sexta-feira, 31 de agosto de 2012

QUO VADIS, DOMINE?

Nero, o sanguinário imperador romano, perseguia sem tréguas os cristãos da nascente Igreja. Temendo que São Pedro caísse nas garras do imperador, os primeiros cristãos o exortavam a sair de Roma para se proteger. E dúvidas tremendas tolhiam as ações de São Pedro: ficar e correr o risco de desaparecer junto com a Igreja nascente tão atrozmente perseguida ou fugir, levando consigo o pequeno resto para lugar seguro, na Galileia ou em Tiberíades, e proclamar bem longe de Roma as verdades de Cristo? Salvar a verdade que se temia perder ou abandonar o triunfo da fé de tantos mártires e de tanto sangue derramado? Pedro gemia a angústia dos homens raros. 


- Vá, meu Senhor, vá para longe da loucura de Nero e de Roma, não permita que o poder do anticristo aniquile a glória de Deus; que nós sejamos as vítimas consentidas da crueldade humana, mas que o Vigário de Cristo não caia por terra diante do mal  suplicavam os fiéis em agonia.

Pedro envelhecido e cansado, curvado sob o peso de 30 anos de pregação contínua e peregrinações sem fim para levar adiante a mensagem de Jesus: 'Ide e Ensinai', agora mal podia conter as mãos trêmulas e os passos claudicantes. Mas não fôra a ele que Jesus tomara como pedra, fundamento da Sua Santa Igreja? Como pedra, qual destino lhe cabia: morrer pela espada ou manter viva a fé cristã longe dos portões de Roma?  

Foge, meu Senhor, foge de Roma pagã e maldita!

E Pedro fugiu. Nas primeiras horas da madrugada, furtivos e envoltos pelas sombras, Pedro e Nazario, servo fiel, tomaram o rumo da Via Appia em direção perdida. E andaram a passo rápido, ainda que o bastão do velho apóstolo tendesse a escorregar sobre as pedras polidas e entrelaçadas da via, temerosos de qualquer ruído, temerosos ainda mais do silêncio opressivo. E veio a manhã, e o sol ficou a pino, e a caminhada tornou-se ainda mais dura.   


- Vês aquela luz vindo em nossa direção, que ofusca a vista...

Não vejo nada meu senhor - respondeu Nazario.

Mas Pedro via uma luz brilhante, uma claridade ofuscante vindo em sua direção, pelo estreito caminho da Via Appia. E, cobrindo os olhos com ambas as mãos, buscava ver melhor o que não via.

Alguém está vindo e traz o sol consigo...

E havia apenas o silêncio da planície vazia. E havia apenas o sol inclemente da manhã já avançada. E havia o suave movimento dos galhos das árvores mais altas. E aí, então, começou um rumor de uma brisa, e logo de um vento mais forte que tomou toda a planície... Nazario assustado perguntou:

Senhor, o que está acontecendo? 

Pedro deixara cair o bastão e se prostrara erguendo os braços. A Pedra da Igreja tombou para a frente até quase tocar as pedras do caminho. Levantou o rosto, tomado de grande espanto, de êxtase incontido, de medo desregrado, de excitação febril, de comoção tremenda. Diante dele, Cristo o fitava com olhar compassivo. Com voz incerta e balbuciante, Pedro disse a Jesus: 

Quo vadis, Domine? 


A Nazario não chegou resposta alguma, apenas o rumor do vento suave que soprava agora. Mas Pedro ouviu a voz tão conhecida de Jesus, tão doce embora parecendo triste, mas tão clara como a manhã de sol que os envolvia: 

Vou a Roma para ser crucificado novamente, uma vez que você abandonou a minha messe.

Pedro ficou prostrado em terra, mudo, paralisado, olhando as pedras polidas da Via Appia. Nazario temeu pela vida do seu senhor e mestre e percebeu assustado que não havia mais vento, nem brisa, apenas o silêncio, o sol, e a planície nua. Pedro pediu o bastão e se levantou da terra. Olhou o sol tão alto no céu e sacudiu sua roupa, volvendo o passo atrás, em direção à Cidade das Sete Colinas.

- Aonde vais, senhor? 

Para Roma, para Roma! 

E ambos tomaram o caminho de volta. 



Capela à entrada da cidade de Roma, em cujas paredes se lê a inscrição com a pergunta que Pedro teria dito a Cristo e que ecoa pelos séculos: Quo vadis, Domine?

(tradução livre de excerto da obra QUO VADIS?, romance do escritor polonês Henryk Sienkiewicz (1846 - 1916), Prêmio Nobel da Literatura de 1905, sobre fotos tomadas do site ad memoriam rei perpetuam).

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

28 DE AGOSTO: SANTO AGOSTINHO DE HIPONA


"...Inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti."

Dia 28 de agosto é a festa de um dos grandes santos da Igreja, um dos fundadores da chamada Patrística (a fase inicial da formação da Teologia Cristã e seus dogmas). Santo Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, na pequena cidade de Tagaste, perto de Hipona, na Numídia (atual Argélia), filho de Patrício e Mônica (santa da Igreja Católica, cuja festa é celebrada em 27 de agosto). Da vida promíscua ao desvario da sua inclusão em seitas maniqueístas, Santo Agostinho experimentou desde a indiferença até a descrença completa nas coisas de Deus. A resposta da sua mãe, profundamente dolorosa diante a perspectiva da perda eterna da alma do filho amado, foi sempre a mesma: oração, oração, oração! E a conversão de Agostinho foi lenta e profunda: no ano de 382, em Milão, então com 32 anos de idade, o santo foi finalmente batizado, junto com um amigo e o seu filho Adeodato (que morreria pouco tempo depois) por Santo Ambrósio. E que conversão! Sobre o tapete dos pecados passados, da vida desregrada da juventude (que descreveria com imenso desgosto em sua obra máxima ‘Confissões’), nasceria um santo dedicado por inteiro à glória de Deus, pregando como sacerdote e, mais tarde, como bispo de Hipona, que a verdadeira fonte da santidade nasce, renasce e se fortalece na humildade. Combateu com tal veemência as diversas frentes de heresias do seu tempo, incluindo o arianismo e o maniqueísmo, que foi alcunhado de Escudo da Fé e Martelo dos Hereges. Santo Agostinho, Doutor da Igreja e Defensor da Graça, morreu em 28 de agosto de 430, aos 76 anos de idade.

