pai: 'Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?' (Lc 2, 49). Jesus submetia sua missão no mundo à Santa Vontade do Pai, acima de quaisquer preceitos humanos ou terrenos. A sua hora não havia chegado, mas o anúncio de sua missão havia sido dado. E, no recolhimento do lar de Nazaré, obediente em tudo e na plenitude da vida em família, 'Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e diante dos homens' (Lc 2, 52).

Eis o legado da Sagrada Família às famílias cristãs: a oração cotidiana santifica os pais e os filhos numa obra incomensurável do amor de Deus e a fortalece contra todos as tribulações. Sim, que os maridos amem profundamente suas esposas, que as esposas sejam solícitas a seus maridos, que os pais não intimidem os seus filhos, que os filhos sejam obedientes em tudo a seus pais. Mas que rezem juntos, que louvem a Deus juntos, que se santifiquem juntos, como família de Deus. Em Nazaré, Deus tornou a família modelo e instrumento de santificação; que em nossas casas e em nossas famílias, a Sagrada Família seja o modelo e instrumento para a nossa vida e para nossa santificação de todos os dias!

sábado, 29 de dezembro de 2018

O MENINO JESUS DE SANTA TERESA


Andava pelo mosteiro, procurando umas chaves que havia perdido,
em cada cantinho, atrás de cada vaso, ao lado de cada flor
e, na minha busca, pedia ajuda ao meu Santo Anjo da Guarda
e a São José,  a Nossa Senhora e ao Nosso Senhor...

Já cansada, parei para respirar junto a uma escada
quando vi saindo uma luz brilhante do teto, do chão, dos cantos,
e, envolto nela, um menino lindo me deu as chaves que buscava
me sorrindo com o mais doce dos encantos... 

Em êxtase, eu O ouvi indagar pelo meu nome:
'Teresa de Jesus, a mais indigna serva de vossa realeza'
E perguntei, então, o nome dEle, imersa do mais puro espanto.
E Ele me disse: 'É o seu invertido: sou Jesus de Teresa'.

(Arcos de Pilares, texto adaptado)

SOBRE A PRÁTICA DA SIMPLICIDADE

Aos vossos olhos, a simplicidade iluminará e transformará todas as coisas, fazendo com que tudo vejais à luz de Deus. Mostrar-vos-á a verdadeira finalidade da vida, 'o único necessário' do Evangelho, desprender-vos-ei do prazer, do sucesso, da fortuna e de todas as vaidades do mundo. Mostrar-vos-á o pecado como o inimigo de Deus, o adversário irreconciliável de Jesus Cristo, o único mal a temer. Em vossos corações, porém, não deixará ódio e sim compaixão pelos perseguidores da Igreja. Fará com que os vejais mais como infelizes do que como culpados, cegos, transviados, almas no caminho do inferno e dignas de piedade.

A simplicidade vos tornará vigilantes para fugir às ocasiões de pecado, desconfiadas de vós mesmas, mas cheias de confiança na toda poderosa proteção de Deus; e vos conservará em segurança no meio das mais terríveis tentações...  No sofrimento, a simplicidade vos será maravilhoso auxílio. Não mais o vereis como fardo que vos esmaga, como chaga que vos irrita e enerva, como obstáculo intransponível à perfeição. Se fordes simples, vereis o sofrimento através do coração e da bondade de Deus. Vê-lo-eis como remédio misterioso que a Deus apraz usar, em seu amor infinito, para apagar e destruir vossos pecados, encher-vos a alma de riquezas sobrenaturais, unir-vos mais estreitamente a Jesus Cristo e com Ele vos fazer cooperar na redenção do mundo.

Quantos benefícios vos presta a simplicidade em todas as provações da vida! O que é demorado para as almas que não são simples será breve para vós; que lhes parece uma eternidade vos parecerá um minuto. O que as perturba e desorienta, as desencoraja e desanima, o que as torna amargas e irritadas, nunca satisfeitas, vos deixará calmas e tranquilas. Os elevados cumes cobertos de neve, pela sua brancura, separados dos montes que os rodeiam, não estão menos perto do céu quando a tempestade se desencadeia e se abate sobre eles; continuam firmes e imóveis como quando o céu azul os envolve e os banha de luz. O mesmo acontece às almas que a simplicidade eleva e aproxima de Deus. Com sua brancura imaculada, dominam as provações da vida; conservam a calma e a paz no meio da tormenta e se mantêm tão perto de Deus como nos mais belos dias... Da mesma sorte, depois que foram experimentadas, as almas simples revestem aos olhos de Deus o esplendor, a formosura e a transparente pureza que antes não possuíam. 

A simplicidade não vos impedirá de sofrer, mas de tal forma modificará o sofrimento que não mais o reconhecereis. Não continuareis a sofrer do mesmo modo. Não mais sofrer deixará de ser para vós o ideal, como o é para as pessoas do mundo. Não mais exclamareis num grito de triunfo: morreu sem sofrer, não sentiu a morte! como se no mundo não houvesse outro mal que o sofrimento... No entanto, sabereis aceitar para vós e para os vossos o bom sofrimento, quando Deus vo-lo enviar e na medida em que Ele deseja que o suporteis. Utilizá-lo-eis e o transformareis; ou, melhor, será ele que, aceito com espírito de simplicidade, vos transformará, tornando-vos semelhantes a Jesus e atravessando-vos, como a Ele, os pés e as mãos, dilacerando-vos o corpo, cobrindo-vos a cabeça de chagas, abrindo e transpassando-vos o coração.