Excertos da Obra: 'Confissões', de Santo Agostinho:

“Amo-te, Senhor, com uma consciência não vacilante, mas firme. Feriste o meu coração com a tua palavra, e eu amei-te. Mas eis que o céu, e a terra, e todas as coisas que neles existem me dizem a mim, por toda a parte, que te ame, e não cessam de o dizer a todos os homens, de tal modo que eles não têm desculpa. Tu, porém, compadecer-te-ás mais profundamente de quem te compadeceres,e concederás a tua misericórdia àquele para quem fores misericordioso: de outra forma, é para surdos que o céu e a terra entoam os teus louvores. Mas que amo eu, quando te amo? Não a beleza do corpo, nem a glória do tempo, nem esta claridade da luz, tão amável a meus olhos, não as doces melodias de todo o gênero de canções, não a fragrância das flores, e dos perfumes, e dos aromas, não o maná e o mel, não os membros agradáveis aos abraços da carne. Não é isto o que eu amo, quando amo o meu Deus, E, no entanto, amo uma certa luz, e uma certa voz, e um certo perfume, e um certo alimento, e um certo abraço, quando amo o meu Deus, luz, voz, perfume, alimento, abraço do homem interior que há em mim, onde brilha para a minha alma o que não ocupa lugar, e onde ressoa o que o tempo não rouba, e onde exala perfume o que o vento não dissipa, e onde dá sabor o que a sofreguidão não diminui, e onde se une o que o que a saciedade não separa. Isto é o que eu amo, quando amo o meu Deus.”

“Aterrorizado com os meus pecados e com o peso da minha miséria, tinha considerado e meditado no meu coração fugir para a solidão, mas tu proibiste-me e encorajaste-me, dizendo: Cristo morreu por todos, a fim de que os que vivem já não vivam para si, mas para aquele que morreu por eles. Eis, Senhor, que eu lanço em ti a minha inquietação, a fim de que viva, e considerarei as maravilhas da tua Lei. Tu conheces a minha incapacidade e a minha fragilidade: ensina-me e cura-me. O teu Unigênito, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência, redimiu-me com o seu sangue. Não me caluniem os soberbos, porque penso no preço da minha redenção, e como, e bebo, e distribuo, e, pobre, desejo saciar-me dele entre aqueles que dele se alimentam e saciam: e louvam o Senhor aqueles que o procuram”. 

QUANDO O INFERNO É AQUI...

Nestes tempos de tão grande apostasia, em que a Santa Igreja e o Catolicismo são tão vilipendiados, uma insensatez sem limites mina por completo a fé de uma grande porção dos católicos, tornando-os fantoches de crenças vulgares e heréticas. Generaliza-se a loucura de que a salvação eterna é algo quase que automático, que o inferno e o demônio são coisas de pura ficção científica. Em alguns casos, porém, Deus permite que o inferno seja aqui, e que o demônio seja exposto, ainda que infinitamente mitigado, para que tantos insensatos se dêem conta do quanto estão enganados.

Exorcismo de uma menina italiana (vídeo em italiano com tradução em inglês): o sacerdote mostra as medidas adotadas previamente para prender a menina numa cadeira durante a sessão do exorcismo e depois explica que é o demônio que receia, reage e grita ante a ação do exorcista;  no final, explica ainda que o exorcismo é um embate entre o sacerdote e o demônio, em que, contra a tática do demônio de 'parar a luta' para tomar fôlego e ganhar forças, a ação do sacerdote deve ser sempre a do pugilista que nunca pára de golpear até conseguir a vitória final. As cenas fortes do vídeo, entretanto, são as do próprio exorcismo, mostradas entre as diferentes falas do sacerdote.

(vídeo com cenas reais de exorcismo) 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

ORAÇÃO: SANTO ROSÁRIO



MISTÉRIOS GOZOSOS
(segundas e sábados)


1.º Mistério
A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora. (Lc 1, 26-38)
2º Mistério
A Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel. (Lc 1, 39-56)
3º Mistério
O Nascimento de Jesus no presépio de Belém. (Lc 2, 1-20)
4º Mistério
A Apresentação do Menino Jesus no Templo. (Lc 2, 22-38)
5º Mistério
O Encontro do Menino Jesus no Templo entre os Doutores. (Lc 2, 41-50)

MISTÉRIOS DOLOROSOS
   (terças e sextas)


1.º Mistério
Oração e Agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras. (Mt 26, 36-46)
2º Mistério
A Flagelação de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Mt 27, 24-26)
3º Mistério
O Coroação de espinhos. (Mt 27, 27-31)
4º Mistério
Jesus a caminho do Cálvário e o encontro com Sua Mãe. (Lc 23, 26-32)
5º Mistério
A Cruxificação e Morte de Jesus. (Jo 19, 17-30)

MISTÉRIOS GLORIOSOS
   (quartas e domingos)