Assim recebido, como o sofrimento perde a amargura, como se torna suave e como sentireis a verdade desta palavra de fé: 'Todas as lágrimas secam aos pés de Jesus, todas as dores se aquietam e adormecem sob os divinos ósculos'. A simplicidade transformará todos os vossos sentimentos, colocando-vos na verdade, quer se trate de alegria, quer de dor. Far-vos-á ver em luz muito pura que a única tristeza verdadeira é ofender a Deus, desagradar-lhe, contristar o seu coração; ou a pena de ver que outros o ofendem, o desonram ou dele se afastam. Oh! Eis o que vos arrancará lágrimas e, se vos tornardes bastantes santas, vos causará uma espécie de contínua agonia, como a do Salvador.

... A simplicidade vos desprenderá de tantas alegrias vãs, senão ridículas ou ímpias, às quais o mundo se entrega. Far-vos-á compreender a desgraça de todas as loucuras que põem a própria felicidade na riqueza, no prazer, na lisonja, no sucesso, na beleza, nas flores e nos perfumes. ... A alegria só pode existir no coração puro e na alma simples. Aí transborda e se espalha, como um aroma, sobre todas as dores da existência. Como no-lo afirma o Evangelho, as almas simples são felizes mesmo entre lágrimas, porque encontram as mais divinas consolações.

Aos vossos olhos, a simplicidade transformará todos os deveres da vida. Mostrar-vos-á os grandes como se ainda fossem maiores e mais santos; far-vos-á sentir por eles maior entusiasmo e maior ardor. Engrandecerá e elevará os que são pequenos; fará transparecer a majestade de Deus nos mais humildes e nos menores. Quantos benefícios vos fará a simplicidade! São as coisas materiais da vida que mais vos fatigam. Os pequenos e humildes deveres, esses ínfimos nadas de cada dia, que se renovam com desesperadora monotonia, que vos envolvem como em emaranhada rede e que, ao fim de algum tempo, vos caem em cima tão pesadamente, eis o que vos cansa e vos abate. Vos sentis feitas para subir; aspirais ganhar a amplidão; e ficais paradas, no meio de águas barrentas, dentro de um pobre barquinho, de onde não conseguis sair! É isso o que vos desespera!

Mas aqui está o meio fácil e sempre ao vosso alcance de ganhar novos horizontes, de vos expandirdes de cada vez buscar maior altura, de incessantemente vos alimentardes das grandes coisas de que tendes fomes e sede! Este meio é a simplicidade! Deus encontra-se aí nessas minúcias, nessas ninharias fatigantes e monótonas, nessas vulgares e comezinhas ocupações, como se encontrava na palha e nas faixas de Belém. Aí está Ele e não o vedes porque vos falta a simplicidade. Se fordes simples, vereis Deus no pó das ações vulgares e materiais de cada dia, do mesmo modo que, no presépio, o viram os olhos de Maria e José; e,  porque o vereis, estas ações se tornarão grandes e santas como Ele. ... A alma simples compreende que 'O Verbo só se fez carne para que a carne se tornasse Verbo'. A simplicidade tem o maravilhoso poder de divinizar o pó! ... sede simples em todas as obras de apostolado, de caridade e de devotamento que realizardes; sede simples, isto é, fazei tudo para Deus.

Há pessoas que se entregam às obras de caridade por ostentação... outras encaram essas obras como passatempo, distração útil ao isolamento e consolo às suas tristezas; outras, ainda, só enxergam o lado filantrópico e social. E todas estão muito longe da simplicidade pregada pelo Evangelho... Algumas desejam sinceramente o bem do próximo, tudo que lhe é útil ao corpo e à alma, ao bem-estar e à salvação: essas, na verdade, esquecem-se de si e vivem para os outros. Mas, no ardor de servir ao próximo, perdem Deus de vista, ou, pelo menos, veem as almas mais do que a Deus. Amam as almas mais por elas do que por Deus. E na intenção que têm, em vez de colocar primeiro Deus e depois as almas, elas põem estas em primeiro lugar. Vêem Deus apenas através das almas e não as almas através de Deus. Essas, embora já possuam a simplicidade, não a tem em grau suficiente, porque sua intenção não é bastante pura.

Finalmente, há as que procuram Deus, mas não o fazem ainda como seria necessário. Em lugar de servir ao plano de Deus, servem às próprias idéias. Gostariam de impor a Deus a visão que têm das coisas, a própria maneira de agir, a própria pessoa. Sua simplicidade não é perfeita. Em qualquer obra, a verdadeira simplicidade consiste em trabalhar para Deus com absoluta pureza de intenção, procurando agradar-lhe antes e acima de tudo... É bela a dedicação ao próximo por amor a Ele; mas essa dedicação é mil vezes mais bela quando a razão é Deus e quando a vivifica o pensamento de que, trabalhando-se para o próximo, se glorifica a Deus.

Se fordes simples, Deus será o primeiro em vosso pensamento e em vossa vontade, como o será também em vosso coração. Tudo provirá dele, tudo se fará por Ele e para Ele, tudo lhe será atribuído.
A glória, o serviço e o amor de Deus, eis a felicidade da alma simples! Não se deve deixar absorver nem mesmo pelos mais instantes e elevados interesses das almas, mas sim renovar incessantemente as intenções e dirigi-las a Deus, vendo sempre Deus nas almas e as almas em Deus.