1.º Mistério
A Ressurreição de Jesus Cristo. (Mt 28, 1-10)
2º Mistério
A Ascensão de Jesus ao Céu. (Act 1, 6-11)
3º Mistério
A descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos reunidos no Cenáculo. (Act 1, 12-14 e 2, 1-4)
4º Mistério
A Assunção de Nossa Senhora ao Céu em corpo e alma. (1Cor 15, 12-23)
5º Mistério
A Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra. (Ap 12, 1-17)

MISTÉRIOS LUMINOSOS
(quinta-feira)
  

1.º Mistério
O Baptismo de Jesus no Rio Jordão. (Mt 3, 13-17)
2º Mistério
A Revelação de Jesus nas Bodas de Caná. (Jo 2, 1-11)
3º Mistério
O Anúncio do Reino de Deus. Um convite à conversão (Mt 4, 12-17-23)
4º Mistério
A Transfiguração de Jesus no Monte Tabor. (Lc 9, 28-36)
5º Mistério
A Última Ceia de Jesus com os Apóstolos e a Instituição da Eucaristia. (Lc 22, 14-20)

domingo, 26 de agosto de 2012

'ORAÇÃO DO PROTESTANTE'

O protestante não acredita em nada que não seja a Bíblia. O ateu não acredita em nada que não seja ciência. Ambos são protestantes, porque não suportam a Santa Igreja de Cristo. Ambos são ateus porque não acreditam na Verdade. O primeiro acredita no Jesus Cristo moldado pelo pastor da esquina, o segundo molda Jesus Cristo como peça de ficção científica. Ambos têm em comum a negação explícita ao Catolicismo. Neste contexto, além da falsidade dos atos, a cegueira diabólica faz um protestante rezar assim, sem perceber a enorme incoerência de suas crenças:

"Eu creio, Senhor, no Jesus Cristo presente na Bíblia e eu não acredito em nada que esteja fora da Bíblia. Porque o que está fora da Bíblia é coisa humana, coisa dos católicos...

Eu Vos agradeço os dons do Espírito Santo e, por mais ignorante que eu possa ser, são eles que me iluminam para entender e para interpretar corretamente a Bíblia. Menos os católicos, é claro, estes nem sendo teólogos ou doutores...

Eu rezo diretamente a Vós, sem intercessão de ninguém mais. Quem precisa de santos e santas? Só estes católicos presunçosos e arrogantes para acharem que Deus iria precisar de mediadores entre Ele e os homens...

Eu creio, com toda a minha fé autêntica, que Maria não é nossa mãe. Jesus Cristo é o Senhor, e só Ele nos basta. Os católicos vivem dizendo que adoram só a Deus, mas a gente sabe que eles adoram a Maria também... E eles, Jesus, ainda são capazes de adorar Maria mais do que a Vós em tudo que é missa e celebração...

Ousam chamar Vossa Mãe de Intercessora, Medianeira, Concebida sem Pecado, Sempre Virgem Maria e outros títulos dessa ordem; como estes tolos terão coragem de prestar contas ao Pai Vos ofendendo assim por meio da Vossa mãe?

Obrigado, Senhor, por ter-me ensinado que basta a fé em Vós para alcançar a minha salvação, sem precisar de santos, papas, imagens, ladainhas ou missas católicas.  Essa gente acredita que uma igreja lá de Roma vai levá-los para o Céu...

Obrigado, Jesus, porque não precisamos de milagres, corpos incorruptos, imagens que choram e outras invenções católicas para termos fé. Estes tolos são facilmente enganados pelas ciladas do demônio...

Obrigado, Senhor que, pela luz de Espírito Santo, me permite viver na única igreja verdadeira e fiel ao Evangelho e não nessa igreja católica inventada por um imperador romano uns 300 anos depois da morte de Jesus...

Obrigado, Jesus, porque nós, Vossos verdadeiros filhos, estamos nos multiplicando agora no mundo (daqui há pouco, basta o Senhor esperar um pouco, seremos maiores que os católicos no Brasil, que estão minguando), prontos para a Vossa Segunda Vinda iminente; tudo conforme está escrito na Bíblia que, nestes tempos finais, seríamos a imensa maioria de milhões de milhões..."

Que estes nossos pobres irmãos, tão desamparados da verdadeira fé, deem-se conta das graves e severas palavras da Bíblia, que tanto anseiam ler sob as trevas do orgulho humano:

Jesus: "Ai de vós… hipócritas, porque percorreis mar e terra para fazer um prosélito, e depois de o ter ganho, o fazeis filho do inferno, duas vezes mais do que vós" (Mt 23,15).

S. Paulo aos Romanos: "Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus… antes se desvaneceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos" (1 Rm 21-22)

EUCARISTIA - IV


4. PRÁTICAS EXTERNAS DA SANTA COMUNHÃO

Outros aspectos essenciais, ligados à exterioridade do banquete eucarístico, devem ser igualmente considerados, de forma a se ponderar a efetividade da graça santificante e de todas as demais graças advindas de uma santa comunhão. Com efeito, nunca é demais lembrar que, na eucaristia, nós vivemos uma experiência ímpar, pela doação do próprio Senhor Jesus Cristo, que está por inteiro, real e verdadeiramente presente no sacramento. Assim, ainda que devidamente preparados “por dentro”, o desconhecimento desta verdade pode obscurecer o propósito e as graças da eucaristia, mediante a introdução de certas práticas e hábitos externos que são lesivos e ofensivos a esta interação mística e espiritual em grau máximo do católico comum com o seu Deus.