Não se deve esquecer tão pouco que a única forma de glorificar a Deus é servi-lo, dar-lhe provas de amor e cumprir a sua vontade, isto é, dedicar-se na medida em que Deus o exige, jamais se impondo e agindo sempre de acordo com o plano de Deus e não com o próprio. Portanto, vós, que recebestes de Deus a submissão do apostolado e da caridade, deveis repelir quaisquer pensamentos humanos, egoístas, maldosos, que a vós se apresentem, substituindo-os por intenções inteiramente puras, por pensamentos essencialmente divinos.

Se o demônio vos murmura ao ouvido que o mundo vos estima pelas obras de caridade que pratica e que valeis mais do que os outros, e vos incita espírito de domínio ou de complacência para convosco, se, aos vossos olhos, oculta a glória de Deus deixando aparecer o objetivo humano e temporal, fechai os olhos, fechai os ouvidos a essas pérfidas sugestões, retificai vossa vontade e dizei a Deus: 'Senhor não almejo outro fim a não ser a realização de Vossa obra, outro guia além de Vossa vontade, outra verdade senão a de procurar a Vossa glória, trabalhando na salvação das almas'.

(Excertos da obra 'A Simplicidade Segundo o Evangelho', de Monsenhor Gibergues)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

28 DE DEZEMBRO - SANTOS INOCENTES


Santos Inocentes de Deus,
almas cristalinas,
pousai vossos ternos anelos
nas sombras das colinas;
não inquieteis com vosso pranto
as feras sibilinas,
fitai o esgar dos carrascos
com doces retinas;
que a vida que foge breve,
em  adagas repentinas,
renasça em eternos louvores
nas glórias divinas.
(Arcos de Pilares)

Santos Inocentes de Deus, rogai por nós

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

PALAVRAS DE SALVAÇÃO

As tentações não te devem assustar, porque por elas Deus quer testar e fortificar a tua alma e ao mesmo tempo dar-te a força para as vencer. Até aqui, a tua vida foi como a de uma criança; a partir de agora, o Senhor quer tratar-te como adulto. Ora, as provações de um adulto são muito superiores às de uma criança, e é por isso que, a princípio, te sentes tão perturbado. Mas a vida da tua alma encontrará rapidamente a sua calma. Tem um pouco de paciência e tudo correrá para melhor.

Deixa, pois, de lado essas vãs preocupações. Lembra-te de que não é a sugestão do maligno que faz o mal, mas o consentimento dado às suas sugestões. Só uma vontade livre é capaz da fazer o bem ou o mal. Mas, quando a vontade geme sob a provação infligida pelo tentador, se não quer o que lhe é proposto, isso não é falta mas virtude.

Guarda-te de cair na agitação ao lutar contra as tentações, pois isso só as fortalecerá. É preciso tratá-las com desprezo e não ligar para elas. Volta o teu pensamento para Jesus crucificado, para o seu Corpo deposto nos teus braços e diz: 'Eis a minha esperança, a fonte da minha alegria! Uno-me a Ti com todo o meu ser, e não te deixarei enquanto não me colocares em Vossa Presença'.

(São Pio de Pietrelcina)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

OS ÚLTIMOS TEMPOS E A ERA DO ESPÍRITO SANTO

'Existe um tesouro escondido, uma riqueza que não foi explorada nem é apreciada pelo seu verdadeiro valor, e que é, contudo, o que tem maior valor no céu e na terra: o Espírito Santo. Nem o próprio mundo das almas o conhece devidamente. Ele é a Luz das inteligências e o fogo que abrasa os corações. Se há tibieza, se há frio ou fragilidade, e tantos outros males que afligem o mundo espiritual, e mesmo a minha Igreja, é porque não se recorre ao Espírito Santo.

A sua missão no céu, a sua Vida, o seu Ser, é o Amor. Na terra, a sua missão consiste em encaminhar as almas para esse lar do Amor que é Deus. Com Ele, possui-se tudo o que se pode desejar. Se há tristeza, é porque não se recorre a este Divino Consolador, Ele que é a alegria espiritual perfeita. Se há fragilidade, é porque não se apoiam sobre Aquele que é a Força Invencível. Se existem erros, é porque desprezam Aquele que é a Luz. A fé apaga-se por ausência do Espírito Santo. 

Em cada coração e na Igreja inteira, não se rende ao Espírito Santo o culto que lhe é devido. A maior parte dos males que se deplora na Igreja e nas próprias almas vem de que não se dá ao Espírito Santo a primazia que Eu dei a esta Terceira Pessoa da Trindade, que teve uma parte tão ativa na Encarnação do Verbo e na fundação da Igreja. Amam-no com tibieza, invocam-no sem fervor e em muitos corações, mesmo entre os meus, nem mesmo dEle se lembram. Tudo isso aflige profundamente o meu coração'.