Em função da magnitude e da abrangência destas práticas “de fora”, em vez de um aumento da graça santificante, o penitente pode estar sendo réu de juízo e condenação. Na eucaristia, na presença viva de Jesus, não podemos ser mais ou menos tolerantes, mais ou menos relaxados, mais ou menos católicos.

A primeira prática externa da santa comunhão refere-se ao aspecto em si e à modéstia no vestir dos participantes da procissão eucarística. O aspecto externo deve estar, assim, diretamente associado às adequadas disposições interiores; não se trata de estarmos solenemente vestidos, com luxo ou com roupas de marca; as roupas podem ser simples ou não, mas asseio e limpeza são pressupostos ao alcance de todos.

Quanto ao trajar, modéstia, respeito e profunda reverência: na eucaristia, estamos diante e com Jesus! Não estamos diante de uma autoridade qualquer, estamos diante do nosso próprio Deus. Jesus quer de nós manifestações claras, internas e externas, de humildade, respeito e recolhimento interior. A modéstia nos impele a  evitar abusos e profanações. Neste aspecto, cuidados especiais devem ter as mulheres, de forma a eliminar o uso, por exemplo, de roupas justas ou decotadas na procissão eucarística; tais imprudências podem ser motivo de grave pecado para si e para outros.  

Outra característica essencial da procissão eucarística é o de um profundo silêncio. Estamos concentrados e preparados para uma união mística extraordinária com Jesus e nenhum respeito humano deve prevalecer neste momento. Como ter uma disposição interior completamente dedicada a Deus se exteriormente estamos condicionados pelos belos cânticos da comunhão ou na distração de observar o comportamento ou as vestimentas de outras pessoas?  Cantar é uma bela forma de oração; o silêncio eucarístico é a manjedoura de nosso encontro místico com Cristo.

Não podemos, nem o sacerdote nem os fiéis, transformar a santa comunhão num ato mecânico e repetitivo a cada hóstia dada; cada comunhão tem um caráter especialíssimo e singular. O momento não é para distrações, divagações ou preocupações mundanas, mas de profunda concentração,  respeito e recolhimento interior. Quantas destas distrações não resultaram em hóstias no chão! Uma comunhão bem feita é um tesouro de graças inimagináveis para o penitente, para o sacerdote, para toda a Santa Igreja.
Eucaristia I: Primeira Parte (Primeiro Domingo de Agosto)
Eucaristia II: Segunda Parte (Segundo Domingo de Agosto)
Eucaristia III: Terceira Parte (Terceiro Domingo de Agosto)
Eucaristia IV: Quarta Parte (Quarto Domingo de Agosto)

sábado, 25 de agosto de 2012

DA VIDA ESPIRITUAL (23)



Quem me dera pudesse compreender, com a mais pura razão, o valor do meu amor humano... Seria o possível diante da completa inutilidade da minha humana imaginação buscar, no fundo da minha alma, um mísero resquício do que poderia ser o amor de Deus por mim...

ORAÇÃO: 'CONFITEOR'


CONFITEOR ('Confesso') é uma oração penitencial em que nós, reconhecidos dos nossos pecados, buscamos a misericórdia e o perdão de Deus. É uma oração que tem origem nos primórdios do Cristianismo. O texto abaixo é a forma completa da oração, introduzida no rito da Missa no Século XI. Na missa atual, é rezada uma versão abreviada, mantendo-se o costume tradicional de se bater no peito ao se recitar 'minha culpa, minha tão grande culpa' (na versão abreviada) em sinal de humildade.

CONFITEOR Deo omnipotenti, beatae Mariae semper Virgini, beato Michaeli Archangelo, beato Ioanni Baptistae, sanctis Apostolis Petro et Paulo, et omnibus Sanctis, quia peccavi nimis cogitatione, verbo et opere: mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa. Ideo precor beatam Mariam semper Virginem, beatum Michaelem Archangelum, beatum Ioannem Baptistam, sanctos Apostolos Petrum et Paulum, et omnes Sanctos, orare pro me ad Dominum Deum nostrum. Amen.

                                                                                         (áudio)

Confesso a Deus Todo-poderoso, à bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado João Batista, aos santos Apóstolos Pedro e Paulo, e a todos os santos, que pequei muitas vezes por pensamentos, palavras e ações, por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa. Por isso, peço à bem-aventurada sempre Virgem Maria, ao bem-aventurado Miguel Arcanjo, ao bem-aventurado João Batista, aos santos Apóstolos Pedro e Paulo, e a todos os santos, que oreis por mim a Deus, Nosso Senhor. Amém.

Versão Abreviada (Missal de Paulo VI):

Confesso a Deus Todo-poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, Nosso Senhor. 

VERSUS: CIÊNCIA X CIÊNCIA

Duas notícias científicas recentes. Na primeira, afirma-se que 95% da energia do Universo é desconhecida. Na segunda, esse dado é irrelevante para se calcular, com precisão matemática que chega a meses e dias, a idade restante do mesmo Universo. Uma terceira notícia é mera referência à opinião de um 'jornalista científico', que sintetiza com enorme clareza o cenário do pensamento científico moderno: na ciência criada por Deus, não há espaço para o próprio Criador.

Notícia 1: "Somos confrontados com uma visão do Universo na qual 95% do conteúdo em energia é-nos desconhecido", afirmou o físico brasileiro Orfeu Bertolami, colaborador da NASA e da Agência Espacial Europeia, em palestra recente em Portugal, intitulada "A Visão Científica do Universo no Início do Século XXI", à respeito das mais novas descobertas sobre os mistérios do Universo. Segundo o pesquisador, "até há duas décadas acreditava-se que o Universo era constituído essencialmente pelas partículas elementares conhecidas. Contudo, há fortíssimas evidências de que a formação de estruturas, requer a existência de matéria que não se manifesta eletromagneticamente - a matéria escura. A natureza e as propriedades desta são enigmas fundamentais da cosmologia moderna", uma vez que se trata do "constituinte dominante do Universo".

                                                                                                                                                (Revista Ciência Hoje)

(Vídeo 'Científico': Sobrevoo Virtual de 2 bilhões de anos sobre o Universo Conhecido: cada ponto do vídeo representa uma galáxia com bilhões de estrelas, circundadas, em muito maior escala, por matéria e energia escuras)

Notícia 2: De acordo com a ciência, o universo tem 13,7 bilhões de anos; a Via Láctea tem 13 bilhões de anos e o Sol e a Terra têm 4,6 bilhões de anos. Agora cientistas chineses acabaram de calcular a idade para o fim do Universo: exatos 16,7 bilhões de anos, admitindo-se um nível de confiança de 95,4%. Antes, porém, da chamada Grande Ruptura, a data limite desse juízo final cósmico, os autores especularam sobre as datas de uma série de outros eventos:



  • a Via Láctea será dilacerada 32,9 milhões de anos antes da Grande Ruptura;
  • dois meses antes do fim do mundo, a Terra será arrancada do Sol;
  • cinco dias antes do dia do juízo final, a Lua será arrancada da Terra;
  • o Sol será destruído 28 min antes do fim do tempo;
  • 16 min antes do fim definitivo, a Terra vai explodir.

  • Dark energy and fate of the Universe
    Li XiaoDong, Wang Shuang, Huang QingGuo, Zhang Xin, Li Miao
    (Site Inovação Tecnológica)

    Notícia 3:  O universo não precisa de deus

    PETER MOON (repórter especial da revista Época)


     deus! É assim mesmo como se lê no título: em letras minúsculas. Por que eu deveria escrever o substantivo “deus” com um dê maiúsculo, se para mim tal entidade não existe? Por que diferenciar o “deus” único com a sagração de uma maiúscula se, para mim, ele em nada se diferencia dos deuses do panteão greco-romano, dos santos da umbanda e do candomblé, das divindades animistas adoradas pelos antigos egípcios ou por tribos amazônicas e africanas nossas contemporâneas?"

    Com todo o respeito, não nos bastaria prescindir dos tolos?

    sexta-feira, 24 de agosto de 2012

    A FÉ EXPLICADA (V)

    MISERICÓRDIA E JUSTIÇA DE DEUS

    Em que medidas se conciliam a misericórdia e a justiça de Deus? Sendo Deus infinitamente misericordioso, como poderia Ele permitir a perda das almas? Que justiça implica em condenar eternamente uma alma por pecados cometidos pela fragilidade humana em períodos tão curtos de tempo? Como conceber, então, a ideia do inferno? Estas questões perpassam a mente de muitíssimos cristãos e tais inquietações são legítimas na medida em que sejam aceitas como uma busca das verdades autênticas da sã doutrina católica. Tornam-se graves ofensas a Deus quando incorporadas pelo descrédito puro e simples ou pela soberba de submeter a sabedoria divina aos ditames da mera percepção humana.

    Se fosse possível falar em um 'atributo maior' de Deus, este certamente seria a misericórdia. Para a salvação de uma alma, Deus faz o possível e o impossível. Se fosse possível falar em um 'atributo essencial' de Deus, este certamente seria a justiça. Deus abomina o pecado. A misericórdia de Deus não tem os laivos da compaixão humana; a justiça de Deus não se pauta por provas e contraprovas, mas de toda a Verdade que habita o coração humano.  A misericórdia de Deus é a medida infinita de Sua justiça. A justiça de Deus é a medida infinita de Sua misericórdia. 

    Se Deus pudesse ser 'mais infinito' em misericórdia do que em justiça, ele seria consequentemente 'menos infinito' em Sua justiça em relação à Sua misericórdia e, assim, não seria Deus, que é infinito em todos os seus atributos. Em Deus, a misericórdia e a justiça são infinitas e, mais ainda, infinitamente conciliáveis porque temperadas pela infinita sabedoria do Criador. O Infinito não tem mais nem menos, não tem caráter relativo em instância alguma. Em Deus, somente age e atua o Absoluto em tudo e em todos.

    À condição humana do pecado, insere-se o domínio do livre arbítrio. O caráter relativo da condição humana é expresso pela capacidade de cada homem optar livremente pelas consequências de suas ações e omissões. O livre arbítrio pode ser espada ou escudo, pode ser caminho ou atalho, pode ser luz ou trevas. A escolha é intrinsecamente pessoal. Tais escolhas são confrontadas a cada dia com uma superabundância de graças e misericórdias dos céus, muito mais do que podemos imaginar, muito além do que seria inconcebível aos limites da compaixão e da caridade humanas. Tais escolhas, incensadas pelo nosso sim ou não à infinita misericórdia de Deus durante toda a nossa vida, serão, ao final de nossa peregrinação terrestre, medidas, provadas e ponderadas no cadinho da justiça infinita de Deus. 

    Uma vez perpassado o Juízo Particular, perpassam igualmente os atributos da misericórdia e da justiça de Deus à nossa condição humana. Não há mais a mobilidade do livre arbítrio, nem a mobilidade das graças, não há mais tempo para nada, apenas o SIM ou o NÃO definitivos, irremediáveis, eternos. A alma humana, então, se une ou se separa definitivamente de Deus no minuto inicial da eternidade. Para o Céu ou para o Inferno, para todo o sempre.

    quinta-feira, 23 de agosto de 2012

    O CÉU É AQUI...