'É tempo que o Espírito Santo reine!' dizia-me o Senhor como que comovido, 'e não de um reino longínquo, como uma coisa altíssima, se bem que o seja e não haja nada Maior do que Ele, pois que é Deus, unido e consubstancial com Pai e com o Verbo. Mas é preciso que Ele reine, perto, bem perto, em cada alma e em cada coração, em todas as estruturas da minha Igreja. No dia em que o Espírito Santo ser incorporado em cada pastor, em cada padre, como sangue bem íntimo, serão então renovadas as virtudes teologais, agora lânguidas, mesmo nos ministros da minha Igreja, devido à ausência do Espírito Santo. Então o mundo mudará, pois todos os males de que se lamentam hoje têm por causa o afastamento do Espírito Santo, que é o seu único remédio. 

Que os ministros da minha Igreja reajam, por intermédio do Espírito Santo e, assim, todo o mundo das almas será divinizado. Ele é o eixo à volta de quem giram as virtudes. Não há virtude verdadeira sem o Espírito Santo. O impulso decisivo para levantar a minha Igreja do estado de prostração onde jaz, está em que se ative o culto ao Espírito Santo. Que se lhe dê o seu lugar, isto é, o primeiro lugar nas inteligências e nas vontades! A ninguém lhe faltará nada com esta riqueza celeste. O Pai e o Verbo, que sou Eu, desejamos uma renovação palpitante, vivificante do seu reino na Igreja'.

- 'Senhor, mas o Espírito Santo reina na Igreja, por que te queixas?'

- 'Ai dela, se assim não fosse! O Espírito Santo é, sem dúvida, a alma desta Igreja tão amada!'

'Mas aquilo de que me queixo é não se dar conta deste dom do céu, de não lhe darem a importância devida. A devoção ao Espírito Santo nos corações tornou-se rotineira, é cada vez mais lânguida, morna e secundária. Isso arrasta consigo males sem conta tanto na Igreja como em todas as almas. Eis porque as Obras da Cruz vêm renovar a sua devoção e estendê-la a toda a terra. Que o Espírito Santo reine nas almas, e o Verbo será conhecido e honrado, tomando a Cruz um impulso novo nas almas espiritualizadas pelo Amor Divino.

À medida que reinar o Espírito Santo, o sensualismo, que hoje invade a terra, desaparecerá. Jamais a Cruz criará raízes se o terreno não tiver sido antes preparado pelo Espírito Santo. Eis por que Ele te apareceu primeiro antes mesmo da visão da Cruz. Tal é a razão porque ele está no alto da Cruz do Apostolado.'

... 'As almas creem que o Espírito Santo está muito longe, num plano superior, em lugar inatingível. Na realidade, é a Pessoa divina que mais assiste à criatura. Acompanha-a por todo o lado, impregna-a de si mesmo, chama-a, zela por ela, cobre-a com a sua proteção, faz dela o seu templo vivo, defende-a, ajuda-a, guarda-a de todos os seus inimigos. Está mais perto da alma do que ela própria. 

Todo o bem que uma alma executa, fá-lo por força da sua inspiração, da sua luz, da sua graça e do seu auxílio. E no entanto não é invocado, não é agradecido pela sua ação imediata e tão íntima em cada alma. Se invocas o Pai, se o amas, é pela ação do Espírito Santo. Se Me amas com ardor, se Me conheces, se Me serves, se Me copias, se te unes aos meus quereres e ao meu coração, é pelo Espírito Santo.

Consideram-no inacessível, e na realidade assim o é, mas também não existe nada de mais sensitivo, mais próximo e que mais socorre a criatura de que este Ser de uma transcendência suprema, este Espírito tão santo que reflete e que constitui uma mesma santidade com o Pai e o Filho. Os séculos passaram e Ele permanece sempre o Princípio de todas as coisas. Ele grava a sua marca nas almas e o caráter no sacerdote. Ele comunica a luz da fé e de todas as virtudes. Ele irriga e fecunda todo o campo da igreja. Apesar disso não o apreciam, não o conhecem, não o agradecem pela sua ação tão perpetuamente santificadora. Se acaso há ingratidão para Comigo, para com o Espírito Santo essa ingratidão é ainda maior.

Eis por que Eu quero que, no fim dos tempos, se manifeste a sua glória... Uma das dores interiores mais cruéis para o meu coração foi esta ingratidão de todos os tempos, a da idolatria, outrora dos ídolos, e hoje na adoração do homem em si mesmo, esquecendo-se do Espírito Santo. Nestes últimos tempos, a sensualidade estabeleceu o seu reinado no mundo; esta vida sensual ofusca e apaga a luz da fé nas almas. Por isso, torna-se necessário, mais do que nunca, que o Espírito Santo venha destruir e aniquilar satanás que, sob esta forma, se vai introduzindo até no seio da Igreja. '

Excertos do Diário de Conchita - Revelações feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo a Concepción Cabrera de Armida (1862 - 1937), vidente mexicana, fundadora das 'Obras da Cruz'.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

FELIZ E SANTO NATAL EM CRISTO!


Desejo a todos os nossos amigos visitantes um Santo e Feliz Natal. 
Deseo a todos los amigos y visitantes Felices Navidades. 
I wish to our friends' visitors an happy and Holy Christmas. 
Je désire à tous nos amis un heureux et joyeux Noel. 
Auguro a tutti gli amici uno Santo ed Felice Natale. 
Ich wunshe to unsere Freude eine Wundabar und Stille Nacht.