    ORAÇÃO: 'LEMBRAI-VOS' (SÃO BERNARDO DE CLARAVAL)

    São Bernardo nasceu no Castelo de Fontaine, próximo a Dijon (França) em 1090 e tornou-se monge cisterciense, assim como quase toda a sua família que, um a um, lhe seguiram o exemplo. Dedicou toda a sua vida à vivência e ao ensino rigoroso da  regra beneditina: oração e trabalho, sendo fundador de dezenas de mosteiros. Escreveu o 'Tratado do Amor de Deus' e a obra de devoção mariana 'Comentário ao Cântico dos Cânticos'. Foi autor de belíssimas orações e hinos religiosos como o 'Lembrai-vos' e 'Ave Maris Stella' e de invocações como a que se recita no Salve Rainha: 'Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria'. Faleceu em 20 de agosto do ano de 1153. Foi canonizado pelo papa Alexandre III em janeiro de 1174 e proclamado Doutor da Igreja em 1830, pelo papa Pio VIII.


    Lembrai-Vos ('Memorare')
                                                                (São Bernardo de Claraval)

    Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tivesse recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, ó Virgem entre todas singular, como Mãe recorro; de Vós me valho, gemendo sob o peso dos meus pecados, e me prostro a vossos pés. Não desprezeis minhas súplicas, ó Mãe do Filho (Verbo) de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia, e de me alcançar o que vos rogo. Amém.

    Memorare, o piissima Virgo Maria,
    non esse auditum a saeculo,
    quemquam ad tua currentem praesidia,
    tua implorantem auxilia,
    tua petentem suffragia,
    esse derelictum.
    Ego tali animatus confidentia,
    ad te, Virgo Virginum, Mater, curro, ad te venio,
    coram te gemens peccator assisto.
    Noli, Mater Verbi, verba mea despicere;
    sed audi propitia et exaudi.
    Amen.

    quarta-feira, 22 de agosto de 2012

    GLÓRIAS DE MARIA: RAINHA DO CÉU E DA TERRA


    Entre as Glórias da Mãe de Deus, inclui-se a sua Gloriosa Coroação, pela Santíssima Trindade, como Rainha do Céu e da Terra, dos anjos, dos santos, de toda a  humanidade, de todo o Universo, de toda a criação divina. A Proclamação a Realeza de Nossa Senhora, realizada pelo Papa Pio XII em 01/11/1954 é celebrada, como festa litúrgica no Brasil, em 22 de agosto, uma semana após a celebração solene da Assunção de Nossa Senhora aos Céus (15 de agosto).

    Do Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria (São Luís Grignion de Montfort):

    38. Maria é a Rainha do céu e da terra, pela graça, como Jesus é o rei por natureza e conquista. Ora, como o reino de Jesus Cristo compreende principalmente o coração ou o interior do homem, conforme a palavra: “O reino de Deus está no meio de vós” (Lc 17, 21), o reino da Santíssima Virgem está principalmente no interior do homem, isto é, em sua alma, e é principalmente nas almas que ela é mais glorificada com seu Filho, do que em todas as criaturas visíveis, e podemos chamá-la com os santos a Rainha dos corações.

    ORAÇÃO A NOSSA SENHORA RAINHA


    (Oração feita pelo Papa Pio XII, na cerimônia de Proclamação da Realeza de Nossa Senhora, realizada em 01/11/1954, e que concede 500 dias de indulgência a todo aquele que a rezar com piedosa devoção)

    "Das entranhas desta terra de lágrimas, em que a humanidade sofredora penosamente se arrasta; entre as vagas deste nosso mar perenemente agitado pelos ventos das paixões, elevamos os olhos a Vós, ó Maria, Mãe estremecida, para reconfortar-nos contemplando a vossa glória, e para aclamar-Vos Rainha e Senhora dos Céus e da Terra, Rainha e Senhora nossa. Com legítimo orgulho de filhos queremos exaltar esta vossa realeza e reconhecê-la como a suma excelência de todo o vosso ser, ó dulcíssima e verdadeira Mãe d'Aquele que é Rei por direito próprio, por herança, por conquista.

    Reinai, ó Mãe e Senhora, mostrando-nos o caminho da santidade, dirigindo-nos e assistindo-nos, a fim de que dele não nos afastemos jamais. Do mesmo modo que exerceis no alto do Céu o vosso primado sobre as milícias dos Anjos, que Vos aclamam sua Soberana; sobre as legiões dos Santos, que se deleitam na contemplação da vossa fúlgida beleza; assim também reinai sobre todo o gênero humano, particularmente abrindo os caminhos da fé a quantos ainda não conhecem o vosso Divino Filho.

    Reinai sobre a Igreja, que professa e celebra o vosso domínio e a Vós recorre como a refúgio seguro, em meio às calamidades dos nossos tempos. Mas reinai especialmente sobre aquela porção da Igreja que é perseguida e oprimida, dando-lhe a fortaleza para suportar as adversidades, a constância para não se dobrar sob as injustas pressões, a luz para não cair nas insídias do inimigo, a firmeza para resistir aos ataques a descoberto, e em todos os momentos a inquebrantável fidelidade ao vosso Reino.

    Reinai sobre as inteligências, a fim de que busquem unicamente a verdade; sobre as vontades, a fim de que procurem somente o bem; sobre os corações, a fim de que amem exclusivamente o que Vós mesma amais. Reinai sobre os indivíduos e sobre as famílias, assim como sobre as sociedades e as nações; sobre as assembleias dos poderosos, sobre os conselhos dos sábios, do mesmo modo que sobre as aspirações simples dos humildes.