IGREJA CATÓLICA: ALMA DO NATAL
(Luís Dufaur)


NATAL


Jesus nasceu! e na pequena estrebaria
José apressa-se em fazer a manjedoura
ajunta palha e feno, mudo de alegria,
enquanto a Mãe em êxtase se entesoura

Os animais se aproximam cautelosos
inebriados diante a luz que transfigura
e os pastores de joelhos, jubilosos,
louvam o Criador agora criatura!

Há uma paz imensa nesta noite fria
todos os anjos cantam a doce melodia
que une céu e terra em amor profundo;

É Natal, a Mãe embala seu pequeno filho
e a luz que inunda a gruta tem o brilho
da salvação que libertou o mundo!

                                                                           (Arcos de Pilares)

FOTO DA SEMANA

Revelações de vários santos asseguram que, mais do que qualquer outra data incluindo do Dia de Todos os Santos, é na Noite de Natal que mais almas são libertas do Purgatório para a glória das moradas eternas! Nesta Noite de Natal, não esqueça das almas do Purgatório em suas orações.

domingo, 23 de dezembro de 2018

JESUS, ENTRA NA MINHA CASA!

Páginas do Evangelho - Quarto Domingo do Advento


No Quarto Domingo do Advento, o Jesus Esperado chega, através de Maria, à casa de Zacarias e Isabel. Santa e desmedida alegria, que faz João Batista estremecer de júbilo no ventre de sua mãe. Santa e ditosa alegria que faz Isabel inundar-se do Espírito Santo. Santa e materna alegria de Maria em manifestar ao mundo o bendito fruto do seu ventre. Eis Maria na casa de Isabel, testemunhas privilegiadas da revelação do maior dos mistérios divinos: Jesus, o filho de Deus vivo, no meio dos homens!

Eis Maria, o portento da fé humana, obra prima da graça do Pai, tangida por um único pensamento: cumprir, com fidelidade absoluta, a vontade de Deus: feita escrava, serva do senhor, é a 'bem aventurada que acreditou' (Lc 1,45) e que, por isso, verá cumprir-se tudo 'o que o Senhor lhe prometeu' (Lc 1,45). Maria leva Jesus à casa de Isabel e revela aos dois anciãos a chegada do Salvador ao mundo; Maria acolhe Jesus em sacrário de tão pura humanidade que faz João Batista estremecer de alegria; na casa de Zacarias e Isabel, toda a humanidade que anseia por Deus, acolhe Jesus como Salvador com santa e ditosa alegria. 

Maria vai apressadamente ao encontro de Isabel, sob o impulso da graça, para cumprir a vontade de Deus, como serva para ajudar a gravidez avançada da parenta mais velha, como mensageira da esperança cristã, como mãe do Salvador e Redentor da humanidade, para cumprir a sua missão expressa no 'sim' da Anunciação. E é recebida com virtude filial, com alegria extrema, com devoção incontida, com zelo admirável por Isabel, pré-anunciadora dos corações incendidos da graça do Deus que está prestes a chegar ao mundo: 'Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?' (Lc 1, 42 - 43).

Jesus em Maria é o Jesus que vem, para libertar o mundo do pecado, para fazer novas todas as coisas, para a salvação de todos os que abrem as portas e janelas de suas casas ao Cristo que chega, que transformam seus corações em humildes manjedouras onde Ele possa renascer. Como na casa de Zacarias e Isabel, que Jesus possa entrar, com Maria, na minha e na sua casa, neste Santo Natal!

sábado, 22 de dezembro de 2018

A FÉ EXPLICADA (XIX): FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO?

O princípio geral de que fora da Santa Igreja não existe salvação constitui um dogma da fé católica. E, assim, é preciso entender isso com muita ponderação e, particularmente, sob a ótica da infinita misericórdia de Deus. Nosso Senhor, na sua Paixão e Morte de Cruz, não remiu os pecados de alguns povos ou de uma parcela dos homens, mas, sim, de toda a humanidade. 

A salvação, entretanto, está inserida no contexto de que os homens, para serem salvos, devem estar necessariamente inseridos no plano de salvação advindo do Cristo, ou seja, como membros efetivos do seu Corpo Místico, que é a Santa Igreja Católica. A salvação vem por meio do Cristo, Cabeça da Igreja, que constitui o seu Corpo (conforme prescrito pelo Catecismo da Igreja Católica). Esta inserção na Igreja se dá por meio do sacramento do batismo e pode ser perdida pelo advento dos pecados mortais, e passível de ser recomposta por meio do sacramento da Confissão.

Neste contexto, seria dogmático afirmar que a salvação só é possível para aqueles que são membros da Santa Igreja Católica? A resposta é, evidentemente, sim e, é por isso, que constitui um dogma da fé católica. Não existe e nunca existiu a possibilidade de salvação fora da realidade mística da Santa Igreja. Esta verdade é dogmática.

E aí surge, entretanto, a seguinte questão: como se deu a salvação para os homens anteriores à Santa Igreja e à Vinda do Salvador? A verdade dogmática não poderia ser aplicada a eles? Ora, a Verdade de Deus não muda e a salvação da humanidade veio por Cristo. E, assim, evidentemente, os méritos da salvação por Cristo foram aplicados aos homens de todos os tempos, antes, durante e depois do nascimento de Jesus, como herança da humanidade de todos os tempos dos homens, desde as eras mais remotas até o final dos tempos e dos homens.