    Reinai nas ruas e nas praças, nas cidades e nas aldeias, nos vales e nos montes, no ar, terra e no mar.E acatai a piedosa oração de quantos sabem que o vosso reino é reino de misericórdia, onde toda súplica encontra acolhida, toda dor conforto, toda desgraça alívio, toda enfermidade saúde, e onde como que a um simples aceno de vossas suavíssimas mãos, da própria morte ressurge sorridente a vida.


    Concedei-nos que aqueles que agora em todas as partes do mundo Vos aclamam e reconhecem como Rainha e Senhora, possam um dia no Céu gozar da plenitude do vosso Reino, na visão de vosso Filho, que com o Padre e o Espírito Santo vive e reina pelos séculos dos séculos. Assim seja!"


    terça-feira, 21 de agosto de 2012

    DA VIDA ESPIRITUAL (22)

    Viste no jornal da TV a morte de tantos num terremoto, numa enchente, no desabamento de um prédio, num desastre de avião ou de trânsito? Oferece de imediato a tua prece para estes teus irmãos anônimos e desconhecidos e suplica ao Pai pela salvação de todos... Lembra-te, muitas almas se perdem porque não se reza por elas. Qualquer cristão reza pela salvação das almas dos seus familiares, um cristão verdadeiro deve rezar pela salvação de todos os homens! Reza freqüentemente por alguém que você nunca conheceu ou por quem você nem sabe o nome, e apenas viu de relance numa esquina, no carro que passa por você na rodovia, na reportagem da TV... Reza, filho, reza por estas almas desconhecidas para nós, mas que se tocam ainda que tênuamente nas nossas vidas; suplica ao Pai pela salvação de todos os seus filhos. Talvez saibas o valor da caridade, mas não o da oração por caridade a um teu irmão anônimo: a tua salvação e a dele podem ser frutos de um mesmo ramo: a tua oração pura e simples, generosa e despojada de quaisquer afetos puramente humanos... 

    21 DE AGOSTO - SÃO PIO X

    Instaurare omnia in Christo

    Restaurar todas as coisas em Cristo

    Pio X (02/06/1835 - 20/08/1914)

    No início do Século XX, inúmeras heresias associadas ao Modernismo (movimento precursor do atual Progressismo Católico) tentavam minar a Igreja. Neste quadro de graves dificuldades, a Providência Divina legou à cristandade um Papa Santo, o único papa canonizado do Século XX. Em 04 de agosto de 1903, o Cardeal Giusepe Sarto de Veneza foi eleito como 259º sucessor de São Pedro, sucedendo a Leão XIII, sendo coroado para o Sumo Pontificado cinco dias depois. No seu pontificado de apenas 11 anos (faleceu em 20/08/1914), Pio X promoveu uma guerra sem tréguas às heresias do Modernismo (que condenou por inteiro na Encíclica Pascendi Dominici Gregis, de 8 de setembro de 1907), coordenou a compilação de um novo Código Canônico, restaurou as bases da música sacra e promulgou várias ações e documentos relacionados a uma melhor e mais perfeita devoção aos sacramentos eucarísticos. Foi canonizado pelo Papa Pio XII em 03/09/1954. Celebra-se a sua festa de santidade em 21 de agosto.

    Excertos da Encíclica Pascendi Dominici Gregis - 08/08/1907 (de São Pio X): condenação explícita do Movimento Modernista na Igreja Católica

    "Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que  meneiam eles o machado".

    "Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias:  porquanto, fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há conseqüências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos. Acrescente-se-lhes ainda, coisa aptíssima para enganar o ânimo alheio, uma operosidade incansável, uma assídua e vigorosa aplicação a todo o ramo de estudos e, o mais das vezes, a fama de uma vida austera. Finalmente, e é isto o que faz desvanecer toda esperança de cura, pelas suas mesmas doutrinas são formadas numa escola de desprezo a toda autoridade e a todo freio; e, confiados em uma consciência falsa, persuadem-se de que é amor de verdade o que não passa de soberba e obstinação".

    "Efetivamente, o orgulho fá-los confiar tanto em si que se julgam e dão a si mesmos como regra dos outros. Por orgulho loucamente se gloriam de ser os únicos que possuem o saber, e dizem desvanecidos e inchados: Nós cá não somos como os outros homens. E, de fato, para o não serem, abraçam e devaneiam toda a sorte de novidades, até das mais absurdas. Por orgulho repelem toda a sujeição, e afirmam que a autoridade deve aliar-se com a liberdade. Por orgulho, esquecidos de si mesmos, pensam unicamente em reformar os outros, sem respeitarem nisto qualquer posição, nem mesmo a suprema autoridade. Para se chegar ao modernismo não há, com efeito, caminho mais direto do que o orgulho. Se algum leigo ou também algum sacerdote católico esquecer o preceito da vida cristã, que nos manda negarmos a nós mesmos para podermos seguir a Cristo, e se não afastar de seu coração o orgulho, ninguém mais do ele se acha naturalmente disposto a abraçar o modernismo!" 