Compreende-se, então, que a Igreja constitui, como realidade espiritual, o Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo e, como realidade material, uma instituição hierárquica assente sobre o primado de Pedro. Estas duas dimensões não foram sempre únicas, evidentemente, e a salvação de muitos homens se deu pela inserção destes homens na dimensão única e espiritual do Corpo Místico de Cristo. Logo, a salvação ocorreu, por óbvio, para homens que não estavam inseridos materialmente na Santa Igreja.

Seria possível, então, essa inserção parcial nos ditames da salvação católica para os homens nascidos depois de Cristo? Tomemos, por exemplo, uma pessoa que não teve possibilidade efetiva de ser batizada sacramentalmente e tenha vivido, por absoluto desconhecimento, à margem do conhecimento dos Evangelhos. Não seria o caso de que a Santa Igreja, por meio das missões, não teria possibilitado a tal pessoa o cumprimento integral do preceito enfático do Senhor dirigido a ela: 'Pregai o Evangelho a toda criatura' (Mc 16,15)? Da mesma forma que a Igreja não teria falhado, seria uma aberração dizer que tal culpa seria da pessoa por não ter sido acessada pelas missões da Igreja. Essa conjunção de fatos não implicaria a perda automática de sua salvação pela premissa de que 'fora da Igreja não há salvação', pois tal argumento não se justificaria minimamente diante dos mistérios da Infinita Misericórdia de Deus. Quantos exemplos ou situações similares poderiam ser igualmente relatados?

Assim, embora seja impossível alguém se salvar fora da Santa Igreja enquanto Corpo Místico de Cristo, no contexto da Misericórdia Divina, também não se pode afirmar categoricamente que alguém não possa ser salvo por não estar materialmente inserido na Santa Igreja. Em seu Infinito Amor e Misericórdia, Nosso Senhor Jesus Cristo abriu o caminho da salvação a todos os homens e, sob tais desígnios, há de salvar a muitos ainda que materialmente fora da Santa Igreja.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

50 MANEIRAS PARA ESTAR COM JESUS NO DIA DE HOJE

1. Reze o Terço.

2. Faça uma prática de caridade.

3. Faça uma visita ao Santíssimo Sacramento.

4. Reze em favor de um inimigo ou de alguém que lhe seja uma presença especialmente perturbadora.

5. Renove seu ato de confiança em Deus.

6. Deposite no Coração de Jesus a perturbação que o aflige.

7. Faça um ato de sincero agradecimento.

8. Converse com Jesus por 5 minutos (sobre a sua vida, seu trabalho, sua família, suas preocupações).

9. Faça uma boa confissão.

10. Eleve seus pensamentos a Deus em meio às tarefas mais cotidianas.

11. Reze devagar um Pai-Nosso, alimentando-se espiritualmente de cada palavra.

12. Perdoe uma ofensa conhecida.

13. Sinta realmente Deus em sua companhia.

14. Assista a Santa Missa com particular devoção.

15. Reze pela Santa Igreja, pelo papa e pelo clero.

16. Dê o seu tempo precioso ao próximo.

17. Faça da sua casa um templo e da sua família uma igreja doméstica.

18. Peça a proteção de Nossa Senhora.

19. Faça o Sinal da Cruz ao passar diante de uma igreja ou outro lugar santo.

20. Faça um ato de profunda contrição a Deus.

21. Reze uma Ave Maria bem devagar, alimentando-se espiritualmente de cada palavra.

22. Faça outra prática de caridade.

23. Ofereça a Deus o seu cansaço (seu sofrimento, sua paz, sua alegria, sua vida, tudo).

24. Esforce realmente para ser presença de Deus no mundo.

25. Peça a Deus a posse efetiva dos dons do Espírito Santo.

26. Reze pelo mundo e por todas as pessoas.

27. Não deixe perturbar o seu coração.

28. Contenha a ira e a irritação por amor a Deus.

29. Reze mentalmente uma pequena invocação.

30. Desfaça no coração qualquer sentimento de ódio ou de vingança.

31. Promova como herança o seu exemplo.

32. Reze sempre junto com a sua família.

33. Invoque a intercessão de Maria em todas as suas iniciativas e decisões.

34. Converse com Jesus na certeza de estar conversando com alguém que o conheça muitíssimo mais do que você mesmo.

35. Exerça em tudo, com todos, o tempo todo, a Santa Vontade de Deus.

36. Conserve a pureza do olhar e do coração.

37. Faça sempre o bem porque fazer o bem faz bem. 

38. Contenha a imaginação furtiva e descontrolada.

39. Coloque a sua vida nas mãos de Deus, sem contestações ou outros questionamentos.

40. Reze o Credo bem devagar, alimentando-se espiritualmente de cada palavra.

41. Leia e reflita sobre um trecho das Sagradas Escrituras.

42. Mantenha o pudor e evite o escândalo.

43. Ofereça a Deus o seu nada e, no seu nada, todo o seu amor humano.

44. Torne o seu coração uma manjedoura pura e bela para receber Jesus em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

45. Reze frequentemente pelas Almas do Purgatório.

46. Seja cristão no mundo mais do que querer viver num mundo cristão.

47. Coloque o amor pela glória de Deus em todas as suas atividades.

48. Vá ao encontro do próximo que precisa da sua presença (na doença, nas prisões, no abandono, na depressão, no infortúnio).