    "Nada, portanto, Veneráveis Irmãos, se pode dizer estável ou imutável na Igreja, segundo o modo de agir e de pensar dos modernistas. Para o que também não lhes faltaram precursores, esses de quem o nosso predecessor Pio IX escreveu: estes inimigos da revelação divina, que exaltam com os maiores louvores o progresso humano, desejariam com temerário e sacrílego atrevimento introduzi-lo na religião católica, como se a mesma não fosse obra de Deus, mas obra dos homens, ou algum sistema filosófico, que se possa aperfeiçoar por meios humanos" (Enc. "Qui pluribus", 9 de nov. de 1846). 


    segunda-feira, 20 de agosto de 2012

    VÍDEOS CATÓLICOS: CRIAÇÃO, EVOLUÇÃO E MILAGRES

    Vídeo (em espanhol) com provas diversas e contundentes da autenticidade da fé católica, incluindo as falsas premissas da teoria da evolução, evidências do dilúvio universal, milagres antigos e modernos, corpos incorruptos dos santos católicos e a autenticidade do Santo Sudário.


    sábado, 18 de agosto de 2012

    EUCARISTIA - III


    3. QUEM PODE E COMO COMUNGAR

    Em princípio, pode comungar todo católico com pleno uso da razão e com conhecimento da natureza e das graças inerentes ao sacramento da eucaristia. A razão está vinculada ao domínio das verdades essenciais à salvação de todos os homens, expressas no catecismo cristão, enquanto a profundidade do conhecimento destas verdades vai depender da capacidade mental de cada indivíduo. Neste  contexto, não podem comungar, por exemplo, nem crianças muito pequenas, nem doentes mentais sem períodos de lucidez.

    O requisito essencial, entretanto, é o de não estar em pecado mortal. A eucaristia é essencialmente o sacramento de crescimento espiritual e não de nascimento espiritual e, portanto, é inerente a quem já está em estado de graça. Sendo a eucaristia a própria incorporação mística e espiritual da nossa alma com Jesus, recebê-la  em presença de graves pecados constitui uma afronta terrível contra o mais precioso dom dado por Deus aos homens, o Dom de Si mesmo, caracterizando-se, assim,  em um gravíssimo pecado mortal de sacrilégio.

    Neste sentido, é preciso reiterar exaustivamente aos fiéis que participarão da comunhão a necessidade da confissão prévia e individual com um sacerdote, com a regularidade devida, para a absolvição dos pecados mortais cometidos, ainda que estes sejam objeto de um possível ato de contrição perfeita por parte do pecador. A confissão comunitária com absolvição geral somente deve ser realizada em casos de grave necessidade, que não incluem, por exemplo, situações envolvendo um grande número de fiéis e reduzido número de confessores, levando ao comprometimento da aplicação de confissões individuais em um período de tempo razoável, a não ser que isto implique em um impedimento dos penitentes de receberem a Sagrada Comunhão por muito tempo. Assim, a confissão comunitária tem caráter absolutamente especial e, para a validade da absolvição, os fiéis devem ter o firme propósito de confessar individualmente os seus pecados graves em tempo oportuno. Por outro lado, a confissão regular é fortemente recomendada pela Igreja mesmo para o perdão das faltas cotidianas (pecados veniais) que, embora não sendo estritamente necessária, é altamente salutar para a alma, que recebe sempre um incremento da graça santificante. 

    A outra condição necessária e suficiente para a comunhão é a de fazê-la com reta intenção, ou seja, com um propósito formal de buscar uma maior santificação interior e de viver mais intensamente na graça de Deus. A falta da reta intenção não implica necessariamente em pecado, mas pode excluir ou limitar sensivelmente a  concessão da graça do sacramento.

    Há, entretanto, outros aspectos que são fundamentais e de estrita observância aos preceitos da sagrada comunhão. Neste sentido, devemos atentar para o jejum eucarístico, ou seja, abster-nos de qualquer alimento e bebida (com exceção da água natural) uma hora antes de recebermos a sagrada comunhão (e não uma hora antes da missa, por exemplo). E aqui é preciso rigor total: uma hora é uma hora mesmo e não se deve ser indulgente quanto a este intervalo de tempo; assim, é preferível não comungar do que fugir a este preceito mesmo que seja por alguns minutos. É importante ressaltar que o jejum eucarístico não se aplica a pessoas idosas ou enfermas ou em casos especiais como uso de remédios, perigo de morte, etc.

    Adicionalmente, é indispensável também, como procedimento preparatório à comunhão, avivarmos em nós profundos sentimentos de arrependimento (súplicas à  misericórdia de Jesus ou outro instrumento similar de devoção para a reparação de todos os pecados veniais cometidos desde a última comunhão ou confissão), fé, amor e gratidão, para uma maior identificação de nossa vontade com a vontade de Deus.

    No ato da comunhão propriamente dita, a melhor forma de receber a hóstia e favorecer a ação do sacerdote é reclinar a cabeça ligeiramente para trás, abrindo suficientemente a boca e avançando um pouco a língua por cima do lábio inferior. Não existem quaisquer impedimentos em relação a hóstia tocar os dentes podendo, inclusive, ser mastigada (a hóstia é alimento espiritual), embora isto seja completamente desnecessário na maioria das vezes.

    Sendo alimento, a hóstia deve ser engolida, permanecendo o menor tempo possível na boca, apenas o suficiente para ser umedecida, facilitando, desta forma, a ingestão propriamente dita.  Portanto, a hóstia não deve ser mantida na boca até ser completamente dissolvida, pois, como alimento, deve ser comida e, para ser alimento espiritual, deve ser ingerida enquanto Jesus ainda está presente e isto só ocorre enquanto as hóstias consagradas durante a missa permanecerem com a aparência do pão.  A inobservância destes cuidados pode tornar inclusive nula a comunhão e inexpressivas todas as graças inerentes ao sacramento.

    Eucaristia I: Primeira Parte (Primeiro Domingo de Agosto)
    Eucaristia II: Segunda Parte (Segundo Domingo de Agosto)
    Eucaristia III: Terceira Parte (Terceiro Domingo de Agosto)