49.  Pratique uma vez mais, e outra mais, e muito mais vezes, a caridade.

50. E, lembre-se sempre, que se Deus pudesse ter um atributo maior que os outros, este seria a Sua Infinita MISERICÓRDIA. Confie e deponha tudo, toda a sua vida, em confiança absoluta, na santa e infinita misericórdia de Deus.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

POR QUE É TÃO DIFÍCIL REZAR NA SANTA MISSA?

Por que é tão difícil rezar durante a Santa Missa? Não seria este o propósito essencial, fundamental, fulcral, do rito litúrgico e do cerimonial eucarístico? Estar com Deus e em Deus na plenitude da santa celebração?

Mas por que isso não ocorre? Quanta perda de sentido no que realmente importa! Quantas divagações e quanto obscurecimento da dimensão orante na Santa Missa! Por que o rito litúrgico não favorece o recolhimento espiritual, o silêncio, a contemplação interior? 

Há espaço para tudo: tantas palavras vazias, tantos gestos inúteis, quantas cerimônias desnecessárias quando não espetáculos ofensivos, quase sempre fruto de muito teatro e encenação sem nenhum contexto com o sagrado, quantos avisos, quantas palmas, quanta cantoria sem fim. 

Experimente mergulhar no mistério da graça durante uma destas missas e, sinceramente, faça uma reflexão sobre o significado místico de se estar ali em presença de Deus vivo! A menos que se tenha uma capacidade extrema de auto-exílio do ambiente físico, é absolutamente impossível de se livrar a alma recolhida de tanta cantoria, da voz mais incisiva, do refrão insosso. Como um fiel pode se preparar em piedosa contrição ou agradecer a graça da Sagrada Eucaristia em meio ao redemoinho profano? Não se reza como se devia na Santa Missa! 

Há que se questionar a perda do sagrado ou se pode criticar até mesmo a superficialidade que, muitas vezes, é conduzido o rito litúrgico. Mas a questão essencial é esta: a Missa tem que ser espaço para oração, verdadeira e profunda oração. E por que isso é o que quase sempre não acontece, quantas graças não são aproveitadas, quanto fruto é desperdiçado? Precisamos de muitas coisas a menos na Santa Missa mas, com certeza, muito mais oração!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

AS 15 MEDITAÇÕES DA VIDA DE CRISTO (I)

A regra fundamental de nossa Sociedade é a vida de nosso Senhor Jesus Cristo, para imitá-lo com humildade e confiança, com toda a possível perfeição, em todas as obras da vida oculta e do público ministério, para a maior glória de Deus nosso Pai celeste e para a maior santificação de nossa alma e de nossos próximos (São Vicente Pallotti)

ORAÇÃO INICIAL

Por mim nada posso, mas com Deus tudo posso. Tudo quero fazer por amor a Deus. Meu Deus, quer esteja acordado, quer dormindo, pensando em vós ou não, vós sempre pensais em mim e me amais com amor infinito. Fazei que durante este dia, eu possa ter os mesmos pensamentos, a mesma humildade, a mansidão, a paciência e a caridade de nosso Senhor Jesus Cristo, para assim realizar a vossa santíssima vontade. Amém.


PRIMEIRA MEDITAÇÃO: SOBRE A SACROSSANTA CONCEPÇÃO DE JESUS

Antes de dar começo a qualquer atividade, somos obrigados a nos perguntar, diante de cada uma das diversas circunstâncias do dia, como pensaria, falaria ou agiria Nosso Senhor Jesus Cristo. Dai-nos Senhor, a graça e a determinação para esforçar-nos em tudo e sempre, pelo que seja mais perfeito.

'E a Palavra se fez carne e habitou entre nós...' (Jo 1, 14)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

SEGUNDA MEDITAÇÃO: SOBRE O ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO COM O QUAL JESUS CRISTO VEIO AO MUNDO

Pelo Mistério da encarnação, Jesus entrou no mundo com espírito de sacrifício, viveu e morreu na cruz, com espírito de sacrifício. Dai-nos, Senhor a graça de até à morte vivermos a prática da vida de sacrifício por amor a nosso Senhor Jesus Cristo.

'Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante e Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus' (Lc 1, 31-32)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

TERCEIRA MEDITAÇÃO: SOBRE A HABITAÇÃO DE CRISTO NO SEIO VIRGINAL DE MARIA IMACULADA DURANTE NOVE MESES

Jesus no seio de Maria, na condição de bebê, pela graça da sua habitação nove meses no seio de Maria, dai-me a graça do santo silêncio.

'Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Aconteça comigo segundo a tua Palavra!' ( Lc 1, 38)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

QUARTA MEDITAÇÃO: SOBRE O NASCIMENTO DE JESUS

Jesus nascido criancinha na gruta de Belém, apesar de ser a sabedoria infinita, sujeitou-se à condição de uma criança. Pela graça da santa infância de Jesus, queremos viver como crianças nas mãos de Deus. Dai-nos Senhor o candor, a simplicidade, a prudência, a ternura e a modéstia.

'Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados' (Lc 2, 14)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...

QUINTA MEDITAÇÃO: SOBRE A CIRCUNCISÃO DE JESUS CRISTO

Pela dura lei da circuncisão de Jesus, dai-me Senhor a graça da mortificação e poder viver em perfeita castidade. Dai-nos a graça de esforçar-nos para imitá-lo em mortificação para vencer os vícios e concupiscências más e amar a vida sacrificada de congregação.

'Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor' (Lc 2, 23); (Ex 13, 2.12.15)

Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória...
(São Vicente Pallotti)

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

OS TRÊS ADVENTOS DO SENHOR


Conhecemos uma tríplice vinda do Senhor. Entre a primeira e a última há uma vinda intermediária. Aquelas são visíveis, mas esta, não. Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens. Foi então, como Ele próprio o declara, que viram-no e não o quiseram receber. Na última, todo homem verá a salvação de Deus (Lc 3,6) e olharão para aquele que transpassaram (Zc 12,10). A vinda intermediária é oculta e nela somente os eleitos o veem em si mesmos e recebem a salvação. Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de sua graça; na última, virá com todo o esplendor da sua glória.

Esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira à última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação.

Mas, para que ninguém pense que é pura invenção o que dissemos sobre esta vinda intermediária, ouvi o próprio Senhor: 'Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele' (Jo 14,23). Lê-se também noutro lugar: 'Quem teme a Deus, faz o bem' (Eclo 15,1). Mas vejo que se diz algo mais sobre o que ama a Deus, porque guardará suas palavras. Onde devem ser guardadas? Sem dúvida alguma no coração, como diz o profeta: 'Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós' (Sl 118, 11).

Guarda, pois, a palavra de Deus, porque são felizes os que a guardam; guarda-a de tal modo que ela entre no mais íntimo de tua alma e penetre em todos os teus sentimentos e costumes. Alimenta-te deste bem e tua alma se deleitará na fartura. Não esqueças de comer o teu pão para que teu coração não desfaleça, mas que tua alma se sacie com este alimento saboroso.

Se assim guardares a palavra de Deus, certamente ela te guardará. Virá a ti o Filho em companhia do Pai, virá o grande Profeta que renovará Jerusalém e fará novas todas as coisas. Graças a essa vinda, como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste (1Co 15,49). Assim como o primeiro Adão contagiou toda a humanidade e atingiu o homem todo, assim agora é preciso que Cristo seja o senhor do homem todo, porque ele o criou, redimiu e o glorificará.
(Dos Sermões de São Bernardo)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

ANTÍFONAS DO Ó

As Antífonas do Ó são sete orações especialmente cantadas durante o tempo do Advento, particularmente ao longo da semana que antecede o Natal. A autoria das antífonas, que remontam aos séculos VII e VIII, tem sido comumente atribuída ao papa Gregório Magno. São sete orações extremamente curtas, sempre iniciadas pela interjeição Ó, correspondendo a sete diferentes súplicas manifestadas a Jesus Cristo, na expectativa do nascimento do Menino - Deus entre os homens, que é invocado sob sete diferentes títulos messiânicos tomados do Antigo Testamento. 

17 de dezembro

O Sapientia
quæ ex ore Altissimi prodisti,
attingens a fine usque ad finem,
fortiter suaviter disponens omnia:
Veni ad docendum nos viam prudentiae   


Ó Sabedoria
que saístes da boca do altíssimo
atingindo de uma a outra extremidade
e tudo dispondo com força e suavidade:
Vinde ensinar-nos o caminho da prudência 

18 de dezembro

O Adonai
et Dux domus Israel,
qui Moysi in igne flammæ rubi apparuisti
et ei in Sina legem dedisti:
Veni ad redimendum nos in brachio extento 


Ó Adonai
guia da casa de Israel,
que aparecestes a Moisés na chama do fogo
no meio da sarça ardente e lhe deste a lei no Sinai
Vinde resgatar-nos pelo poder do Vosso braço. 

19 de dezembro

O Radix Jesse
qui stas in signum populorum,
super quem continebunt reges os suum,
quem gentes deprecabuntur:
Veni ad liberandum nos; jam noli tardare 


Ó Raiz de Jessé
erguida como estandarte dos povos,
em cuja presença os reis se calarão
e a quem as nações invocarão,
Vinde libertar-nos; não tardeis jamais. 

20 de dezembro

O Clavis David
et sceptrum domus Israel:
qui aperis, et nemo claudit;
claudis et nemo aperit:
Veni, et educ vinctum de domo carceris,
sedentem in tenebris et umbra mortis 


Ó Chave de Davi
o cetro da casa de Israel
que abris e ninguém fecha;
fechais e ninguém abre:
Vinde e libertai da prisão o cativo
assentado nas trevas e à sombra da morte. 

21 de dezembro

O Oriens
splendor lucis æternæ, et sol justitiæ
Veni et illumina sedentes in tenebris
et umbra mortis. 


Ó Oriente
esplendor da luz eterna e sol da justiça
Vinde e iluminai os que estão sentados
nas trevas e à sombra da morte. 

22 de dezembro

O Rex gentium
et desideratus earum
lapisque angularis,
qui facis utraque unum:
Veni et salva hominem quem de limo formasti 


Ó Rei das nações
e objeto de seus desejos,
pedra angular
que reunis em vós judeus e gentios:
Vinde e salvai o homem que do limo formastes.
 
23 de dezembro

O Emmanuel,
Rex et legifer noster,
exspectatio gentium,
et Salvador earum:
Veni ad salvandum nos, Domine Deus noster 


Ó Emanuel,
nosso rei e legislador,
esperança e salvador das nações,
Vinde salvar-nos,
Senhor nosso Deus.